07/09/19

Em paz em uma igreja

      “Rogamo-vos, também, irmãos, que admoesteis os desordeiros, consoleis os de pouco ânimo, sustenteis os fracos, e sejais pacientes para com todos. Vede que ninguém dê a outrem mal por mal, mas segui sempre o bem, tanto uns para com os outros, como para com todos.” I Tessalonicenses 5.14-15

      Cheguei num ponto de minha vida com Deus que tenho duas certezas com relação às igrejas: convicção que é vontade do Senhor frequentar uma igreja, e nenhuma ilusão com relação a o que vou ter que enfrentar num grupo social, ainda que cristão, humano. Com algumas coisas na vida temos simplesmente que ser pragmáticos, sermos práticos, objetivos, e fazermos o que precisa ser feito, de forma racional e muito mais por fé que por paixão. Importante que façamos com convicção em Deus, já que quem faz algo por qualquer motivo, deixará de fazer facilmente também por qualquer motivo. 
      Os mais jovens ou novos convertidos podem não entender esta reflexão. Quando se é mais novo conviver com um grupo social, conhecer as pessoas, não sabendo de fato profundamente tudo, ou quando se é novo convertido, ainda no primeiro amor e apaixonado pelo cristianismo, pelas palavras iniciais, pela música, que muitas vezes são novidades se viemos de outras regiões, podem nos encantar de tal maneira que não vemos defeitos nas coisas. 
      Que fique registrado aqui que analisar as coisas, não aceitar tudo sem discordar, não é ser murmurador, nem desagrada a Deus, pode desagradar sim a homens que querem nos manipular e que para isso necessitam que aceitemos tudo de boca fechada. Mas num determinado momento, aceitamos as coisas, entendemos que neste mundo, entre seres humanos, nada é perfeito, mesmo entre filhos de Deus, assim acabamos escolhendo o que é menos ruim, e não o que é totalmente bom. 
      O Senhor nos conhece, nos ama, entende nossas limites e nossas necessidades, e à medida que procuramos com cuidado e boa sinceridade ele nos mostra o melhor lugar, a melhor igreja possível, de forma que possamos ser bons crentes para aprendermos mais sobre a Bíblia e o evangelho convivendo com pares. Contudo, e acima de tudo, é preciso que nos libertemos das ilusões, quem não se ilude não se desilude, é preciso que aceitemos a verdade sobre igrejas cristãs, todas elas, para assim, olhando sempre para Deus em primeiro lugar, conseguirmos frequentar comunidades em paz e por mais tempo. 
      O pastor nunca te entenderá plenamente, nunca te dará toda a atenção que você deseja, e seja misericordioso com ele, ele também é homem, limitado como você e com problemas pessoais que tem que conviver, junto dos problemas de muitas ovelhas. As pessoas da igreja também não são tão espirituais como deveriam ainda que tenham títulos e frequentem o púlpito com certa assiduidade. Mas se tivermos paciência, se dermos aquilo que gostaríamos de receber sem muita cobrança, enfim, ser formos realmente espirituais, Deus nos usará e nos abençoará numa igreja. 

06/09/19

Tempo de calar

      “O que possui o conhecimento guarda as suas palavras, e o homem de entendimento é de precioso espírito. Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; e o que cerra os seus lábios é tido por entendido.” Provérbios 17.27-28

      A melhor adoração é a obediência, entender, contudo, que a vontade de Deus para a nossa vida, ainda que tenhamos chamada para falar, é ficar calado, é um louvor que agrada muito ao Senhor. O silêncio pode ser fuga para os covardes, mas ainda esses, por estarem calados, podem ser tomados por sábios. Sim, há poder na palavra, Deus usa professores e pregadores, mas o silêncio pode ser espada de fogo do Espírito de Deus, ainda que difícil ao profeta, ao que ensina, manter-se calado, principalmente diante do tolo que se coloca sem sabedoria como mestre. 
      Mas mesmo que você saiba em Deus que o tolo só sabe expor suas tolices, ainda que ele ache estar sendo usado por um poder superior, não despreze o tolo, não zombe dele, e muito menos inveje-o ou ire-se contra ele, demonstre respeito, o mesmo que teve Davi por Saul. Quando agimos assim, Deus tem liberdade para trabalhar na vida das pessoas, nós não atrapalhamos o agir de Deus, e isso abrevia o tempo, tanto da disciplina do outro, quanto do nosso jejum de silêncio, sim, porque se calar em Deus é obediência, é um tipo de jejum, é adoração ao Senhor. 
      Contudo, por mais que seja difícil, controle-se e cerre os lábios, se isso for vontade de Deus, e cale-se com o espírito certo, sem se sentir desprezado ou castigado, mas como servo de Deus que sabe que se cala sob ordem do Altíssimo. Deus honra os que o obedecem, e se teu silêncio for o melhor sacrifício de louvor que você pode oferecer a Deus, adore ao Senhor com alegria e em paz. Quando nos calamos em Deus, Deus aparece, não nós, se Deus aparece até em nosso silêncio ele age com poder. (Esta é a 2ª reflexão que faço sobre o mesmo tema nesta semana, confira também em Profeta usado no silêncio, Deus sabe...).

05/09/19

Por que adorar nos faz tão bem?

      “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.João 4.23-24

      Por que verbalizar as características de Deus nos faz bem? Por que adorar a Deus por ele ser superior a tudo abençoa o homem? Por que é necessário ao homem fazer isso, ter essa atitude, ter esse pensamento, ter esse sentimento? Por que manifestar por palavras e por tudo o mais a grandeza e infinitude de Deus alimenta o homem, fortalece-o, renova-o, cura-o, transforma-o? 
      Adorar a Deus é mais que admitir o óbvio por simples obrigação, pelo menos óbvio para os que têm o Espírito Santo habitando seus homens interiores, se fosse só isso bastaria uma disposição de fé, racional, para aceitar a limitação humana e a ilimitação divina e pronto, mas só isso não é adorar a Deus, e lembremos que só isso até o diabo faz e continua sendo diabo. 
      Mas é preciso um comprometimento total, com todas as faculdades humanas, disposição que de alguma forma parece conseguir, assim, entrar num contato mais íntimo com Deus. Adorar ao Altíssimo nos coloca numa frequência mais alta, superior aos homens, aos espíritos e anjos malignos, mesmo aos seres espirituais da luz, uma experiência que mudará nossa prática de vida depois. 
      Adorar é mais que um sentimento, um pensamento, é um estado que nos coloca numa posição espiritual diferenciada e melhor, a melhor que o homem pode experimentar no plano físico, a mais próxima da que viverá no plano espiritual através da salvação exclusiva de Jesus. Muitos cristãos de fato não estão preparados para entender o poder da adoração a Deus, mas o mais importante é que eles adoram a Deus e isso basta. 

04/09/19

Amar é respeitar

      “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.Filipenses 2.3-4

      Respeito, é o que mais se prega hoje em dia, principalmente no mundo (por incrível que pareça), todos querem ser o que quiserem ser e serem respeitados por isso. Mas respeitar não é só aceitar a condição alheia e não se opor, seja por palavras ou ações, às suas escolhas, é mais que isso. Respeitar é ter uma consideração especial pelos outros, desejar algo bom mesmo na diferença de opinião, respeitar é não odiar, em nenhuma instância, respeitar no evangelho é amar. Para amar é preciso perdoar, não invejar, não se irar, mas também se comprometer e não ser indiferente. 
      Quem dá o maior exemplo de respeito é Deus, que ainda que o homem seja menor, pior, infinitamente inferior, em todas as áreas a ele, Deus ainda assim permite que o homem tenha livre arbítrio em relação à salvação de Jesus, e continua amando o ser humano na esperança que ele, em vida física, se converta e se torne seu filho. Se Deus respeita a todos, quem sou eu pra me considerar melhor que alguém e despreza-lo, ainda que seja no silêncio do meu coração? Respeitemos e seremos respeitados, e comecemos por respeitar a nós mesmos, quem se respeita respeitará os outros. 

03/09/19

Profeta usado no silêncio

      “Do homem são as preparações do coração, mas do Senhor a resposta da língua. Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o Senhor pesa o espírito. Confia ao Senhor as tuas obras, e teus pensamentos serão estabelecidos.Provérbios 16.1-3

      Quando estamos no centro da vontade de Deus, em obediência e temor, somos usados, confrontamos as pessoas, até no silêncio. Se nos julgam por nosso silêncio é o coração do julgador que se apresenta para ser julgado por Deus, enquanto nós, em nosso silêncio, nos guardamos e buscamos em Deus qual é a atitude mais sábia a ser tomada para não pecarmos contra Deus nem julgarmos os homens. Boca que se abre sem temor aprisiona a alma aos limitados julgamentos humanos.
      Quando nada temos a dizer, e entendamos que Deus pode estar pedindo exatamente isso de nós em algumas circunstâncias, permaneçamos em silêncio e em paz, não sofrendo como quem é injustiçado, como quem está amordaçado, mas como quem confia em Deus e sabe, mesmo sem entender, que a vontade dele é sempre a melhor e tem um objetivo. Boca que se guarda em Deus deixa o espírito livre para aprender os mistérios da terra e dos céus pela boca do Altíssimo.

02/09/19

A porção de Jacó é o Senhor dos Exércitos!

      “Embrutecido é todo o homem, no seu conhecimento; envergonha-se todo o artífice da imagem de escultura; porque a sua imagem de fundição é mentira, e nelas não há espírito. Vaidade são, obra de enganos; no tempo da sua visitação perecerão. 
      Não é semelhante a estes a porção de Jacó; porque ele é o que formou tudo; e Israel é a tribo da sua herança; o Senhor dos Exércitos é o seu nome. 
      Tu és meu machado de batalha e minhas armas de guerra, e por meio de ti despedaçarei as nações e por ti destruirei os reis; E por meio de ti despedaçarei o cavalo e o seu cavaleiro; e por meio de ti despedaçarei o carro e o que nele vai; E por meio de ti despedaçarei o homem e a mulher, e por meio de ti despedaçarei o velho e o moço, e por meio de ti despedaçarei o jovem e a virgem; E por meio de ti despedaçarei o pastor e o seu rebanho, e por meio de ti despedaçarei o lavrador e a sua junta de bois, e por meio de ti despedaçarei os capitães e os magistrados. 
      E pagarei a Babilônia, e a todos os moradores da Caldéia, toda a maldade que fizeram em Sião, aos vossos olhos, diz o Senhor.” 
Jeremias 51.17-24

      Quando o povo de Deus se afasta de Deus, se rebela, adora falsos deuses no lugar do Deus verdadeiro, Deus disciplina seu povo. Na disciplina Deus levatanta Babilônia e a usa para escravizar seu povo, tirando dele Canaã, privando-o de liberdade, assim Deus fez com a nação de Israel no antigo testamento e assim, ainda que de forma metafórica mas real, faz conosco, filhos por Cristo, hoje. A disciplina do Senhor, contudo, tem objetivo bom e tempo para terminar. Quando aprendemos a lição Deus nos dá novamente liberdade, nos livra e nos honra. 
      O que é Babilônia para nós nos dias de hoje? Pode ser termos que suportar um emprego duro onde a remuneração é pequena e o patrão é difícil, pode ser termos que conviver com parentela arrogante que não nos trata com o respeito que queríamos. Mas em Babilônia somos escravos, e como tais devemos aceitar nossa condição e não nos rebelarmos. De Babilônia se sai humilde e obediente a Deus, contudo, ainda que Babilônia tenha sido usada pelo Senhor para corrigir os filhos de Deus ela não ficará impune por ter sido cruel com o povo do Altíssimo. 
      O que acontece é que passado o tempo de cativeiro, que pode durar anos, Israel de Deus sai livre e amadurecido, quanto à Babilônia, que oprimiu, humilhou, desprezou os filhos do Senhor, recebe no final o pagamento da justiça de Deus. Como isso se aplica a nossas vidas hoje? Pense, avalie-se, ore, mas aprenda, é muito melhor estar debaixo da disciplina como Israel que sob a justiça como Babilônia. Deus não toma como inocente os que machucam seus filhos, mesmo que debaixo de sua autorização. A porção de Jacó não são falsos deuses, ídolos de gesso, madeira ou metal, o Senhor dos Exércitos é o seu nome, e com esse não se brinca. 

01/09/19

Poder de Deus: evoca-lo ou invoca-lo?

      O tema que mais tira “aleluias” de grande parte dos evangélicos atuais, na maioria pentecostais, nas igrejas é o poder de Deus, por outro lado, sabendo que o tema agrada, é assunto de muitos pregadores, e muitos por pura conveniência. Mas por que os crentes gostam tanto do tema “Deus tem poder”, para que esse poder é evocado? O problema pode estar justamente aí, o poder é evocado, não invocado, sabe a diferença? Vamos achar várias definições dessas palavras, seguem algumas que podem nos ajudar a entender essa reflexão.
      Evocar pode ser chamar para fora, já invocar pode ser chamar para dentro (como eu disse essas são algumas das definições que podemos dar a essas palavras quando se referem a coisas espirituais). A grande maioria quer o poder de Deus para realizar milagres externos, não para experimentar milagres internos. No exterior está o nosso corpo se relacionando com o mundo, no interior estão nossa alma e nosso espírito relacionando-se com Deus e com o mundo espiritual. 
      Milagres exteriores mudam condições materiais, acessam provisões físicas, bens, dinheiro, posição social, mesmo alianças afetivas como casamento. Milagres interiores mudam nosso caráter, nossos valores, nos fazem seres humanos melhores, ao invés de nos darem conforto e status no plano físico. As conquistas no plano físico ficarão aqui após a morte, as interiores levaremos conosco e definirão nossa eternidade. Isso nos faz pensar sobre quais são as prioridades da maioria dos evangélicos atuais. 
      Muitos podem argumentar, “mas Jesus fez milagres físicos e disse que se tivermos fé faremos milagres maiores ainda”, sim, ele fez, e fez muito mais para convencer incrédulos infantis que para ensinar a sermos crédulos maduros. O maior milagre que o poder de Deus realiza é nos perdoar, sermos seres humanos como foi Jesus encarnado, em sua santidade, em sua misericórdia, em suas prioridades com suas relações com Deus, consigo mesmo e com as pessoas, deveria ser o maior milagre que buscamos pelo poder de Deus.
      Como cantamos sobre o poder de Deus, como dizemos que queremos estar perto do Senhor para adora-lo, como queremos sentir o poder de Deus, mas para quê? Para fugirmos da realidade em algum êxtase, para termos status de espiritual, para ganharmos providências materiais? Jesus nos chama para fora, não para dentro de igrejas, a maior intimidade do Senhor revelamos quando andamos pelas ruas, nas empresas, nas salas de aulas, não no “altar” cantando alto com um microfone na mão.
      Os milagres que cristãos maduros provam do poder de Deus é serem seres humanos melhores, não terem condições de vida material melhores, o poder de Deus quer nos fazer prioritariamente ser, não ter. Não que Deus não nos dê fisicamente o que precisamos para termos vidas dignas, mas temos que entender de uma vez por todas que essa não é a prioridade do Senhor para filhos maduros que querem ser como o Cristo encarnado.
       Digo sempre Cristo encarnado porque hoje Jesus é plenamente espiritual, mas quando viveu no mundo, há quase dois mil anos atrás, viveu como homem para nos ensinar como podemos agradar a Deus como homens encarnados neste mundo. Jesus encarnado com todo o poder de Deus que tinha não era rico, casado, um homem bem sucedido no molde, por exemplo, do rei Salomão. Jesus era simples, humilde, manso, ainda que com autoridade legítima de Deus, e materialmente tinha só o mínimo que necessitava. 
      Não, não somos todos chamados para ser apóstolos, missionários, pastores, e as definições bíblicas dessas funções se diferenciam bastante do que muitos acham hoje serem essas funções. Deus nos chama para sermos bem sucedidos também no plano físico, em nossas profissões, em nossos casamentos, sendo que nessas áreas podemos experimentar muito do poder de Deus (que se manifesta principalmente através de nossos esforços pessoais, não por intervenções sobrenaturais). 
      Quando desejamos tanto a manifestação do poder de Deus, analisemos com honestidade esse desejo, para que queremos esse poder? Segue texto de Mateus 10.21-23 que ensina a prioridade do evangelho, como faço aqui em grande parte das reflexões, cito texto bíblico como exemplo, sem fazer estudo bíbulo detalhado, algo que ao meu ver já foi feito muito nos púlpitos reais e virtuais sem que vejamos mudança na realidade de grande parte do povo evangélico atual. 
      A lição do texto é uma, a melhor manifestação do poder de Deus está em mudar o coração do homem não em enriquecer seu corpo: “E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, toma a cruz, e segue-me. Mas ele, pesaroso desta palavra, retirou-se triste; porque possuía muitas propriedades. Então Jesus, olhando em redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!”.

31/08/19

O que é o amor de Deus?

      “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, E a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.Romanos 5.3-9


      O amor de Deus, temos a mínima ideia do que ele é. Em primeiro lugar porque a grande maioria de nós não sabe amar, e não sabe porque não recebeu amor nem foi ensinado sobre ele. O mundo confunde amor com paixão, com sexo, com intimidade física, e tudo isso, sim, também faz parte do amor, mas tem mais a ver com a alma e o corpo humano. Amor vai além de sentimentos e pensamentos, muitas vezes terá que agir por fé e deverá mostrar com obras, com prática de vida, que muitas vezes sacrifica, entega-se, antes de usufruir e receber. Mas o amor, o verdadeiro amor, é completo e sempre conduz à perfeição.
       Quem se olha, se conhece, se avalia, sem orgulho ou falsidade, e tem o mínimo de lucidez para discernir a vontade e o agir de Deus no universo, entende o amor de Deus, contempla-o e maravilha-se com ele, como alguém como Deus pode me amar tanto, eu questiono? Eu erro e continuo errando, ainda que insisto em dizer que não gosto de errar é que não quero errar mais, e ainda assim Deus deposita crédito na minha vida. Eu injusto com as pessoas, exijo delas o que não sou, o que não vivo, como se eu fosse juiz, não só outro réu, e ainda assim Deus tem misericórdia de mim e não me trata como eu aos outros trato.
      Mas conhecer o amor de Deus é conhecer o próprio Deus e se desvencilhar de equívocos religiosos que não têm a ver com Deus, mas com tradições religiosas. Muitos perguntam, “se Deus é amor por que tantos sofrem no mundo”? Outros respondem, “sofrem porque peçam”. Então o lúcido questiona, “mas tantos sofrem inocentemente, sem terem pecado diretamente, como crianças e mesmo adultos, subnutridos, sem potência intelectual ou emocional para reagirem”. Será que tantos que afirmam nos púlpito que Deu ama a humanidade e abençoa todos os que se aproximam dele em Cristo, assumem a verdade que tantos sofrem injustamente e o “deus” que eles creeem não faz absolutamente nada para ajudar a esses? 
      Sim, isso acontece, e quem quer de fato entender o amor de Deus não pode fechar os olhos para isso, enfrentar essa realidade nos levará a nos libertarmos da religião e a conhecer de fato Deus e seu amor. Não, Deus não é um pai rico e liberal que dá a todos de forma indiscriminada, e não basta uma oração aqui no Brasil para que crianças africanas sejam abençoadas, ou mulheres no mundo árabe sejam libertadas. A responsabilidade de ajudar essas crianças e essas mulheres é justamente daqueles que se dizem abençoados pelo amor de Deus.
      Os mais culpados pelas injustiças e sofrimentos do mundo não são os ateus, espíritas e esotéricos, mas os cristãos, essa é a verdade (aliás, em termos de caridade ateus, espíritas e esotéricos fazem muitas vezes muito mais que evangélicos e protestantes). Por quê? Porque esses são os que dizem mais receber de Deus, que testemunham como sendo os que mais conhecem e provam do amor de Deus. Ao invés de ficarem arrecadando dízimos para possuírem grandes templos, ainda que isso seja feito com sinceridade e sem a intenção de enriquecer lideranças, os cristãos deveriam assumir suas responsabilidades de transformarem em obras de caridade todo o amor que dizem provar de Deus. 
      Sobre os que mais recebem pesarão as maiores cobranças, ninguém se engane, melhor seria para muitos dizerem que não conhecem assim tanto a Deus, que não têm tanta intimidade assim com o criador e Senhor do universo, melhor seria para muitos terem mais vergonha de dizer que são filhos amados de Deus, aliás, muitos não têm vergonha do evangelho, mas o evangelho tem vergonha deles, e não me refiram aos carnais e presos aos vícios, mas a muitos que se acham espirituais. A verdade é que o cristianismo perdeu a vergonha na cara, e isso desde sempre nas denominações tradicionais e oficiais, sempre que homens dominam sobre homens em nome de um “deus”.
      Ainda assim Deus continua amando, o Deus verdadeiro que manifestou em Jesus todo o seu amor, que se deu para que aprendéssemos a nos dar pelos outros. O cristianismo, principalmente o das religiões e denominações fora do catolicismo, sofrerá uma grande perseguição no final, mas isso não acontecerá porque o diabo se fortalecerá, o diabo sempre foi e será fraco, fraco e vencido. Mas o cristianismo das igrejas cristãs que mais se aproximam do verdadeiro evangelho é que se enfraquecerá, e esse processo já se iniciou, são os que representam o cristianismo no mundo que estão entregando de bandeja o evangelho para o inimigo. 
      O Espírito Santo, contudo, nunca é fraco, nunca se vende, e ele não é propriedade do pentecostalismo dos evangélicos carismáticos, nem do conhecimento bíblico apurado dos tradicionais, ele é Deus, o consolador que Jesus disse que viria para lembrar e ensinar o evangelho ao mundo. É para ele que devemos nos voltar, ele é a Igreja corpo de Cristo, não os templos, as denominações, as religiões, os homens. Só ele nos conduz à verdade e pode nos fazer amar o amor de Deus, um amor de obras, não só de palavras, a única coisa que pode ajudar a humanidade e mudar o mundo. 

30/08/19

Não precisamos saber tudo, só o mais importante

      “Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.Filipenses 2.10-11

      Existem muitos mistérios na vida e no universo, a ciência, dentro do espaço e tempo, vai conseguindo explicar as coisas. No futuro, ou no futuro possível que a humanidade terá antes que ela mesmo se precipite num caos iminente e derradeiro, poderemos através da ciência ter a resposta de muitas coisas que hoje ainda são mistérios. Eu creio que se houvesse tempo e humildade científica diante do evangelho, mesmo mistérios espirituais poderiam ser explicados cientificamente.
      Mas principalmente no plano espiritual, a fé nos dá certas seguranças, cremos mesmo sem saber, muitos que tentam saber o que não devem acabam se perdendo nas artimanhas do mal. O ocultismo e outras práticas mágicas e esotéricas podem até explicar, mas a Bíblia adverte que a busca desse conhecimento não é conveniente. Nem estou afirmando que isso ou aquilo não é verdade, não é possível, mas só que não convém, pelo menos não para a grande maioria dos seres humanos. 
      Como funcionam as potestades e legiões de anjos e demônios, como se desenha as hierarquias no mundo espiritual? O diabo, em sua arrogância, não sabe (ou não admite) por isso insiste em querer vencer ou sabe que vai perder e por isso quer levar os homens consigo para o inferno? Certeza ninguém tem de muitas coisas, e é assim para que aceitemos nossos limites e confiemos em Deus. Deus nos dá uma certeza, e ela basta por tudo, descansar nisso é segredo de paz. 
      O nome de Jesus Cristo tem poder acima de todo nome, sobre todo mal, mais alto alto que todo diabo, assim como perdoa todo pecado dos vivos neste mundo, dessa forma não precisamos saber como nem de onde vem certos males, mas apenas que o nome de Jesus nos protege de todo o mal. Não sejamos curiosos sobre certas coisas, gastando tempo e energia com o que deve continuar como mistério, mas saibamos o que mais importa, o nome de Jesus tem poder. 

29/08/19

Tempo da informação

      “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno. Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente. E tu, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará.” Daniel 12.2-4

      Vivemos o momento da informação, tudo sobre todos é compartilhado com todos o mais rapidamente possível, muitas vezes em tempo real. Isso não significa que haja mais verdade, ainda que as mídias, jornalismo, televisão e internet, arroguem ser o grande hierofante atual na luta de fatos contra fake (news). O que há é muito mais manipulação no jogo de poder, que agora, mais até que por ferramentas financeiras, culturais ou militares, usa a informação como arma. 
      O mais sábio é não levar muito a sério toda essa informação despejada sobre nossas cabeças pelas mídias, ouvir tudo e reter o que é bom (conforme I Tessalonicenses 5.21), não endeusando algumas coisas, ainda que pareçam até cristãs, nem demonizando outras, mesmo quer se declarem não cristãs, é tudo coisa de homem, e portanto, desse mundo e tudo sujeito a erro. Repito, tome cuidado com tudo, principalmente com quem diz que é contra fake news, esses muitas vezes são os mais disseminadores de fake news, ainda que de uma forma mais sofisticadamente manipulada. 
      A verdade no mundo hoje só vem de uma fonte, do Espírito Santo, ele é o consolador que Jesus mandou após sua partida como homem encarnado, o único embaixador divino legítimo, mais que pastores, igrejas e religiões. Urge que tenhamos mais tempo orando que lendo posts, ouvindo podcasts ou assistindo vídeos, urge que nos comuniquemos mais com Deus que com o mundo virtual, urge que tenhamos mais cuidado com tudo que diga ser oficial, profissional, mas que é deste mundo.
      Sim, depois disso, urge que estudemos mais, que nos informemos mais, que levemos mais a sério a ciência, o cristão precisa ser em primeiro lugar espiritual mas depois inteligente, racional, lúcido e bem informado. Entre as ultimas estratégias do mal para o final dos tempos, está o domínio pela informação, urge andarmos mais e mais na luz real do Altíssimo para termos discernimento sobre a verdade maior sobre tudo. Só quem estiver bem ligado a Deus saberá se desvencilhar dessas estratégias malignas e subirá na “primeira leva” do arrebatamento.

28/08/19

Não seja plateia de batalha alheia

      Não se aproxime de uma batalha só por curiosidade, só para assistir, só para ver como as coisas funcionam, batalhas não têm plateia, tem dois lados em guerra. Quem achar que pode ficar neutro acabará sendo alvejado, e isso por qualquer um dos lados, já que quando não se toma partido somos inimigos dos dois que guerreiam entre si. Não tem como não fazer referência, nesse assunto, ao texto de Apocalipse sobre a carta do anjo da igreja de Laodiceia, “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.” (Apocalipse 3.15-16), ser plateia em batalha é ser morno, e o texto deixa bem claro o que Deus pensa dos mornos. Quando queremos ser só plateia? 
      Uma situação é quando queremos conhecer o mundo espiritual, os dons, e principalmente os seres espirituais, do bem e do mal, esse campo é algo muito sério e perigoso, ninguém entre nele despreparado. Como diz um ditado, “quem estuda o mal é estudado pelo mal”, nem todos são chamados para conhecerem com mais profundidade anjos e demônios, principados e potestades, como sempre a proteção está na obediência a Deus. Mas se Deus não mandou, a distância com respeito, não com medo, é o caminho mais sábio. Muito pior, contudo, são os que não têm a vida de fato entregue nas mãos de Deus, que ainda nem se converteram, mas que frequentam, por exemplo, centros espíritas, ainda que seja só por curiosidade, esses dão legalidade ao mal para entrar em suas vidas. Bem, se somos convertidos saberemos que essas práticas nenhum bem trazem, sejam por quais motivos forem. 
      Outra caso é se envolver com problemas alheios, principalmente se for problemas entre cônjuges, ou tomamos partido, e muito mais quando houver algum tipo de violência ocorrendo, e assumimos a responsabilidade por isso, ou nem tentemos opinar sobre o que de fato não sabemos. Novamente obediência a Deus e respeito para com os lados devem ser observados, de maneira que sejamos pessoas que contribuam para o bem, pacificadores, não só intrometidos curiosos querendo preencher vidas vazias com assuntos alheios. “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5.9), para o cristão que quer de fato obedecer o evangelho esse texto dá a orientação final, filho de Deus não guerreia, não com homens, mas busca uma solução equilibrada e pacifista sempre, jamais se porta covardemente só como plateia. 

27/08/19

Muito feliz é o perdoado por Deus

      “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano. Quando eu guardei silêncio, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio. Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado. Por isso, todo aquele que é santo orará a ti, a tempo de te poder achar; até no transbordar de muitas águas, estas não lhe chegarão.” Salmos 32.1-6

      Como é bom ouvir do Espírito Santo a primeira frase do texto acima, quando chegamos com a cabeça cheia diante de Deus, nos sentindo acusados por nós mesmos, cansados de nós mesmos, frustrado com nós mesmos, para então experimentarmos a simplicidade curadoura que somente um pai de amor, um Deus misericordioso tem. “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto”, feliz é o que acha o perdão de Deus, e achar é conseguir se apossar dele, poder acreditar nele, e sem complicação receber paz. Só existe consolo no perdão, mas pra isso temos que admitir, confessar e deixar o erro, com todo o coração, para então seguir em frente.
      Interessante que o texto, na frase final, não diz que que achamos Deus para sermos santos, mas porque somos santos achamos o Senhor, e a tempo, mesmo no “transbordar de muitas águas”, mesmo que os problemas e os nossos erros estejam por nos submergir. Isso porque o que nos santifica não somos nós mesmos, mas é Deus, é ele que nos acha primeiro e se deixa ser achado por nós, assim, não sejamos negligentes com o amor de Deus, mas gratos, pois ele conhece nossos limites e não quer nos acusar, mas perdoar. Como diz Isaías 42.3, Jesus “a cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega; com verdade trará justiça.”, o Senhor não é estúpido, prepotente, mas nos respeita em toda a nossa fragilidade.

26/08/19

Não arrogue ter a dor maior

      “Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.Isaías 53.4-7

      Não caiamos no orgulho, disfarçado de autopiedade, de acharmos que somos melhores que os outros por termos sofrido mais, por pensarmos que temos a dor maior do mundo. Cada dor é de cada um, sob medida, pessoal, intransferível, e não pode, sob nenhuma circunstância, ser comparada, pode sim ser relativizada, mas não posta como absoluta. Só teve uma dor absoluta, uma dor de fato maior que todas, a de Cristo, e essa dor nem dele era, era minha, tua. A dor que cada um de nós deveria passar, o sofrimento que eu deveria sentir, pelos meus pecados, Jesus viveu por mim, até a morte.
      Se você sofreu com uma enfermidade, saiba que existe outra pessoa que sofreu mais, se eu sofri com uma violência, devo entender que existe gente neste mundo que sofreu com uma muito maior. Mas também não diminuamos ninguém que acha que sua dor é grande, quando talvez sob nosso ponto de vista essa dor não seja tão grande assim, respeitemos os limites de cada ser humano. Muitas vezes aquele que é mais fraco que nós numa área, em outra, é mais forte que a gente. Deus cuida de todos, autoriza tudo, e usa todas as dores com objetivos, nada acontece por acaso.
    Se alguém parece sofrer sem ter culpa, a culpa é minha e tua que não socorremos esse alguém em seu sofrimento. A verdade é que a dor existe para que aprendamos a não ligar muito pra ela, e quando aprendemos a viver em paz apesar dela, ela passa, e me refiro a dores emocionais ou aquelas que ainda que físicas passam mediante medicação, ainda que nunca sejam curadas inteiramente. Não pense que cristãos fiéis e limpos não têm dores sem cura, têm sim, mas, como dito antes, existem para serem deixadas de lado, senão acabam se tornando tronos para nossos egos.
      Não é fácil passar por coisas que nos machucam, principalmente enfermidades físicas, muitas que podem nos fazer contemplar a morte bem de perto. Mas que saiamos dessas batalhas mais humildes, não mais cheios de nós mesmos, o confronto com nossa fragilidade humana serve para nivelar nosso homem interior. Que essa experiência nos faça olhar os outros também diferentemente, com mais respeito, não como melhores por termos sofrido, mas de fato com o entendimento que os outros podem estar sofrendo e muito, ainda que não saibamos, que a dor nos torne mais misericordiosos. 

25/08/19

O que de fato é morrer pra dar fruto?

      “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto. Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo odeia a sua vida, guarda-la-á para a vida eterna.João 12.24-25

      Já refleti sobre o texto inicial aqui outras vezes, mas sinto de refletir sobre ele novamente porque vejo que muitos de fato não entendem o que é morrer para poderem renascer e darem frutos. Muitos dizem, “eu morri pro mundo, pra minha carne, por isso quero trabalhar na igreja e dar frutos”, contudo, muitos não entendem que mesmo o trabalho dentro de igrejas pode ser ferramenta das nossas vaidades e inseguranças. Muitos se equivocam assim por acharem que o simples fato de trabalharem dentro de ministérios já lhes confere consagração, santificação, graduação espiritual, isso pode levar as pessoas a cometerem vários erros.
      Achar que igreja represente a vontade de Deus em si mesma pode nos levar a servir a homens, assim podemos estar seguindo hereges e gananciosos, achando que estamos servindo a Deus. Por outro lado, ter essa visão nos faz tentar servir a Deus do nosso jeito, já que achamos que se estamos trabalhando dentro de igreja o certo é fazermos mais e sempre, com quantidade e não com qualidade. Contudo, a morte da semente pode ser muitas vezes, e eu penso que todos que querem de verdade conhecer a Deus com profundidade serão levados a refletirem sobre isso, abrir mão mesmo de trabalhar em ministérios. Não, isso não é para sempre, não estou dizendo isso, mas por um tempo, até de fato morrer o ego. 
      Deus quer usar a todos para servirem nas igrejas, e com certeza trabalhar nos ministérios é o maior prazer que um crente fiel tem em sua vida. Mas muitos estão dispostos a tudo, menos se sentarem-se nos bancos por um tempo e serem somente cultuadores comuns, longe do altar, “fora dos holofotes”, sem microfones nas mãos, sem serem admirados como líderes, pastores, ministros, diáconos etc, serem somente cristãos. Isso é muito necessário para que haja cura visto que muitos têm uma obsessão doentia para se exibirem, e não se satisfazem se não ocuparem posições principais nos ministérios.
      Se o Espírito Santo estiver conduzindo tua vida para essa “morte” do ego, seja humilde, não recrimine as pessoas como se elas fossem as culpadas por você não ter oportunidade na igreja, ouça a voz de Deus, se acalme e deixa morrer tuas vaidades, tuas carências de aplausos, tua obsessão por palco, o reino verdadeiro de Deus não funciona assim. Tenha paciência e creia, quando essa fase passar, quando a “morte” acontecer, a semente viverá, numa linda planta, que vencerá a terra e à luz do dia subirá e dará lindo frutos, como você antes nunca deu, para a glória de Deus. Essa palavra é antes de tudo para mim hoje. 

24/08/19

40 anos de solidão

      “E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas palavras e obras. E, quando completou a idade de quarenta anos, veio-lhe ao coração ir visitar seus irmãos, os filhos de Israel. E, vendo maltratado um deles, o defendeu, e vingou o ofendido, matando o egípcio. E ele cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus lhes havia de dar a liberdade pela sua mão; mas eles não entenderam. E no dia seguinte, pelejando eles, foi por eles visto, e quis levá-los à paz, dizendo: Homens, sois irmãos; por que vos agravais um ao outro? E o que ofendia o seu próximo o repeliu, dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz sobre nós? Queres tu matar-me, como ontem mataste o egípcio? E a esta palavra fugiu Moisés, e esteve como estrangeiro na terra de Midiã, onde gerou dois filhos. E, completados quarenta anos, apareceu-lhe o anjo do Senhor no deserto do monte Sinai, numa chama de fogo no meio de uma sarça.” 
Atos 7.22-30

      O texto de Atos capítulo 7 resume o relato de Êxodo capítulos 2 e 3, Moisés passou quarenta anos no Egito como príncipe, então percebeu o sofrimento de seu povo, tentou fazer justiça com as próprias mãos, foi rejeitado por seu povo e se refugiou no deserto por mais quarenta anos. (A travessia do deserto conduzindo Moisés o povo de Deus até Canaã, também durou quarenta anos, isso nos faz pensar nos números de Deus, nas fases da vida, na repetição de certos números). Mas a pergunta dessa reflexão é: de quanto tempo e o que precisamos passar para entendermos o propósito de Deus para nossas vidas e para que então possamos cumprir esse propósito debaixo da ordem, força e estratégia de Deus, não nossas? Não basta fazer a vontade de Deus, é preciso fazer do jeito de Deus, no tempo e no lugar que ele mandar.
      Que diferença houve na vida de Moisés entre os quarenta e os oitenta anos, da vida que ele teve antes, como nobre, com luxo, com boa educação, com boa comida, roupas e tantos privilégios de alguém criado dentro da família do faraó. Em sua segunda fase Moisés era só um pastor de ovelhas, um homem do campo, as multidões da capital foram substituídas por uma vida simples no ceio de uma família, quantas coisas devem ter passado na cabeça de Moisés quando parado no deserto, olhando a criação, as montanhas, saudades? Sim, mas também muito sentimento de solidão e rejeição. Aqueles que o criaram agora o perseguiam como assassino, aqueles que tentou defender não viram nele legitimidade de defensor. Ele precisou perder tudo, se esquecer e ser esquecido para entender como as coisas funcionam no plano do Senhor.
      Uma nova vida só começa depois que a velha acaba e para acabar tem que morrer, morte nunca é algo agradável, dói e dói muito. Mas só morre quem está vivo, se o ego de Moisés já estivesse morto ele não precisaria passar por um processo de quarenta anos no deserto pastoreando ovelhas que nem dele eram. Cuidando das ovelhas de Jetro, seu sogro, Moisés entendeu como deveria cuidar de Israel, povo de Deus, não seu, se o Senhor tivesse permitido que Moisés livrasse Israel do Egito com quarenta anos ele teria dominado sobre o povo, e talvez, com tempo, se tornado tão repressor como o faraó. Mas com oitenta anos o coração de Moisés tinha se tornado manso, “era o homem Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra” (Números 12.3), o velho Moisés tinha morrido para um novo nascer, pronto, enfim, para cumprir o propósito de Deus. 
      Não pense que Deus se esqueceu de você, das promessas que fez a você no início de tua caminhada, nem ache que tempo demais já passou, que agora não há mais tempo, que você está velho. Quanto aos jovens, cuidado, não se achem prontos antes da hora, a vida é longa, talvez muitas coisas que vocês vejam hoje em vocês como virtudes, como forças, são na verdade fraquezas, limites, defeitos, que não fazem de vocês melhores e mais fortes, mas piores, mais frágeis. Deus trabalha no tempo, e tempo na verdade não faz diferença pra Deus, ele pode fazer calar o jovem e levantar o velho, o Senhor pode cumprir num único momento, talvez no final de uma vida, o propósito maior de uma existência, aquele para o qual alguém foi preparado por anos, na solidão, na intempérie, na simplicidade de alguém que aprende a ser fiel com ovelhas que não são suas e nunca serão, de alguém que aprende a ser servo, não senhor. 
   

23/08/19

Sou só um peregrino

      “Faze bem ao teu servo, para que viva e observe a tua palavra. Abre tu os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei. Sou peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos. A minha alma está quebrantada de desejar os teus juízos em todo o tempo. Tu repreendeste asperamente os soberbos que são amaldiçoados, que se desviam dos teus mandamentos. Tira de sobre mim o opróbrio e o desprezo, pois guardei os teus testemunhos. Príncipes também se assentaram, e falaram contra mim, mas o teu servo meditou nos teus estatutos. Também os teus testemunhos são o meu prazer e os meus conselheiros.” 
Salmos 119.17-24 (Guímel)

      Faze-me bem, teu bem é que melhor bem? Não, o único, que me satisfaz por inteiro, que permanece, que vence toda mágoa, rancor e insegurança de minha alma tão machucada. 

      Abre meus olhos, sem ti estou em trevas e facilmente sou abatido, pelos outros? Por mim mesmo, sou eu quem me venço, me perco, para ser depois motivo de riso dos falsos.

      Sou peregrino, não sou deste mundo, não tenho nada meu, tudo é teu, não tenho terra, mas minha casa é debaixo de tuas asas, meu abrigo é teu sorriso de pai que me olha e me levanta.

      Sofro por querer praticar tua vontade, sofro por ver meu corpo, minha vontade, meus sentimentos, meus pensamentos, serem tão difíceis de se dobrarem diante de ti, sofro por ser homem. 

      Os soberbos são amaldiçoados, não por ti, mas pelo universo, o Senhor só se afasta dos maus, e isso basta para que eles caiam destruídos, mas ainda assim, se eles se converterem a ti, o Senhor os abençoará. 

      Livra-me do desprezo, que é pior que o ódio declarado, que é pior que uma bofetada, o silêncio arrogante dos que tentam me aprisionar com a distância, com as portas fechadas de seus corações.

      Pessoas importantes me caluniam, príncipes de seus castelos, achando que por terem construído lindos castelos estão protegidos, mas basta um sopro teu para castelos ruírem, e as calúnias dos príncipes serem desmascaradas à luz do dia. 

      Tenho prazer em ti, essa é a minha melhor verdade, e em mais ninguém, aceite meu louvor pequeno, limitado, ainda que de vaso de barro, tu sabes o quanto te amo. 

22/08/19

Altíssimo Deus

      “Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo.” Isaías 14.12-15

      De todos os atributos de Deus, altíssimo é o que mais me toca, isso não é porque remete-nos a ver Deus como inascível ou intocável, o poder único do evangelho está justamente em nos dar acesso por meio de Jesus Cristo a esse Deus altíssimo. Contudo, é preciso entender que o verdadeiro Deus é superior, a tudo e todos, na Terra e nos céus, em todos os céus. Por outro lado, querer de alguma maneira essa posição exclusiva é estratégia do mal desde o início. Há vários textos que falam de Deus como o altíssimo, mas o texto inicial desta reflexão, que a princípio se refere ao rei da Babilônia, pode ser interpretado também como uma descrição da queda de um poderoso diabo, de um príncipe das trevas. 
      Esse caiu justamente porque ousou subir onde não podia, na posição de Deus, querendo ser altíssimo acabou sendo derrubado no mais profundo abismo. O diabo não caiu porque fez cair o homem, nem porque amou o homem e quis dar a ele o conhecimento que Deus não quis, como relata o mito grego do Prometeu, mito que é base do ocultismo, da alta magia e dos santanismos mais baixos. O diabo já era Lúcifer quando se apossou da serpente e fez a tentação original, antes do início dos tempos já havia ocorrido a inssurreição cósmica no mundo espiritual que separou anjos, arcanjos, querubins, serafins e outros seres espirituais do mal de demônios, diabos e seus príncipes de legiões das trevas. 
      Todos nós conhecemos e experimentamos as investidas do mal contra nossas vidas, e os que nascem de novo têm o privilégio de usarem a autoridade do nome de Jesus para repreender, anular e destruir as obras de diabos e demônios. Poucos, contudo, conhecem as investidas do mal, não contra os seres humanos comuns, mas contra líderes importantes, políticos, influenciadores de opinião, presidentes de empresas, responsáveis pelas mídias, pela internet, filósofos, pedagogos e professores (principalmente esses, que influenciam na criação de crianças e jovens). Com esses o mal não joga com valores menores, baixos, não troca almas por prazeres materiais, com esses o mal revela mesmo verdades espirituais ocultas.
      Com certos escolhidos o mal usa um conhecimento secreto para fazer com que pessoas influentes do mundo olhem para o alto, bem alto, acima dos vícios mundanos e das legiões. Esse conhecimento revela os grandes e antigos diabos, que estão acima do mal que a maioria das pessoas se ocupam em suas vidas diárias. O mal faz isso com tanta elaboração, com tanta informação, com tanta sofisticação, que muitos pensam estarem de fato se envolvendo com o mais alto dos conhecimentos. Muitos pensam estarem de fato fitando o altíssimo, quando na verdade olham para o abismo espiritual, para a mais poderosa das trevas.
       Metafísica oriental, hermetismo, alta magia, cabala, conhecimentos ocultos que não estão abertos para todos, ferramentas especiais do mal que revelam que ele tem selecionados (e nem pense alguém em querer entrar nesses “círculos” sem ser pré-selecionado), que ele tem estratégia, que ele tem inteligência, para preparar em ordens secretas (que atualmente nem são assim tão secretas, pelo menos no marketing) não peões, mas líderes, reis e rainhas para reinarão no final dos tempos, no último e pior dos golpes do mal contra Deus. 
      Muitos não têm ideia do que é alta magia, acham que é só um “pai de santo” com mais demônios, mas os envolvidos com ela se guardam e influenciam muito mais as pessoas do que elas acham, incluindo crentes dentro de igrejas. De muitas pessoas, o mal se serve, escraviza, mas algumas, ele serve e pode mesmo ser “controlado” por elas. A maioria dos cristãos não está preparada para combater esses soldados especiais das trevas, ainda que em sua ignorância seja protegida pelo nome de Jesus.
     O Deus Altíssimo foi, é e sempre será superior, mais alto, e por isso, mais poderoso, como conhecê-lo e ter sua proteção? Por Jesus e no Espírito Santo, na simplicidade do conhecimento mostrado na Bíblia, uma coleção de textos escritos por homens de seus tempos, mas ainda assim o que Deus usa de melhor para mostrar sua vontade maior. Entendamos, contudo, que as piores e mais eficientes estratégias do mal estão escondidas, atrás de ideologias de tolerância e proteção do planeta, e têm nos sistemas de ensino e nas tecnologias seus principais meios de atuação. 
      Quando orar, pense no Altíssimo, em sua mente, em seu coração, foque em Deus, no Deus de Abraão, Jacó, José, Moisés, Davi, Salomão, Jeremias, Isaías, Elias, Daniel, João Batista, Pedro, Lucas, João Evangelista, Paulo e de Jesus, o Cristo. Clame perdão e purificação pelo nome de Jesus e autorize o Espírito Santo de Deus, e nenhum outro, a ter comunhão com você. Não mentalize ou evoque diabos, não perca tempo com as Sephiroth (quem sabe entenda), são só anjos caídos, são perda de tempo, são morte, estão abaixo do Altíssimo. Desfrute, antes, do livre acesso que temos ao Deus Altíssimo através de Jesus, no qual temos perdão dos pecados e paz na eternidade.

21/08/19

A providência de Deus

      “O Senhor, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas. Assim é este mar grande e muito espaçoso, onde há seres sem número, animais pequenos e grandes. Ali andam os navios; e o leviatã que formaste para nele folgar. Todos esperam de ti, que lhes dês o seu sustento em tempo oportuno. Dando-lho tu, eles o recolhem; abres a tua mão, e se enchem de bens. Escondes o teu rosto, e ficam perturbados; se lhes tiras o fôlego, morrem, e voltam para o seu pó. Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra.

Salmos 104.24-30


      Experimentam a providência de Deus, têm do Senhor o sustento, aqueles que andam com Deus, aqueles que sincronizam suas vidas com a vontade do Senhor. A natureza faz isso de forma natural, simplesmente existe na vontade de Deus e recebe dele o sustento. O pecado do homem, contudo, desequilibra essa existência natural e pode privar não só ele, mas também todo o planeta Terra da providência divina. O elemento caótico que transformou o universo é o pecado do homem, o que é pecado? É tentar existir sem Deus.

      Isso não significa necessariamente que se quer fazer o mal ou que se vive viciado nos prazeres materiais, ainda que o homem seja civilizado, moral e se preocupe com o equilíbrio do planeta Terra e com justiça para com a humanidade, se Deus, o Deus do verdadeiro cristianismo, estiver fora do centro da vida do homem, o universo, físico e espiritual, está em caos e tende a um colapso eminente. 

      Por que a agenda anti-Cristo se preocupa tanto com ecologia, com sustentabilidade, com as florestas, com os animais e com o sofrimento principalmente das minorias? Porque sabe disso, mas insiste, na cegueira inenrente a todo arrogante, que pode fazer tudo funcionar de maneira equilibrada, mas sem Jesus. Tarefa impossível de ser realizada, só Cristo salva, só Deus sustenta, só o Espírito Santo fala em nome do evangelho, fora disso é perdição e faltará a providência de Deus em algum momento.

      A humanidade não terá o sustento mínimo para continuar existindo quando mais necessitar. Contudo, no final, em meio a um caos generalizado, muitos buscarão ajuda naquele que representar o anti-cristianismo no planeta, e os que ainda quiserem salvação, ainda que tardia, pagarão com a própria vida por isso. Muitos, contudo, complicam algo que é simples, andar com Deus nos livra do mal, e isso não é ser perfeito, mas assumir pecados e confiar no perdão exclusivo de Jesus. 

      Muitos buscam milagres como se isso fosse a maneira natural de Deus agir e privilégio especial de cristãos super espirituais. Milagres, como a palavra significa, são eventos extraordinários, que acontecem de vez em quando, em situações onde outro tipo de solução não é possível. Mas será que é isso o plano original de Deus para o homem, que em Cristo pode ser, ao menos em parte, restaurado neste mundo? O segredo está na palavra sincronismo, o que anda com Deus está sincronizado com sua vontade. 

      Nesse sincronismo a providência é natural, nada é extraordinário, e ainda assim aquele que prova isso adora a Deus o tempo todo, por ter ar para respirar como se fosse o maior dos milagres. O melhor seria não buscarmos milagres, mas vivermos no milagre e sermos um milagre nas vidas dos outros, assim a providência de Deus nunca faltaria e todos e tudo poderiam ser naturalmente sustentados por Deus. 

      A ciência pode explicar tudo? Sim, eu creio assim, e se houvesse tempo a humanidade entenderia cientificamente, de maneira empírica, o mundo espiritual e saberia de fato como Deus sincroniza tudo com aqueles que estão sintonizados nele, que existem na mesma “frequência harmônica “ do Altíssimo. Nunca houve e nem nunca haverá conflito entre a verdadeira ciência e os conhecimentos que temos por fé, já que a verdadeira fé é inteligente não nega fatos provados cientificamente, nem a verdadeira ciência nega aquilo que ela ainda não provou se é uma verdade científica. O não explicado é possível, mesmo que ainda improvável, mas o explicável deve ser avaliado pela fé e acurado, não demonizado. 

      Começamos refletindo sobre a providência de Deus e acabamos pensando sobre fé e ciência, sobre coisas naturais e coisas extraordinárias, mas o assunto é o mesmo. Para aquele que teme a Deus de fato, contudo, não importa, Deus provê, mesmo que seja através de um médico, o milagre da cura física é feito, e o Senhor, acima de tudo, é louvado por isso. O que teme a Deus de verdade sempre vê o Senhor na história, por isso ele é santificado e viverá na eternidade com o Santíssimo. 

20/08/19

Salvos pela graça

      “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus, não vem das obras, para que ninguém se glorie.” Efésios 2.4-9

      Até que ponto de fato entendemos a graça de Deus? Até que ponto entendemos que somos salvos por ela, não por mérito próprio? Na maior parte das vezes somos seres orgulhosos que precisam ser frequentes em cultos só por acharmos que isso paga de alguma maneira o que Deus nos dá. Por que sentimos paz depois de participar de um culto, porque tivemos comunhão com o Senhor junto de semelhantes ou porque cumprimos uma obrigação religiosa? Por que nos sentimos mal quando deixamos de ir um dia a um culto? Deus não vai nos recriminar por isso, mas nossas consciências nos recriminam porque achamos que ficaremos em débito com Deus, ou que os homens vão pensar que somos menos cristãos por termos faltado em um culto. 
      Só a graça de Deus pode nos libertar dessa barganha que mesmo inconscientemente queremos fazer com Deus. Muitas vezes podemos até dizer que somos salvos pela graça, mas quantas vezes nos postamos na prática como merecedores de bençãos por créditos pessoais acumulados em nossas vidas. Quando entendermos de fato a graça do Senhor administraremos religião, igreja, dízimos, e tantas e tantas obras materiais, externas, de maneira diferente da maneira que normalmente administramos. Entender e aceitar a graça de Deus deixa a vida mais leve e permite que estabeleçamos uma aliança espiritual de fato com Deus, não com os homens. Por outro lado entenderemos que temos responsabilidades com a administração material dos ministérios, no auxílio aos necessitados, mas isso como postura social de seres humanos civilizados, não como favores espirituais para ter retornos espirituais. 
      Entender a graça de Deus nos dá discernimento para dar a Deus o que é dele, e a “César” o que é de “César”, simples assim. Salvação não se compra, proteção de Deus não se troca, o amor de Deus não se explica, não pelos pequenos e limitados valores humanos. Contudo, aquele que fizer sua parte neste mundo terá o retorno justo neste mundo também, e nesse mundo nada é de graça ou fica sem “feedback”, para toda causa sempre haverá um efeito. Com Deus, todavia, não funciona assim, com Deus basta fé, Deus de graça dá e nada exige em troca, a não ser a nossa gratidão, e isso não porque Deus precise de gratidão, de adoração, Deus não precisa que lhe adicione ou lhe subtraia nada, Deus é imutável, incorruptível, completo e perfeito sempre. Quem precisa ser grato, contudo somos nós, todo o nosso ser precisa adorar a Deus e louva-lo por sua imensa graça. 

19/08/19

O inverso do que muitos pensam

      “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.” I Pedro 1.15-16

      Quanto mais nos aproximamos de Deus mais pecadores nos sentimos, mais fracos nos achamos e a paz, mais difícil fica de ser mantida em nossos corações. Por que é assim? Porque aproximarmo-nos de Deus nos aproxima da nossa humanidade, que nos revela que somos homens falhos, imperfeitos, vasos de barro limitados para reter a presença de Deus. Os que acham que a intimidade de Deus concederá alguma impermeabilidade, que um dia, neste mundo, acharemos um abrigo definitivo contra o pecado, que alcançaremos uma posição de poder, acima do mal, enganam-se. 
      A vida existe para confrontar a impotência humana com a perfeição divina, e o caminho do evangelhos só ensina uma coisa, que temos que ser mais e mais humildes e dependentes do altíssimo. Assim, ainda que o pecado insista, que a liberalidade do mundo fale alto, que nosso corpo, alma e espírito se sintam insuficientes para agradarem a Deus, persistamos na perfeição, e pelo perdão que há no sangue de Cristo, nunca desistamos de olhar e nos dirigir para o alvo maior e melhor, o caráter de Deus plenamente revelado em Jesus encarnado.

      “Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.” Mateus 5.48

18/08/19

Que seja no tempo melhor

      “Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.Filipenses 2.9-11

      Quem não chora no início, chorará no fim, todo mundo é quebrado um dia. Um quebrantamento no início de nossa caminhada, aos pés de Jesus, alcançará a misericórdia de Deus, então seremos salvos, curados, abraçados e cuidados. Mas quem endurece o coração será quebrado no pior tempo, no final, se ainda estiver neste plano físico de vida, passará vergonha, sofrerá uma grande dor e poderá ter perdas terríveis, irreversíveis, mas ainda assim poderá ser salvo e perdoado. 
      Muitos, contudo, chorarão só no juízo final, lá não haverá mais tempo, só terá direito à justiça de Deus, que cobrará as dívidas, que pesará cada palavra, cada sentimento, cada atitude, que foram vivenciados longe do Senhor, desprezando o Evangelho, mesmo odiando, ainda que secretamente, Cristo e os cristãos. Esses terão um direito, um “inferno”, um choro eterno que não é ouvido, nem consolado. 

      “E ninguém seja devasso, ou profano, como Esaú, que por uma refeição vendeu o seu direito de primogenitura. Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas o buscou.Hebreus 12.16-17

      Muitos dizem, principalmente homens, “eu não choro, não em público, isso é passar vergonha”, esses não choram a tempo, mesmo que façam a tantos chorar, mesmo que a tantos machuquem, e que ainda digam, “eu não tenho nada a ver com isso, esses que choram são fracos”. Esses veem suas vidas caindo aos pedaços, mas resistem, pousam de fortes, tentam se proteger com mentiras, mas não enganam a ninguém, nem a si mesmos. Seus corpos e suas mentes estão doentes, enfraquecidos de tanto terem que esconder calados as verdades que os orgulhosos não querem admitir. 
      Deus, todavia, em seu grandioso amor, dará oportunidades para que os duros se dobrem até final, ainda que a troco de muito sofrimento, ninguém se engane com relação a isso, em todos os eventos que antecedem o juízo final ou a morte física, haverá chances. Mas que possamos ser sábios e humildes para chorarmos no tempo melhor, e o melhor tempo é o quanto antes possível, para que estejamos com os de vestes brancas que João Evangelista viu em sua visão no Apocalipse. 

      “E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são, e de onde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra. Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles. Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima.” Apocalipse 7.13-17

17/08/19

Deus poupa os humildes e os profetas

      “Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Assim direis ao rei de Judá, que vos enviou a mim para me consultar: Eis que o exército de Faraó, que saiu em vosso socorro, voltará para a sua terra no Egito. E voltarão os caldeus, e pelejarão contra esta cidade, e a tomarão, e a queimarão a fogo. Assim diz o Senhor: Não enganeis as vossas almas, dizendo: Sem dúvida se retirarão os caldeus de nós, pois não se retirarão. Porque ainda que ferísseis a todo o exército dos caldeus, que peleja contra vós, e só ficassem deles homens feridos, cada um levantar-se-ia na sua tenda, e queimaria a fogo esta cidade.” 
Jeremias 37.7-10

      “E sucedeu que, subindo de Jerusalém o exército dos caldeus, por causa do exército de Faraó, Saiu Jeremias de Jerusalém, a fim de ir à terra de Benjamim, para dali se separar no meio do povo. Mas, estando ele à porta de Benjamim, achava-se ali um capitão da guarda, cujo nome era Jerias, filho de Selemias, filho de Hananias, o qual prendeu a Jeremias, o profeta, dizendo: Tu foges para os caldeus. E Jeremias disse: Isso é falso, não fujo para os caldeus. Mas ele não lhe deu ouvidos; e assim Jerias prendeu a Jeremias, e o levou aos príncipes.

Jeremias 37.11-14


      “Assim diz o Senhor: O que ficar nesta cidade morrerá à espada, de fome e de pestilência; mas o que sair aos caldeus viverá; porque a sua alma lhe será por despojo, e viverá. Assim diz o Senhor: Esta cidade infalivelmente será entregue na mão do exército do rei de Babilônia, e ele a tomará. E disseram os príncipes ao rei: Morra este homem, visto que ele assim enfraquece as mãos dos homens de guerra que restam nesta cidade, e as mãos de todo o povo, dizendo-lhes tais palavras; porque este homem não busca a paz para este povo, porém o mal.”

Jeremias 38.2-4


      “Porém os pobres dentre o povo, que não tinham nada, Nebuzaradã, capitão da guarda, deixou na terra de Judá; e deu-lhes vinhas e campos naquele dia. Mas Nabucodonosor, rei de Babilônia, havia ordenado acerca de Jeremias, a Nebuzaradã, capitão da guarda, dizendo: Toma-o, e põe sobre ele os teus olhos, e não lhe faças nenhum mal; antes como ele te disser, assim procederás com ele.” 
Jeremias 39.10-12

      “A palavra que veio a Jeremias da parte do Senhor, depois que Nebuzaradã, capitão da guarda, o deixara ir de Ramá, quando o tomou, estando ele atado com cadeias no meio de todos os do cativeiro de Jerusalém e de Judá, que foram levados cativos para Babilônia. Tomou o capitão da guarda a Jeremias, e disse-lhe: O Senhor teu Deus pronunciou este mal, contra este lugar. E o Senhor o trouxe, e fez como havia falado; porque pecastes contra o Senhor, e não obedecestes à sua voz, portanto vos sucedeu isto. Agora, pois, eis que te soltei hoje das cadeias que estavam sobre as tuas mãos. Se te apraz vir comigo para Babilônia, vem, e eu cuidarei de ti, mas se não te apraz vir comigo para Babilônia, deixa de vir. Olha, toda a terra está diante de ti; para onde parecer bom e reto aos teus olhos ir, para ali vai.
Jeremias 401-4

      Por favor, leia com atenção os versículos iniciais, eles dão um resumo dos capítulos 36 ao 40 do livro de Jeremias, mas segue uma breve explicação. Deus tinha dado uma palavra através do profeta Jeremias ao reino de Judá, ele seria posto em cativeiro por Babilônia como punição pelo povo e seu rei rei terem se afastado do Senhor, isso era irremediável, mas tinha um porém, aqueles que entre o povo se rendessem voluntariamente ao rei da Babilônia teriam suas vidas poupadas, ainda que como escravos. Bem, o povo não acreditou na legitimidade da palavra do profeta, antes duvidou mesmo do caráter e da intenção de Jeremias, como diz o ditado, quando a notícia é ruim mata-se o carteiro. 
      Mas a palavra não era de Jeremias, era de Deus, assim como ele não era um traidor nem covarde, mas corajoso o suficiente para por sua própria vida em risco ao dar a notícia que tinha para dar. E assim aconteceu, Jeremias foi preso e injuriado, ainda que no átrio da prisão e não na masmorra, livrado pelo rei de uma prisão mais cruel onde certamente perderia a vida. O rei permaneceu dividido, no fundo ele sabia que Jeremias dizia uma verdade de Deus, mas entre achar que poderia ser livrado de alguma maneira, pelo faraó e o exército egípcio, ou ficar com vergonha de assumir diante dos judeus que estava se rendendo, protegeu um pouco Jeremias, mas pediu seu silêncio, e o principal, não seguiu a orientação de Deus. 
      Ainda que o inimigo seja humanamente pequeno, se Deus não estiver conosco perderemos a batalha, a derrota não está no tamanho do inimigo, mas em nossa distância de Deus. O que nos derrota não é a força do mal, do diabo, dos homens, da vida, mas a nossa insistência em permanecermos longe do Senhor, e quanto maior for nosso orgulho, maior será nossa vergonha. Nabucodonosor, o rei da Babilônia, veio, e a profecia se cumpriu, o Egito não ajudou, o rei Zedequias tentou fugir, não se entregando como Jeremias lhe tinha orientado, mas foi pego, cegado, sua família e os nobres foram mortos e Jerusalém foi queimada, a vergonha maior para quem insistiu em desobedecer a Deus mesmo diante de uma tragédia iminente.

      E quanto a Jeremias? Na verdade o ponto desta reflexão não é o castigo que vem sobre quem se afasta de Deus, não é sobre as desculpas e os subterfúgios usados pelos rebeldes, quando querem continuar em suas rebeldias contra o Senhor, o ponto é o presente que um servo, que tanto sofreu para obedecer a Deus e entregar sua palavra, recebe no final. A primeira palavra de consolo é: se você está aprisionado, de alguma maneira, por querer fazer as coisas certas diante dos olhos do Senhor, espera, não na masmorra, mas no átrio da prisão, pois mesmo preso o servo do Senhor é poupado de alguma maneira, espera que tua libertação vem. 
      Contudo, é preciso entender uma coisa, sob algumas instâncias, sob um determinado ponto de vista, talvez o mais realista, os verdadeiros profetas do Senhor podem passar toda a vida aprisionados, só terão liberdade de fato na eternidade. Você, eu, nós que ousamos nos achar profetas, tolos que somos, estamos preparados para isso, para aceitar essa verdade, essa realidade? Vida de profeta genuíno nunca foi e nunca será fácil, a história de João Batista nos ensina isso de forma bem clara, ele passou a vida pobre e marginalizado e morreu assassinado de maneira brutal, mas até Jesus testemunhou dele de maneira distinta (Mateus 11.11). Os profetas do antigo testamento não eram pessoas normais, se fossem não seriam profetas, Deus os formou com vidas diferenciadas para que pudessem cumprir suas missões até o final. 
      Os que querem conforto, apoio popular, honra dos homens, estabilidade social, não almejem essa chamada. Outro detalhe sobre a chamada dos profetas, é que eles, na maior parte das vezes, são chamados para falar ao povo de Deus, não aos ímpios. Eu, quando vejo esses malucos pregando aos berros em praças públicas, e penso isso mesmo desses, admito, que são no mínimo mal informados sobre a Bíblia e numa situação mais extrema pessoas com transtornos mentais necessitando de tratamento psiquiátrico, eu penso o quanto muitos de nós têm uma ideia equivocada sobre profetas de Deus. Criamos certos estereótipos que nada têm a ver com o profeta de Deus bíblico. 
      Outro detalhe é que o profeta sofre junto do povo rebelde, pelo menos a princípio, ele não fica longe olhando, confortável, assistindo a palavra de Deus se cumprir. Assim, profeta não atira pedras, não critica, de fora, ele participa, enfrenta, se expõe, se compromete. Muitos hoje em dia que se auto-denominam profetas são só críticos covardes e rancorosos, que não querem construir, só destruir com as palavras, estão mais pra rebeldes que para profetas. Esses não falam pela boca de Deus, mas por seus egos, que de alguma maneira se sentiram desprezados pelas igrejas e agora se colocam como juízes. Profetas não são juízes, mas carteiros do maior dos juízes, Deus, o altíssimo, profetas apenas entregam a palavra de Deus, com muito temor e respeito, muitas vezes com muito medo. 

      A segunda palavra de consolo aos verdadeiros servos de Deus é: Deus não só libertou Jeremias, e pelas mãos dos mais improváveis, aqueles que estavam levando seu povo e seu rei cativos, Deus honrou o profeta com opções de escolha. Quando a situação parece não ter saída, quando todo o resto, o mundo, as igrejas, em todas as áreas, parecem estar condenados, para o servo obediente do Senhor há uma saída, há liberdade. Para o profeta do Senhor há liberdade e honra mesmo quando tudo está perdido, mesmo na situação atual do mundo e do Brasil, mesmo nos últimos tempos. Não nos fiemos no que nossos olhos veem, no que todos falam, mas em Deus, se ele faz o pequeno inimigo forte para escravizar o rebelde, ele faz o grande inimigo um amigo propício que traz a libertação que tanto esperamos e que nos poupa do pior. 
      O profeta Jeremias foi liberto e honrado, mas teve uma parte do povo que também foi poupada, os pobres, esses não foram levados cativos e ganharam terras para cultivarem e sobreviverem com dignidade. Sobre esse assunto vou compartilhar uma interpretação profética: não ache que uma posição menos visível, mesmo marginalizada, na área profissional ou mesmo ministerial, seja Deus esquecendo-se de você. Também não odeie os homens por serem injustos, se Deus é seu Senhor é ele, não os homens, quem dá e quem priva, quem abre porta e quem fecha, em qualquer lugar. Isso pode ser a providência divina te protegendo de um mal maior que está por vir, lembre-se, tudo pertence a Deus, ele a todos julga e sabe de tudo, antes de acontecer. 
      Na humildade sempre há refúgio de Deus, e isso não significa necessariamente pobreza material, mas simplesmente uma atitude mais discreta na vida, nos empreendimentos, não covarde, mas sábia, de não se apressar para exigir direitos ou posições sob holofotes, seja na igreja ou em outras áreas. Aos pobres e ao profeta Deus poupa, liberta e honra. Quanto aos outros, reis, nobres, líderes, importantes, qua não creditam na palavra de Deus, que acham que é tempo de festa quando é tempo de lágrimas, que pensam que por ser o atual governante político simpatizante do Evangelho e apoiado por evangélicos as coisas podem melhorar, não piorar, poderão ser levados como cativos em vergonha, quem tiver ouvidos ouça essa palavra profética.