domingo, setembro 23, 2018

Criação, evolução, pensemos a respeito

      Muitos textos do antigo testamento são histórias praticamente reais, mas para aprendermos com eles devemos interpreta-los como metáforas atemporais à luz do novo testamento, e não ao pé da letra. Dessa forma quando lemos que Deus mandou matar os inimigos não devemos interpretar isso como uma autorização divina para que tenhamos qualquer tipo de animosidade contra nossos inimigos hoje. É bem o contrário, o evangelho nos ensina a amar os inimigos. Outros textos, contudo, ao meu ver, e digo isso assumindo meu posicionamento diante do Senhor, enquanto ele não mudar meu ponto de vista, não são histórias reais, mesmo que baseados em verdades antiquíssimas, esses já foram registrados na cânone bíblico como metáforas. 
      O melhor exemplo disso é o começo do livro de Gênesis, escrito por Moisés, a estória de Adão, Eva e o pecado original. Como já tenho declarado no “Como o ar que respiro” várias vezes, acredito que Deus, em seu maravilhoso e misterioso plano de criar a humanidade, usou a evolução das espécies, assim o planeta Terra, a natureza e o homem não foram criados em sete dias de vinte e quatro horas. Creio que Adão não foi necessariamente um homem, mas um momento na evolução, quando o primeiro “homo sapiens sapiens” existiu, nesse instante Deus soprou sobre ele o Espírito de vida e o tornou diferente de todos os outros animais, pelo fato desse primeiro homem, que Moisés chamou de Adão, poder ter comunhão espiritual com o Deus criador. 
      Por que esse momento foi descrito assim na Bíblia? Porque a Bíblia seria orientação escrita aprovada por Deus para toda a humanidade e por muito tempo, incluindo um tempo em que as pessoas ainda não tinham conhecimento científico para entender o processo evolucionário criacionista de Deus. Aliás, nem Moisés, que transcreveu possivelmente uma tradição oral que já passava de pai para filho há muito tempo no seu tempo, tinha entendimento científico para registrar o pentateuco. Mas mesmo assim, acredito e confio que a maneira que esses primeiros textos bíblicos foram escritos, são e sempre serão a maneira mais sábia para descrever, por exemplo, o início da humanidade. 
      Aqueles que não entendem isso, hoje e desde o século XIX, quando o naturalista britânico Charles Darwin teceu as bases do evolucionismo, que não conseguem enchergar a coerência entre Deus criador e o processo evolucionista, que demonizam ciência e mistificam a Bíblia, não entendem a verdade por falta de humildade e oração realmente espiritual. Já passou do tempo de pregarmos isso nos púlpitos sem medo, e pararmos de enganar o povo de Deus com um tradicionalismo ultrapassado só por covardia, por medo de ir contra bibliolatria e outros equívocos morais e culturais baseados numa interpretação bíblica sem o Espírito Santo que só gera preconceitos, intolerâncias e ódio desnecessário contra o evangelho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário