quarta-feira, junho 07, 2023

Quando iguais se encontram

      “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. A língua dos sábios adorna a sabedoria, mas a boca dos tolos derrama a estultícia. Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons.Provérbios 15.1-3

      Muitas tragédias ocorrem no mundo porque duas pessoas com as mesmas características se confrontam. No trânsito, quando dois alterados, por álcool ou por algum estresse, se aproximam para lutarem por seus interesses, cada um vendo só seu lado e não o do outro, algo terrível pode ocorrer, desde brigas, às vezes com uso de armas, até acidentes fatais. Diz o ditado, “quando um não quer, dois não brigam”, mas quando dois querem, mesmo que ambos tenham certo nível de razão, grande violência, atingindo inocentes que nada têm a ver com o assunto, pode acontecer. Direitos, vivemos um momento no mundo onde todo mundo tem mais direitos que obrigações, principalmente por muitos se acharem com justos direitos. 
      Ser real conhecedor de Deus e obediente à sua vontade é quebrar o loop do mal, praticar o antagonismo evangélico, dar sem receber, se num confronto um agir assim, o mal exterior é evitado, ainda que o interior, dentro de quem quis exteriorizá-lo, dependa desse para ser anulado de vez. Muitos seguem, sem arrependerem-se, sem perdoarem, achando-se mais dignos de cobranças, porque se acham melhores por algum motivo. Muitos ricos se consideram melhores só por terem mais dinheiro e bens, muitos intelectuais, ainda que de forma mais polida, também possuem essa arrogância. Mas cristãos, e de uma forma ainda mais velada, podem se achar com mais direitos por acharem que seguem a Deus mais de perto. 
      Somos iguais a quem, aos humildes e pacificadores, ou aos briguentos, sempre cheios de razão, sempre com mais direitos, ainda que por nos sentirmos mais vítimas? Devemos procurar ser iguais ao Cristo homem, agirmos e reagirmos como ele agia e reagia, Jesus anulava o mal, ainda que lançado sobre ele não o tomava para si, não lhe dava acolhida. Mas mais que como exemplo de como temos que viver neste mundo para quebrarmos loops pessoais, Jesus quebrou um loop coletivo quando morreu, por isso recebeu de Deus o direito a uma posição espiritual exclusiva, que permite à humanidade ter perdão e paz com Deus. Cada vez que agimos ou reagimos nos perguntemos: com quem nos parecemos? Jesus faria assim? 
      O mundo está estranho, muitos com a violência à flor da pele, e existem motivos para isso, instabilidade geral, principalmente para se ganhar o pão de cada dia. Devemos tomar muito cuidado, ainda que numa discussão no trânsito o máximo que podemos fazer é reagir verbalmente, mesmo sem usar palavrões, muitos só precisam de um disparo emocional para dispararem armas e machucarem alguém. Precisamos perseverar para que a luz prevaleça sobre as trevas, e neste mundo, ainda que Deus esteja em todo lugar e sempre, sua luz só brilha quando é refletida nos filhos da luz e toca os filhos das trevas. A responsabilidade é do filho da luz, não do filho das trevas, de ser pacificador, paciente, controlado e misericordioso. 

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