terça-feira, julho 10, 2018

Deus, meu melhor amigo

      “Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo. E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres. E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então nem uma hora pudeste velar comigo?” Mateus 26.38-40

      Esse texto, dentre os registrados na Bíblia, pode ser o que demonstra a situação de mais fragilidade de Jesus Cristo homem, mas eu não creio que ela está nos evangelhos para revelar uma queda de fraqueza de Cristo, Jesus nunca caiu. Penso que o texto, e pra entender isso leia todo o capítulo 26 de Mateus, ensina muito mais sobre Pedro e as fraquezas do homem. Pedro promete que estaria com Jesus para o que der e vier, mas logo em seguida adormece, por três vezes, durante um momento que deveria vigiar com o salvador da humanidade esperando seu momento mais doloroso. É, meus queridos, para ser aquele amigo que nunca nos deixa na mão, Jesus foi deixado na mão, sozinho, sem ouvidos, sem amigos, quando mais precisou.
      Mas é importante sabermos também, não só que precisamos ter amigos para a hora da angústia, mas que podemos também ser amigos na hora da angústia de alguém, saber quando e com quem temos cumplicidade é prova de maturidade, de humildade. Cuidado com quem está sempre bem, com quem parece não precisar de cúmplices nunca, com quem é educado com todos, mas não é amigo de ninguém, esses são tão perigosos quanto os que formalmente se postam como rancinsas solitários e sem amigos. Cultivemos boas amizades, e se formos casados, feliz os que têm no companheiro ou companheira, seus melhores amigos ou amigas. Jesus, contudo, é nosso melhor amigo sempre, muito feliz o que descobre nele, não um Senhor distante, não um Deus inatingível, mas um amigo próximo.
      Com Jesus podemos conversar sobre tudo, confidenciar tudo, mas se for uma amizade verdadeira com Deus, no final obedeceremos sua vontade integralmente, pois sabemos que o amigo Jesus quer e tem o melhor pra nós. É bom demais podermos abrir o coração com alguém, sermos nós mesmos, sermos totalmente honestos, sem hipocrisia ou máscara, sem religiosidade. O mal só sai de nós à medida que o assumimos, que o verbalizamos, que falamos e raciocinamos sobre ele. Sim, muitas coisas devem ser deixadas de pronto, sem conversa, numa oração de autoridade e convicção, mas outras coisas precisam ser passadas do espírito para a alma de maneira que nossa mente e nosso coração entendam, por isso existem psicólogos e psicoterapeutas. 
      Deus não trabalha com milagres instantâneos sempre, muitos não entendem isso, muitas curas e libertações levam uma vida para ocorrer, num processo de anos, nesse processo, nossa única companhia são os verdadeiros amigos. Eu louvo a Deus, de todo o meu coração, porque Jesus é meu amigo desde que me entendo por gente, mesmo antes de minha conversão oficial ao cristianismo. Foi meu amigo quando fiz escolhas que muitos me recriminaram, incluindo pastores e família, teve paciência comigo, entendeu minha busca, e me deu o que eu mais precisava, uma família, esposa e filhas que fazem toda a minha vida ter valido a pena. Quem me deu tudo isso foi Deus, meu Senhor, meu pai, meu melhor amigo.

      (Essa reflexão é a segunda parte de um tema que desenvolvi em duas partes, veja na reflexão de ontem, dia 09/07/18, “Todos queremos ser ouvidos”, a primeira parte). 

Nenhum comentário:

Postar um comentário