terça-feira, junho 01, 2021

Palavras com amor

      “Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida. Do que, desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas; querendo ser mestres da lei, e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam.I Timóteo 1.5-7

      Nem o “bem” na boca de quem tem o mal no coração é bem, mas é mal, não são as palavras que aliam a uma atitude o bem, mas a intenção interior e espiritual. Se alguém tiver amor no coração, até seu silêncio contribuirá para que o bem seja feito, e mesmo o de pouco conhecimento, com menos informações, que nem sabe falar direito ou tecer raciocínios mais elaborados, se tiver uma intenção embebida em amor, fará mais bem que o articulado, que conhece tudo e fala discursos relevantes.
      Num mundo atual, onde a humanidade acordou para o preconceito e a desigualdade, quando nos conscientizamos do preço que tem que ser pago, de alguma maneira, para descendentes de africanos escravos, toda ação e toda palavra importam. Contudo, é preciso que sejam ações e palavras para desconstruir o erro e construir o acerto, não simplesmente para destruir o errado, precisamos odiar o “pecado”, não o “pecador”, só assim construiremos união e não desunião.
      Se não tomarmos cuidado, ainda que tenhamos bons motivos e estejamos munidos de discursos relevantes (e como as pessoas atualmente sabem fazer belos discursos), estaremos fazendo guerras e exercendo violência, a mesma que mulheres, homossexuais (e outras sexualidades) e principalmente os negros sofreram e sofrem. Uma guerra não justifica outra, uma violência não justifica outra, o mal se vence com o bem e o bem está dentro de nós, não só nas palavras e nas ações. 
      Atitudes que promovem transformações que ficam são as que nascem de intenções espirituais puras. Por quê? Porque essas estão em sintonia, muito mais que com bandeiras e ideologias ou homens, com o Deus Altíssimo, pai de todos os espíritos. A melhor mudança é espiritual, e o espírito não tem cor, sexualidade ou raça, só virtudes que quanto maiores mais fazem do ser, servo de outro ser, não dono, e ser servo por amor não humilha nem cria ódio, mas honra e faz amigos. 
      No texto inicial, Paulo fala de um outro tempo e de um outro contexto, se refere a religiosos israelitas de sua época que sabiam falar, entendiam a teoria de suas doutrinas religiosas, mas não tinham a intenção correta em seus corações. Paulo diz que o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida, é o que confere legitimidade às palavras, se não existir isso o discurso é só para gerar polêmica e criar contenda, é de ódio, ainda que com belas palavras. 

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