quinta-feira, fevereiro 25, 2021

Raiz, tronco ou galhos? (6/9)

      “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, o qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós” I Pedro 1.18-20

      Alguém pode dizer, “o que ocorreu com o cristianismo foi uma progresso natural, com o tempo as coisas mudam, nada fica igual para sempre, o homem muda, a religião muda”, bem, essa é uma argumentação sensata e poderia ser válida para o cristianismo se ele fosse coisa deste mundo. A arte muda, a cultura, a sociedade, a moralidade, a família, a sexualidade muda, mas uma verdade espiritual como a de Jesus, que salva o homem de maneira exclusiva e plena, que entrega promessas eternas, para o outro plano, eu, pelo menos, creio que não deve mudar. A obra redentora de Cristo não é coisa deste mundo, é algo que veio do mais profundo amor de Deus pelo ser humano, planejado desde o início dos tempos.  
      Contudo, em algum momento entre os séculos I e IV, entre a subida de Cristo ao céu e a promulgação do Édito de Milão, que transcreveu o acordo entre os imperadores cessando a perseguição aos cristãos, o cristianismo mudou. Quando a igreja católica nasceu não existia mais um cristianismo raiz, ela já nasceu desviada, seita baseada em tradições, ainda que poderosa, seita, em relação ao cristianismo original. Nessa declaração fica claro que a igreja católica não foi fundada por Cristo, ou por Pedro, mas por desviados do cristianismo primitivo, e nessa declaração também não desmereço católicos, não desacredito de suas sinceridades ou da qualidade de suas vidas morais e religiosas, mas constato um fato, aceitem isso ou não. 
      Homens maus têm o objetivo de controlar outros homens para obterem lucros, contudo, é impossível controlar todos o tempo todo, mesmo com opressão militar. A Igreja Católica, herdeira de um Império Romano decaído, achou um jeito de controlar os homens pela religião, por isso, desde o início, construiu um Cristo de acordo com seus interesses. Controlando esse falso Cristo ela poderia controlar os que nele cressem, já que o Jesus verdadeiro não pode ser controlado por ninguém. O falso Cristo foi montado com os dogmas, que incutiram nas mentes dos homens falsas doutrinas divinas, cuja desobediência repercutiria em duras penas, assim o catolicismo domina pelo medo, principalmente do diabo e do inferno. 
      Não estou negando o diabo e o inferno, em alguma instância esses existem sob muitas óticas religiosas, o engano, contudo, há em fortalecer Deus e legitimar o céu só pelo fortalecimento do diabo e do inferno. O erro está em atrair pessoas a Deus e ao céu, não pelo amor que o Altíssimo tem por todos os seres humanos e pelo direito ao céu que têm os que fazem escolhas morais corretas, mas potencializando o medo do diabo no mundo e das terríveis chamas do inferno na eternidade. Esse falso cristianismo cria e mantém crianças, dependes, medrosas e vazias, desejosas só de um poder que as proteja das trevas dentro das instituições, e não permite o amadurecimento de homens livres atraídos à luz mais alta pelo vivo e livre Espírito Santo. 
      Já refletimos muito sobre o desvio católico aqui, e já chegamos à conclusão que isso não interfere no plano de Deus de usar encarnação, morte e ressurreição de seu filho Jesus como único salvador para a humanidade. Deus nunca teve interesse em manter uma instituição religiosa como sua representante oficial no planeta Terra, se tivesse, a mais pura raiz do cristianismo teria se mantido assim por séculos. Se fosse isso o catolicismo idólatra não precisaria de uma reforma protestante para voltar ao evangelho original, ou o protestantismo intelectual de movimentos pentecostais para renovar uma tradição fria, ou de outra revolução, que ainda não ocorreu (no momento atual), para recuperar hereges na teologia da prosperidade.
      Deus só precisa de Jesus e do Espírito Santo, aquele que clamar a ele em nome de Cristo, com humildade, buscando perdão, e permitir ser ensinado pelo Espírito Santo, achará paz e luz, salvação eterna e vitória neste mundo, amor para vencer mágoas e injustiças, libertação de vícios e doenças emocionais, e paz para ser curado no corpo, e o que melhor cura nosso corpo é uma alma e um espírito em paz, sem culpas e rancores. Queridos católicos, evangélicos e protestantes, essa não é uma crítica destrutiva, mas reconstrutiva, não precisam deixar suas religiões, tradições nos fazem bem, nelas achamos semelhantes, mas entendamos que Deus é mais e tem muito mais para nós que as tradições do tronco e dos galhos têm. 

Parte 6 de uma reflexão
dividida em 9 partes
José Osório de Souza, 30/10/20

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