sábado, novembro 24, 2018

Como morrem os justos?

      Como morrem os justos? Não morrem, só passam, da existência física para a espiritual perto de Deus. Partem justificados, pelo sangue de Cristo, partem limpos, não por serem perfeitos, mas por confiarem naquele que é perfeito, não por serem melhores, mas por terem admitido que não eram, não por serem fortes, mas por terem deixado o todo poderoso viver neles. Os justos morrem em paz, não são surpreendidos pelo mal, mas passam com tranquilidade pelo final de um caminho que já conheciam, pelo qual sempre andaram, o caminho estreito do evangelho, da cruz, do quebrantamento muitas vezes, mas que nos final se mostra cheio da luz maravilhosa do Senhor. 
      Os justos não morrem sozinhos, em suas caminhadas fizeram amigos fiéis que estarão com eles no último momento, dos quais os melhores são esposa e filhos, que sabem que naqueles que partem estão seres humanos, mas que fizeram tudo o que podiam para acertar. Mas mesmo que lhes falte companhia de homens, terão a companhia dos anjos do Senhor e de uma alegria sem tamanho, da qual provaram um pouco quando oraram a Deus e receberam dele esperança para continuar até o fim. Os justos não morrem, são transformados para a vida eterna, acordam de vez para Deus, conhecem de fato aquele que sempre os conheceu e por eles lutou, Jesus, Deus que se fez homem e que honra aqueles que chama e que ouvem a sua voz. 
      Justos não morrem velhos, mesmo que com os corpos físicos cansados, eles morrem como crianças, pois souberam aprender o que é vida com Deus. No final trocaram vaidades por paz, aprovação humana por obediência a Deus, enfado de querer ser maior e rico por um coração de adorador, vícios e obsessões pelo prazer inefável que existe só na presença do Senhor. Os justos nunca perderam a sinceridade do bem, a verdade da alma, as virtudes do espírito, olharam firmes para seu objetivo e seguiram, que horizonte é mais aprazível que os braços abertos do pai nos esperando sempre? Os justos morrem íntegros pois nunca se venderam, pra ninguém.
      Os justo morrem com dignidade, com honra e no tempo certo, nem antes, nem depois, pois aprenderam a viver sincronizados com Deus, com sua sabedoria, assim plantaram quando podiam e colheram o melhor, quando não havia mais nada a se fazer. Os justos entenderam todos os tempos, deixaram o passado ficar leve e dele só reterem boas lembranças, não foram escravos do futuro e confiaram realmente em Deus, usufruíram do presente, o tempo mais divino de todos, o único em que se pode ser feliz de fato. Os justos morrem felizes, com todas as contas pagas, com a fé aprumada, com perdão dado aos homens e recebido, de si mesmos e de Deus. 

      “Ouve-me quando eu clamo, ó Deus da minha justiça, na angústia me deste largueza; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração. Filhos dos homens, até quando convertereis a minha glória em infâmia? Até quando amareis a vaidade e buscareis a mentira? Sabei, pois, que o Senhor separou para si aquele que é piedoso; o Senhor ouvirá quando eu clamar a ele. Perturbai-vos e não pequeis; falai com o vosso coração sobre a vossa cama, e calai-vos. Oferecei sacrifícios de justiça, e confiai no Senhor. Muitos dizem: Quem nos mostrará o bem? Senhor, exalta sobre nós a luz do teu rosto. Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se lhes multiplicaram o trigo e o vinho. Em paz também me deitarei e dormirei, porque só tu, Senhor, me fazes habitar em segurança.

Salmos 4

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