sexta-feira, fevereiro 14, 2020

Há de se amadurecer...

      “Nota o homem sincero, e considera o reto, porque o fim desse homem é a paz.Salmos 37.37

      O fim do sincero e reto é a paz, o fim, ainda que comecemos com lutas, com erros, com dor, se somos de fato sinceros do bem, e não só sinceros, e retos em Deus, querendo andar e andando no caminho estreito e direto do Senhor, chegaremos em um bom lugar, não será em vão o passado difícil. Que ponto de chegada é melhor que a paz? Não as riquezas materiais, não a aprovação dos homens, mas a paz com aqueles que amamos e que nos amam de verdade.

      Há de se ter certo envelhecimento nos cantos dos olhos, marcas de expressão na face, um sorriso resumido enquanto se olha para o lado procurando o passado, há de se ter mesmo alguma amargura, um resquício de dor, um cuidado antes de responder, um pensar antes, mas há de se achar paz na vida, sabedoria em tudo e em todos, demonstrando que se viveu e que se amadureceu. 
      Há de se rir menos e chorar menos, pois rir e chorar sempre e exageradamente não é verdade, mas fuga insana da realidade, há de se achar equilíbrio e indulgência, que entende as pessoas e não as inveja ou despreza, há de se ver antes e integralmente antes de medir os outros, e se o fizer será para procurar algo de bom, um ponto de luz às vezes em vidas tão enegrecidas. 
      Há de se ter misericórdia com todos, a mesma que se deseja para si de tantos, há de se ter paciência com as diferenças, respeito com os iguais, pois os semelhantes são os que mais nos incomodam, não os diferentes, por refletirem a queima roupa o que na verdade somos nós, há de se aprender a amar, pelo menos um pouco, no fim da vida, ainda que nunca se tenha sido amado como se queria. 
      Há de se evoluir se buscou-se a limpeza da casa, das roupas, da alma, do Sol, há de se caminhar para o Sol, ainda que se ame a Lua e se faça dela companheira tão fiel e complacente, há de se melhorar com o tempo, não piorar, há de se tornar mais humilde, não dono da verdade, há de se tornar ouvinte, não mestre equivocado que só ensina a si mesmo e ainda assim nunca aprende. 
      Há de se achar em Deus um amigo, não um juiz, de se começar a conhecer os mistérios, escondidos das crianças e dos arrogantes, há de se preferir o silêncio, e não as congregações, a contemplação, e não a encenação, a realidade, não a ilusão, há de se perder o medo da solidão, da desaprovação  humana, há de se achar graça diante do altíssimo e se ver liberto de vícios antigos e egoístas.

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