sexta-feira, dezembro 16, 2022

Vencendo o mal na origem

      “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiaisEfésios 6.12

      Por mais de uma vez aqui no blog, me coloquei contra uma interpretação rasa de Efésios 6.12, que tenta jogar no “diabo” a culpa por livre arbítrio humano mal usado. Quem escolhe pecar somos nós sempre, ainda que existam seres malignos espirituais que nos deem sugestões para isso e que tenham algum prazer em nos tentar e em nos ver cair em tentação. Mas será que no texto bíblico inicial Paulo se refere à luta trivial que todos os seres humanos travam com suas fraquezas básicas, com as quais demônios menores vibram em simpatia? Ou será que fala de algo mais?
      Os termos principados, potestades, príncipes das trevas, hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais, são muito fortes, não se referem a demônios “comuns”, ele fala de líderes malignos. Paulo podia receber ataque no nível de seu quilate espiritual, não só como um indivíduo tentando andar certo no mundo, mas como fundador de igrejas, portanto, se colocando, não como “soldado”, mas como “oficial”, em guerra contra as trevas. Mas não é assim com todos nós, nem poderíamos e nem precisamos enfrentar opositores do nível dos citados no texto bíblico inicial.
      O que vou compartilhar talvez não seja o teu problema, mas é o meu, e penso que de muitas pessoas. Tenho uma mente bem “sensível”, com isso não quero dizer que sou elegante como deveria ser com os outros, sensibilidade não é amor ou educação social. Levei muito tempo para entender que ferramentas mais precisas necessitam de manuseio mais cuidadoso. Quando compreendi que Deus pedia de mim consagração e oração constantes, o Senhor me ensinou coisas maravilhosas, tive vitórias pessoais que busquei por anos, pude ser mais útil aos outros. 
      Essa “sensibilidade”, que quando é permitida por Deus é coerente com todo o nosso ser, todas as nossas especificações, no corpo, na mente, no emocional e no espírito, se harmonizam para usá-la, nos leva a entender a existência de uma maneira mais espiritualizada. Isso não nos faz melhores, mas com certeza exige de nós mais responsabilidades, assim vemos não só a vida de um ponto de vista material e imediato, mas espiritual e eterno. Isso também nos leva a guerras mais direcionadas, nessa ótica sabemos que nossos principais inimigos não são homens no mundo.
      Muitas enfermidades mentais podem ser essa “sensibilidade” espiritual mal administrada (e como sempre digo, não sou profissional de área psiquiátrica). Isso é ferramenta negligenciada voltando-se contra seu dono. O importante de se discernir isso é usar arma certa para inimigo certo, vencendo guerra espiritual na origem, nossa mente. Ambiente mental sujo e desorganizado é propício para instalação de demônios e doenças, manter-nos limpos, humildes e cheios do Espírito Santo, nos fortalece para que impeçamos que setas mentais do mal se tornem ações e palavras. 
      Citei três coisas relevantes para sermos fortes, mas penso que humildade pode ser até mais importante que santidade e unção, porque muitos se achando santos e ungidos o suficiente, se acham poderosos espiritualmente, podendo assim perderem a lucidez e até a sanidade. É a humildade que nos dá respeito, pelos nossos limites, com temor a Deus e em amor que serve ao próximo, não às nossas vaidades. A humildade sempre deve vigiar nossos conhecimentos e experiências, para que eles não nos afastem de Deus e nos aproximem de quem ama o orgulho, o diabo.
      A carta de Tiago dá muitas orientações sobre a “língua”, sobre o que falamos, contudo, nossos ouvidos devem ser tratados com igual cuidado. Muitas coisas não temos como não ouvir, mas podemos caminhar neste mundo de tal maneira vigilantes, que o que entra pelos nossos ouvidos não permaneça e ache em nossas mentes espaço e tempo para gerar coisas ruins. “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos” (Efésios 6.18), mantenhamos a mente cheia das coisas certas. 

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