quarta-feira, fevereiro 28, 2024

Que não morramos de tristeza

      “Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.João 6.68

      Tristeza, não é horizonte, é chão, depois que a revolta passa, que a dor pulsa, que mesmo ódio e vingança perdem forças, desce a tristeza, da mente para o coração, das racionalizações que não acham solução para o sentimento. Tristeza é o sentimento mais puro, depois do amor, mais leve, depois da paz, mais poderoso, depois da esperança. Tristes, não nos achamos no direito de nada, nem de desgostar, nem de nos irar, não temos mais forças para reagir, nos perdemos dentro de nós mesmos porque lá está vazio. Mas a tristeza mais profunda está a um passo de duas coisas extremas, a morte e a vida, não há mais tempo ou vontade para nada mais. Que não morramos de tristeza, mas que nela achemos a vida que há em Deus. 
      Prostrados não temos mais energias para fugir, para pecar, para nos iludirmos, só nos resta olhar. Se olharmos para baixo contemplaremos a morte, mas se com um pedacinho de fé, do tamanho de um grão de mostarda, olharmos para cima, veremos o céu se abrir e a luz do Altíssimo emanar-se sobre nós. Na tristeza achamos a humildade mais pura, ela desmascara o ego e entrega-nos a mais densa das solidões. Os que não quiserem se achar na humildade, visto que essa entrega para os homens nossos lados mais frágeis, não olharão para o alto, tentarão resolver a tristeza sozinhos, e depois da tristeza, se não há morte e vida, há a loucura de negar a verdade. Olhemos para o Altíssimo é escolhamos viver, afinal para quem podemos ir?

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