terça-feira, dezembro 13, 2022

Vigilância, escolha que dá trabalho

      “Pela manhã ouvirás a minha voz, ó Senhor; pela manhã apresentarei a ti a minha oração, e vigiarei.Salmos 5.3

      Muitos se dão a muitos trabalhos, menos ao mais importante, vigiar em Deus pelas eternas virtudes morais. Assim, trabalham até estarem exaustos para terem riquezas materiais, mas não têm tempo para serem misericordiosos, estão sempre disponíveis e corajosos para empreenderem neste mundo, mas por isso se acham no direito de abrirem mão da santidade. Se informam, estudam, mantêm-se atualizados sobre tecnologias e modernidades, vivem pelo que seus olhos veem, desejam o que seus olhos veem, julgam os outros pelo que seus olhos veem, mas não descobriram ainda a aventura de viver pela fé, crendo num Deus invisível que tem o melhor para eles no outro mundo. 
      Ser santo e humilde dá trabalho, ninguém pratica essas virtudes vivendo de qualquer maneira, ainda que assíduo em cultos, ainda que ensinando e pregando a Bíblia, ainda que ministrando o louvor no canto e no instrumento, nenhum trabalho substitui o trabalho de vigilância por santidade e humildade. Por isso o evangelho exorta que aos ricos há dificuldades para entrar no reino de Deus (Lucas 18.25), assim como para ser sábio para Deus precisa-se ser louco para mundo (I Coríntios 3.18). “Nenhum servo pode servir dois senhores, porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro” (Lucas 16.13a), não se pode fazer duas coisas ao mesmo tempo. 
      Aqueles que seguem religiões orientais, como hinduísmo e budismo, sabem da importância de abdicar de certos direitos para vivenciar outros, sem renúncia neste mundo não nos preparamos adequadamente para o outro. Por isso essa teologia da prosperidade é inviável, é possível ser rico como cristão? Sim, trabalhando muito como qualquer outra pessoa, e como cristão pressupõe-se trabalho honesto. Mas podemos ser santos e humildes tendo esse foco de vida? Alguns até conseguem, mas isso não é e nem precisa ser para todos, contudo, por não aceitarem isso é que muitos param de vigiar, se tornam adoradores de Mamon, e criam um cristianismo herege para seguirem.

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