segunda-feira, abril 16, 2018

Justiça

      “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus, mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo EspíritoI Pedro 3.18

      Fazer justiça é dar a alguém o que lhe é de direito, o mundo está cheio de justiceiros e de gente procurando e elegendo justiceiros. Políticos, artistas, líderes religiosos, o homem ama enchergar em homens assim salvadores da pátria, que façam justiça, principalmente para os pobres e menos favorecidos da sociedade. Atualmente, estamos vivendo um momento assim no Brasil, onde muitos veem num líder populista aquele que pode salvar a nação e que por isso é perseguido pelos que não têm essa ótica. Justiceiros idolatrados nunca estão errados para os que o idolatram, se encarcerados ou mortos, transformam-se em mártires, isso é algo perigoso, que cega as pessoas e cria ambientes de conflitos e violência.
      Mas todos nós em alguma instância nos sentimos injustiçados, desprezados, vítimas, esse sentimento tem sido bastante usado por pregadores mal intencionados para manipular o coração carente do ser humano. Manipulados, os homens fazem qualquer coisa, da adoração desmedida, ao oferecimento da própria vida, passando obviamente pela entrega total e incondicional de bens materiais. Isso é ainda mais preocupante quando vemos que muitos que agem assim, acham estar experimentando a vontade de Deus para suas vidas. Nessa heresia, religões perigosas têm sido mantidas, escravisando e fazendo lavagem cerebral em muitos que sinceramente querem uma vida melhor e livre.
      Contudo, será que todos nós somos realmente vítimas? Será que tdos temos direitos justos a serem reinvidicados? E se isso é verdade, se aplica a qual área, física, emocional, espiritual? Podemos responder essas questões sob dois pontos de vista, com Deus e sem Deus. Sem Deus o mundo é administrado por governos e empresas que valorizam o homem pelo estudo e pelo trabalho. Sei que não acontece de maneira justa para todos, mas no mundo que deveria ser civilizado poderia funcionar assim. Dessa forma, indiferente da relação que o homem tem com o divino, independente da religião ou não do ser humano, se há formação intelectual e trabalho, pode haver uma recompença de vida próspera e honra na sociedade.
      Justiça emocional é algo que o ser humano tem buscado muito nos últimos anos, todos querem satisfação e bem estar. Pra isso cuidam da saúde, do corpo, da alma, em academias, na disciplina alimentar, com psicoterapias, etc, por isso tem crescido tanto publicações de livros de autoajuda, palestras motivacionais e mesmo adeptos às religiões orientais que ensinam relaxamento, meditação e autocontrole. A burguesia também aplaca suas consciências pesadas com apoio a ONGs, asilos, orfanatos, ajuda aos países pobres, e mesmo na defesa do respeito para com animais, cachorros, gatos, etc.
      Todos procuram por justiça, e num mundo onde o cristianismo tem sido desmoralizado, e muitas vezes porque dá lugar a isso, procuram fazer justiça com as próprias mãos, mesmo que troquem uma ajuda financeira mensal pelo direito de portarem armas e matarem infratores. Aliás, eis outra bandeira de muitos no Brasil, direito ao uso de armas pelo cidadão comum, visto o crescimento da violência e do domínio da criminalidade e dos traficantes de drogas. Justiça, justiça! Todos clamam por justiça, a qualquer preço, e abrindo um parêntese, monta-se um palco ideal para a vinda do maior justiceiro do mundo, o anticristo, fecho parêntese.
      Mas qual é o ponto de vista de Deus sobre justiça? O que diz a Bíblia? No entendimento de Deus ninguém é justo, ninguém merece justiça pela vida que leva, tanto o homem mais correto deste mundo, quanto o mais abominável. Todos pecaram e distituídos estão da glória de Deus, ninguém tem créditos espirituais para receber nada, e se não tem espiritualmente, isso interfere em todas as outras áreas, emocional e material. O mais sério contudo, é que o homem nada pode fazer para mudar isso, nenhum esforço, abnegação, trabalho, estudo, religiosidade, caridade e até uma encarnação, se fosse possíve, nada disso pode aliar ao ser humano alguma qualidade que lhe dê direito à justiça.
      Por isso foi tão importante que o próprio Deus encarnasse e sem pecado vivesse, morresse e ressuscitasse em Jesus, para justificar o homem. De graça Deus oferece essa salvação, e isso é a coisa mais excepcional da redenção, algo que muitos homens arrogantes e incrédulos não aceitam. Não precisa dinheiro, nem trabalho, muito menos outras existências encarnadas, basta aceitar, pela fé, o que Cristo fez no lugar do homem. Isso feito, temos então direito à justiça, de maneira plena, completa. Cristom que foi o único que foi vítima de fato, pois morreu pelos outros, não por ele, nos concede gratuitamente todos os direitos da justiça.
      Todavia, existem, sim, vítimas neste mundo, gente numa pobreza extrema, e principalmente crianças, desnutridas, violentadas, injustiçadas. O culpa disso são desses todos, com dinheiro e tempo para buscarem satisfação pessoal, justiça emocional, mas que só olham para os próprios umbigos e não fazem deste mundo um lugar justo. Não, a culpa não é de Deus, nunca foi e nunca será, Deus não descerá do céu para mudar este planeta, não agora, não da maneira que muitos pensam. Cometem esse equívoco tanto os que se revoltam com Deus, exigindo que ele faça algo que não é a parte dele, tanto os que oram e oram solicitando milagres, crendo que Deus satisfará seus desejos egoístas, mas não vivem um evangelho de justiça neste mundo, que realmente ajude os menos favorecidos.

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