segunda-feira, fevereiro 24, 2020

Em Babilônia, orai por sua paz

      “E procurai a paz da cidade, para onde vos fiz transportar em cativeiro, e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz.” Jeremias 29.7

      O texto inicial não fala historicamente da melhor situação para o povo de Israel, relata a orientação que Deus deu a seu povo no antigo testamento para uma experiência de cativeiro, cativeiro que não teria como o povo sair antes que setenta anos tivessem passado (leia todo o capítulo para maior entendimento). A Bíblia, contudo, sob a ótica do Espírito Santo e com algum entendimento de texto e histórico mais lúcido, pode nos ensinar várias coisas e sob diversas camadas de interpretações. 
      Aplicando o texto para nossas vidas, não vendo Babilônia como volta a uma vida de pecado (a metáfora “volta ao Egito” e mais adequada para isso, Babilônia pode se aplicar melhor a um período de disciplina), mas entendendo que ainda que sejamos filhos de Deus, neste mundo nunca teremos uma vida perfeita, mesmo não estando em períodos de disciplina, a vida ideal só existirá na eternidade, podemos aprender com a passagem que certas coisas aqui não vão mudar, coisas, por exemplo, como a política. Assim, o melhor que temos a fazer é aceitar certas situações e pessoas e orar, não por mudanças radicais, mas para que dentro do sistema mundano as coisas não prejudiquem tanto o povo de Deus. 

      “Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça. Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz.II Pedro 3.13-14

      O povo de Deus precisa entender a tênue linha que separa uma vida de fé e de confiança num Deus que pode tudo e que a todos governa, com a vontade de Deus de usar esse mundo, diabos e demônios, para dar às pessoas oportunidades de escolherem viver com Deus, ainda que por “70 anos” (é isso não é um período cronológico real mas uma metáfora, um mistério) Babilônia e seu rei dominem, de alguma maneira, sobre o povo de Deus. Muitos achando-se espirituais são na verdade imaturos e rebeldes, que querem mudar “em nome de Deus” algo que Deus não vai mudar por enquanto, não pelo menos em “70 anos de cativeiro”. 
      A verdade, que até se reforça na história real de Israel e que entrega uma metáfora muita mais realista e reveladora, já que até o fim da história relatada na Bíblia, Israel (ou a tribo restante de Judá) nunca teve novamente o tempo de glória que teve no tempo de Davi e Salomão, é que o povo de Deus debaixo da nova aliança de Cristo neste mundo nunca deixará de viver numa Babilônia, nossa Canaã real é na eternidade, é espiritual. Quem ora, por exemplo, para que o Brasil se torne uma Canaã perde tempo. O que podemos fazer é seguir a orientação dada no livro de Jeremias, isso enquanto aguardamos novos céus e nova terra prometidos na segunda carta de Pedro.

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