sábado, setembro 10, 2011

Vencendo o mundo

Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo, e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé.”, I João 5:4. O texto garante que quem é nascido de Deus tem a vitória, vitória sobre o mundo. O genuíno filho de Deus vive em luta com o mundo secular, isso quem caminha com Deus tem que aceitar. Não dá para servir a Deus e ser amigo do mundo. Isso não é desculpa para sermos antipáticos e antissociais, mas a realidade é essa, dar testemunho de santidade tem seu preço.
      “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.”, Mateus 6:24. Em última instância, esse mundo dá prioridade é para o dinheiro, para as riquezas. Não necessariamente por ser materialista, mesmo os que se dizem mais civilizados ou espiritualizados, sabem que dependem somente do fruto de seu trabalho, já que não aceitam um Deus pessoal e misericordioso, que interfere na vida daqueles que nele confiam.
      Não estou dizendo que o que segue a Deus não deve depender de seu trabalho, creio que deve trabalhar até mais, já que ele não usa meios desonestos para adquirir seus bens, diferente dos homens desse mundo que fazem qualquer negócio para se enriquecerem. O verdadeiro filho de Deus trabalha mais e muitas vezes ganha menos. Contudo, ele não tem o acúmulo de riquezas como seu principal objetivo de vida.
      Por outro lado, o filho de Deus tem um pai que luta por ele, ele não está sozinho, os que não seguem a Deus estão. Para terminar esse raciocínio com a assinatura da Bíblia, leia Isaías 64:4, “Desde os tempos antigos ninguém ouviu, nenhum ouvido percebeu, e olho nenhum viu outro Deus, além de ti, que trabalha para aqueles que nele esperam.”.
      O que caminha com Deus está sempre se defrontando com aqueles que não caminham. Isso acontece porque quem segue a Deus lança luz no mundo, tudo o que ele diz e faz confronta, de alguma maneira, o jeito de viver daqueles que têm o coração nos valores desse mundo.
       Pelo menos é assim que tem que ser, agora, se você diz que anda com Jesus, mas não enfrenta nenhum problema com o seu relacionamento com o mundo, então é melhor você rever tua vida. Só não nos relacionamos com o mundo quando estamos orando e louvando a Deus. Isso se a nossa oração e o nosso louvor não incomodarem as pessoas que estão próximas a nós, nesses momentos, e que não seguem a Deus.
      Todavia, trabalhamos em empresas, que mesmo que sejam de propriedade de filhos de Deus, se relacionam com o mundo. Vendem produtos para o mundo, usam fornecedores do mundo, pagam impostos para os governos deste mundo, dependem do mercado consumidor do mundo. Em nossa família, a maioria de nós, tem que conviver com pessoas que não seguem a Deus. Diga-se de passagem, é nesse meio onde ocorrem nossos maiores confrontos, já que as pessoas nos conhecem de forma mais íntima, sabem quem somos.
      Mas qual é a arma que temos para vencer o mundo? O texto inicial diz que é a fé. Temos usado essa arma para vencer a batalha? Ou temos preferido confiar no sentimento e na razão? Sentimento e razão, como diziam no começo de minha conversão, são os vagões, a locomotiva tem que ser a fé. Primeiro cremos, independente do que sentimos e do que entendemos. Depois de crer, o Espírito Santo interveem no nosso espírito, se comunica com ele, então, e só então, é que nossa alma e nossa mente podem mastigar a revelação espiritual e converte-la em emoções e pensamentos. Bem, é assim que eu creio.
      Na preguiça espiritual, de não querer usar a fé, é que muitos têm caído no engodo de doutrinas estranhas, dentro da igreja cristã atual. Essas doutrinas sempre apelam ou para a emoção ou para a razão. Sobre emoção, eu já falei um pouco na postagem “Insaciáveis seres”, dá uma conferida depois.
      Com relação à razão, porém, é onde aparecem mais heresias. Inventam-se explicações, para saciar a mente, sobre questões que o Espírito Santo não dá respostas, porque simplesmente não é para se entender, é somente para crer. Essas explicações só aumentam a jactância dos homens, pois os que as têm, que dizem que as receberam, sei lá de onde, se consideram mais espirituais que os outros. Quanta coisa se tem inventado para alimentar a curiosidade daqueles que não querem acreditar na simplicidade e na eficácia do evangelho (veja o que a Bíblia diz sobre isso em Apocalipse 22:18-19).
      Meu irmão, não tem outro jeito, tem que crer. Pecou? Creia no perdão completo de Jesus. Pecou de novo? Creia no perdão completo de Jesus. Tornou a pecar? Não vou repetir, mas é a mesma coisa, creia, procure não pecar mais, e não desista. Não vou nem falar que temos que crer para receber coisas de Deus, pra isso a gente sempre tem fé. Agora para aceitar que nosso coração é duro, que amamos as coisas deste mundo mais que a Deus, isso a gente tem dificuldade.
      Ao invés de sermos surrados pelo inimigo, sendo envergonhados diante do mundo, usemos a fé. Contudo, que essa fé transforme o nosso coração, de maneira que nós leve a deixar para trás as coisas do velho homem, aquele que éramos antes do novo nascimento, e a viver de acordo com o novo homem interior, gerado em nós pelo Espírito Santo em Cristo.

sexta-feira, setembro 09, 2011

Apressa-te, ó Deus

Livra-me, ó Deus! Apressa-te, Senhor, a ajudar-me!
Sejam humilhados e frustrados os que procuram tirar-me a vida, 
retrocedam desprezados os que desejam a minha ruína.
Retrocedam em desgraça os que zombam de mim.
Mas regozijem-se e alegrem-se em ti todos os que te buscam, 
digam sempre os que amam a tua salvação: "Como Deus é grande! "
Quanto a mim, sou pobre e necessitado, apressa-te, ó Deus. 
Tu és o meu socorro e o meu libertador, Senhor, não te demores!

Salmos 70

Quer ficar jovem e bonito?


Agora, pois, que farás, ó assolada? Ainda que te vistas de carmesim, ainda que te adornes com enfeites de ouro, ainda que te pintes em volta dos teus olhos, debalde te farias bela; os amantes te desprezam, e procuram tirar-te a vida.”, Jeremias 4:30.
      “Então respondeu, aos que estavam diante dele, dizendo: Tirai-lhe estas vestes sujas. E a Josué disse: Eis que tenho feito com que passe de ti a tua iniquidade, e te vestirei de vestes finas.”, Zacarias 3:4.

      Existe, no mundo atual, muita ênfase para se estar bem fisicamente. As pessoas frequentam cada vez mais as academias, assim como se preocupam com o que comem e bebem, fazendo regimes de todas as espécies. Cirurgias plásticas também viraram uma obsessão, são feitas mesmo sem serem necessárias. Todo mundo quer viver mais e melhor, mas acima de tudo, todos querem ser bonitos e jovens.
      Todavia o homem se preocupa cada vez menos com aquilo que realmente o deixa feio, que o faz parecer um mendigo, esfarrapado e sujo. O que realmente tira a beleza é o pecado, ele é quem desarmoniza o homem interior. Essa desarmonia, por sua vez, faz o homem envelhecer, rouba o sorriso sincero, cria doenças, enfim, desencanta toda a aparência externa. Quando estamos feios por dentro, não há roupa, maquiagem ou plástica que resolvam.
      As vestes mais belas e caras são as do espírito, essas, somente Deus pode dar, elas não são compradas, todo o dinheiro do mundo não daria para isso. Elas podem ser adquiridas somente através do nome de Jesus. Quando o homem as veste, tudo nele fica belo. Vestes novas e limpas do espírito colocam no rosto das pessoas um sorriso íntegro, uma certeza profunda de que se tem vida, e vida eterna. Essa vida nos é dada pela graça de Deus, e a graça de Deus é o melhor dos adornos.

      “Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos entristeçais; porque a alegria do Senhor é a vossa força.”, Neemias 8:10.

      (O Josué do texto, não é o do Êxodo, o vigia que entrou em Canaã e liderou Israel. Ele foi um sumo sacerdote que liderou a reconstrução do templo, na época em que Israel voltou do cativeiro sob o decreto do rei Ciro da Pérsia, por volta de 520 a.C.).

quinta-feira, setembro 08, 2011

Amanheça em nós a palavra de Deus

Que o nosso entendimento se abra para a palavra de Deus assim como o dia se revela. A noite foi longa e luz alguma havia, porém, pouco a pouco, lá longe no horizonte, o sol se levanta. Ele vai ganhando o céu, brilhando cada vez mais, à medida que finda com a escuridão. Quando se percebe, não existe nem mais lembrança da noite, o dia é nascido, lindo, quente, acariciando nossos sentidos como o carinho de mãe.
         Que o nosso coração entenda assim a palavra de Deus, que nos agrademos desse conhecimento, que ele seja bem-vindo, visto que traz o juízo e a sabedoria de Deus para nós. Assim seguiremos no dia de nossa existência, em paz, em vitória, à luz da vontade de Deus, que limpa nossas almas, nossas mentes, que nos faz mais e mais parecidos com Deus, nosso pai.

      “Assim, temos ainda mais firme a palavra dos profetas, e vocês farão bem se a ela prestarem atenção, como a uma candeia que brilha em lugar escuro, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em seus corações” II Pedro 1:19

quarta-feira, setembro 07, 2011

Promessa

Eu lhes darei uma terra famosa por suas colheitas,
e eles não serão mais vítimas de fome na terra 
nem carregarão a zombaria das nações. 
Então eles saberão que eu, 
o Senhor, o seu Deus, estou com eles, 
e que eles, a nação de Israel, 
são meu povo, palavra do Soberano Senhor. 

Ezequiel 34:29-30

Nada de belo há no evangelho, aparentemente

Isaías 53, vou refletir um pouco sobre esse texto. “Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor? Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos. Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.”, versículo 1 ao 3.
      Quem assistiu o filme “A paixão de Cristo” de Mel Gibson, apesar da película ser uma versão exagerada, mesmo para os padrões hollywoodianos, pode ter uma ideia de quanto sofria um homem crucificado durante o domínio do império romano no primeiro século. Não era uma coisa bonita de se ver, e com Jesus a coisa foi pior ainda, já que havia por trás de seu castigo todo o clima de inveja e de ódio das autoridades religiosas e políticas do povo judeu. Foi exatamente isso que o profeta Isaías antecipou em suas profecias, mais de setecentos anos antes.
      A obra redentora de Jesus não apresentou o evangelho como algo atraente, com a figura do redentor como alguém célebre, importante, que mostrasse, principalmente aos judeus, Cristo como alguém interessante de ser seguido. É assim até hoje, principalmente nos tempos atuais onde se fala tanto de valorizar a autoestima, de acreditar em si mesmo, de encantar os homens com triunfalismo e positivismo. O evangelho genuíno vai na contramão disso tudo.
      Se nós pretendemos seguir a Jesus, andar como ele andou, não podemos desejar que o mundo nos entenda, nos ache atraentes, concorde com nossa maneira de viver. Ao contrário, se a cultura do mundo está aprovando o cristão, esse cristão precisa rever, e urgentemente, a maneira como ele vive. Atualmente existe muito cristianismo de boutique, que prega só aquilo que parece “cool”, que está na moda, que na verdade agrada muito mais à nova era, e tudo aquilo que ela representa, do que ao evangelho verdadeiro. “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”, Romanos 12:2.
      Continuando com Isaías 53, vejamos o versículo 4 ao 6: “Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.”.
      Não julguemos os judeus ou os romanos que crucificaram Jesus, eles eram representantes nossos, eram nossos procuradores legais. Cada um de nós crucificou a Jesus, quando pecou, peca e pecará, contra Deus, contra nós mesmos, contra os outros homens. Mas o mais terrível é que esse Jesus que nós desprezamos, açoitamos, humilhamos, enquanto sofria tudo isso, estava fazendo uma coisa: salvando-nos. Quer dizer, nós zombamos de alguém que estava trabalhando por nós, sofrendo por nós.
      “Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca. Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido. E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca.”, Isaías 53:7-9.
      Nada de belo havia na aparência externa do evangelho, e ainda não há, porque a obra do evangelho é operada no interior do coração humano. Enquanto o homem está sendo penalizado, sofrendo falta, sendo renegado a um nível desprezível, é aí que seu coração está sendo tratado por Deus, quebrado, moído, para então ser refeito, renovado, reconstruído à imagem e semelhança de seu Senhor.
      Porém, somente os que seguem a Deus de coração é que experimentam crescimento espiritual através de provação. O simples fato da pessoa estar sofrendo não faz dela alguém que está sendo provada por Deus. Mas seja como for, os triunfalistas e positivistas não pensam assim, se a aparência do homem é ruim, se ele não tem um bom salário, uma boa casa, um bom carro, então ele é um pária, um perdedor, algo errado ele deve estar fazendo ou  deve ter feito.
      “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão. Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si. Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.”, Isaías 53:10-12.
      O sofrimento que tem a aprovação de Deus, que tem sua legitimidade como provação do Senhor, esse leva o homem a uma grandiosa vitória no final. “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente”, II Coríntios 4:17. Mas cuidado, repito, não use o sofrimento como vanglória, achando que o passar por ele pode comprar algum favor de Deus. Na verdade o único sofrimento que comprou algo de Deus, foi o sofrimento de Cristo, adquiriu a salvação para todos os homens.

terça-feira, setembro 06, 2011

Pérolas aos porcos, não jogue!

      “Não deem o que é sagrado aos cães, nem atirem suas pérolas aos porcos, caso contrário, estes as pisarão e, aqueles, voltando-se contra vocês, os despedaçarão” Mateus 7:6

      A orientação de Jesus é que devemos ter discernimento para saber com quem compartilhar as novas do evangelho. Mas todos os homens precisam igualmente de salvação? Sim, mas o Espírito de Deus sabe quando e onde cada homem deve ouvir as novas, afinal de contas elas são notícias muito preciosas do reino de Deus, não devem ser vendidas assim, a preço de banana.
      O evangelho deve ser vendido caro, e muito caro, já que custou a vida do filho unigênito de Deus. Desobedecendo essa orientação, corremos dois riscos: primeiro, quem ouve desprezará as boas novas, podendo blasfemar delas, segundo, em sua revolta, os homens agredirão aqueles que compartilharam as boas novas com eles. Na hora errada, o evangelho pode despertar ira, ao invés de salvação, pode aumentar ainda mais a maldição ao invés de trazer benção.
      Devemos ter consciência da urgência e seriedade da salvação, contudo, não devemos ter pressa. Esperemos o momento certo, em oração, para que possamos dar às novas do evangelho o valor que elas têm.

      “Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina” II Timóteo 4:2

segunda-feira, setembro 05, 2011

Não pare de ler o que Deus escreve...

      Não pare de ler o que Deus escreve pra você, talvez nas entrelinhas de tua existência, através daquilo que acontece ao teu redor, da reação das pessoas a você, dos sentimentos que vêm à tona das profundezas do teu coração. São as coisas que não entendemos que às vezes mais revelam o que somos e precisamos.
      Não entendemos justamente porque discordamos, porque nos negamos a aceitar algo como sendo pra nós. Negamos porque nos acomodamos, achamos que já está bom do jeito que está, que já caminhamos bastante e agora queremos um descanso, então deixamos de ler o que Deus escreve, não queremos mais nos aventurar com ele.
      Se Deus está usando as entrelinhas para falar com você, é porque você já deixou de ler as linhas a muito tempo. As linhas são a palavra direta de Deus, escrita na Bíblia e revelada a nós por meio dos dons do Espírito Santo. Não pare de ler, isso só te levará a uma vida árida e sem alegria espiritual, a médio prazo à incredulidade, e a um prazo maior pode te conduzir à heresia, cuidado.

      “Não endureçais os vossos corações, assim como na provocação e como no dia da tentação no deserto, quando vossos pais me tentaram, me provaram, e viram a minha obra. Quarenta anos estive desgostado com esta geração, e disse: É um povo que erra de coração, e não tem conhecido os meus caminhos. A quem jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso.” Salmos 95:8-11

domingo, setembro 04, 2011

Amar é deixar pra lá

Tem pessoas, que não sei bem porque, conseguem nos tirar do sério. Elas conseguem dizer ou agir de uma maneira que nos deixam bem bravos. Por mais que lutemos, que nos preparemos para enfrentar seus ataques, parece que elas têm o dom de atingir exatamente o alvo. Um pouquinho que elas fazem, talvez seja simplesmente a questão delas existirem, nos deixa extremamente irados.
      O sábio Caio Fábio diz que o que nos deixa assim nervosos, não é o que os outros fazem para nos deixar nervosos, mas aquilo que existe em nós que permite que se enerve. Então, usando os termos do pastor filósofo, a moléstia não existe porque os outros nos molestam, não é devido à capacidade dos outros, mas por causa daquilo que há em nós para ser molestados, devido a nossa fraqueza (Tiago 1:13-14).
      "Tudo bem, eu entendi, mas como faço então para anular aquilo que há em mim que me deixa tão vulnerável para me irritar com certas pessoas?"
      O confronto entre os seres humanos é parecido com jogo de pingue-pongue. Uma pessoa lança um ataque, a outra pessoa, que não gostou de ser atacada, cria uma agressão e a devolve, na mesma ou em uma maior proporção, então assim, e só assim, ela se sentirá em vantagem. A pessoa que iniciou o jogo, por sua vez, sentindo-se atacada, devolve outra agressão, igual ou maior, para então se sentir em vantagem.
      Isso pode durar muito tempo, só vai parar quando um dos lados não se sentir agredido, deixar o ataque passar, então não precisará responder. A outra pessoa por sua vez, como não vai receber um ataque, achará que venceu o jogo e não irá, pelo menos por algum tempo, devolver um novo ataque. Conclusão: vence quem deixar o outro achar que foi ele quem venceu, vence quem perde, bem, isso é a cara do evangelho. Dessa forma o jogo de pingue-pongue se transforma num jogo de queimada, isso é, tem-se que desviar da bola para ganhar. Bom, pelo menos em parte, a comparação serve.
      Agora a questão é a seguinte, como não responder ao ataque, como deixar a bola passar e não se sentir incomodado com isso, de forma a encerrar o jogo, deixando com o outro a sensação de vitória? Como perder para ganhar? A resposta é simples, amor, parece uma resposta boba, simplória? Mas não é não.
      Você já teve a experiência de saber que está fazendo tudo certo, já orou, já perdoou, já pediu perdão, já deixou bem claro para todos que você quer acertar, não quer brigar, não quer odiar o sujeito nem se sentir incomodado com ele. Todavia, mesmo assim, o sujeito continua incomodando, e muito. Isso acontece porque você se comprometeu a fazer tudo para resolver o problema, menos uma coisa, amar a pessoa.
      “Aí não”, nós, dizemos, “aí é pedir demais, já perdoei, já me humilhei, mas gostar dela não". Ninguém disse que você tem que conviver com a pessoa, mas amá-la, sim, sabe por quê? Porque esse é o único jeito de você não odiá-la. O ódio extremo só é curado com uma coisa, amor ao extremo, e esse amor somente o Espírito Santo pode nos dar.
      Você não tem que fazer tudo para então perceber que ainda assim você não teve vitória, que a questão ainda te incomoda, ame, no Espírito, como tua primeira opção. Como disse acima, você não tem que conviver com a pessoa, não precisamos ser amigos de todo mundo, nem Deus nos pede isso. Mas amar sim, precisamos amar a todos, contudo, vá pelo caminho mais fácil, aceite isso, em primeiro lugar, queira isso, quebre o orgulho, e depois peça ajuda ao Espírito Santo de Deus.
      O amor nos torna leves e transparentes, de forma que a ira chega até nós mas não fica, nós não a retemos, mas a deixamos passar, para longe. Dessa forma o ódio não bate em nós, ou não rebate, não encontra em nós uma resistência. A resistência, por sua vez, é aumentada quando lutamos sem amor, para não fazer algo. Desse jeito, quanto mais lutamos para não se irar, mais propensos a devolver a ira, ficamos.
      Sem resistência, a ira passa reto, de forma que não volta para a outra pessoa. Só o amor pode quebrar a resistência, deixar a ira passar. Ficará em nós um desejo de responder, sim, mas não com ódio, com amor, pois conseguiremos enxergar a pessoa livre do ódio que ela nos parecia ter. Ela se apresentará para nós, não mais como o inimigo grandioso que achávamos que era, mas como um ser humano igual a nós, que só precisa de amor.

sábado, setembro 03, 2011

Se Deus é bom por que tanta dor?

Se vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamentos de meu Pai e em seu amor permaneço. Tenho lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa João 15:10-11

      Desde que me entendo por gente, ouço a seguinte pergunta em resposta à declaração de que Deus é bom: “se Deus é bom por que então existe tanto sofrimento no mundo?” A resposta é simples, porque ser bom significa dar, a quem se ama, a liberdade para aceitar ou não essa bondade. “Se Deus nos ama por que tanta dor?” Porque Deus nos dá liberdade para negar esse amor, para não querer ser amado por ele. Deus não se impõe. É claro que a consequência dessa negação é a dor.
      Nossa alegria não é completa neste mundo porque não obedecemos a Deus. O pior de tudo é que a consequência de nossa desobediência não é somente o nosso sofrimento, mas também o de outras pessoas. Você acha isso injusto? Para Deus acabar com esse sofrimento, ele teria duas opções: ou não permitir a causa, que é a nossa atitude errada, ou então anular a consequência, as reações de nossa ação errada. Se ele não nos permitisse fazer a coisa errada, ele agiria como um déspota, tiraria, de nós, a liberdade de escolha. Se ele anulasse as consequências da coisa errada, ele seria um irresponsável.
      Seria muita irresponsabilidade de Deus, anular a consequência, isso é, permitir que nós façamos o que desejamos para que Ele depois desfaça as consequências disso. Deus não age como pai rico que mima os filhos. Deus é justo e ensina os homens confrontando-os com a verdade. Ele espera que então, suas criaturas, mudem suas ações para que as reações não sejam amargas. Mas antes de tudo, Deus dá ao homem livre arbítrio, para fazer o que quer, esse pode ser o maior privilégio que Deus dá para a humanidade.
      Achei que iria escrever mais sobre esse assunto, penso, porém, que basta. Aceitar o sofrimento do mundo, como não sendo culpa do criador, é aceitar que a responsabilidade é nossa. Além de aceitar de quem é a culpa, temos que aceitar que precisamos conviver com esse sofrimento, de um jeito ou de outro, não tem saída. Mas sempre temos uma chance de estar consolados, se não confiamos em Deus para nos livrar do erro inicial, podemos confiar nele para receber forças para conviver com as consequências desse erro.
      Quer um conselho? Não aja como filho mimado, querendo por a culpa em Deus, depois de ter vivido a vida do jeito que você quis, afinal de contas, colhemos o que plantamos. Se já está sofrendo as consequências dessa vida sem Deus, converta-se a ele, com humildade, ele te perdoará e te dará graça. Essa graça te capacitará, não para conviver com a culpa, já que ela é retirada se você assumir a sua responsabilidade pela situação ruim em que se encontra e aceitar o perdão em nome de Jesus, mas para conviver com as consequências que não podem simplesmente desaparecer.
        Seria irresponsabilidade minha menosprezar a tua dor, a dor de cada um é a dor de cada um, e dor não se compara. Mas Deus é o único que pode dar forças para que nós caminhemos com o nosso sofrimento. Busque-o, com humildade, sem fazer exigências, ele te dará consolo para você superar tua dor. 

sexta-feira, setembro 02, 2011

Deus se rende ao seu amor por nós

Como posso desistir de você, Efraim? 
Como posso entregar você nas mãos de outros, Israel? 
Como posso tratá-lo como tratei Admá? 
Como posso fazer com você o que fiz com Zeboim? 
O meu coração está enternecido, 
despertou-se toda a minha compaixão.

Oseias 11:8

Milagre, se tu não o fizeste, por que eu te buscaria?

      Se tu fosses um Deus de realidade, de possibilidade, de entendimento humano, por que eu te buscaria? Te busco porque tu és um Deus de milagre, do impossível, do maravilhoso, sem limites, que assombras os homens com seus feitos espetaculares. Desculpem-me vocês, para os quais basta um Deus que cabe dentro da racionalidade humana, que permite exceções porque a regra é impossível de ser vivida, eu os respeito, mas quanto a mim, eu preciso de um Deus de milagre.
      Necessito de um Deus que faz nascer em terra seca, que faz chover no deserto, que aplaina os montes e deles faz um grande vale, verde, com rios caudalosos de água doce, com árvores frutíferas e animais gordos e mansos. Um vale no qual eu trabalharei e viverei dos frutos desse meu trabalho. Um vale com uma família feliz, com uma mulher atenciosa e sábia, com filhos agradecidos e voluntários, que crescerão e também crerão num Deus que faz milagre.
      Esse Deus será louvado por todos aqueles que duvidavam, que em silêncio pensavam, “pobre deste homem, sua oração não será respondida, sua vida não mudará jamais”, esses saberão que Deus não abandona o que nele crê, que Deus tem um coração sensível ao clamar de seu filho fiel. A esse Deus de milagre, toda a honra, toda a glória e todo o louvor, hoje e eternamente.

       (Leia também a postagem "De onde vem a tua salvação").

quinta-feira, setembro 01, 2011

Do fundo do coração

Eles não clamam a mim do fundo do coração 
quando gemem orando em suas camas. 
Ajuntam-se por causa do trigo e do vinho, 
mas se afastam de mim.
Oseias 7:14

Vocês me procurarão e me acharão 
quando me procurarem de todo o coração.
Jeremias 29:13

Dá a mão, não empurra não

      Muitas vezes a pessoa está se equilibrando, tentando ficar em pé, está fazendo todo o esforço para seguir o caminho do Senhor. O esforço faz com que seu rosto se feche, já que ela está cansada. Ela está reunindo a pouca força que lhe restou para manter alguma dignidade e fidelidade, diante de Deus.
      Então nós passamos do lado, nós estamos bem, a família vai bem, o emprego está legal, estamos vivendo uma boa fase da vida com o Senhor. Nessa posição, nós ficamos um pouco altivos, nos achamos no direito de julgar. Olhamos para a pessoa e pensamos, “esse cara deve estar em pecado, só isso explica a luta tão difícil que ele está atravessando”.
      A situação da pessoa é tão frágil que nós não precisamos nem tocá-la, só o ar deslocado com a nossa passagem arrogante, a perturba. Então, ao invés de ajuda-la nós a prejudicamos, ao invés de estender a mão, nós a empurramos.
      Não julguemos ninguém pela expressão do rosto, pelo pouco falar, pela dificuldade com que segue o caminho. Que possamos enxergar o coração, ver que apesar de fraco a intenção é de permanecer em pé, diante de Deus, e seguir o caminho do Senhor.
      Que ao invés da gente empurrar, que estendamos a mão, num gesto de misericórdia, o mesmo gesto que Deus teve com a gente um dia, ou irá ter. “Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos Oseias 6:6