quarta-feira, junho 09, 2021

Pura intenção (5/8)

      Dizia, pois, João à multidão que saía para ser batizada por ele: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.” Lucas 3.7-8

      Um profundo temor a Deus, que nos faz olhar a religião com cuidado, considerar suas premissas com seriedade, para conhecer e viver a espiritualidade proposta com pureza de coração, não para ter aprovação humana, mas divina, eis o que deve estar nos corações de todos que se dizem seguidores de religiões, sejam elas quais forem, quem assim proceder sempre achará a verdadeira sabedoria e conseguirá pô-la em prática. Não se enganem, cristãos, todas as religiões, ou pelo menos a maioria delas, propõem regras, protocolos e interpretações da vontade de Deus para os homens, e todas elas pedem do homem sinceridade.
      A grande maioria das pessoas inicia-se numa religião desejando sinceramente Deus e o bem, mas elas seguem assim? Não muitas, e o número de insinceros aumenta à medida que as pessoas se “acostumam” com suas religiões e se envolvem com a vida social de suas comunidades religiosas. Com o tempo muitas pessoas esquecem-se de Deus, perdem a pureza em relacionarem-se com ele, passam a administrar suas religiões com uma atitude política, não com temor a Deus. Isso revela algo comum a muitos homens, eles querem agradar mais aos homens que veem que ao Deus invisível, simplesmente porque é mais fácil. 
      Talvez muitos evangélicos estejam achando esquisito este texto, onde o cristianismo é posto no mesmo nível das outras religiões, eles que se acostumaram a ouvir de púlpitos que sua religião é melhor que as outras, que ela tem propriedade exclusiva de uma verdade. Mas do que adianta ter uma religião que se diz melhor que as outras quando se é, no mínimo, igual aos outros religiosos, tendo o mesmo descuido de não levar a sério algo que se prontifica a religar o ser humano com o criador do universo? Cabe a muitos cristãos hoje a mesma exortação que João batista deu ao povo de sua época no texto bíblico inicial. 
      Não se enganem cristãos, qualquer homem em qualquer religião, mesmo pedras que creem em pedra, se tiver uma intenção pura para chegar a Deus, chegará! Deus conhece os sinceros do bem, a eles se revela sempre, ajuda com amor, responde em verdade. Entender ou não a relevância de Jesus nessa experiência é só questão de tempo para os puros de coração, e esses não serão só supersticiosos aceitando cegamente dogmas, mas terão uma experiência viva e renovadora com o ensino principal que Jesus revelou e viveu como homem, e deseja como Deus para todos. Jesus salvou toda a humanidade, isso independe de religião. 
      Queridos kardecistas, uma palavra a vocês: do que vale saberem “mais” sobre o mundo espiritual, explicar melhor coisas que sob o ponto de vista católico e protestante não se harmonizam com o amor de Deus, do que vale terem curso superior se se esquecem do primário, que revela Jesus como o único caminho para Deus? Não me refiro a ver Jesus como um espírito superior que deu o melhor exemplo de vida moral agradável a Deus, mas como posição espiritual exclusiva para salvar o homem. Saber mais não é ter a melhor intenção, às vezes é melhor saber menos, mas praticar em amor a pureza da verdade divina. 

5ª parte da reflexão 
“Reavaliemos nossas crenças: sempre!”
José Osorio de Souza, 21/01/21

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