25/06/20

A meditação do meu coração

      “Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e Redentor meu!Salmos 19.14

      A vida atual tem muita informação, nunca vivemos uma época da humanidade quando todos sabem de tudo sobre todos ao mesmo tempo, é no celular, no computador, na TV, mídia e internet são os novos deuses, adorados por todos, e que de algum jeito, controlam a todos. O controle é antes de tudo mental, palavras, músicas, imagens e vídeos ocupam nossas mentes e nossos corações, atormentam nossas almas e amarram nossos espíritos, isso aumenta a ansiedade que não satisfeita desemboca em depressão. É preciso saber parar, desligar aparelhos, acalmar a mente, focar em Deus e saber o que ele quer de Deus. Eu não tenho dúvida que o principal campo de batalha do inimigo nesses tempos, que se não forem os últimos estão perto de serem, são as mentes humanas. 
      O que tem passado pela tua mente? Que devaneios têm levado teu coração? Fugas da carne, escapismos de prazeres passageiros? Esteja em Deus, pense em Deus, fale com Deus, mas ouça a Deus, mais que tudo, que teu coração seja um vaso limpo para receber e reter a palavra de Deus. “Filho meu, ouvi-me e vivei”, não há nada mais prazeroso que ouvir a voz de Deus, e como o Espírito Santo nos quer falar, ensinar, nessa palavra há vida, há libertação, há paz. Feliz o homem que chega a esse entendimento, que com facilidade diz não à carne, ao adultério, à irá, à inveja, à mágoa, e diz sim ao chamado de Deus para ouvi-lo. Esse terá também palavras agradáveis para dizer ao homem, palavras de vida, não de morte, ainda que essas palavras sejam poucas e provadas. 
      Mas tenha cuidado com o que Deus te fala, ele pode nos revelar grandes mistérios, nos dar palavras espantosas, mas não para que as revelemos aos outros, são somente para nos consolar, nos fortalecer, nos fazer saber que Deus é real, nos ama e nos guarda, de um jeito especial. Se você tiver essa experiência, acalme-se, alegre-se, e guarde em teu coração as palavras que o Senhor te dá, seja sobre você, sobre as pessoas com as quais você convive, e mesmo sobre o mundo. Deus pode levantar um profeta, não para salvar nações, mas para salvar só ao próprio profeta, e isso basta, um só homem já é muito importante para o Altíssimo Deus. Aceitemos nossas chamadas com humildade e temor, mais vale obedecer a Deus que sermos honrados pelos homens.

24/06/20

Virtude e vicio

      “Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração. Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração. O coração dos sábios está na casa do luto, mas o coração dos tolos na casa da alegria.Eclesiastes 7.2-4

      Qual a diferença entre virtude e vício? O senso comum diz que virtude é algo bom e que vício é algo ruim, que virtude é do bem e vício é do mal, sim, em última instância até poderá ser isso, mas a princípio a coisa não é tão simples, e pode levar muitos ao engano. Vicio não é algo em uma primeira instância ruim, do mal, vicio é simplesmente o exagero. Do que? De qualquer coisa, mesmo de algo a princípio benigno. Vício é algo que se faz sem controle, é quando algo controla o homem, não o homem controla algo, e isso pode ser mesmo religiosidade, caridade, espiritualidade. Viciados em bebidas alcoólicas e em entorpecentes precisam de libertação e cura? Sim, mas muitos religiosos, muitos econômicos financeiramente, muitos preocupados com boa saúde e condicionamento físico, todos esses podem ser viciados necessitando urgentemente de cura e libertação, tanto quanto os “nóias” e maconheiros.
      “Mas cocaína faz mal à saúde, religião, não”, muitos podem dizer, mas será que religião como vicio não faz mal à saúde? Pode até ajudar outras pessoas, aquele que quer estar todos os dias da semana na igreja, que deseja sempre estar desempenhando algum ministério, mesmo que diga que nem quer reconhecimento, só quer servir a Deus, outros com certeza podem ser beneficiados por seus serviços, mas tem algumas pessoas que não serão. Quem? O próprio viciado e seus familiares mais próximos, cônjuge e filhos. O que exerce religião como vício, um dia terá sua vida estourada, sua saúde mental, física, e com certeza sua relação familiar. Como vicio é ídolo, se faz porque se gosta de fazer, não para agradar a alguém, se faz porque se precisa fazer, para se sentir útil, porque se é inseguro e carente, religião exercida como vício não adora a Deus, não estabelece comunhão com ele, e sem Deus, o religioso está só, tentando viver uma religião sem Deus, isso conduz à morte.
      Muitos evangélicos precisam de libertação, não dos vícios da carne, mas dos vícios da mente e do espírito, mas não só evangélicos, religiosos de maneira geral, principalmente muitos daqueles que socialmente são vistos como bons religiosos. Infelizmente muitas religiões, principalmente cristãs, são dirigidas por viciados, por isso de vez em quando escândalos, homens que pareciam “ungidos”, santos, pegos em adultério ou em “vícios” sexuais “exóticos”. O vazio do viciado um dia se revela, e o ídolo, um falso deus, não pode ajudar aqueles dos quais exigiu anos e anos de veneração. Todo exagero é prejudicial, e não usemos Deus como desculpa para isso, dizendo que um Deus absoluto e grandioso exige dos homens enormes sacrifícios, na verdade Deus pede renúncias, mas a principal não é a de fazer, mas a de não fazer, e permitir que Deus faça. Nisso aprendemos o principal efeito da causa Deus altíssimo em nós através de Cristo, o equilíbrio, nele não há exagero, não há ídolos, não há vícios, só virtudes.
      Por que o texto de Eclesiastes no início? Primeiro porque eu amo esse livro, é um balde de água fria na cara de muitos que interpretam a Bíblia sob um ponto de vista equivocado, prosperidade material como sintoma de vida abençoada por Deus. Salomão, sob o mesmo arquétipo de muitos personagens importantes de outras religiões, como Krishna e Buda, tendo vivido uma vida luxuosa e repleta de prazeres e fama, escreve um texto onde diz que tudo é vaidade, que é melhor morrer que viver, isso, ao meu ver tem tudo a ver com ter religião como vicio. Viciados em religião não passam de vaidosos, tanto quanto são muitos ricos e poderosos neste mundo, vaidade sempre é engano, mas religioso vaidoso tem o pior tipo de vaidade, quer mais que dinheiro e prazer, quer adoração, o lugar de Deus, Lúcifer caiu nesse vício. Achamos libertação do vicio da religião tendo prazer maior naquilo que Deus pensa de nós, fechando a boca, mas abrindo o espírito para o altíssimo, sendo mais reclusos que famosos, mais cristãos e menos “evangélicos”. 

23/06/20

Ouvir a voz de Deus

      “Orai sem cessar”, I Tessalonicenses 5.17, um dos menores versículos da Bíblia, alguns chegam num momento de suas vidas, depois de anos de religiosidade cristã, que dizem, “eu nem preciso orar, eu ando em oração, falo com Deus o tempo todo”, de fato alguns acreditam nisso. Mas uma pergunta se faz a esses, vocês falam com Deus, mas vocês o ouvem, de verdade? Muita gente fala com Deus, gente de religiões variadas, não só cristãs, na verdade isso pode significar muita coisa, mas também pode não significar nada. Falar em espírito para o infinito, para o universo, ainda que seja com sinceridade e fé, pode não ser exatamente falar com Deus. 
      Muitos perdem a esperança, se desviam da fé, ainda que continuem se dizendo cristãos, ainda que continuem indo a cultos e mesmo a ler a Bíblia, mas quantos de fato ouvem a verdadeira voz de Deus e a obedecem? Alguns começam a ouvir outras vozes dentro de seus corações, se acostumam com elas, se iludem com elas, tentando se convencer que ouvem a voz do altíssimo Deus, mas não ouvem, não mais, e há muito tempo, ainda que não admitam pra ninguém. O primeiro desvio de Deus que um homem comete, o primeiro passo para dar as costas a Deus, acontece no coração, de um jeito não assumido, onde a pessoa tenta se convencer que ainda quer ouvir e obedecer a voz de Deus, mas não quer, não mais.
      Por que o desvio? Porque um dia Deus deu uma orientação e a pessoa não aceitou, não quis obedecer, contudo, como negar a Deus de forma direta é algo que exige tanta fé e determinação, quanto se render a ele, as pessoas simplesmente se enganam, inventam um falso cristianismo e seguem, e isso dentro delas, em segredo. Lembro-me da parábola do semeador, de uma semente em especial, aquela que caiu entre espinhos, “e outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na... e o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera” (Mateus 13.7,22).
      Essa semente foi a que teve mais tempo para crescer, mas um dia, morreu, sufocada pelos espinhos. Algumas pessoas são assim, recebem a semente em boa terra, sem pedras, mas não se livram dos espinheiros, os guardam secretamente em seus corações, são os desejos do que realmente querem ser, ter, exibir para o mundo. Assim, até caminham com Deus, chegam a conhecer bastante a doutrina, mesmo desempenharem funções relevantes em ministérios, mas num determinado momento, quando é tempo de crescer e Deus lhes pede algo, algo que arrancará os espinheiros com as raizes, elas dizem não. É nesse momento que o espinheiro se torna um deus, mais importante para as pessoas que o genuíno Deus. 
      Não só falar com um Deus distante, mas ouvir sua voz, bem de perto, eis a grande benção que a salvação de Jesus nos dá, e que privilégio é isso. Não nos enganemos, não basta frequentar assiduamente a cultos, falar como evangélico, se portar como evangélico, só ter amigos mais próximos evangélicos da igreja, nem pensar em Deus, é preciso falar com ele, ouvir o que ele tem a dizer e finalmente obedecer sua voz. “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão.” (João 10.27-28). Há vida eterna em ouvir a voz de Deus, que nunca saiamos de sua presença, de verdade, sem mentiras. 
    

22/06/20

Nenhuma condenação há!

      “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.Romanos 8.1

      Ah se vivêssemos o poder que o ensino do capítulo 8 da carta de Paulo aos romanos, principalmente entre os versículos 1 e 17, nos passa, se entendêssemos o privilégio que temos em Cristo de podermos viver em paz e sem nenhuma acusação. Essa é a diferença da religião que crê em Cristo como único e suficiente salvador de todas as outras, isso é o que faz do cristianismo verdadeiro a única religião que de fato nos une ao Deus altíssimo. Estarmos livres de qualquer condenação não é assim tão relevante? Pois não é isso que a realidade das vidas das pessoas mostra.
      Todas as nossas ações e reações são motivadas, na grande maioria das vezes, pelo grau de acusação que sentimos em nossas almas, por termos tanta necessidade de autoafirmar nossas qualidades e de negar nossos defeitos. Por isso somos inseguros e vaidosos, por isso nos importamos tanto com aparência exterior e principalmente com aquilo que os outros pensam e dizem sobre nós. Por isso andamos sem paz e na busca de uma anestesia emocional, por isso nos viciamos em prazeres da carne, em sexo, em comida, em bebida, em drogas, mas também em outras obsessões.
      Muitos querem estudar mais, saber mais, não para serem seres humanos melhores, mas para saciarem suas inseguranças, para mostrar aos outros que são intelectuais. Muitos querem trabalhar mais e ganhar mais dinheiro, não porque querem ter vidas materiais dignas, mas porque querem mostrar para os outros que podem ter bens mais caros, padrões de vida mais altos. Muitos querem ir mais a cultos, desempenharem trabalhos nas igrejas, conhecer mais de Bíblia, não para servir a Deus e serem mais espirituais, mas para parecerem para os outros que servem a Deus e são espirituais.
      Por que tudo isso? Porque se sentem acusados, condenados de algum forma, e assim se tornam escravos de si mesmos, de exigências que se fazem para compensar, para pagar as dívidas que acham que têm, o tempo todo, com eles mesmos, com as pessoas, com as famílias, com as igrejas, com Deus. O condenado está sempre em dívida, senão não estaria condenado, e todos os seres humanos estão condenados. Por isso ainda que façam tudo, muito e sempre, em todos os lugares e para todo mundo, ainda sentem que não fizeram o suficiente, por isso se sentem acusados e sem paz. 
      Mas só Jesus nos livra da escravidão da carne e dá a libertação do Espírito, contudo, muitos, mesmo convertidos e selados com o Santo Espírito ainda seguem escravizados, isso porque não dão liberdade para o Espírito Santo que neles habitam, não o ouvem e não o obedecem. Assim, muitos convertidos são abençoados por Deus, mas muito aquém do que poderiam ser, pois têm dificuldades para se livrarem da religião e dos religiosos, que mesmo que falem de Deus e do Espírito Santo, podem fazer isso debaixo de grilhões humanos. É preciso coragem para de fato viver a liberdade do Espírito.
      Vá à igreja, aprenda com irmãos com mais experiência com Cristo, estude a Bíblia, mas acima de tudo, viva com Deus, fale com Deus, ouça Deus, tenha uma experiência pessoal e em primeira mão com Deus, essa comunhão com Deus nos é passada pelo seu Santo Espírito, que nos habita e conosco está em todo o tempo. O Espírito Santo é nosso maior professor, ensinador, consolador, curador, ele nos conduz a uma vida em paz sem condenação, ele nos permite experimentar de uma maneira plena o perdão de Jesus, que nos livra de toda acusação e nos dá paz sem fim e liberdade verdadeira. 

21/06/20

Anjo da guarda, idolatria e livramento de doenças

      “Eis que eu envio um anjo diante de ti, para que te guarde pelo caminho, e te leve ao lugar que te tenho preparado. Guarda-te diante dele, e ouve a sua voz, e não o provoques à ira; porque não perdoará a vossa rebeldia; porque o meu nome está nele. Mas se diligentemente ouvires a sua voz, e fizeres tudo o que eu disser, então serei inimigo dos teus inimigos, e adversário dos teus adversários. Porque o meu anjo irá adiante de ti, e te levará aos amorreus, e aos heteus, e aos perizeus, e aos cananeus, heveus e jebuseus; e eu os destruirei. Não te inclinarás diante dos seus deuses, nem os servirás, nem farás conforme às suas obras; antes os destruirás totalmente, e quebrarás de todo as suas estátuas. E servireis ao Senhor vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a vossa água; e eu tirarei do meio de vós as enfermidades.Êxodo 23.20-25

      Alguns teólogos usam o texto acima como base para a teologia do anjo da guarda, que diz que todo ser humano tem dois anjos que o seguem por toda a vida. Um do bem, que além de guardar a pessoa quando em vida, apresentará um relatório sobre a vida dela a Deus, depois que ela falecer, e um do mal, que dentre outras coisas permanece no mundo, após a morte da pessoa, e a simula em sessões espíritas. Não sei se concordo com essa teologia que não tem uma base clara na Bíblia e que é um princípio ocultista, mas creio que em situações especiais Deus pode enviar um ser espiritual diferenciado para nos guardar e conduzir, como fez com a nação de Israel, ainda que nós não devamos nos comunicar com esse ser.
      Esse é um ensino difícil de ensinar em igrejas atuais, tão próximas a heresias e de usar meios que facilitem suas vidas para não aceitarem a realidade simples do evangelho. Essa realidade é ensinada de forma clara em “tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve“ (Mateus 11.29-30), esse, um dos textos mais eficientes para conduzir-nos no estreito caminho de Deus. Mas penso que os dois ensinos se relacionam, proteção de Deus e andar em humildade, eis o segredo da vitória, sobre muitas coisas, no interior do homem e no mundo exterior que o cerca, seja físico ou espiritual.
      Mas esse texto, no contexto de Israel caminhando para conquistar sua terra prometida, terra que não era dele inicialmente, e que Deus deu a ele depois que as nações que habitavam essa terra alcançaram o limite de pecados contra Deus, dá um pré-requisito que Israel deveria obedecer para ter Deus ao seu lado, “não te inclinarás diante dos seus deuses, nem os servirás, nem farás conforme às suas obras; antes os destruirás totalmente, e quebrarás de todo as suas estátuas“. Muitos cristãos protestantes e evangélicos quando ouvem sobre ídolos já pensam nos santos católicos, assim se acham isentos desse pecado por não adorarem os tais. Mas até que ponto somos idólatras e não sabemos ou não admitimos que somos? 
      Uma boa definição de idolatria é: idolatria é toda adoração ou comunhão com representação material de coisas espirituais, isso vai muito além de imagens em papel (santinhos) ou estátuas em gesso de santos católicos. A antropomorfização que fazemos em nossas mentes de Deus como um velho de barba e vestido de branco já é uma idolatria. Ídolo é criação humana construída para facilitar nossa fé, mas como construção de homem é limitadora, uma cópia, mesmo que muito boa, simplesmente porque Deus não pode ser copiado, como cópia é um ídolo. Deus é espírito e espírito não pode ser encaixado na matéria, seja em qual for, por isso só podemos fazer contato com o Deus verdadeiro através do nosso espírito pelo Santo Espírito.
      Contudo, Deus faz uma promessa no texto de Êxodo, “tirarei do meio de vós as enfermidades“, bem relevante para o momento atual de pandemia vivida no mundo. Entendemos, todavia, errado a maneira como se processa esse livramento, achamos que estamos sujeitos a muitos males, indefesos, mas que Deus usará algum meio excepcional para nos livrar se estivermos andando em seu caminho. Tudo bem, para os povos antigos, sem conhecimento científico, parecia que era assim, e de fato quando andavam certo tinham livramento de muitos males. Mas hoje em dia podemos entender melhor como se processa esse livramento, que não passa de uma cascata de bons efeitos causados por vivermos de forma correta. 
      O pecado deixa o homem egoísta, isso o faz desejar riquezas e prazeres que não são seus, ainda que tenha que explorar outros seres humanos e a natureza. Quando tudo isso é explorado de maneira obsessiva tudo deteriora, o que devia ser usado para dar boa qualidade de vida é roubado, assim infraestruturas básicas como saneamento são relegadas, o que aumenta a sujeira e empobrece o povo, que busca qualquer coisa para saciar sua fome. A natureza também é destruída e suja, rios, a terra, o ar, com construções erradas numa sociedade em caos. Enfim, por causa de maus governantes, que exploram só para benefício próprio, a sociedade e a natureza sofrem, ficam fracas e expostas a coisas ruins, incluindo doenças. 
      Epidemia pode ser o evento final de uma cascata de erros cometidos pelo homem, todavia, se começando pelos governantes, a sociedade for justa, tiver princípios morais e espirituais que a leve a respeitar a natureza e a todos os seres humanos, tudo entrará em ordem, numa existência sadia, limpa, onde dificilmente grandes enfermidades serão criadas para matar de forma avassaladora. Bem, as leis que Deus deu a Israel por Moisés tinham esse objeto, não eram só espirituais, mas políticas, sociais, mesmo sanitárias e medicinais, para construir uma sociedade justa, limpa, que convivesse bem com todos os seres humanos e com a natureza. Uma sociedade assim seria livrada de muitos males como pandemias. 
      

20/06/20

“Não oferecerei ao Senhor sacrifícios que não me custem nada”

      “E disse Araúna: Por que vem o rei meu Senhor ao seu servo? E disse Davi: Para comprar de ti esta eira, a fim de edificar nela um altar ao Senhor, para que este castigo cesse de sobre o povo. Então disse Araúna a Davi: Tome, e ofereça o rei meu senhor o que bem parecer aos seus olhos; eis aí bois para o holocausto, e os trilhos, e o aparelho dos bois para a lenha. Tudo isto deu Araúna ao rei; disse mais Araúna ao rei: O Senhor teu Deus tome prazer em ti. Porém o rei disse a Araúna: Não, mas por preço justo to comprarei, porque não oferecerei ao Senhor meu Deus holocaustos que não me custem nada. Assim Davi comprou a eira e os bois por cinqüenta siclos de prata.II Samuel 24.1, 21-24

      “E disse Davi a Ornã: Dá-me este lugar da eira, para edificar nele um altar ao Senhor; dá-mo pelo seu valor, para que cesse este castigo sobre o povo. Então disse Ornã a Davi: Toma-o para ti, e faça o rei meu senhor dele o que parecer bem aos seus olhos; eis que dou os bois para holocaustos, e os trilhos para lenha, e o trigo para oferta de alimentos; tudo dou. E disse o rei Davi a Ornã: Não, antes, pelo seu valor, a quero comprar; porque não tomarei o que é teu, para o Senhor, para que não ofereça holocausto sem custo. E Davi deu a Ornã, por aquele lugar, o peso de seiscentos siclos de ouro.I Crônicas 21.22-25

      Os dois textos acima se referem ao mesmo episódio, resumindo: Davi desobedece a Deus decretando um recenseamento (contagem da população), Deus diz que punirá a Davi, mas dá a ele a opção de escolha do castigo, Davi escolhe a peste, o anjo começa a executar a punição, mas Davi pede que ela seja  interrompida, para que isso aconteça o profeta orienta Davi a fazer um sacrifício a Deus, é aí que entram as passagens iniciais, Davi faz o sacrifício e a punição é encerrada. Os textos têm várias aparentes discrepâncias, desde o questionamento se Davi foi tentado pela ira do Senhor ou por Satanás (mas não são a mesma coisa?), até o número certo obtido no recenseamento, apesar de referirem-se ao mesmo episódio. A proposta desta postagem, contudo, não é um estudo completo neles, apenas uma reflexão sobre o tema “sacrifício com um preço”, se quiser pode ler um estudo bem abrangente sobre os textos no link do site Raciocínio Cristão.
      No nome de Jesus temos direito às bênçãos de Deus de forma gratuita, como diz Romanos 3.23-24, “porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus”, e como diz Salmos 51.17, “os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado, a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus“, assim Deus não pede de ninguém sacrifício em troca de algo que ele dá além de um coração humilde. Contudo, ainda que o “caixa do banco” de Deus esteja sempre disponível para “saques de cheques” que ele mesmo assina e dá gratuitamente a seus filhos, existe um preço que se paga, não pelo “cheque”, mas para se chegar ao “banco”. Usando a metáfora, é preciso sair de casa, pegar uma condução, ir até o centro, entrar no banco, enfrentar a fila e então descontar o cheque. No “banco” de Deus não existe transações facilitadas em aplicativos de celulares, que podem ser feitas no conforto de nossos lares. 
      Davi sabia bem disso quanto não aceitou de graça um lugar onde iria edificar um altar para oferecer um sacrifício a Deus, ainda que isso fosse não só vantajoso para ele como um direito que ele como rei tinha, Davi quis pagar e pagou um preço pelo lugar. Que diferença de muitos hoje em dia, que sempre querem levar vantagens, mesmo em suas vidas religiosas. Muitas vezes dar uma oferta em dinheiro é muito mais fácil que viver uma vida que agrada ao Senhor, hoje em dia dar uma grana na igreja pode nos fazer achar que estamos isentos de ser santos. O sacrifício que agrada a Deus e que Deus pede é algo muito pessoal, diferente para cada um de nós, para muitos dar dinheiro na igreja não constitui sacrifício, mas para outros constitui, assim, cada um de nós deve buscar o Senhor para saber o que ele pede. Contudo, o mistério está no fato que a busca a Deus, quando sincera, profunda, espiritual, já é o sacrifício maior, e muito melhor que dar um dízimo em igrejas.
      Deus não faz as coisas funcionarem assim para dificultar sua bênção, pagar o preço na verdade é outra bênção que Deus dá ao homem. Quando buscamos a Deus para clamar por algo, recebemos do Senhor duas bençãos, a que pedimos e outra, que recebemos enquanto estamos pedindo. O pedido, por si só já é uma benção. Por quê? Porque gastamos uma “energia” humana para um bom fim, “energia” que se mantivesse acumulada em nós e nós estivéssemos numa situação de conforto sem necessidades para clamar a Deus, seria usada para fins errados. Entendeu? Se pedir algo a Deus não nos custasse nada, seríamos filhos mimados e ociosos, com tempo e forças sobrando para pecarmos, e o ser humano é, sim, sempre disponível para o mal, se não estiver ocupado com o bem, isso é fato. Digo mais, talvez a bênção que recebemos enquanto pedimos seja até melhor que aquela que pedimos, pois podemos estar pedindo algo que satisfaça só a uma necessidade física, enquanto que a que recebemos enquanto pedimos transforma nosso caráter, é amadurecimento espiritual.
      Seja sincero, quando em sua vida com Deus foi fácil orar, mais ainda jejuar ou fazer uma consagração maior? Nunca foi e nunca é, para ninguém, não se for de fato uma busca espiritual e profunda, não só um ritual religioso. “Rezas” custam muito pouco, repetir palavras decoradas, mas intimidade com Deus custa muito, é algo difícil, trabalhoso, envolve todo o nosso ser. O que se põe a caminho de um encontro poderoso com Deus se vê a princípio escalando um monte, dói tudo, faltam forças, contudo, à medida que sobe tudo vai mudando de maneira fantástica, a luz de Deus vai alcançando-o, a unção do Espírito Santo vai enchendo-o, e se acha uma força renovadora. É nesse momento que nossa boca se enche de línguas espirituais estranhas, e que todo o nosso ser se alimenta com as águas vivas do santíssimo e altíssimo Deus. Mas só experimenta isso quem persiste na busca, com fé que aquele que chama também recompensa, com uma revelação exclusiva da vontade de Deus, daquelas que fazem valer a pena o preço que se pagou. 
      Outra coisa que precisamos entender é que à medida que amadurecemos, essa busca fica ainda mais difícil, o monte fica mais alto, o que bastou na última vez para alcançarmos o pico, agora na basta mais. Por quê? Porque o conhecimento de Deus é gradativo, o que alcançou o nível primário não alcançará o nível superior numa próxima busca, é preciso passar antes pelo nível secundário. Mas depois tem as pós-graduações, e essas não têm fim, quem graduou-se e acha que sabe tudo engana-se, a graduação superior inicial só nos deixa cientes de quem não sabemos nada e que teremos que aprender sempre e sempre. Isso é ruim? Não, isso é maravilhoso, uma aventura eterna em conhecer e ser conhecido por Deus, vencendo as comodidades da carne, as vaidades do intelecto e os mistérios do espírito. Pague o preço, o preço de querer com todo o coração e de abrir mão de tudo para saber, para depois então viver, por em prática as virtudes da luz de Deus. 

19/06/20

Um momento único no tempo

      A postagem de hoje é a primeira parte de uma reflexão que será encerrada amanhã, se possível leia a postagem de amanhã para melhor entendimento, obrigado.

     “Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terraEfésios 1.9-10

      Penso que todos nós, obviamente de acordo com nossas especificidades, temos uma oportunidade única na vida para brilhar de forma diferenciada, num momento que poderá disparar um período significativo de trabalho aproveitado por um número maior de pessoas, quando o nosso melhor poderá despertar o melhor de muitos. Mas esse momento tem que ser devidamente aproveitado, senão passa e nunca mais tornará a acontecer, não com o mesmo grau de oportunidade. A pergunta é: quem de nós sabe quando esse momento está acontecendo, ou, estamos preparados para aproveitar essa oportunidade?
      Muitos de nós não sabem e muito menos estão preparados, assim, anos depois, quando conseguimos avaliar-nos no tempo, entendemos que um dia tivemos uma chance única de brilharmos muito e não sabíamos, não tínhamos noção do que ocorria. Mas faço outra pergunta, por que Deus não nos diz quando esse momento está acontecendo, ou por que não nos prepara para ele? A resposta para isso está em desconstruir o que pensamos sobre como Deus age ou sobre como deveria agir, e entender a maneira como de fato o universo funciona e como o altíssimo Deus trabalha.
      Penso que só Jesus viveu uma existência absolutamente sincronizada com Deus, que o permitiu viver tudo no seu tempo adequado e brilhar sobremaneira no exato momento de sua vida e do tempo da humanidade para que cumprisse uma missão única. Nós tentamos, queremos, muitos até conseguem, e muitos sem saber, mas outros não conseguem, visto estarem presos a tantas outras variáveis que os inabilitam para serem seus melhores no melhor tempo para o maior número de pessoas. Que variáveis são essas? Elas são bem conhecidas e respeitadas por Deus.
      Deus nos conhece por inteiros, nos respeita por inteiros, por isso certas coisas não acontecem quando achamos que é o melhor momento, ele sabe que se acontecerem será muito ruim para nos, nos colocará em posições para as quais não estamos preparados e que se tivermos acesso a elas naquele momento, único e que nunca mais se repetirá, nos levarão a vergonhas terríveis, a sermos escândalo que acabará fazendo de nossas vidas o exato oposto que poderia ser, machucará muita gente e envergonhará o evangelho. Deus zela por nós, pelos outros, mas muito por ele mesmo.
      O topo neste mundo, principalmente nas áreas profissionais e ministeriais, que têm a ver com nossos sucessos individuais, não como família, só se pisa uma vez. Quem não está preparado, mas teme a Deus, consegue retornar a tempo e depressa, frustrado mas seguro. Quem está preparado e teme a Deus, permanece lá e cumpre uma missão ímpar, por um bom tempo. Quem está preparado e não teme a Deus também permanece lá, cumpre uma missão singular, veja todos os artistas e políticos no mundo que não temem a Deus, quanta fama e quantos bens conquistam. 
      Contudo, quem não está preparado e conhece a Deus como salvador, mas teima em ficar no topo, perde a noção do perigo, experimenta trevas terríveis sob a montanha, vê de perto coisas tão espetaculares quanto desconhecidas, mas finalmente, ainda que usufrua por um tempo o sucesso, despenca de lá, precipício abaixo, como despencou o príncipe dos seres espirituais corrompidos. Esse é disciplinado por Deus de maneira dura, muitos desses nunca se recuperam, têm que aceitar uma posição de humilhados para sempre, tendo como objetivo segurar nas mãos sua salvação, perdem tudo, menos a salvação em Cristo.
      Um momento único no tempo, todos nós, que já vivemos um pouco, o temos nas memórias. Deus sempre sabe tudo e sempre nos avisa, Deus não se cala para lançar luz no caminho dos homens, nós, porém, não enxergamos isso, e só discerniremos as coisas com o passar do tempo. Não é Deus que trabalha devagar, somos nós que permitimos que ele trabalhe em nós aos poucos, em Cristo temos tudo de uma vez, mas tomarmos posse disso demora. Por isso o tempo é ferramenta tão importante nas mãos de Deus, em vidas como as nossas, escravizadas ao tempo enquanto na carne, neste plano físico do universo.

18/06/20

Sejamos fiéis!

      “Os meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá. O que usa de engano não ficará dentro da minha casa; o que fala mentiras não estará firme perante os meus olhos.Salmos 101.6-7
 
      A vida não é fácil, pra ninguém, nos decepcionamos com as pessoas, decepcionamos as pessoas. Decepcionamos a Deus? Na verdade não, Deus conhece todos e sempre, assim não se ilude, quem não se ilude não se decepciona. Mas existe um mistério na chamada que Deus faz aos homens, que eu não chamarei de predestinação porque muitos não entendem isso, e podem até chamar Deus de injusto no entendimento errado, achando que Deus chama uns e não chama outros. Deixo o esclarecimento desse mistério para a eternidade, lá conheceremos como somos conhecidos. 
      Contudo, aqueles que caminham neste mundo como verdadeiros chamados de Deus de um jeito ou de outro, levando o tempo que for necessário, sempre cumprirão suas chamadas, serão fiéis a Deus. Se Deus chama porque sabe antes que alguém vai segui-lo até o fim e não chama porque sabe que alguns se deixarão levar pela mentira e pela vaidade, pelo orgulho e pelo egoísmo, não posso dizer aqui, e nem preciso. Mas o fato é, não desista de seguir com Deus, insista, levante-se, persista, ainda que perca muitas coisas, não negue aquela palavra inicial, simples e poderosa, que existe na salvação em Cristo. 
      Muitos vezes não teremos nem forças pra sentir, mas creremos, racionalmente, outras vezes não acharemos razão para crer, mas sentiremos, algo único e forte que nos manterá seguindo em frente, fiéis a Deus e à chamada que ele nos fez lá no início de nosso caminho. Não neguemos aquele que tem cuidado de nós, por tanto tempo, que tem nos protegido, mesmo quando não tínhamos nem noção que precisávamos de proteção, aquele que nos trouxe até aqui íntegros e que nos dá uma paz que não se abala, junto da família e de fiéis amigos, que não nos deixam sozinhos. 
      Sejamos fiéis, até o fim, vale a pena. O pior já passou? Sim, mas os dias atuais são estranhos, o fim se desenha no horizonte, o mundo se torna unido, repleto de gente, mas mais frágil ao mal, e o mal virá no final, diferente de como muitos cristãos acham que virá, por isso surpreenderá a muitos, mesmo escolhidos. O que nos salvará será nossa fidelidade a um Deus fiel, que sabe os que realmente são seus, os que trilham o caminho reto, e esses serão resgatados de maneira milagrosa, espantosa, formidável. Glórias a Deus, que nos atrai a ele, que nos dá um espírito fiel, que nos faz mais fortes que o mal.

17/06/20

Fidelidade no pouco

      “Melhor é o pouco com o temor do Senhor, do que um grande tesouro onde há inquietação.Provérbios 15.16

      “Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito.Lucas 16.10

      Alguns têm pouco e nunca terão muito porque querem ter muito do jeito errado e para os fins errados, querem mostrar que são melhores pelos bens exteriores, pela aparência material. Acabam nunca sendo felizes, não sendo fiéis com suas realidades, não aceitando suas realidades com humildade, acham que têm muito mas acabam perdendo até o pouco que têm. Sejamos felizes e satisfeitos com o pouco, não achando nisso motivo para nos acomodarmos, antes nos esforçando de maneira honesta e verdadeira para mantermos e se possível aumentarmos nosso pouco, contudo, não para nos exibirmos diante dos outros como melhores, mas para sermos fiéis a Deus que nos deu o talento para sermos úteis e produtivos.
      O ímpio se esforça do jeito errado, vive uma mentira e no final acaba sem nada, o humilde trabalha em Deus, assume sua verdade diante dos homens não querendo aparentar o que não é. Esse no final verá que nunca foi pobre, nunca foi menos, mas tinha o principal, a aprovação de Deus que dará a ele uma riqueza na eternidade maior do que jamais imaginou, pois estará pronto para ser rico, não em bens materiais, mas em riquezas espirituais. O segredo é não ter vergonha de ser simples materialmente neste mundo e diante dos homens, ainda que sendo diligente e esforçado para fazer render o talento que se recebe, mas saber que a maior honra aguarda-nos na eternidade, para aqueles que sempre olharam para Deus e não para o mundo. 

16/06/20

O amor irá além...

      “E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.Colossenses 3.14

      Muitos de nós desejam praticar várias virtudes, sabemos que isso é bom, que é cristão, contudo, fugimos de uma virtude, achamos para isso mil desculpas, em nossos passados, nas injustiças que recebemos neste mundo, essa virtude que muitos têm tanta dificuldade para dar e mesmo para receber é o amor. Quanto antes aprendermos a amar, antes nos prepararemos para a eternidade, lá, a única virtude que será necessária para se viver o melhor de Deus é o amor, já que não precisaremos lutar contra o mal, só viver em comunhão com o Senhor e com os irmãos em Cristo. 
      Quem morará no céu, quem terá direito ao “seio de Abraão”? Quem tiver no mais íntimo de seu ser o mais puro e incorruptível amor. Não, amor não é uma virtude secundária, não é um sentimento piegas e que de alguma maneira nos fragiliza, não o verdadeiro amor, esse nos fortalece à medida que fortalecemos os outros. O genuíno amor é a essência do genuíno filho de Deus, do verdadeiro cristão, é o fruto maior da espiritualidade legítima. Mas quem de fato entende neste mundo o que é o amor? Quem de fato o vivencia desinteressadamente? O amor não tem qualquer interesse senão amar.
      Na verdade o amor é efeito final, o vínculo da perfeição, quem busca e pratica várias virtudes finalmente consegue amar. Em primeiro lugar é preciso ser humilde, para servir e para perdoar, e o humilde perdoa porque sabe que não é melhor que ninguém e que não precisa ser servido, ele é equilibrado, se conhece, e serve com alegria. Nesta disposição buscamos paz sempre, ainda que saibamos que não a teremos com todos, mas o pacificador não tem inimigos, não retém em seu coração o mal alheio, não carrega mágoa e nunca busca vingança, seja ela como for. 
      Um coração leve assim, humilde, perdoador, servo e pacificador consegue amar, e o faz naturalmente, sem falsidade ou vaidade. O verdadeiro amor serve ao próximo e adora a Deus, e nunca age de maneira inconveniente, ainda que com dano próprio, o que ama sabe que Deus tudo vê e tudo retorna com justiça, o que ama teme a Deus. Quem buscar em Deus as virtudes, não para ter ou ser, mas só para agradar a Deus, esse amará o mais verdadeiro amor, aquele que levaremos para a eternidade conosco e nos dará a identidade de habitantes do céu.
      “Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.I Coríntios 13.9-13