sexta-feira, dezembro 02, 2022

Somos um com Deus (2/2)

      “Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo; e deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque é o Filho do homem. Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação. Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou.” 
João 5.26-30

      Será que realmente entendemos o que representa Jesus ser Deus? Há tantas implicações nisso que seria difícil refletirmos a respeito em poucas palavras, assim muitos simplesmente aceitam como dogma. Algumas óticas espiritualistas, que consideram Jesus Cristo, o apresentam como um espírito superior, que como homem deu o exemplo melhor de vida moral no mundo e que como espírito hoje está numa posição que conduz o ser humano a Deus como nenhum outro espírito pode. Mas ainda assim o veem como só um espírito superior, não como filho de Deus numa posição inatingível eternamente para todos os homens. 
      Mas o próprio Cristo disse que poderíamos ser um com ele na eternidade, estarmos na mesma posição que ele está, sermos tão filhos de Deus como ele é. João 17.21 é um texto que sempre cito, é uma passagem bíblica que expressa com clareza essa união “para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste”. Isso implica em intimidade espiritual ou em unidade substancial? Quando há uma relação entre seres humanos há intimidade, mas se essa relação for física e heterossexual (fisicamente falando e sem nenhum juízo de valor) um novo ser é gerado unindo duas substâncias. 
      O que nos faz um com Deus não é crermos nele, isso é só o “namoro”, é só quando damos frutos de Deus pelo Espírito Santo que nos “casamos” com o Altíssimo. O Espírito Santo nos faz gerar e parir virtudes morais, que manifestam obras que servem aos nossos semelhantes, isso é o que evidencia nossa união com Deus. Jesus é Deus, nós podemos ter uma união com Deus por Jesus e através do Espírito Santo quando damos bons frutos que permanecem. Mesmo com toda essa explicação, comunhão espiritual com Deus é algo tão maravilhoso quanto profundo, que requer toda uma eternidade para se realizar plenamente. 
      Não devia ser fácil a Jesus, com seu conhecimento espiritual, passar ao homem do primeiro século um novo nível de espiritualidade, que ia além da velha aliança. A Lei mostrou o que podia e não podia ser feito em termos objetivos, em obras no mundo físico, Jesus falava de algo mais profundo, do espírito. Mas seu amor não tornou impossível sua tarefa, ainda que tendo que usar termos e conceitos facilitados. Depois de viver e morrer, a maior obra de Jesus foi “liberar” o Santo Espírito, com esse podemos entender coisas espirituais com ferramentas espirituais, e saber porque Jesus é Deus e todos nós podemos ser um com ele. 
      Infelizmente, se fazer milagre no sábado escandalizava líderes religiosos judeus do século um, mais ainda Jesus se dizer Deus escandalizava. E nós, o que nos escandaliza hoje? Não pensemos que as religiões cristãs e a Bíblia sabem toda a verdade, há ainda muito a se conhecer do mundo espiritual e da razão da existência humana na universo, não estamos nem no meio da jornada. Os humildes buscarão a Deus, respeitarão religiões e os limites de muitos homens com amor, mas entenderão que muita coisa que escandaliza hoje pode não ser saber proibido, mas só mais uma parte da verdade mais alta, a essa é o Espírito Santo que nos guia. 

Leia na postagem de ontem
a 1ª parte desta reflexão

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