domingo, janeiro 05, 2020

O diabo não é menos diabo porque faz parte da cultura

      “Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és santo; por isso todas as nações virão, e se prostrarão diante de ti, porque os teus juízos são manifestos.Apocalipse 15.4

Diversidade e mistura racial - caminho sem volta

      No mundo atual, um dos itens da agenda anti-cristiaismo é com respeito à cultura que não é tradição judaica-cristã, assim, no Brasil, tudo que é indígena ou de origem africana tem sido trazido à tona e priorizado. Contudo, o diabo é o diabo seja em qual cultura estiver, existe na cultura ocidental europeia tanto quanto nas outras, sem distinção. Como podemos nós cristãos nos comportarmos diante disso? Como devemos respeitar a todos, e a todas as culturas, sem perder o discernimento do mal? Esse talvez seja um dos grandes desafios do cristianismo, e que muitos cristão não têm atentado, já que toca o centro das últimos estratégias do diabo para o mundo e seu tempo derradeiro.
      O diabo tem sempre muitas caras, Deus só tem uma, o diabo tem várias verdades, Deus só tem uma, o diabo, como já dissemos aqui, sempre foi um humanista, sua principal estratégia não é destruir a Deus, ele sabe que não pode fazer isso, mas empoderar o ser humano, de maneira que esse ache não precisar mais de Deus. Para empoderar o homem o diabo não precisa atacar o cristianismo, na verdade ele usa o cristianismo, como usa todas as religiões, basta que ele desvie um pouco certas doutrinas que estão no escopo bíblico, mas que perdendo o foco levam a resultados diferentes dos propostos inicialmente. 
      Nessa ênfase de empoderamento do indivíduo, a agenda anti-cristianismo levanta uma bandeira que em si é legítima, principalmente num mundo onde tanta injustiça, tanta violência, tanta perseguição foram feitas contras tantos, como contra os de raças não européias, mas também contra mulheres, judeus e pessoas com características sexuais que saem dos polos tradicionais masculino e feminino. Temos que admitir que muito dessa injustiça foi feita com apoio do cristianismo, da igreja católica e mesmo dos protestantes. O resultado é o preconceito baseado numa tradição de equívocos e intolerância, veja que não estou negando isso, de forma alguma.

O diabo sempre foi um humanista

      Contudo, o diabo foi e sempre será inteligente, ele só é raso com os muito fracos, que se vendem por qualquer coisa, com esses o inimigo nem precisa trabalhar muito. Mas com os que se consideram informados, cultos, lúcidos, o diabo se mostra informado, culto e lúcido. Nessa estratégia inteligente o diabo valoriza o ser humano, todos eles, usando a brecha que o próprio cristianismo abriu para dizer que a valorização que ele dá os cristãos não dão. O “diabo” está errado nesse ponto? Não, a pior mentira é a fundamentada na verdade, contra essa é difícil argumentar, assim a guerra contra a intolerância, que deveria fazer parte da agenda cristã, é feita pelo diabo, não pelos cristãos. 
      Deixando pra lá toda a luz que o cristianismo lançou sobre o mundo e sobre as religiões, quando ensinou sobre os anjos caídos, o diabo firma-se sobre um ponto negativo do próprio cristianismo estabelecido no mundo, não do verdadeiro cristianismo, mas aquele que os homens entenderam e estabeleceram. O conceito do sincretismo religioso, que a igreja católica aceitou e aceita sem se levantar contra, é uma das mentiras que o diabo usa, que apareceu quando os escravos afro-descendentes queriam realizar seus cultos e para não serem impedidos pela intolerância católica colocaram em seus deuses nomes de santos do Vaticano.
      O ponto desta reflexão não é desrespeitar crenças alheias e não cristãs, não é, de maneira alguma, não é fomentar qualquer espécie de violência contra leituras espirituais diferentes da leitura do verdadeiro cristianismo, que isso fique bem claro. O verdadeiro cristianismo, todavia, tem um entendimento diferente de muito que se faz e se adora em outras religiões, e vice-e-versa. Isso não deveria causar qualquer tipo de animosidade, já que as pessoas acreditam naquilo que querem, e Deus, mais do que ninguém, respeito isso, mas isso não impede que os verdadeiros cristãos preguem, com sabedoria, com amor, ainda que com coragem, aquilo que acreditam, e, repetindo, vice-e-versa, também as outras religiões. 
      A tendência mundial, em termos de raça, é que todos se misturem, assim, os de maior quantidade, como os chineses, qua por motivos políticos ainda permanecem um pouco isolados, ainda que economicamente estejam dominando o planeta, se misturarão com africanos, com indianos e com os europeus formando um novo habitante da Terra. Isso é muito bom, na diversidade há riqueza, de estéticas, de aptidões, de almas, des espiritualidades e de inteligências, isso é um caminho sem volta. Outra consequência dessa globalização potencializada pela internet é que as culturas se conheçam mais e façam trocas, na arte, na moda, na alimentação, nas tecnologias, e isso, repito, é excelente!!

Religião -  escolha pessoal

      Mas e a religião, como fica? Deveria ser uma livre escolha para cada ser humano, e como religião, com parâmetros bem definidos sobre o que se crê e como se comunga e pratica o que se crê. Toda religião pratica o bem? Não, e isso é uma das coisas que a agenda anti-cristianismo esconde. Da maneira como a grande mídia, o maior profeta dessa agenda, prega, parece que as religiões são pontos de vista diferentes da mesma coisa que conduzem a um mesmo objetivo, para usar um clichê popular. Mas na prática não é assim, e ecumenismo funciona para que assuntos sociais em comum sejam realizados, mas não para concordar numa discussão doutrinária.
      Religião se conversa, se troca informação, se conhece, também a dos outros, mas nunca pode ser imposta, sob nenhum aspecto e por ninguém. Aliás, os evangélicos aprenderiam muito sobre muitas coisas se conhecessem melhor as religiões alheias, sem preconceitos e profundamente, ao invés de demonizarem tudo aquilo que acham que a Bíblia não manda, como se a Bíblia mandasse alguma coisa para o homem do século XXI. Voltando ao ponto, nem toda religião pratica o bem, e mesmo muito cristão vai a culto querendo vingança sobre seus inimigos, o fato de serem cristãos não faz seu desejo de vingança legítima, e muitos menos por pedirem isso ao Deus verdadeiro. 
      Isso poderia nos levar a outra discussão, o que é a verdadeira religião? É o cristianismo? É aquela que prega o amor? São todas? Não é nenhuma? Seja como for a humanidade tem uma longa história, e em diferentes pontos do tempo e da Terra tradições foram construídas, isso tudo criou o folclore e a cultura. Preservar tudo isso é importante, como homens temos necessidade disso, principalmente no tempo atual, conhecimento é controle, e controle nos dá alguma paz, queremos saber quem somos, como chegamos a ser quem somos, queremos conhecer e ter identidade, e nos orgulharmos dela, todos nós, de todas as rações e religiões.
      Sim, esse item da tal agenda é legítimo, os afro-descendentes precisam de respeito, sua cultura é importante atualmente para todos nós, tanto quanto a cultura de lusitanos, de italianos, de japoneses, de árabes e tantos outros. Os afro-descendentes brasileiros precisam de oportunidade de estudo e trabalho, de moradia e saúde, e precisam se orgulhar de serem quem são, tanto quanto todos os outros, repito, contudo é preciso separar cultura de religião. Como não seria sensível e relevante uma questão que trata não só do plano material limitado, mas do plano espiritual e eterno? Sim, tanto tempo de escravatura fez sofrer um povo lindo como os africanos, e seus descendentes enfrentam as consequências disso ainda hoje, isso tem que ser considerado.

Pintar o diabo de cor diferente, mesmo isso não deveria ser motivo pra violência

      Contudo, ainda assim, o cristianismo chama de anjos caídos do mal, enganadores e mentirosos, entidades que as religiões do afro-espiritismo adoram e obedecem, isso é uma realidade, assim como os afro-espíritas querem bem a seres que os cristãos chamam de mal. Como administrar isso? Com a verdadeira religião, quem dela for que não só fale, grite, se manifeste politicamente, mas também pratique, com exemplos de justiça, amor, misericórdia e a tal da tolerância. Os cristãos podem mudar de opinião sobre religião? Os afro-espíritas podem mudar de opinião sobre religião? Podem, mas as mudanças verdadeiras e que permanecem ocorrem quando muda-se de opinião porque a prática de vida mudou antes e mudou para melhor. 
      Para os cristãos genuínos o diabo não é menos diabo porque faz parte da cultura, uma fada, uma valquíria, um gênio ou um exu são todos as mesmas coisas para o cristão, e não fazem parte de seu culto. Mas se o cristão se acha assim tão melhor, então é ele quem tem o dever de ser então o melhor religioso. O centro da religião cristã são os ensinamentos de Cristo, Cristo encarnado nunca foi intolerante e se usou de violência num templo foi num templo de sua religião, não no da religião dos outros. A mesma coisa com os profetas do antigo testamento, se foram duros foi com os que se desviaram dentro da religião judaica, não com os outros povos de outras religiões. 
      A Bíblia em nenhum momento ensina violência contra outras religiões, infelizmente muitos falsos cristãos, hereges e estúpidos, não entendem isso, e só acrescentam mais mau testemunho ao evangelho. Toda essa agenda anti-cristianismo e empoderamento do indivíduo tem um único objetivo, separar de vez trevas de luz, no final não haverá mais espaço para meio-termo, para ficar em cima do muro. Ou os cristãos vivem de vez o evangelho ou deixam a agenda administrar o planeta, e pelo que entendemos das profecias no final um grande líder colocará ordem no Terra, na economia, na política, na ecologia, na justiça social etc, isso já está começando a ser feito. 
      

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