sexta-feira, junho 25, 2021

Livres para seguirmos um Deus vivo

      “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne; para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Romanos 8.1-4

      Quem acompanha o “Como o ar que respiro” já leu aqui todo tipo de reflexão. Em uma o ponto foi ter coragem e lutar, em outra o conselho foi abaixar a cabeça e se desviar da oposição, num texto a orientação era estar firme em suas convicções, em outro a recomendação era saber quando mudar de opinião, numa reflexão o melhor caminho era trabalhar e muito, em outra o caminho mais sábio era esperar e não fazer nada. Se queremos a posição cômoda da lei não entenderemos pontos antagônicos, buscaremos uma regra geral para tudo, isso nos impede de pensar, de orar, de avaliar e entender qual a posição que devemos tomar em cada situação específica, isso faz da religião algo morto e retrocedido, não vivo e progressista. 
      Deus já orientou os homens com leis, os dez mandamentos são até hoje usados por muitos, que não conhecem o evangelho verdadeiro, como as melhores regras para orientar a religião. Entretanto, leis foram para o tempo da infância da humanidade, quando os homens não tinham inteligência intelectual e moral para achar equilíbrios, quando as ordens tinham que ser extremas e genéricas. Jesus ensinou que espiritualidade pode ser experimentada no interior do homem, a vitória não se obtém com armas materiais contra inimigos físicos, a lei de talião foi substituída pelo amor que perdoa os inimigos, e ainda que causa e efeito existam, não é o homem que deve cobrar o homem, mas o universo, ao cristão cabe confiar em Deus.
      Quem não quer viver o cristianismo através de diálogo constante com Deus pelo Espírito Santo, lutando todo dia em oração, se quebrantando, clamando, tirando do fundo da alma a melhor oração, aquela que é o reflexo da vontade de Deus, que é conhecida quando há busca fervorosa e sincera, não vive o cristianismo. Esse pode até viver uma religião, e se for assim procurará leis e regras para obedecer, fixas, dogmatizadas em algum livro de doutrinas. Contudo, o máximo que conseguirá é uma aparência de espiritualidade, não espiritualidade real, e aparência não vence o pecado, não consegue amar quem o incomoda, não tem forças para perdoar quem o machuca. O Espírito Santo é o evangelho verdadeiro e ele é vivo o tempo todo. 
      Essa espiritualidade viva e dependente do Santo Espírito exige dos que querem vivê-la paciência, quando somos confrontados não basta termos uma lei na ponta da língua, um versículo, um dogma, temos que perguntar a Deus o que é que ele pensa a respeito. Jesus encarnado tinha essa atitude, por isso muitas vezes não dizia nada e em grande parte de seu tempo ele orava. Quem quiser viver um cristianismo que usa uma lei como quem saca uma arma, pronta para ser disparada para anular um opositor, seja esse um tentador ou um inimigo em alguma instância, será no máximo um religioso e como tal possivelmente será um hipócrita. A lei não dá forças para ser obedecida, só condena os que não a obedecem (Gálatas 3.10).
       Infelizmente existem cristãos, já com anos de conversão e que em algum momento de suas vidas foram dependentes sinceros do Senhor, que atualmente morreram espiritualmente, passaram a confiar em si mesmos, no conhecimento de Bíblia e teologia que acumularam. Conhecem a religião cristã, mas substituíram leis mosáicas por leis evangélicas e seguem agora como escravos, não como livres. Seus corações já não experimentam uma comunhão viva com Deus pelo Espírito Santo, são desviados dentro de igrejas, não são transformados pois no fundo, ainda que não admitam, acham que já são bons o suficiente. Temo que muitos cristãos, com certeza do céu, provarão na eternidade, para surpresa deles, algo diferente. 

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