domingo, abril 01, 2018

Como saber se alguém é herege?

      Heresia é um tema recorrente aqui no blog, por quê? Porque Jesus e os apóstolos disseram que heresia e falsos profetas seriam muito comuns no final, tempos que penso que estamos vivendo. Já falei aqui várias vezes a respeito, mas desta vez gostaria só de responder uma pergunta simples: como saber se alguém realmente se desviou de Deus numa heresia? A resposta também é simples e bíblica, está em Lucas 6, segue o versículo 44: "Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto, pois não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos." 
      Pelos frutos vos reconhecereis! O que realmente se afasta de Deus pela heresia, não terá a capacitação do Espírito Santo para vencer o pecado. Poderá até pregar, mesmo liderar ministério, mas estará por conta própria, se tiver uma vida moral certa, a terá pelas próprias forças, se é que isso é possível. Eu não creio que seja, se com o Espírito Santo é difícil, imagino sem. Dessa forma o herege não consegue vencer a carne, terá que inventar mais e mais heresias para justificar seu pecado, não produzirá os doces e permanentes frutos do arrependimento.
      Quem conhece de fato sua religião e estuda com seriedade a doutrina de sua denominação, sabe que mesmo entre as igrejas protestantes tradicionais e as evangélicas pentecostais, com os principais pontos doutrinários em comum (para que não são sejam consideradas, mesmo com diferenças, seitas), existem divergências teológicas bem claras. A mesma Bíblia pode ser interpretada diferentemente por estudiosos e líderes igualmente idôneos. Todavia, a prática de vida cristã verdadeira, por denominações diferentes, mesmo com tantas divergências teológicas, é prova que não há heresia e que o Espírito Santo pode habitar homens com interpretações bíblicas distintas.
      Assim, podemos (e devemos?) até buscar conhecimento intelectual das escrituras, entendimento de profecias escatológicas e de mistérios, como tricotomia, momento do arrebatamento em relação à grande tribulação, predestinação e livre arbítrio, etc. Mas não nos ocupemos tanto com isso, nem julguemos esse ou aquele estudioso por posicionamentos teológicos que talvez discordemos. Avaliemos, sim, a todos pelos frutos mas com temor a Deus e respeito. Muitas coisas que tantos consideram importantes, na minha opinião, são meras tecnicidades, que eu discuto até que ponto são importantes para uma vida cristã genuína.
      Se tivéssemos oportunidade de andar com Jesus encarnado, nos surpreenderíamos com suas relevâncias e prioridades. Os fariseus, especialistas da religião judaica de sua época, se escandalizaram, tanto que consideraram Cristo um herege. Hoje, por exemplo, muitos cristãos tradicionais protestantes consideram, na prática, heresia, ou no mínimo, imaturidade, experimentar dom de línguas estranhas nos dias atuais. Por outro lado, muitos evangélicos pentecostais, consideram falta de espiritualidade, ou até heresia, repito, na prática, um cristão maduro não falar em línguas estranhas. Isso não é muito explicitado, mas é o que se pensa na prática, o que um "lado" acha do outro.
      Quem está certo? Quem não segue uma doutrina herege? A resposta é: quem busca e experimenta vida santa e tem os doces e permanentes frutos do arrependimento. Jesus encarnado, nosso modelo de vida correta, não estudava ou discutia teologia, ainda que conhecesse profundamente a lei, os livros históricos, poéticos e proféticos do cânone israelita. Jesus vivia a verdade e a interpretava no Espírito Santo, e com certeza não tinha nenhuma dificuldade teológica com tantos assuntos, considerados hoje, complicados e polêmicos.

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