22/10/25

50% certo (parte 2)

      “Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus. Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada; porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; e assim os inimigos do homem serão os seus familiares. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim.Mateus 10.32-38

      Talvez a pior vaidade que há, é nos acharmos 100% certos sobre algo (refletimos sobre isso em 50% incerto). Muitos cristãos parecem sentirem-se na obrigação de acharem-se totalmente certos sobre suas crenças, convictos que só os que creem como eles irão ao céu, e os outros irão para o inferno. O ponto nem é isso estar certo, ou as pessoas terem direito de crerem no que querem, mesmo em extremismos, o ponto é falta de amor justamente daqueles que se dizem seguidores de Jesus, a maior expressão de amor de Deus à humanidade. Crer em inferno é algo tão sério, que não deveria ser dito de qualquer jeito ou a qualquer um, mas quem crê nisso deveria viver de tal maneira que mostrasse como ama o próximo e quer vê-lo no céu. 
      Muitos cristãos acham que se não forem extremistas em certas crenças não serão bons cristãos, parece que isso é mais importante para eles que amar ao extremo. Sem fazer juízo de valor de certas crenças, como Jesus agia? Jesus homem não sabia do juízo, de penas e recompensas recebidas na eternidade? Sob o ponto de vista de muitos cristãos, sim. Mas ele jogava isso na cara das pessoas? Ele fechava portas ou as deixava abertas para que o ser humano se arrependesse e mudasse? Repito, isso não é passar a mão na cabeça de pecador, não é usar amor divino como álibi para permanência no pecado! Isso é entender que até o último instante neste mundo há oportunidade, e o que de fato ocorrerá na eternidade só compete ao juiz saber, não a nós. 
      O raciocínio que leva muitos a serem extremistas é o seguinte: não creio em qualquer coisa, creio num Deus que é o mais elevado em virtudes morais e o mais poderoso do universo, assim o que esse Deus diz é verdade absoluta que não preciso ter medo de viver e dizer. Podemos questionar muitas afirmativas desse raciocínio. Será que de fato entendemos e conhecemos Deus? Nosso conhecimento é recebido de Deus ou de tradições e textos religiosos? Essas tradições e textos são puramente de Deus ou construções humanas? Entendemos as prioridades das virtudes divinas, e relevância de cada uma, compreendemos o amor de Deus? Ainda que saibamos a vontade mais alta de Deus, sabemos o que disso pode ser dito no mundo? 
      Muitos respondem a esses questionamentos: “você está ponto dúvida na inquestionável vontade de Deus, isso é pecado, é do diabo, leva ao inferno”. Extremistas consideram opositores como extremistas, e respondem a questionamentos desses com extremismos. Essa disposição é tão terrível que encerra diálogos antes de começarem. A extremistas assim faço novos questionamentos: onde essa maneira extrema de interpretar as coisas tem levado tua prática de vida, principalmente na área moral? você tem tido vitória sobre teus pecados mais íntimos? tem encontrado paz e felicidade que permanecem? tem conseguido perdoar e se sentir perdoado? tem feito alianças com gente sábia, ou só com hipócritas falsos moralistas?  
      Concordo que não é fácil quebrar alianças com gente que nos apoia, que diz que o que acreditamos é certo, que é a melhor maneira de ver as coisas, a verdade. Em si tratando de aprovação religiosa cristã é ainda mais difícil, nela se tem certeza que se vive com Deus, não com o diabo, que se vai para o céu, não para o inferno. Grande parte das pessoas, por não conseguirem se livrar de dependência errada de pais e familiares, e nem é na área financeira, mas na área emocional, projeta essa carência em pastores e igrejas. Contudo, o medo maior de gente assim nem é do diabo, do inferno, do pastor ou de pai e mãe, mas de si mesma, de não ter forças, caso quebre tais alianças de aprovação, para se libertar do que chama de pecado.
      Alianças erradas criam falsos amigos e falsos inimigos, e em se tratando de aliança com cristianismo extremista, falsos pecados, assim, falsos medos e falsas culpas. Muitos não estão preparados, dessa forma é melhor continuarem ligados a igrejas e religiões, presos em gaiolas, mas com seu “pecado” sob controle, que livres fora das gaiolas e escravos de medos e culpas. Melhor se acharem 100% certos. Só tenham a humildade de entender que na eternidade, sob a luz mais alta de Deus, toda verdade será revelada. Contudo, não se enganem, os que têm coragem de defender suas crenças, mas só apoiados por homens, a verdade maior é individual, para vivê-la só recebendo a glória de Deus e libertando-se da falsa glória de homens. 

José Osório de Souza, 28/02/2023

21/10/25

Quem é de Deus?

      “De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim. Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa? Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce. Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria.Tiago 3.10-13

      Assisti recentemente vídeo de uma “pastora” evangélica atacando um pastor protestante. Ela é filha de famosos músicos baianos, ele é alguém que teve revezes em sua vida matrimonial e por isso foi execrado por muitos cristãos. Ela se posta como cristã conservadora, inclusive sendo apoiadora do político de direita que tem arrebatado muitos cristãos para seu curral eleitoral. O pastor protestante atacado é um líder que quando surgiu, trazia um evangelho diferenciado, intelectual, mas mais realista, progressista. Uma grande maioria de cristãos, sabendo da história dela, que após converter-se diz ter vivido de forma consagrada, e da história dele, que mesmo sendo convertido e pastor separou-se da esposa, entende que ela é de Deus, ele não é, ela está certa, ele, errado. 
      Algo a ser compreendido é que aquele que apoia a tradição judaico-cristã, nas áreas de família e sexualidade principalmente, não é só protestante, evangélico ou pentecostal, há também católico e mesmo espírita kardecista que se diz assim, portanto o conservadorismo tem facetas diferentes. Já refletimos aqui sobre conservador e progressista assim como sobre a interpretação extremista que extremistas dão a seus opositores, quando dizem que os que atacam o conservadorismo usam o amor de Deus como desculpa para aprovar práticas pecaminosas no mundo e negar o juízo de Deus na eternidade. O ponto desta reflexão é uma pergunta: ouvindo os que defendem valores bíblicos, e aqueles que publicamente desobedeceram tais valores, como saber quem é de Deus? 
      É difícil dizer que não é de Deus quem defende a inviolabilidade de um único casamento, nem eu digo que não seja a vontade de Deus que cada um de nós acerte na primeira escolha de cônjuge e mantenha essa aliança até a morte. Mas esse ideal é provado por todos? Não atualmente, e nem antigamente era, ocorre que antigamente a mulher ficava presa a uma aliança da qual dependia economicamente. Antigamente havia menos divórcio, mas mais adultério, principalmente uso de profissionais do sexo pelos homens. Hoje a coisa não está melhor, mas há hipocrisia oficializada e prostituição gratuita, jovens desfrutam de sexo com muitos, mas só se casam quando acham interessante, passando a falsa ideia que não se divorciam. 
      Casamento é aliança pública, religiosa ou legal, que se faz diante de familiares e amigos, de pastores e irmãos e de juízes e testemunhas? Ou é aliança que se faz na intimidade física com outro ser humano e na presença espiritual de um Deus que tudo sabe? Cada um vai responder conforme a relevância que dá à religião ou a Deus, e a Deus se conseguir separar religião de Deus. Quem é de Deus? Todos podem ser. Quem usa o amor de Deus como desculpa para seguir errado não mantém conexão com o Espírito Santo, assim o tempo mostrará que o que esse professa é só uma teoria, não vida prática de santidade em Deus. Deus sempre chama-nos à santidade, quem atenta-se à voz do Senhor desejará ser limpo para agradá-lo. 
      O ponto não é saber quem é Deus, não é nos acharmos com certos direitos por crermos que somos de Deus, o ponto é entendermos que temos deveres se nos achamos de Deus. Esses deveres levam a frutos, fruto não é jogar na cara dos outros seus pecados, julgar e condenar, fruto é ser como foi Jesus homem, misericordioso, pacificador. São esses frutos que não vemos nas vidas de muitos que pregam moralidade e família na internet. Se a tal “pastora” do início deste texto se acha de Deus por não ter errado após a conversão, não seja vaidosa por causa disso. Se o pastor acha-se mais experiente no amor de Deus porque errou mais para acertar, seja discreto e não escandalize. A ambos, sejam mais sábios na internet. 

José Osório de Souza, 22/02/2023

20/10/25

Luz e trevas (3/3)

      “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” João 3.20-21

      Diferente da visão cristã tradicional, certas religiosidades, sem generalizar, não fazem contato direto com Deus no Espírito Santo e por Jesus em suas conexões espirituais, mas elas negociam com as trevas para vencerem as trevas. Há resultado prático nisso? Sim, até há, mas tem um preço. Quando interagimos com Deus também há um preço para nos mantermos sob a proteção do bem: nos mantermos virtuosos, santos, em amor. Já o preço que se paga para afugentar o mal barganhando com o mal é se tornar parte do mal, assim distanciar-se da luz e da força que essa entrega para se ter vida eterna, paz e virtudes morais. Nesse caso demônio mais forte submete o mais fraco, engana o homem com mentiras e faz mal a todos. 
      Quem conhece este blog sabe que não uso muitas das generalizações que o entendimento cristão usa, penso que dizer que todo espiritismo conecta-se com espíritos malignos ou que todo afro-espírita é mau não é sábio. Há gente de bem em outras religiões, como há gente não tão boa no cristianismo, religião pode importar menos que o que as pessoas fazem dela. Mas admito que em certas regras extremas que a tradição judaico-cristã faz sobre comunicação com o plano espiritual há proteção, assim como a conexão indiscriminada com espíritos traz sérios riscos. Algo é certo, não julguemos ninguém, tenhamos as portas de nossas crenças abertas em amor, mas por Jesus e no Espírito Santo o bem é garantido e sem perigos. 
      A luz oferece duas escolhas, ser luz ou afastar-se dela, as trevas só dão uma escolha, ser trevas. Os que se deixam atrair pela luz e por ela se elevam, provarão as misericórdias, os perdões, as curas e os auxílios de um Deus que é todas as virtudes morais mais altas. Na excelência e topo moral, há poder espiritual e material, Deus é todo-poderoso porque é Altíssimo em virtudes, não porque pode mover montanhas no mundo. Os que dizem não à luz fazem outra escolha, caírem nas trevas, essas não dão opção ao homem a não ser serem maus. Em trevas se é vítima de ira e vingança que se plantou, e ainda que se achando livre, se é escravo. Deus segue chamando, mesmo a esses, aguardando que se deixem ser elevados pela e à luz. 
      Só há liberdade na luz, mas os que optam por ela uma vez sempre desejarão mais dela, ainda que caiam se levantarão, e seguirão persistindo em subir. Os momentos de tristeza na luz são curtos, mas os momentos de tormento nas trevas podem ser extensos, o mal oferece mentiras atrás de mentiras para escravizar os seres que acabam achando zonas de conforto para continuarem enganados. As trevas têm várias faces porque não têm nenhuma, são sempre ilusões criadas para seduzir rebeldes e orgulhosos. A luz só tem um rosto, a verdade, que revela ao humilde o que ele é e o que Deus é, o humilde pode então saber quem são maus ou bons, para não ser presa de vaidades e egoísmos. A luz glorifica Deus, as trevas só o ego humano. 

19/10/25

Bem e mal (2/3)

      “Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda. E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.” Apocalipse 22.11-12

      Os responsáveis por fazer o mal aos maus são os maus, os bons sempre fazem o bem, sejam humanos ou espirituais. Todos têm propósito nas mãos de Deus, de forma que o universo funcione com justiça. Por exemplo, Jesus precisava ser injustiçado para cumprir a vontade de Deus, um justo ser sacrificado pelos injustos. Mas quem Deus usou para entregar Jesus, para realizar sua vontade maior, foi Pedro, João? Não, Judas Iscariotes. O mau foi usado pelo bem para fazer o mal. Esse raciocínio diz que os seres do bem nada fazem? A luz cumpre seu propósito só por existir, acesa ela afugenta os maus para as trevas, ela não precisa agredir ninguém. Se uma justa agressão é necessária, são as trevas que fazem com autorização de Deus. 
      Quando pedimos que Deus nos livre do mal, isso pode significar afastar de nós seres humanos e espirituais malignos. Mas como Deus faz isso, é mandando anjos agredirem os maus? Não, é emanando um raio de sua luz sobre os seres. Deus emana santidade e amor, é nisso, não num poder físico que empurra e fere, que reside o maior poder de Deus. Como antropomorfizamos Deus pensamos que ele age como agimos, assim entendemos um Deus forte como um brutamonte que frequenta academia e que impõe-se aos fisicamente mais fracos. Mas não é assim que acontece, o que afugenta os maus sem virtudes morais são as virtudes, de uma forma inicialmente espiritual, que depois pode afastar territorialmente seres físicos maus. 
      Já tive experiência de pedir que Deus me livrasse de certas pessoas e na semana seguinte saíram da empresa que eu trabalhava, e tive experiências ainda mais extremas. Mas cuidado, a orientação inicial do evangelho é de orarmos pelos inimigos, abençoá-los, trazê-los a luz, não afugenta-los para as trevas. Deus, contudo, sempre respeita livre arbítrio, assim se alguém não quer mudar para melhor Deus pode usar outras maneiras para proteger-nos delas. A maneira mais comum é anular o mal espiritual que age nelas, pelo menos naquilo que nos atinge, assim elas podem continuar convivendo fisicamente conosco, mas nos respeitarem mais, silenciam-se. Seja como for, não nos compete pedir vingança a Deus, mas seu amor. 
      No plano espiritual as coisas funcionam diferentemente, lá os seres não têm corpos físicos. Quando oramos a Deus pedindo que interceda por nós ou por alguém, através de anjos de luz ele afugenta espíritos malignos de uma área física, nossa casa, firma, escola, igreja etc, para infernos espirituais, assim esses seres de fato se afastam de nós. Seres humanos maus podem ter algumas ações e palavras cerceadas e caladas, mas não necessariamente suas presenças físicas afastadas, não totalmente. Já seres espirituais malignos são substancialmente expulsos de nossa presença. "Vingança" e "ira de Deus" são assim entendidas pelos maus que continuam maus, contudo, se houver neles mudança de atitude serão atraídos pela e para a luz, não afastados dela. 

18/10/25

Justiça ou vingança? (1/3)

      “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor.Romanos 12.19
      “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.” Efésios 4.26
      “Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus.Tiago 1.19-20
      “E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.” Mateus 6.16

      Depois de tentações relacionadas à área sexual, ser tentado por uma ira tal que nos faz querer fazer justiça com as próprias mãos é prova séria que a maioria de nós passa. Todos, de alguma maneira, nos sentimos injustiçados, o que nos leva à flertar com a vingança não é querer dar retorno a alguém que fizemos mal, mas a alguém que achamos que nos fez mal. Para querer fazer justiça tem que se achar vítima de injustiça. Três das passagens acima não tiram a legitimidade de sentimento de ira e vingança, mas dizem que pecado há quando materializamos ira e vingança. A quarta passagem não fala disso, mas cita um princípio que é válido para honra e para justiça: quem obtém certas coisas com as próprias mãos não as recebe de Deus.
      Cabe-nos trabalhar, perseverar e conquistar muitas virtudes, santidade, amor, humildade etc, mas justiça só Deus pode fazer. Enganando-se sobre isso é que criam teologias como a católica, da libertação, e mesmo a mais neo-pentecostal, da prosperidade. Essas põem o ser humano e neste mundo como ferramentas para obter-se benefícios, que parecem materiais, bens e grana, mas que desconsidera a justiça de Deus que vai além deste mundo. Sempre é preciso deixar claro: deixar Deus fazer justiça não é aceitar violência, intolerância e diferenças sociais passivamente, não, há coisas que podemos e precisamos fazer já. Mas há limites, esses só humildes e tementes a Deus conhecerão e terão forças para acatar com dignidade e em paz.
      Mas às vezes Deus nos usa para cobrar justiça, num sentimento tão forte, estancado por tanto tempo, suportado em tanta injustiça, que um dia o Senhor permite que saia de nós e cumpra sua vontade. Jesus mostrou algo semelhante na passagem do comércio no Templo de Jerusalém, quando um ser humano sábio, sereno, temperado, pacificador, amoroso e com tantas outras virtudes, usou ações físicas enérgicas para demonstrar a vontade de Deus sobre o uso errado de coisas sagradas (João 2.13-17). Mas tenhamos cuidado para usar tal passagem como desculpa para ação impensada, mesmo que seja revolta contra o comércio que há em muitas igrejas hoje. A experiência de Jesus foi exceção, não regra, e foi do filho santíssimo de Deus. 
      As palavras ira e vingança não são adequadas para denominar ações diretas de Deus, passam a ideia de algo descontrolado, agressivo. Deus sempre age com amor, contudo, o universo que Deus criou, e que recebe as injustiças, pode cobrar justiça com o mesmo peso dos danos e assaltos que recebeu. Vemos isso, por exemplo, quando fortes chuvas caem em encostas de montanhas, inundando e levando tudo que está em lugar errado, causando morte e destruição. Não foi uma ira subjetiva do divino que agiu, mas um efeito proporcional a uma causa. É assim também quando homens e espíritos maus lesam de alguma forma seres que andam na luz, os maus sofrerão pelas mãos de seres também maus as consequências de suas injustiças. 

17/10/25

Indivíduos diferentes (5/5)

      “E acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do Senhor no cume dos montes, e se elevará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações. E irão muitos povos, e dirão: Vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor. E ele julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças em foices; uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerrear. Vinde, ó casa de Jacó, e andemos na luz do Senhor.” Isaías 2.2-5

      O mundo caminha para a individualidade, para a independência de diferentes. Não nego que haja um lado ruim nisso, mas sempre há no início das mudanças, até que os excessos sejam equalizados, que se ache equilíbrio. O pior lado da agenda progressista “liberdade para ser indivíduo, diferente e singular”, é a demonização de qualquer referência, assim de valores morais e de Deus. Também pudera, depois de escravizada por séculos, a humanidade ocidental cansou-se do cristianismo oficial, esse por suas vez não se mostrou digno do nome do Cristo que diz professar. Mas vemos um cristianismo equivocado insistindo em fazer escolhas erradas, sendo arrogante, não paciente, sendo trevas, não luz, condenando e não amando. 
      Se o cristianismo infantil e intimidador não soube conduzir uma humanidade temerosa do diabo e do inferno e mal informada cientificamente, que tinha que ocultar experiências espirituais e mesmo científicas em ordens secretas e esotéricas, mais dificuldade tem com uma “esquerda” que se libertou da utopia marxista e agora luta pelos direitos de mulheres, negros, l.g.b.t.q.i.a.p+ e tantos outros de serem o que são. O cristianismo perdeu o bonde e não tem humildade para pedir, por favor, parem que eu quero subir, antes tenta minar os trilhos para impedir que o bonde siga. O bonde da história não pode ser parado, e nos últimos tempos ele virou trem-bala. Mas sempre há tempo de mudar se há o despojamento visto no Cristo. 
      Se a humanidade caminha para a individualidade, a fala deve ser mais abrangente, respeitando o máximo possível, abraçando as diferenças e não obrigando-as a serem aquilo que um grupo acha ser normal e correto, aliás, o conceito de normal hoje é outro. Não é a igreja que deve adentrar o mundo, fazer escravos e trazê-los para dentro dos templos, são os de fato espirituais que devem levar suas luzes às trevas e lá ficarem, transformando trevas em luz. Contudo, triste é o juízo daquele que recebendo uma lanterna para guiar os cegos, transformou-a numa arma para surrar os cegos e condená-los. Na verdade o castigo do que usou mal sua luz é pior do que está procurando pela luz. Como temos usado a luz que recebemos? 
      Seres humanos, pelo menos grande parte deles, precisam subir ao próximo nível espiritual. Sei que como cristãos não estamos acostumados com essas palavras, parece mais entendimento de espiritualistas, mas o próximo nível é isso, como cristãos, pararmos de interpretar a existência só do jeito tradicional. A que nos levou o cristianismo tradicional? Àquilo que podia, e foi muito, temos acesso ao perdão Deus pelo nome de Jesus, assim à paz que nos fortalece para praticarmos virtudes morais e construirmos o céu em nós. Mas há mais, temos direito de nos conectarmos com o Deus Altíssimo pelo Espírito Santo, que pode nos ensinar sobre mistérios espirituais com a palavra de vida eterna. Mas há mais no próximo nível, creiam.

José Osório de Souza, 15/02/2023

16/10/25

Mau, cético, religioso, espiritual (4/5)

      “Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão. Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão?” II Pedro 3.10-12

      Há quatro tipos de pessoas: maus, céticos, religiosos e espirituais. As bolhas desses quatro grupos não estão separadas, elas se penetram, às vezes mais de uma vez. Há bons céticos, maus céticos, religiosos maus, religiosos bons, espirituais religiosos, espirituais céticos, dentre outras intercessões. Em cada um dos quatro tipos há graduações diferentes de comprometimentos, cético vai do ateu ao materialista, religioso vai do mais extremista ao mais equilibrado, espiritual vai dos mais raso aos mais profundo, e há maus em todos os grupos, de orgulhoso e indiferente ao ativamente cruel e egoísta. Pessoas de todos os tipos também podem ter envolvimentos com religião estabelecida em níveis diferentes, nem todos são membros assíduos.
      Mas sendo mais específico, usei a classificação acima nos seguintes sentidos: cético não crê em Deus, mau até crê no plano espiritual, mas quer usá-lo para fins egoístas, religiosos são bons, ou pelo menos se acham assim, mas pensam que o bem só pode ser praticado estando eles ligados oficialmente a uma igreja ou religião, já os espirituais são o que muitos chamam de iluminados ou iniciados, têm uma experiência mais profunda com o plano espiritual. As bolhas se interceptam, como dito acima, assim espirituais podem ter origens diferentes, mas o mais comum é chegar-se à espiritualidade a partir, não do ceticismo, mas de alguma religião estabelecida, usando experiência dos outros como base para construir experiência pessoal. 
      O cristianismo não é tão poderoso e manipulado no mundo à toa, carrega o nome de Jesus e esse tem poder em si mesmo. Penso que todos podem seguir suas trajetórias espirituais da maneira que preferirem, mas creio que todos deveriam fazer pelo menos um “estágio” no cristianismo mais puro e próximo ao original possível, conhecendo de fato a vida do Cristo homem e o poder do nome do Cristo espiritual. Isso faria as primeiras curas emocionais nas pessoas e as livraria de muitos perigos que existem em religiões espiritualistas que às vezes abrem as portas do plano espiritual sem muito cuidado. A verdadeira iniciação e a iluminação mais alta só temos pelo Espírito Santo através do nome único de Jesus Cristo! Creio assim.
      Haverá um “final dos tempos”, não do jeito físico, explícito, cinematográfico, que muitos acham que será. Mas creiam, será justo e sério, mais do que muitos estão preparados para ser. A pergunta que faço é: como se portarão, muitos que batem no peito e gritam alto colocando-se como cristãos preparados para o fim, quando virem que as coisas não são como acham que deveriam ser? Inventarão novos enganos para seguirem acreditando no engano inicial? Desistirão da fé e brigarão com Deus? Ou serão humildes o suficiente para admitirem que estavam enganados, e que de fato nunca se prepararam para receber as verdades espirituais mais altas? Cristãos, não sabemos tudo que achamos que sabemos, sejamos humildes. 

José Osório de Souza, 15/02/2023

15/10/25

Próximo nível (3/5)

      “Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.” II Coríntios 3.3

      Exemplos, o ser humano precisou de exemplos manifestados de forma explícita, que por isso transformaram-se em religiões. O ser humano carrega um desejo intrínseco por idolatria, no sentido de construir algo que possa ser visto, celebrado, adorado e obedecido, materialmente. Não fiz juízo de valor das religiosidades e seres humanos na lista de religiões na postagem anterior, assim não separei o que a tradição judaico-cristã alia a Deus daquilo que não alia. O ponto desta reflexão é: será que ainda precisamos de ídolos, ainda que seja da manifestação mais elevada de Deus à humanidade, Jesus Cristo? Tudo que é definido é encarcerado, tudo que vira religião limita a atuação espiritual de Deus, assim é deste mundo, não do outro.
      Além do Cristo houve muitos exemplos manifestados de seres humanos de espiritualidade elevada que a humanidade conheceu e que se transformaram em religiões, visto que a humanidade precisou de “pais” físicos em sua infância espiritual. Mas houve outros homens de calibre espiritual que não ficaram famosos. Jesus, há quase dois mil anos atrás, já anunciava uma espiritualidade diferenciada e discreta, se apareceu para matar a fome da multidão e curar doenças de muitos de forma visível, foi por amor, não para fundar uma religião. O ser humano, contudo, pelo menos pelo cristianismo, não entendeu a lição, retrocedeu no catolicismo e no protestantismo, ainda que conhecendo o exemplo de homem e o poder espiritual de Jesus Cristo.
      Um ministério espiritual desempenhado pelo Espírito de Deus para conduzir espíritos humanos a um reino espiritual, eis as boas novas do Cristo. Pareço citar o termo “espírito” demasiadamente? Mas não, ainda assim grande parte das pessoas não entende a relevância. Um ministério espiritual não precisa de templos ou igrejas, só do espírito humano. Esse ministério não tem o propósito de fortalecer instituições religiosas, de manipular massas, de ser adorado pela aparência material, esse ministério cala a matéria e aperfeiçoa o espírito. Esse ministério precisa de religiões, ainda que seja para desempenhar evangelismo inicial aos que nada sabem sobre Deus? Não, precisa de indivíduos com experiências reais com Deus.
      As pessoas só precisam ser recordadas do que já sabem, que dentro delas há espíritos que anseiam por Deus. Como buscarão mais a Deus? Vendo os frutos práticos de quem já buscou. Esse ministério sente a necessidade de reunião em grupos, de administrar dinheiro e bens para manutenção do lugar da reunião e de necessidades dos reunidos? Sim, mas sem que o ministério em si seja usado para gerar lucro material, o único lucro deve ser a prática de virtudes morais nas vidas dos que compartilham a fé. Isso significa que todos que buscam a Deus devem fazer do mesmo jeito? Não, que cada um procure o jeito que se sente melhor, sem julgar o jeito dos outros. Eis o próximo nível de espiritualidade que o ser humano precisa. 

José Osório de Souza, 15/02/2023

14/10/25

Tantas religiões (2/5)

      “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti. De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão.” Gálatas 3.8-9

      Abaixo, uma lista com alguns fundadores, criadores e codificadores de tradições religiosas (links individuais em fonte). Selecionei 40, desses, 18 (*) têm base na tradição judaico-cristã. O entendimento de muitos cristãos dessa lista, ainda que não assumido, é um: “22 dessas religiões não são de Deus, 18, são”. Pareço extremista? Mas essa é a realidade que muitos cristãos devem assumir, baseados em suas doutrinas e nos ensinos de seus líderes nos púlpitos de suas igrejas. “Um número enorme de seres humanos, em todo o mundo e ao longo da história, teve em suas religiões ensinos que não os levou ao céu, passados por espíritos malignos enganadores”, se não é isso, então, o que se diz não é o que se crê em muitas igrejas. 
      Uma verdade que muitos cristãos que se consideram donos da verdade maior não aceitam: Deus permite a cada ser humano, em tempos e lugares diferentes, a espiritualidade que cada um pode administrar para estar mais perto dele. No mundo atual existe um número enorme de pessoas que não é cristão, nasceu em outras religiões e morrerá assim. Haja inferno, se o fim desses seres humanos for a condenação só porque nunca puderam ser batizados e doutrinados no evangelho. Por outro lado, um estudo de muitas religiões revelará pontos em comum entre elas, ritos e objetivos parecidos, se Deus a todos chama, por que só alguns responderiam esse chamado por Cristo, não pelos meios que têm em mãos em suas realidades? 
      Muitos dizem: “conheço gente que era infeliz numa religião, foi para a igreja evangélica e a vida mudou”. Se de fato isso é verdade, primeiro, a pessoa era viável para ser evangélica, vivia perto de gente que lhe falou do evangelho e pôde frequentar uma igreja evangélica, isso não acontece com todo mundo no planeta. Segundo, talvez o lugar de Deus para essa pessoa fosse igreja evangélica, não outra religião. Por outro lado há muita gente feliz em outras religiões assim como infeliz em igreja evangélica, o lugar melhor para cada um vivenciar espiritualidade é Deus quem sabe. Mesmo “felicidade” frequentando igreja e tendo religião é algo variável, muitos só querem a vida social de uma comunidade, a doutrina pouco importa. 
      A verdade é que muitos evangélicos, refugiados em suas bolhas, e ainda que socialmente respeitando outros religiosos, não fazem ideia do que acontece dentro de outros cultos religiosos, no máximo têm uma visão distorcida, preconceituosa e pessimista, aliando o que não se encaixa em suas doutrinas ao capeta. A vida não é tão simples assim, aqui e no além, mas ao mesmo tempo é mais simples que muitos acham que é. Para quem ama há luz, assim espera o melhor mesmo sem entender, vê portas abertas mesmo sem saber, enxerga o sincero do bem mesmo atrás das capas de religiosidades diferentes. O humilde e temente a Deus vislumbra de antemão aquilo que muitos só olharão na eternidade, assim é mais feliz e tem paz com todos.

----------#----------

      Lista com alguns fundadores, criadores e codificadores de tradições religiosas:

      - Antes do ano 500

  • Hinduísmo/Bramanismo (fonte)
  • Abraão, Judaísmo *
  • Amósis I, adoração monoteísta de Amon-Rá
  • Aquenáton, Atonismo 
  • Moisés, Judaísmo *
  • Zoroastro, Zoroastrismo
  • Lao-Tsé, Taoísmo
  • Confúcio, Confucionismo
  • Pitágoras, Pitagorismo
  • Siddhartha Gautama (o Buda), Budismo
  • Platão, realismo platónico
  • Epicuro, Epicurismo 
  • Zenão de Cítio, estoicismo
  • Jesus Cristo, cristianismo *
  • Gnosticismo (fonte) *
  • Maniqueu, maniqueísmo
  • Catolicismo (fonte) * 

      - Medieval e Moderna 

  • Bodhidharma, zen
  • Maomé, islão
  • Martinho Lutero, protestantismo *
  • Henrique VIII de Inglaterra, anglicanismo *
  • João Calvino, calvinismo *
  • John Knox, presbiterianismo *
  • John Smyth, igreja batista *
  • Avvakum, igreja ortodoxa russa *
  • John Wesley, metodismo *
  • Candomblé (fonte
 
     - Após o ano 1800

  • Masaharu Taniguchi, Seicho-no-ie 
  • Allan Kardec, espiritismo moderno *
  • Meishu-Sama, messianismo oriental
  • Joseph Smith Jr., mormonismo *
  • James White, Igreja Adventista do Sétimo Dia *
  • Mary Baker Eddy, ciência cristã *
  • Helena Blavatsky, teosofia 
  • Charles Taze Russell, Testemunhas de Jeová *
  • Aleister Crowley, thelema
  • William Seymour, pentecostalismo *
  • Gerald Gardner, wicca
  • Zélio Fernandino de Moraes, Umbanda 
  • Anton LaVey, satanismo

José Osório de Souza, 15/02/2023

13/10/25

Final dos tempos (1/5)

      “E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro. E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno. Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente. E tu, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará.Daniel 12.1-4 

      “E naquele tempo”, em que tempo será esse tempo? Daniel fala de um tempo de angústia como nunca houve. “Livrar-se-á o escrito no livro”, que livro é esse? Haverá uma ressurreição, será no corpo físico e neste mundo ou no espírito e no outro plano? “Os que ensinam a justiça resplandecerão”, mas a Daniel convinha esperar, muita coisa ainda aconteceria no mundo, “o conhecimento se multiplicaria”. Já não evoluiu a ciência, a internet, a sociedade? Acho covarde pôr dúvidas nas crenças de muitos e ficar em cima do muro, assim posiciono-me diante de homens e de Deus: muitos entendem a Bíblia errado, assim recebem ajuda limitada para vencerem o mal e se prepararem para o “final dos tempos”, seja isso o que for. 
      É importante entendermos que o cristianismo espera os últimos tempos desde o início de sua história, Paulo já exortava tessalonicenses a respeito em suas cartas, e mesmo em Atos, a vida comunitária dos primeiros convertidos, mostrava a crença que não valia a pena investir na existência secular. Na verdade sempre que a igreja experimenta alguma espécie de “avivamento” acha que o mundo vai acabar, quem já não teve experiência assim? É o encantamento e a ilusão que a paixão traz, e essa existe mesmo se provamos experiência com base espiritual, contudo, como toda paixão, passa. Então, não nos enganemos nos achando mais merecedores de viver o final dos tempos que achavam outros cristãos em outros tempos.
      “O livro da vida onde estão listados os nomes dos salvos”, bem, esse é um entendimento antigo de um homem antigo, no tempo que poucos sabiam ler e menos ainda escreviam, assim ter o nome registrado num papiro, couro, pedra ou outro material, era um privilégio. Talvez, se muitas profecias fossem recebidas hoje diríamos que os nomes estariam escritos numa mensagem de celular divino. Enfim, o que importa não é a interpretação ao pé da letra, mas o princípio. Eu penso que há algo mais nesse livro, mas a nós não compete entender ou explicar muitas coisas, só fazer o nosso melhor para que de algum jeito tenhamos direito à melhor eternidade com Deus. Isso não se faz na última hora, mas perseverantemente durante uma vida. 
      Quem sabe ou acha que sabe gosta de falar, eu acho que sei por isso escrevo aqui, se sei de fato, a eternidade dirá. Mas me chama a atenção as frases “os que ensinam a justiça resplandecerão” e “o conhecimento se multiplicará”, ambas se relacionam à informação. De fato vivemos um tempo especial para a informação. Internet, redes sociais e celulares comunicam todos com todos em todo o tempo, mas até que ponto o que se compartilha é útil para conduzir à vida eterna? Quem ensina a justiça é iluminado, mas não a justiça de homens ou de religiões, a do Espírito de Deus. Hoje, contudo, ficou mais difícil, no meio de tanta news e fake news, saber o que é justiça, assim, quando muitos falam, mais sábio é calar-se. 

José Osório de Souza, 15/02/2023