quarta-feira, fevereiro 17, 2021

Paz

      “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.Filipenses 4.6-7

      Temos paz? De verdade? Ou lá no fundo existe algo que nos tortura, que ainda que não admitamos para ninguém, ainda que escondamos no quartinho mais profundo de nossas almas, bem trancado e esquecido, não nos deixa vivenciar aquela paz, que principalmente nós cristãos, gostamos tanto de cantar, em alto e bom som, em hinos e louvores dentro dos templos. Paz, uma palavra tão pequena, um conceito que nos remete a algo vazio, limpo e tranquilo, e ao mesmo tempo totalmente preenchido, satisfeito, mas que é mais que satisfação, que prazer, é algo que fica mesmo depois que o prazer se vai, fica e permanece, por um bom tempo. Somos seres em paz ou de alguma maneira estamos o tempo todo angustiados? 
      Duas coisas nos roubam a paz, culpa pelo passado e ansiedade pelo futuro, isso nos entrega um presente estranho, que parece uma miragem, impedindo-nos de viver o hoje de forma concreta. Em raros momentos, contudo, temos a experiência de vivenciarmos um instante presente surreal, quando parece que uma iluminação cai sobre nós como um raio, quando nossos sentidos ganham um esclarecimento diferenciado. Uma xícara de um bom café pode nos dar sensação assim, rápida mas semelhante, contudo, esse instante presente pode ocorrer por motivos diferentes, por algo bom como por algo ruim, como quando recebemos notícias, por exemplo, do nascimento de um filho ou da morte de um ente querido. 
      Alguns podem achar que refletir sobre isso não tem utilidade, que a vida “real” - real para muitos, ao menos - é assim mesmo, tantas preocupações com a sobrevivência, com dinheiro, que paz plena pode ser um luxo que não temos direito. Mas isso é um engano perigoso, temos direito à paz, sim, ou então, como cristãos, não estamos entendendo o verdadeiro evangelho. Viver em paz é escudo, contra doenças físicas e psicológicas, assim como contra vícios. O que são vícios, senão tentativas ineficazes de se esquecer a dor, para sentir paz, de vencer culpas e ansiedades, ainda que seja com uma taça de vinho, com uma enorme barra de chocolate, ou com sexo casual? Só em paz somos fortes para viver e conquistar nossos direitos. 
      Pare um pouco e pense a respeito, e se de alguma maneira você não está em paz, busque a Deus, com todo o coração, peça que ele te mostre o motivo, e depois a solução para que possa estar em paz. Inferno nada mais é que ausência de paz, e muitos podem estar cercados de luxo, prazeres e bens e ainda assim viverem um inferno interior. Outros podem estar envolvidos até à cabeça com igrejas, ministérios, cultos, atividades, estudos e orações coletivas, e mesmo assim estarem sem paz, carregando um inferno dentro de si. Cuidado, inferno se leva e não acaba com a morte, só se manifesta nela com mais liberdade, e eu não estou me referindo às tribulações da vida, que nos deixam sempre preocupados, isso é comum a todos.
      A marca do genuíno filho de Deus, lavado pelo sangue do cordeiro Jesus e em plena comunhão com o Altíssimo pelo Santo Espírito, é a paz, o humilde sempre acha a paz e consegue segurá-la. Esse já experimenta o céu no mundo e quando morrer só terá essa paz manifestada em total plenitude, abraçado pelo amor de Deus na mais alta luz espiritual onde estão todos os santos justificados por Cristo. Paz não é luxo, é vida e vida eterna, podemos perder tudo neste mundo, menos a paz com e em Deus, não se engane achando que viver assim é impossível. Se for isso, busque ao Senhor, agora, no instante presente, acerte-se, mas não permita que mais uma noite se passe sem que você tenha a paz dos santos e fiéis a Deus. 

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