"quando tocaram as trombetas em uníssono e cantaram para serem ouvidos, louvando o Senhor e dando-lhe graças, e quando levantaram a voz com trombetas, címbalos e outros instrumentos de música, e louvaram o Senhor , cantando: Porque ele é bom, porque o seu amor dura para sempre; então uma nuvem encheu o templo do Senhor" II Crônicas 5.13
20/08/14
19/08/14
Unção (parte 8 de 8)
Conclusão
A
unção de Deus é sentida no coração, de maneira subjetiva, mas ela produz frutos
reais e objetivos, portanto, ela não é só emoção, os talentos humanos,
oratória, inteligência, carisma e musicalidade, frutos transitórios,
manifestação de dons espirituais de maneira isolada, mesmo não ungidos podem
falar em línguas estranhas e até expulsar demônios. Mas ela é causa inicial
espiritual, operação sobrenatural, frutos que permanecem, aquele que
experimenta a verdadeira unção de Deus prova um avivamento em sua vida.
A
unção de Deus interage com o ser humano em sua integridade. Ela limpa, aviva e
motiva, corpo, alma e espírito. Ela dá ao homem forças espirituais, emocionais
e físicas. Ela nos faz experimentar um pouco da eternidade neste mundo, um
pedacinho da natureza de Deus. Ele sacia o homem, coloca-o no centro da vontade
de Deus e capacita-o a servi-lo.
“E não entristeçais o Espírito Santo de Deus,
com o qual fostes selados para o dia da redenção.” (Efésios 4.30).
A
unção de Deus é de Deus, e sendo assim, glorifica somente a Deus. O pecado, a
vaidade, a estupidez, por menor que sejam, ferem o Espírito Santo. Por isso o
fogo tem que ser o do alto, o óleo deve ser santo, as águas precisam ser vivas,
as vestes serão sempre limpas. O Espírito Santo não se retira do salvo, não
mais, contudo, a unção pode ser perdida. Mas pode ser recuperada, através do
arrependimento, da fé e da oração. Sem unção, completa e genuína de Deus, não
se pode fazer a obra de Deus, não se pode experimentar aquilo que os apóstolos,
que Paulo, que os primeiros discípulos experimentaram: o avivamento, aquele,
que tanto temos buscado nos últimos tempos.
“Deus é Espírito, e é necessário que os que o
adoram o adorem no Espírito e em verdade.” (João 4.24).
Para
experimentar a unção de Deus é necessário que o Espírito Santo tenha liberdade
em nossas vidas. Ele tem liberdade à medida que é buscado, ouvido, entendido e
obedecido. Isso não se ensina numa escola, não se é obtido com fórmulas ou
receitas, isso só é experimentado por quem busca, com perseverança uma comunhão
plena com Deus. É um processo que pode acontecer na conversão, levar alguns
meses após elas, ou mesmo anos, é algo pessoal. Mas são esses os adoradores que
Deus busca, os que o adoram com o espírito e no Espírito, esses podem provar os
mistérios espirituais e os milagres, direitos daqueles que recebem a unção de
Deus.
José Osório de Souza –
25/03/14
18/08/14
Unção (parte 7 de 8)
VI. As virgens e as lâmpadas com azeite
Para
entendermos a importância da unção na vida do cristão, saber que ela não é
opcional, mas obrigatória, para aqueles que querem viver uma vida cristã real,
e que desejam estar com Deus o mais rapidamente possível, não podemos deixar de
refletir sobre essa parábola. Ela usa a simbologia das virgens com as lâmpadas
cheias de azeite, para identificar a igreja ungida, interessante que essa
simbologia reúne três metáforas que já citamos: as vestes brancas (das noivas),
o óleo e o fogo. Nesse caso, o azeite é usado para iluminar, dentro da
lamparina, e não apenas para emanar bom cheiro:
“O reino do céu será semelhante a dez virgens
que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo. Cinco delas eram
insensatas, e cinco, prudentes. Ao pegarem as lâmpadas, as insensatas não
levaram azeite. As prudentes, porém, levaram azeite em suas vasilhas,
juntamente com as lâmpadas.
E, demorando o noivo, todas começaram a cochilar e dormiram. À
meia-noite, porém, ouviu-se um grito: O noivo chegou! Saí ao encontro dele!
Então todas as virgens se levantaram e prepararam suas lâmpadas. E as
insensatas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, pois nossas lâmpadas
estão se apagando. Mas as prudentes responderam: Não; talvez não haja o
suficiente para nós e para vós. Ide, porém, aos que vendem azeite e comprai-o
para vós.
E, assim que elas saíram para comprá-lo, o noivo chegou; as que
estavam preparadas entraram com ele para a festa de casamento, e fechou-se a
porta. Depois também chegaram as outras virgens e disseram: Senhor! Senhor!
Abre-nos a porta. Ele, porém, respondeu: Em verdade vos digo que não vos
conheço. Portanto, vigiai, pois não sabeis nem o dia nem a hora.” (Mateus
25.1-13).
Já
cheguei a ouvir de crentes, e bons crentes, a seguinte frase como resposta à pergunta
se eles tinham certeza de sua salvação, se eles morariam no céu ou se eles
seriam arrebatados: se Deus me achar digno, eu serei salvo, morarei no céu,
serei arrebatado. Um cristão de verdade não deve pensar assim, ele precisa e
tem todo o direito de ter a certeza, de que é salvo, de que morará no céu, de
que será arrebatado. Isso não é arrogância e nem presunção, é privilégio. Não
um convicção insana, mas baseada em testemunhos: primeiro da palavra de Deus,
depois através das vidas de outros irmãos que participam da mesma igreja que
ele, e por último debaixo da unção do Senhor, que nos dá a certeza de quem
somos e para onde iremos.
A
parábola, porém, nos dá alguns alertas:
1. Todas eram virgens
e noivas: todas pareciam ser a igreja de Cristo, a noiva, e talvez todas
fossem, há divergências sobre isso entre os teólogos, mas o que podemos
entender lendo o Novo Testamento é que haverá oportunidade de salvação mesmo
após o arrebatamento. Essa parábola nos parece que se refere ao arrebatamento,
as bodas do Cordeiro, que só terão direito aqueles que partirem na primeira
leva, digamos assim.
Mas
não queira partir depois, o preço que se terá que pagar será muito alto, o
livro de Apocalipse não faz entender que o preço será a própria vida. Pode ser,
ainda, que haja oportunidade de salvação mesmo durante o milênio, contudo os
que morreram em Cristo e foram arrebatados, terão um privilégio especial nesse
período, administrarão a terra junto com Jesus.
Abrindo
um parêntese, lembro que a simbologia de virgens e puras é bastante usada na
Bíblia, e principalmente no Antigo Testamento, para se referir às pessoas que
se mantinham longe dos ídolos. Pureza sexual é usada como analogia à pureza
espiritual, assim adultério e prostituição, se refere àqueles que se sujam com
a adoração de ídolos e entidades espirituais (demônios).
Contudo,
nos dias atuais, a idolatria e a prostituição espiritual, que continua agindo
debaixo da veneração de ídolos em imagens e esculturas, também assume facetas
mais sutis, das quais muitos evangélicos não admitem que participam. A verdade
é uma só: tudo aquilo que ocupa o lugar que é de Deus é idolatria, todos os que
participam disso, estão com as vestes sujas e portanto numa condição de
prostituição espiritual (fecho o parêntese).
2. Todas saíram ao
encontro do noivo: todas eram voluntariosas com a ordem do noivo, obedientes,
portanto não se ache que ativismo, religiosidade, presença nos cultos e nos
ministérios e outros legalismos nos tornam ungidos e merecedores de participar da bodas do
Cordeiro.
3. As prudentes
também cochilaram: por serem prudentes, não significa que eram perfeitas, mesmo
elas se cansaram de esperar, isso, porém, não é desculpa para que não
perseveremos. Ninguém pode dizer com certeza se a falta de vigilância é ou não
condição para que as lâmpadas estejam cheias de azeite.
4. As insensatas
saíram para buscar azeite: foram voluntariosas até o fim, dispostas, mas
loucas, não tiveram a sabedoria para obedecer na hora certa, podiam até ter
feito um cochilo, mas com as lâmpadas cheias de azeite; Loucos fazem e fazem,
mas não têm discernimento, não agem com lucidez, com o equilíbrio do Espírito,
porque não fazem para Jesus, mas para si mesmos, volto a bater nessa tecla (já
falei sobre isso no estudo “Fazer a vontade de Deus”).
Talvez
a lição mais séria e difícil de se aceitar nessa passagem seja: não basta ser
noiva, tem que estar ungida. Aquele que realmente teme a Deus e o obedece
saberá o momento certo de encher sua lâmpada, qual é o momento? Sempre, andando
em vigilância. Não adianta fazer e fazer e não estar ungido. Essa disposição de
vigilância se vive quando se anda num estilo de vida avivado, um estilo de vida
onde a unção está sempre presente em nossas vidas.
17/08/14
Unção (parte 6 de 8)
V. A brancura das vestes
Algo
que completa a aparência espiritual do ungido de Deus, que orna e realça a
simbologia do óleo santo, são as vestes brancas, vamos refletir um pouco sobre
alguns aspectos dessa simbologia. Em primeiro lugar, veja que lindo é o texto
de Eclesiastes 9.7-8:
“Vai e come com alegria o teu pão e bebe o
teu vinho com coração contente; pois há muito tempo Deus se agradou do que tu
fazes. Sejam as tuas vestes sempre bem cuidadas, e nunca falte o óleo sobre
a tua cabeça.”.
Veste
brancas aparecem em Mateus 17.1-3, que experiência tiveram os três apóstolos
com Jesus, única em toda a Bíblia, em nenhum outro lugar mortos reaparecem a
vivos:
“Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro,
Tiago e João, irmão deste, e os levou em particular a um alto monte; e foi
transfigurado diante deles. O seu rosto resplandeceu como o sol, e suas roupas
tornaram-se brancas como a luz. Então apareceram diante deles Moisés e
Elias, falando com ele.”
(Esse
texto não nos autoriza a criar uma doutrina, a Bíblia tem que ser entendida
como um todo para se saber a vontade geral de Deus. Por outro lado, Deus é Deus
e pode fazer o que quer, quando quer, ele, e mais ninguém pode criar regras e
usar exceções. Todavia, Moisés e Elias são dois casos interessantes na Bíblia,
o local do sepultamente de Moisés é um mistério, veja em Deuteronômio 34.5-7,
Elias, por sua vez, foi levado por um redemoinho ao céu, veja II Reis 2.1-11.
Enoque, veja Gênesis 5.24, é outro exemplo de homem que parece ter sido
arrebatado por Deus ainda em vida, bem, são mistérios, no céu saberemos o que
realmente acontece e porquê).
Voltando
ao texto da transfiguração, a glória do Altíssimo deixou as aparências brancas.
Quem já teve experiências espirituais com demônios sabe que eles são o
contrário disso, mais negros que a noite. É uma escuridão diferente, medonha,
sem forma definida, e que fogem sob uma palavra de autoridade do filho de Deus
que a possui pelo sangue de Jesus. Aqueles que estão na unção são o oposto
disso, são luz, e como tais amam e praticam as obras da luz.
Vestes
sujas não se adquire apenas andando em adultério e deixando-se escravizar por
vícios da carne. Rancor, inveja, orgulho, ira, tudo o que nos coloca numa
disposição de rebeldia, de caluniadores e de reclamadores, promotores do lado
negativo e ruim das coisas e das pessoas, incrédulos para o bem, tudo isso é
andar em trevas, é estar com as vestes imundas. O ungido tem uma boa
consciência e um coração fácil para amar, perdoar, esperar, isso é sinal de
roupas espirituais brancas. A carta à igreja de Sardes em Apocalipse 3.1-6,
contudo, nos exorta sobre as vestes brancas e a vigilância:
“Escreve ao anjo da igreja em Sardes: Assim
diz aquele que tem os sete espíritos de Deus e as estrelas: Conheço tuas obras,
tens fama de estar vivo, mas estás morto. Fica alerta e fortalece o que
ainda resta e estava para morrer; porque não tenho achado tuas obras perfeitas
diante do meu Deus. Portanto, lembra-te daquilo que tens recebido e ouvido,
obedece e arrepende-te. Pois se não estiveres alerta, virei como um ladrão, e
tu não saberás a que hora virei contra ti.
Mas em Sardes também tens algumas pessoas que não contaminaram
suas vestes; elas andarão comigo, vestidas de branco, pois são dignas. Assim, o
vencedor será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei seu
nome do livro da vida, mas, pelo contrário, reconhecerei seu nome diante de meu
Pai e diante de seus anjos. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às
igrejas.”.
A
frase “tens fama de estar vivo, mas estás
morto” nos exorta sobre uma espécie de falso avivamento, de hipocrisia,
sobre aparentar uma coisa, contudo, ser outra. Ela aparece no mesmo texto que
honra aqueles que estão com vestes brancas, não os sepulcros caiados dos
fariseus, mas as roupas espirituais limpas no sangue do Cordeiro. O ungido tem
essas vestes, não são somente suas palavras que são pentecostais, sua
aparência, seus costumes, mas seu coração:
"Então me invocareis e vireis orar a mim, e
eu vos ouvirei. Vós me buscareis e me encontrareis, quando me buscardes de
todo o coração. Eu me deixarei ser encontrado por vós, diz o SENHOR, e mudarei
o vosso destino. Eu vos reunirei dentre todas as nações e de todos os lugares
para onde vos dispersei, diz o SENHOR; e vos trarei de volta para o lugar de
onde vos exilei." (Jeremias 29.12-14).
Santificação
é um processo constante, não como obseção, mas como adoração, como fidelidade,
daquele que deseja estar limpo para estar mais perto do pai. Não apenas dentro
do templo, não apenas durante os cultos, não apenas junto dos irmãos, mas
sempre. O ungido está sempre com as roupas prontas para uma festa, que festa é
essa? As bodas do cordeiro, o encontro que terá com Jesus, caso morra, ou caso
seja arrebatado, bem esse é o nosso próximo assunto.
16/08/14
Unção (parte 5 de 8)
IV. O mover do vento impetuoso
Agora
não falaremos apenas de simbologias, mas de uma impressão real que as pessoas
tiveram depois que provaram um derramar poderoso da unção de Deus. Não que o
sacerdote ungido com óleo santo e Moisés não tivessem recebido unção de Deus,
mas era temporária. Em Atos 2.1-6, a primeira experiência que o homem teve com
uma presença do Espírito Santo permanente começou com o sentir de um forte
vento:
“Ao chegar o dia de Pentecostes, todos
estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa
onde estavam sentados. E apareceram umas línguas como de fogo, distribuídas
entre eles, e sobre cada um pousou uma. Todos ficaram cheios do Espírito Santo
e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que
falassem. Estavam em Jerusalém judeus piedosos de todas as nações que há
debaixo do céu. Quando o som foi ouvido, a multidão se aglomerou. E todos
ficaram confusos, pois cada um os ouvia falar na sua própria língua.”
Um vento
impetuoso, significativo para a inauguração do ministério da igreja, onde a
vontade de Deus não seria experimentada mais por uma nação física, Israel, mas
por todo o mundo. O evangelho é assim, um vento tempestuoso que não pode ser
contido por falsos profetas, manipuladores de conveniências, e nem entendido
pelos sábios desse mundo. Um vento que sopra por todas as direções com
liberdade e que torna acessível a salvação a todos.
Se
os israelitas podiam se considerar donos da velha aliança, proprietários
exclusivos de um pacto que os privilegiava da presença de Deus, isso não pode
acontecer mais com o evangelho. Ninguém, nenhum homem, igreja ou religião, é
dono do evangelho, assim como ninguém é proprietário exclusivo da unção de
Deus, ela pode ser experimentada por todos os salvos em Cristo, ricos, pobres,
eruditos, analfabetos, brancos, negros, amarelos, pastores e ovelhas.
Um
vento impetuoso, define a manifestação da unção do Senhor para o mundo, a
partir de Atos, forte, livre e viva, em movimento, como deve ser a obra de Deus
que tem sua unção. Ao contrário disso, quantas vezes os cristãos têm engessado
a manifestação de Deus, com racionalismos, com religiosidades, e não me refiro
só aos chamados crentes tradicionais, os pentecostais também tentam limitar as
manifestações do Espírito Santo, para poder ter controle. Mas a unção do
Espírito Santo representa justamente o contrário disso, representa liberdade,
leiamos II Coríntios 3.13-18:
“E não somos como Moisés, que colocava um véu
sobre o rosto, para que os israelitas não fixassem os olhos no restante da
glória que se dissipava. Mas a mente deles tornou-se insensível. Pois até hoje,
quando ouvem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece e não lhes é
retirado, pois somente em Cristo ele é removido.
Sim, até hoje, sempre que Moisés é lido, há um véu sobre o coração
deles. Contudo, quando um deles se converte ao Senhor, o véu é retirado. O
Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. Mas
todos nós, com o rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do
Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, que vem do
Espírito do Senhor.”
Esse
vento do Espírito Santo é que deve nos dirigir, como dirigiu os apóstolos e
outros discípulos quando fundaram a Igreja de Cristo, e não qualquer outra
intenção, já que ele nos dirige para cumprir a vontade de Deus e não de homens:
-
às vezes sabemos para onde: “Assim,
enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.”
(Atos 13.4);
-
às vezes para não fazer nada: “Atravessaram
a região frígio-gálata, mas foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a
palavra na Ásia.” (Atos 16.6);
- e
outras vezes ainda para um mistério, para algo que não sabemos onde vai dar, e
que poderá dar mesmo em algo perigoso para nós: “Agora, impelido pelo Espírito, vou para Jerusalém, sem saber o que
acontecerá ali, senão o que o Espírito Santo me garante, de cidade em cidade,
dizendo que prisões e tribulações me esperam.” (Atos 20.22-23).
Avivamento
é movido assim, por um vento impetuoso que vem do alto, algo que vai muito além
das forças humanas, algo que inclina, que impulsiona, para a salvação, cura e
consolo do homem.
15/08/14
Unção (parte 4 de 8)
III. As águas vivas que fluem do interior
Agora
sairemos das simbologias do Antigo Testamento, e da experiência temporária que
as pessoas tinham com a unção do Espírito Santo, passaremos aos relatos do Novo
Testamento. Contudo, Jesus também utiliza símbolos, e o primeiro deles parece
usar um elemento oposto ao fogo de Moisés: a água. Vamos ler dois textos do
evangelho de João, primeiro no capítulo 4, versos 7 ao 15:
“Então veio uma samaritana tirar água. E
Jesus lhe disse: Dá-me um pouco de água. Pois seus discípulos tinham ido à
cidade comprar comida. Disse-lhe, então, a mulher samaritana: Como tu, um
judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? Pois os judeus não se
davam bem com os samaritanos.
Jesus lhe respondeu: Se conhecesses o dom de Deus e quem é o que
te diz: Dá-me um pouco de água, tu lhe pedirias e ele te daria água viva.
E a mulher lhe disse: Senhor, tu não tens com que tirar a água, e o poço é
fundo; onde, pois, tens essa água viva? Por acaso és maior que o nosso pai
Jacó, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, assim como também seus
filhos e seu gado?
Jesus respondeu: Quem beber desta água voltará a ter sede; mas
quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a
água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida
eterna. E a mulher lhe disse: Senhor, dá-me dessa água, para que eu não
tenha mais sede, nem tenha de vir aqui tirá-la.”.
Agora
no capítulo 7, versos 37 ao 39: “No
último dia da festa, o dia mais importante, Jesus se colocou em pé e exclamou: Se
alguém tem sede, venha a mim e beba. Como diz a Escritura, rios de água
viva correrão do interior de quem crê em mim.
Ele disse isso referindo-se ao
Espírito que os que nele cressem haveriam de receber; porque o Espírito ainda não havia sido dado, pois Jesus ainda não fora glorificado.”.
O
nosso assunto é unção de Deus, algo especial. Não, a Bíblia não diz somente que
Jesus mata a maior de nossas sedes, a sede espiritual, que preenche o grande
vazio que todos os homens carregam dentro de si. Não, Cristo nos dá muito mais
que isso, através da presença de seu Espírito Santo. Rios de água viva fluem do
interior daquele que se satisfaz totalmente em Deus, isso é condição de ungido,
daquele que tem não somente para si, mas para os outros. Unção é águas vivas: o
que são águas vivas?
Numa
mina de água, a água brota do interior da terra, sim, depois ela pode ser
represada, naturalmente, e formar riachos e rios. Mas em sua origem ela é viva,
se movimenta e tem a pureza da natureza, potável ou não. O que busca a unção de
Deus deve buscá-la na fonte, depois pode até compartilhá-la com os outros, mas
o ideal é recebê-la em primeira mão diretamente de Deus. Esse é um privilégio
não somente dos pastores, pregadores, profetas, cantores, ou levitas, mas de
todo crente.
Quantas
vezes nos sentimos secos, estorricados, como o chão de terra e areia de um
deserto. Nesse tipo de terreno nada nasce e nada sobrevive, ministérios,
relacionamentos, alegria e esperança morrem. Não é essa a vontade de Deus para
seus filhos, seu plano é que sejamos terras férteis, onde rios de águas vivas
brotem. Nesse terreno a vida abundante de Deus se desenvolve com liberdade e
com qualidade.
Agora,
no Novo Testamento, a unção não é mais algo transitório, um simples reflexo de
Deus no homem, mas a presença real de Deus no ser humano, através do Espírito
Santo. Isso só é possível através de Jesus, tomando-se posse pela fé da
salvação que ele oferece e que nos coloca de novo em santidade, portanto,
viáveis para ter plena comunhão com Deus.
Contudo,
como já dissemos, o vaso humano é limitado, e o é assim por providência divina.
A água do Espírito Santo, por mais excelente que seja, acaba rapidamente, ela
também não pode ser estocada, isso nos lembra uma outra figura usada no Velho
Testamento para alimento providencial de Deus: o maná. Ele não podia ser
consumido depois de um tempo, salvo a exceção do sábado, ele tinha que ser
consumido rapidamente, senão apodrecia.
Assim,
Deus nos ensina a ser dependentes dele durante todo o tempo, se fosse
diferente, com certeza nós, rebeldes como somos, estocaríamos e nunca mais
pediríamos a ele a providência. Unção fresca, água viva, o maná dos céus, isso
não é opção, é necessidade para quem quer se manter espiritualmente avivado.
14/08/14
Unção (parte 3 de 8)
Um
termo muito usado na Bíblia para se referir à unção, é óleo santo, vamos
estudar um pouco sobre ele.
“Então pegarás o óleo da unção e o
ungirás, derramando-o sobre a cabeça.” (Êxodo 29.7).
A
palavra “unção” em hebraico (“mishah” ou “moshah”) é usada para indicar um dom
consagratório, uma porção sacerdotal. Quando utilizada com referência à unção,
a palavra sempre é usada para modificar o termo azeite de oliva. Por vezes a
expressão é ainda qualificada pela adição de outras palavras modificadoras como
santo ou o próprio nome de Deus. O azeite da unção, o óleo santo ou o óleo de
Deus, era feito a partir de uma combinação de azeite de oliva (azeitona) e
especiarias (ervas aromáticas e condimentais), conforme Êxodo 30.22-33:
“O SENHOR disse a Moisés: Reúne as principais
especiarias: quinhentos siclos da mais pura mirra, e a metade disso, duzentos e cinquenta siclos, de canela aromática e de cálamo aromático, quinhentos siclos de cássia, segundo o siclo do santuário, e
um him de azeite de oliva. Farás com
eles um óleo sagrado para as unções, perfume composto segundo a arte de
perfumista. Este será o óleo sagrado para as unções.
Ungirás com ele a tenda da revelação, a arca do testemunho,
a mesa com todos os seus utensílios, o candelabro com os seus
utensílios, o altar de incenso, o altar do holocausto com todos
os seus utensílios e a pia com a sua base. Assim santificarás essas
coisas para que sejam santíssimas; tudo o que tocar nelas será santo.
Também ungirás Arão e seus filhos, e os santificarás para
me servirem como sacerdotes. E falarás aos israelitas: Este será para mim o
óleo sagrado para as unções, através de todas as vossas gerações.
Não será usado para ungir o corpo de
outro homem; nem fareis
outro, de composição semelhante. Ele é sagrado, e será sagrado para vós. Quem vier a compor um óleo como este, ou
com ele ungir um homem comum, será eliminado do seu povo.”
Vejamos
cada um dos cinco elementos com os quais se fabricava o óleo santo:
1 mirra: goma, resina
aromática;
2 canela: cinamomo odoroso,
um tipo de canela;
3 cálamo: raiz aromática de
uma espécie de caniço dos pântanos;
4 cássia: árvore com flores
amarelas que dá vagens cujas sementes são medicinais e perfumadas;
5 azeite: óleo extraído da
azeitona.
O
vocábulo também identificava a porção dos sacrifícios apresentados a
Deus pelo povo a ser dada aos sacerdotes. Leia desde o versículo 28 para melhor
entendimento, seguem o 35 e o 36 de Levítico 7:
“Esta é a porção sagrada das ofertas
queimadas do SENHOR reservada a Arão e seus filhos, desde o dia em que foram
apresentados para servirem ao SENHOR como sacerdotes; no dia em que os ungiu, o
SENHOR ordenou que os israelitas lhes entregassem essa porção, que é deles para
sempre, através de suas gerações.”.
Eu
penso que toda a criação, a natureza, a flora, a fauna, assim como o corpo do
homem, depois de purificado pelo sangue de Cristo, são simbologias do mundo
espiritual, do céu onde Deus habita e onde habitarão os salvos. Se Deus usou
milhares de anos, ou somente uma semana de sete dias de vinte e quatro horas
para criar o universo material, de um jeito ou de outro, ele o fez à sua
imagem, a partir de sua natureza espiritual, não somente o homem, mas tudo.
Não, não somos mais alguns no universo, somos obras muito especiais do
Altíssimo, ninguém é igual a nós. Portanto, podemos aprender muito sobre a
unção espiritual que seria derramada sobre os servos de Deus através do
Espírito Santo, entendendo os elementos que eram usados para produzir o óleo
santo que ungia o templo, seus objetos e os sacerdotes da antiga aliança.
A
unção espiritual era legitimada, nos tempos do Antigo Testamento, pelo derramar
de um óleo especial, feito de maneira específica e exclusivo para esse fim,
sobre a cabeça do sacerdote. Por que era óleo de oliva perfumado, e não outro
elemento? Com certeza o uso desse tipo de essência perfumada já deveria ser
utilizado por outros povos e para outras finalidades, certamente para marcar
algo diferenciado. Não acontece a mesma coisa conosco, atualmente, quando nos
preparando para uma ocasião especial, depois de nos assearmos devidamente e
pormos uma roupa melhor, usarmos um bom perfume que nos diferencie no meio aos
outros? Mas com os sacerdotes isso era mais que especial, era único, raro,
exclusivo, já que desempenhavam a função de levar diante de Deus a penitência e
a adoração de toda uma nação.
O
livro Cântico dos Cânticos, que narra o romance de uma mulher para com seu
amado, nos dá a mais poética das comparações entre a Igreja e Cristo. Jesus, o
sacerdote eterno tem o melhor cheiro, sua voz, seu olhar, sua presença deixa
uma fragrância maravilhosa na alma daqueles que o buscam com santidade:
Capítulo
1, verso 3: “Suave é a fragrância dos
teus perfumes; teu nome é como o perfume que se derrama. Por isso, as jovens te
amam.”. Capitulo 3, verso 6: “O que
vem subindo do deserto, como colunas de fumaça, perfumado de mirra, de incenso
e de todo tipo de aromas das especiarias dos mercadores?”.
Afável,
acessível e agradável, no cheiro e no toque, assim era o óleo perfumado, o óleo
da unção, assim deveria ser o sacerdote ungido, assim é Jesus, o sumo
sacerdote, “Rei Ungido”, tradução da palavra messias, vocábulo aramaico (“mashíach”),
um dos títulos dados a Cristo (vocábulo com a mesma tradução do grego (“khristós”):
“André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois
que ouviram João falar e seguiram Jesus. O primeiro que ele encontrou foi
Simão, seu irmão; e disse-lhe: Achamos o Messias (que significa Cristo). E o
levou a Jesus. Este fixou nele o olhar e disse: Tu és Simão, filho de João; serás
chamado Cefas (que significa Pedro).” (João 1.40-42).
O
sacerdote recebia uma unção especial de óleo santo, lembro-me agora de nossos
pastores, nossos sacerdotes atuais. Quantas vezes eles são desrespeitados,
menosprezados, quando isso é feito, a unção de Deus que eles possuem também é
tratada de modo leviano. Pecar contra pastores ungidos e legítimos é pecar
contra o Espírito Santo, é pecar contra Deus.
Contudo,
o Novo Testamento vai além, todos os convertidos são chamados de sacerdotes
reais em I Pedro 2.9:
“Mas vós sois geração eleita, sacerdócio
real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, para que
anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa
luz.”.
Não
são todos que recebem a unção de Deus, no Velho Testamento eram somente os
sacerdotes. Contudo, o nova e eterna aliança em Cristo nos ensina que todos os
salvos são sacerdotes, indiferentemente das chamadas ministeriais, dos dons,
das aptidões e funções que possuem dentro de uma igreja local. Usamos o termo
levita para identificar aqueles que têm cargos especiais dentro da igreja,
contudo, no rigor doutrinário bíblico, atualmente, no reino de Deus
estabelecido por Jesus, todos os salvos são levitas, portanto todos somos
sacerdotes e todos temos direito à
unção.
Muitas
vezes é mais fácil compreender uma coisa não pela sua composição, mas pelas
consequências que tal coisa provoca. O óleo deixava aquilo que era ungido com
um cheiro bom e diferente, assim como com uma aparência brilhante. Tudo isso
nos remete à santidade, cheiro bom e aparência repleta de brilho só tem aquele
que se lava, que está limpo. Eis aí a primeira, e talvez principal,
consequência daquele que tem unção: ele está santo.
Todavia
o óleo nos exorta sobre uma outra característica da unção: exclusividade. Já
que somente os salvos podem ser ungidos, essa é a característica é fundamental
para o salvo que deseja ser usado por Deus de maneira eficaz. Criaturas de
Deus, religiosos, pessoas comuns ou celebridades, podem ter outra coisa, mas
não é unção, não a unção de Deus. Mesmo convertidos, se não buscarem e quiserem
também não serão ungidos, mesmo possuindo os talentos humanos mais maravilhosos
do mundo.
Nós
devemos ter cuidado para não sermos enganados pelos ungidos falsos. Como saber
se alguém está ungido por Deus? Já respondemos essa pergunta: em primeiro lugar
porque nele há santidade, há a limpeza, o bom perfume, o brilho daquele que
recebe a unção genuína de Altíssimo. Em segundo lugar por nele há poder de Deus
atuando e dando frutos, falaremos sobre a seguir.
Fica
aqui, contudo, um alerta: a unção não poderia ser feita com outro óleo e muito
menos o óleo santo poderia ser usado para outro fim. Precisamos sentir no fundo
de nossas almas o temor de Deus para respeitar essa unção: servir no templo sem
ela, falsificá-la ou usá-la para fins diferentes, representava risco de vida.
13/08/14
Unção (parte 2 de 8)
II. O perfume que vem do óleo
Vários
produtos eram utilizados para unção com óleo na Bíblia. Antes de falarmos sobre
a unção espiritual, vamos ver alguns aspectos citados na Bíblia sobre a unção
feita com óleo (esse texto, especificamente, sobre óleo físico, foi retirado do
site “Luz para o caminho” da Convenção Batista Brasileira, escrito por Walter
Andrade Campelo, link: http://www.luz.eti.br/es_uncaocomoleo-parte1.html)
1. Azeite: o azeite de oliva simboliza uma
vida útil e vibrante, sendo símbolo de regozijo, saúde e de qualificações de
uma pessoa para o serviço do Senhor: "Porém
tu exaltarás o meu poder, como o do boi selvagem. Serei ungido com óleo fresco."
(Salmo 92:10 ACF)
2. Ungüento: gordura misturada com perfumes especiais que lhe davam
características muito desejáveis. Era utilizado para ungir os pés dos hóspedes,
simbolizando a alegria pela chegada daquele hóspede, e desejando-lhe boas
vindas: "E Maria era aquela que
tinha ungido o Senhor com ungüento, e lhe tinha enxugado os pés com os seus
cabelos, cujo irmão Lázaro estava enfermo." (João 11:2 ACF). Também
como era utilizado no cuidado pessoal com o corpo, pois, é um excelente
hidratante: "Naqueles dias eu,
Daniel, estive triste por três semanas. (3) Alimento desejável não comi, nem
carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com ungüento, até que se
cumpriram as três semanas." (Daniel 10:2-3 ACF). "Lava-te, pois, e unge-te, e veste os teus
vestidos, e desce à eira; porém não te dês a conhecer ao homem, até que tenha
acabado de comer e beber." (Rute 3:3 ACF)
3. Óleos curativos: o óleo tem poderes curativos, permitindo amolecer feridas e
purificá-las. O óleo quando misturado a certas ervas, pode proporcionar
medicamentos poderosos para vários males. Não é de surpreender que os médicos
em Israel tivessem desde tempos antigos conhecimento destas ervas e da forma de
utilizá-las no processo curativo de doentes. "Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã, senão feridas,
e inchaços, e chagas podres não espremidas, nem ligadas, nem amolecidas com
óleo." (Isaías 1:6 ACF). "E,
aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o
sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele;"
(Lucas 10:34 ACF)
4. Ungüento fúnebre: este ungüento era utilizado na preparação do corpo para o
sepultamento, como parte de um processo de embalsamamento: "Ora, derramando ela este ungüento sobre o
meu corpo, fê-lo preparando-me para o meu sepultamento." (Mateus 26:12
ACF). "E as mulheres, que tinham
vindo com ele da Galiléia, seguiram também e viram o sepulcro, e como foi posto
o seu corpo. E, voltando elas, prepararam especiarias e ungüentos; e no sábado
repousaram, conforme o mandamento." (Lucas 23:55-56 ACF).
Esses
diversos tipos de óleos podiam ser aplicados em lugares diversos para
finalidades diversas:
1. Na cabeça: o derramamento de óleo sobre a cabeça de um homem indicava que
este homem havia sido separado para uma determinada tarefa a serviço do Senhor.
"Então tomou Samuel um vaso de
azeite, e lho derramou sobre a cabeça, e beijou-o, e disse: Porventura não te
ungiu o SENHOR por capitão sobre a sua herança?" (I Samuel 10:1 ACF). "Preparas uma mesa perante mim na presença
dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda."
(Salmo 23:5 ACF). "Em todo o tempo
sejam alvas as tuas roupas, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça."
(Eclesiastes 9:8 ACF).
2. Na cabeça com efeitos cosméticos: "Em todo o tempo sejam alvas as tuas roupas,
e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça." (Eclesiastes 9:8 ACF).
3. No rosto: a unção do óleo no rosto tinha como objetivo a hidratação, e a
proteção contra as forças da natureza: "E o vinho que alegra o coração do homem, e o azeite que faz reluzir o
seu rosto, e o pão que fortalece o coração do homem." (Salmo 104:15
ACF).
4. Nos pés: como já foi dito, este ato estava normalmente relacionado com
uma recepção digna e alegre de um hóspede bem-vindo: "E, estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os
pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe
os pés, e ungia-lhos com o unguento." (Lucas 7:38 ACF).
5. Sobre as feridas: neste caso o óleo é utilizado como medicamento, sendo que
através de suas propriedades curativas próprias, ou em combinação com ervas ou
outros produtos era deitado sobre as feridas. Há muitos relatos deste tipo de
procedimento na literatura talmúdica1, e alguns na própria Bíblia Sagrada, os
quais já foram anteriormente citados. "Volta,
e dize a Ezequias, capitão do meu povo: Assim diz o SENHOR, o Deus de Davi, teu
pai: Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas; eis que eu te sararei; ao
terceiro dia subirás à casa do SENHOR. E acrescentarei aos teus dias quinze
anos, e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e
ampararei esta cidade por amor de mim, e por amor de Davi, meu servo. Disse
mais Isaías: Tomai uma pasta de figos. E a tomaram, e a puseram sobre a chaga;
e ele sarou." (II Reis 20:5-7 ACF).
12/08/14
Unção (parte 1 de 8)
Compartilharei a partir de hoje, um estudo bíblico em oito partes, sobre unção (a parte final será postada dia 19/08/14). Não, a proposta não é esgotar o assunto, e o texto é mais uma reflexão sobre várias simbologias que a Bíblia cita sobre presença do Espírito Santo, do que um estudo mais técnico sobre o tema. Seja como for, espero que ele abençoe a sua vida.
Introdução
I. O brilho que vem do fogo
II. O perfume que vem do óleo
III. As águas vivas que fluem do interior
IV. O mover do vento impetuoso
V. A brancura das vestes
VI. As virgens e as lâmpadas com azeite
Conclusão
Introdução
Introdução
I. O brilho que vem do fogo
II. O perfume que vem do óleo
III. As águas vivas que fluem do interior
IV. O mover do vento impetuoso
V. A brancura das vestes
VI. As virgens e as lâmpadas com azeite
Conclusão
____________________________________________________
Introdução
A
palavra unção está em moda. Nos dias de hoje costumamos dizemos bastante que
esse pregador, ou este cantor, é bom, ele tem unção, aquele outro é legal, mas
não sinto unção quando ele fala ou canta. O que entra na área do sentimento, de
ser constatado porque se sente, é subjetivo e relativo, abstrato e pessoal, e
sendo assim, difícil de ser definido e não pode ser generalizado, o que um
sente difere do que o outro sente. Pode ser uma coisa para uma pessoa, e outra
coisa para outra, é variável.
Em
se tratando de pregação, o estilo, a profundidade intelectual, ou não, as
informações citadas, e mesmo a maneira como ela é falada, o tom, a altura da
voz, a fisionomia, o estilo do pregador, podem agradar a um e desagradar a
outro. Portanto, dizer que alguém tem unção, baseando-se nesses parâmetros,
pode não ser justo, nem verdadeiro. Com a música então, que captura com muito
mais capacitação os sentimentos humanos, com sua estética melódica e harmônica,
com seus ritmos, muito mais do que com suas letras, essa subjetividade é bem
mais forte.
Mas
o que é unção? Não podemos negar que muitos artistas e outros profissionais do
mundo, tem um tipo de carisma, que prende a atenção, apaixona, seduz, convence,
eles tem uma espécie de “unção”, podemos dizer, uma “unção do mundo”. John F.
Kennedy tinha um carisma muito forte e tocava a todos com seus discursos, Adolf
Hitler também tinha, levou uma nação a pensar que podia conquistar o mundo, os
Beatles tinham, Roberto Carlos tem, o ex-presidente Lula tem. Contudo, o
carisma é apenas o brilho da maçã, não é a maçã, o seu conteúdo. Carisma e
unção são conceitos que se confundem (carisma é palavra de origem grega e
significa dom, quem tem carisma portanto é alguém que recebeu um dom especial e
não merecido, de acordo com seu uso no Novo Testamento).
Por
outro lado, muitos nos púlpitos, palcos, estúdios, produzindo pregações e
canções para o público evangélico, também podem usar essa falsa unção, ao invés
da verdadeira, e ainda assim tocar de maneira impactante os corações das pessoas.
Vamos
refletir, com base na Bíblia, sobre esse assunto: unção, o que é, de onde vem,
para onde vai e para que serve, obviamente, estaremos falando também do
Espírito Santo, a pessoa da trindade que derrama a verdadeira unção sobre os
homens. Quero me ater às figuras que as Sagradas Escrituras usam quando se
referindo à unção, metáforas do mais dos poetas, Deus.
I. O brilho que vem do fogo
O
primeiro sinal de que um homem tinha uma unção especial, registrado na Bíblia,
foi o de Moisés quando desceu do monte Sinai, após ter tido um encontro com
Deus. Ele já tinha tido um encontro, mesmo que em parte, no episódio da sarça
ardente no monte Horebe, antes de começar a caminhar com Israel pelo deserto,
vejamos essas passagens:
Êxodo
3.1-6: “Moisés estava cuidando do rebanho
de Jetro, seu sogro, sacerdote de Midiã, e levou o rebanho para o lado oposto
do deserto, chegando ao Horebe, o monte de Deus. E o anjo do SENHOR
apareceu-lhe em uma chama de fogo numa sarça. Moisés olhou e viu que a sarça
estava em chamas, mas não se consumia. Então disse: Vou me aproximar para
ver essa coisa espantosa. Por que a sarça não se consome?
E, vendo o SENHOR que ele se aproximava para ver, chamou-o do meio
da sarça: Moisés, Moisés! E ele respondeu: Estou aqui. E Deus prosseguiu: Não
te aproximes daqui. Tira as sandálias dos pés, pois o lugar em que estás é
terra santa. E disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o
Deus de Isaque e o Deus de Jacó. E Moisés escondeu o rosto, pois teve medo de
olhar para Deus.”.
Um
fogo que queima, mas não consome, porque não é um fogo físico, mas espiritual,
a primeira constatação de Moisés. Depois ele insistiu que queria ver a face de
Deus, mas o viu somente pelas costas, isso já no monte Sinai, conduzindo o povo
pelo deserto:
Êxodo
33.18-23: “Moisés disse ainda: Rogo-te
que me mostres tua glória. E o SENHOR lhe respondeu: Farei passar toda a minha
bondade diante de ti e te proclamarei o meu nome, o SENHOR; e terei
misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia, e me compadecerei de quem eu
quiser me compadecer.
E disse mais: Não poderás ver a minha face, porque homem nenhum
pode ver a minha face e viver. O SENHOR prosseguiu: Aqui está um lugar
próximo de mim; ficarás aqui, sobre a rocha. Quando a minha glória passar, eu
te colocarei numa fenda da rocha, e te cobrirei com a minha mão, até que eu
tenha passado. Depois, quando eu tirar a mão, verás as minhas costas; mas não
se verá a minha face.”.
“Terei misericórdia de quem eu quiser ter
misericórdia”, muito forte isso, muitos não podem entender e nem aceitar
isso. Aí reside alguma injustiça de Deus? Quer dizer que mesmo que alguém
queira, isso não basta, Deus tem que querer também? É isso, mas quando Deus
quer é porque olhou o coração do homem e viu nele verdade, contudo, não ache o
homem que pode alguma coisa pelos seus méritos. Finalmente, quando Moisés
desceu do monte Sinai, o fogo da presença de Deus resplandecia em seu rosto:
“Quando desceu do monte Sinai, trazendo nas
mãos as duas tábuas do testemunho, sim, quando desceu do monte, Moisés não
sabia que a pele do seu rosto resplandecia, por ter Deus falado com ele.
E quando Arão e todos os israelitas olharam para Moisés e viram que a pele do
seu rosto resplandecia, tiveram medo de aproximar-se dele.
Então Moisés os chamou, e Arão e todos os líderes da comunidade
foram até ele; e Moisés falou com eles. Depois chegaram também todos os
israelitas, e ele lhes comunicou tudo o que o SENHOR lhe dissera no monte
Sinai. Assim que acabou de falar com eles, Moisés cobriu o rosto com um véu.
Mas, quando ia à presença do SENHOR para falar com ele, Moisés
tirava o véu até sair; quando saía, dizia aos israelitas o que lhe havia sido
ordenado. Assim, os israelitas viam o rosto de Moisés com a pele
resplandecente; e ele recolocava o véu sobre o rosto até entrar outra vez para
falar com Deus.” (Êxodo 34.29-35).
Na
minha interpretação, Moisés cobria o rosto não para esconder o brilho, mas para
que o povo não a visse se esvair, já que o vaso humano é limitado demais para
conter eternamente o fogo de Deus, pelo menos enquanto nesse mundo.
O
ungido de Deus brilha, um brilho que vai muito além do físico, do material, um
brilho espiritual, um brilho remanescente de um encontro íntimo com o fogo da
santidade de Deus, um brilho que incomoda os pecadores, os que precisam ser
limpos para poderem ver a face do Senhor. O ungido de Deus brilha porque está
santificado pela presença de Deus.
Já
tivemos uma experiência assim, de encontrar Deus de uma forma, que o brilho de
sua santidade ficasse estampado em nós de forma que as pessoas percebessem com
seus olhos essa unção?
11/08/14
Achará Deus alguém que se coloque na brecha?
"Os profetas lhes têm feito reboco com argamassa fraca, com visões falsas e adivinhações mentirosas, dizendo: Assim diz o Senhor Deus, sem que o Senhor tenha falado. O povo da terra tem agido com opressão, roubando e fazendo violência ao pobre e ao necessitado, e tem oprimido injustamente o estrangeiro. Busquei entre eles um homem que levantasse o muro e se pusesse na brecha diante de mim por esta terra, para que eu não a destruísse, mas não achei ninguém. Por isso, derramei minha indignação sobre eles; eu os consumi com o fogo do meu furor; fiz com que seu caminho lhes recaísse sobre a cabeça, diz o Senhor Deus." Ezequiel 22.28-31
Não espere pelos outros, coloque-se você na brecha, contudo, para se colocar na brecha, a brecha precisa ser antes admitida, identificada, se olharmos para o muro quebrado e acharmos que está certo do jeito que está, a brecha nunca será protegida.
Não espere pelos outros, coloque-se você na brecha, contudo, para se colocar na brecha, a brecha precisa ser antes admitida, identificada, se olharmos para o muro quebrado e acharmos que está certo do jeito que está, a brecha nunca será protegida.
Assinar:
Comentários (Atom)