segunda-feira, junho 28, 2021

Quem tenho, senão a ti?

      “Quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti. A minha carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a fortaleza do meu coração, e a minha porção para sempre. Pois eis que os que se alongam de ti, perecerão; tu tens destruído todos aqueles que se desviam de ti. Mas para mim, bom é aproximar-me de Deus; pus a minha confiança no Senhor Deus, para anunciar todas as tuas obras.Salmos 73.25-28

      Em termos morais e consequentemente espirituais, se há obediência a Deus, há força, se há desobediência, há enfraquecimento, se há comunhão com Deus, há vitória, se há distanciamento de Deus, há derrota. Quando estamos em Deus, fazendo sua vontade, naturalmente somos fortalecidos e temos capacidade para vencer os apetites da carne, o egoísmo, a vaidade, a ira, porém, quando, por um motivo ou outro, não conseguimos nos colocar em Deus, não conseguimos obedecê-lo, ficamos vazios e vazios enfraquecemos. Quem mais força experimentou mais fraco poderá ser, se não vigiar no que conquistou. 
      Quem experimenta uma luta diária para conhecer, entender e fazer a vontade do Senhor, começando por orar para depois agir, sabe que nem sempre nos parece fácil achar a presença mais íntima de Deus. Muitas vezes, por mais que tentemos, que nos quebrantemos, mesmo que choremos e imploremos, parece, e eu friso, parece, que o Senhor foge de nós. Nisso, às vezes após uma busca esforçada para achar a Deus podemos cair numa frustração tão grande que nos leva a pecar desmedidamente, tentando achar prazer para encher nosso coração vazio e entristecido. Deus permite isso, para que aprendamos a persistir na busca. 
      A chave para achar a Deus está, não no esforço humano, mas no descanso no divino, achar a Deus em última instância depende de menos, não de mais, no silêncio, não nas palavras, e uma oração errada pode nos levar justamente a um cansaço mental que nos enfraquece. Uma busca errada, ainda que sincera, pode ser nossa carne tentando achar a Deus, não nosso espírito harmonizado com o Esprito Santo. A chave é deixar-se levar pelo Santo Espírito, é esse quem nos conduz ao Altíssimo, não que nisso não haja trabalho, mas é trabalho espiritual de se deixar navegar nas águas espirituais, não só esforço mental para crer.
      Entendo, que por mais que eu tente descrever a experiência, como toda busca espiritual, não pode ser formulada, só os que a experimentam através de uma vivência pessoal poderão entendê-la, mas sei que vida de oração é uma aventura infinita, a melhor de todas as aventuras que podemos ter. É ela que nos dá forças para vivermos os ideais morais que Jesus ensinou no sermão das bem-aventuranças. “Quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti, a minha carne e o meu coração desfalecem, mas Deus é a fortaleza do meu coração e a minha porção para sempre”. Que seja esse, o anseio de todos nós.

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