30/10/25

Eternidade interior

      “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.II Coríntios 4.16-18

      Nosso mundo espiritual é interior, definido por qualidade moral, dessa forma céu e inferno constroem-se aqui, no mundo material, à medida que praticamos e persistimos em praticar as obras da carne ou o fruto do Espírito (Gálatas 5.19-22). Na eternidade, essa verdade interior não achará uma região externa para residir, Deus está em tudo e atrai todos ao seu melhor, a luz mais alta nas regiões espirituais mais elevadas em Cristo. Contudo, aquilo que ficou escondido aqui será manifestado lá, infernos individuais dos rebeldes e orgulhosos serão materializados (por falta de termo melhor) para esses, de dentro para fora, então esses serão atraídos a outros seres em disposição semelhante. Ninguém vive só, mais ainda os atormentados.
      No ajuntamento de pares há o inferno geral ou coletivo, em seu amor Deus permite locais assim (como os porcos que Jesus autorizou aos demônios em Mateus 8.28-32). O inferno que há na eternidade é o inferno interior que o ser leva com ele. Se infernos são variáveis, excepcionais, até subjetivos, ainda que a teologia protestante diga diferente, céu é eterno e imutável. Os que perseveraram no fruto do espírito subirão à luz mais alta, acharão consonância na presença de Deus e dos servos de luz do Altíssimo, porque foi isso que buscaram no mundo. Infernos pessoais no mundo podem ser camuflados, torturados disfarçam-se com prazeres e vaidades da carne. Céu não se esconde, nem aqui, luz revela-se ainda que em amor e discrição. 
      Não é a primeira vez que toco neste tema, mas a orientação é o mesma para outros assuntos bíblicos, pararmos de interpretar as coisas ao pé da letra, como os antigos faziam. Contudo, acredito que mesmo Moisés tinha consciência que os registros de Gênesis que fez, baseados em informações chegadas a ele por tradição oral, eram mitos, não acontecimentos concretos, ainda que antigos confundissem mito e história. Mas se não nos colocarmos na luz que Deus quer nos pôr hoje como cristãos, continuaremos sendo ignorantes e extremistas, negando verdades como as que a ciência tem entregue. Não é Deus quem muda, Deus sempre soube que o homo sapiens não foi criado num instante mágico, mas foi fruto de demorada evolução.
      Sobre o tema, não é só questão de entendimento técnico sobre o que é céu e inferno, que são internos, não externos. O ponto principal é entender que um Deus de amor, de luz, de paz, de bem, não pode condenar os seres humanos para sempre, quem pode se condenar para sempre é o próprio ser humano, quando se mantém rebelde, orgulhoso, cruel, ou então, por outro lado, acusado, magoado, amarrado. A escolha é sempre do ser, escolha errada mantém nas trevas, o mal só os maus fazem, Deus sempre chama à luz e ao bem. Não posso “detalhar” mais certas coisas, senão desobedeço a voz de Deus, que me orienta a escrever aqui a protestante, evangélico e pentecostal, assim não devo escandalizar quem posso alimentar...

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