11/02/18

Extremismos e Extremistas

      Religiões ou partidos políticos extremistas, são apenas ferramentas, não se realizam em si mesmos, a não ser como ideologias teóricas. Essas ideologias precisam de homens extremistas para existirem objetivamente, e daí cometerem toda espécie de intolerância, estupidez e violência. 
      Homens extremistas o são na essência, buscam ferramentas extremistas porque não conhecem outra linguagem e serão extremistas, mesmo que eruditos, inteligentes e talentosos, em tudo. Tanto faz o lado político que escolham, direita ou esquerda, a religião ou a aversão a ela, a fé ou o ateísmo, tanto faz a bandeira, o assunto, a área.
      Convertidos, extremistas, mesmo em religião, não se tornam melhores cristãos por serem extremistas, depois que se convertem podem levar a obsessão para o evangelho. Após serem libertos dos pecados mais básicos, precisarão ainda de um tempo de amadurecimento para se livrarem do extremismo e provarem a simplicidade do evangelho genuíno.
      Extremismo só se cura com auto conhecimento e com assunção humilde da humanidade inerente a todos nós. Aceitar os próprios limites, reconhecer os próprios erros e ver-se com integridade, é interpretar os outros, o mundo a realidade exterior com lucidez e com misericórdia. 
      Tolerância começa tendo-a com nós mesmos, quem não se tolera, será intolerante com os outros. Quem não se tolera tentará se enganar, ver em si mesmo algo tolerante, alguém melhor, portanto exigirá de si mesmo mais do que pode e precisa ser. A mesma atitude intolerante terá com os outros, com a leitura de sociedade, de política, de religião, dentre outros temas, mas especialmente esses dois. 
      Grandes facínoras comunistas ou fascistas, assim como muitos, não todos, fundadores de religiões e líderes religiosos, são homens que não tiveram a humildade para se conhecerem e se aceitarem. Assim usam ideologias extremistas para compensarem um desequilíbrio pessoal. Tentam controlar o mundo, os países, as congregações, porque não conseguiram controlar a si próprios. 
      Quantos genocídios, quantas heresias, quanto terrorismo, quanta mentira, quanta vergonha não existiriam se homens se conhecessem e se aceitassem. Assim muitos seguem não só enganando, mas principalmente se deixando enganar, por políticos e pastores, principalmente, por acharem no extremismo de uma ótica egocêntrica, egoísta e mentirosa, a verdade.
      Extremismo é sempre mentiroso, farsante, transforma ladrões e homicidas em ídolos, que mesmo julgados como tais, serão vistos como mártires por outros extremistas. Por quê? Porque extremistas não aceitam que digno de obediência, de reverência, de confiança irrestrita, incondicional e eterna, só Deus. Só na luz de Deus podemos nos conhecer, nos assumir, nos perdoar e seguir equilibrados, respeitando tudo, sem necessidade de usar extremismos.
      Uma palavra final aos cristãos: muito cuidado! O meio das igrejas cristãs sempre foi fértil para criação de extremismos, mesmo que em sua grande maioria, sem violência. Sim, infelizmente o mundo atual tem sofrido principalmente com extremistas do mundo e de religião originalmente árabes, um extremismo violento, desumano e homicida.
      Uma característica fundamental do extremista é que ele tem a necessidade obsessiva de fazer discípulos, e é aí que o cristão pode confundir as coisas. No afã de obedecer a chamada missionária, pode querer convencer os outros sem sabedoria. Mas uma coisa é compartilhar algo de bom que se experimentou com aqueles que ama para que eles também tenham a boa experiência. Outra coisa é compensar uma insegurança tentando convencer os outros porque na verdade queremos é convencer a nós mesmos, que talvez não sejamos convertidos, mas convencidos (ou nem isso).
      Nós, evangélicos e protestantes, tenhamos cuidado, que em nome da posse da verdade e do serviço do Senhor do universo, que são verdades, não troquemos o Espírito Santo de amor, paz e justiça, por só mais um mero e humano extremismo. Lembro o velho e verdadeiro ditado: Jesus não precisa de advogado, mas nos dá o doce privilégio de sermos suas testemunhas. Não queiramos convencer ninguém, mesmo porque o evangelho não é um produto nosso que precisamos vender a qualquer custo. Vivamos de forma simples e autêntica e Cristo fará a obra.

10/02/18

Espírito de confusão (Post 2)

      Esta reflexão, uma das postagens mais acessadas do blog, foi postada pela primeira vez em 3 de outubro de 2012, estou postando pela 2a. vez com adendos.

    “Depois ele entrou numa casa, e novamente aglomerou-se uma multidão, de modo que não podiam nem mesmo comer. Quando seus familiares souberam disso, saíram para impedi-lo, pois diziam: Ele está fora de si. E os escribas que tinham descido de Jerusalém diziam: Ele está possuído por Belzebu. É pelo chefe dos demônios que expulsa os demônios.
Então Jesus os chamou e lhes disse por parábolas: Como pode Satanás expulsar Satanás? Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não poderá subsistir. Se uma casa estiver dividida contra si mesma, tal casa não poderá subsistir. E se Satanás se opõe a si mesmo e está dividido, não poderá subsistir; mas chegou o seu fim. Pois ninguém pode entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens sem que primeiro o amarre; então lhe saqueará a casa.
Em verdade vos digo: Todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, bem como todas as blasfêmias que proferirem, mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca mais terá perdão; mas será culpado de pecado eterno. Pois diziam: Ele está possuído por um espírito impuro.
Marcos 3.20-30

      Existe um tipo de espírito de confusão que é possessão demoníaca explícita, quando ocorre simula os dons genuínos do Espírito Santo. Nesse tipo de confusão, que pode atrapalhar cultos, as pessoas podem ficar confusas sobre se o dom de línguas ou de profecia, por exemplo, é ou não de Deus. Nesse caso, o demônio do possesso deve ser repreendido por servos de Deus limpos na autoridade do nome de Jesus, como se faz em qualquer possessão. Contudo, é preciso maturidade espiritual e prontidão para não ser enganado por tal espírito.
      Contudo, o espírito de confusão que vou me ater nesta reflexão, é um clima, um ambiente mais generalizado de confusão, que ocorre quando se reúnem a falta de vigilância dos cristãos com a atuação demoníaca de opressão, que sempre procura oportunidade para agir. Numa situação assim, as coisas ficam confusas, parecem não terem sentido, não terem controle, e o pior e que parece que tudo de ruim acontece de uma só vez, ao mesmo tempo. Na experiência de Jesus, veja bem o desencadeamento da confusão:

1º. Ele entrou numa casa para fazer uma refeição e as pessoas invadiram a casa, impedindo-o.
2º. Os familiares, que eram os que deveriam dar a ele algum apoio, disseram que ele estava fora de si, será que isso queria dizer que eles achavam que ele estava louco?
3º. Os escribas, que tinham se dado ao trabalho de vir de Jerusalém até aquele lugar, naquele momento, diziam que ele estava possesso pelo Diabo.

Podemos ver como a confusão que a princípio parece até algo normal, trivial, que começa num âmbito humano, até por causa de um motivo legítimo (no caso de Jesus, ele queria se alimentar), vai aumentando, se generalizando, alcançando esferas de maior relevância até que finalmente alcança seu objetivo maior: glorificar o inimigo de nossas almas negando totalmente a autoridade legítima do Cristo. Em meio a um espírito de confusão, o cristão fiel se vê sozinho, perseguido por todos, pelas pessoas em geral, pelos mais próximos, amigos e parentes, pelos poderosos e enfim pelo Diabo, essa foi a experiência de Jesus relatada na Bíblia.
Jesus desmascarou esse espírito através de uma explicação racional, lúcida, lógica: “Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não poderá subsistir” (Marcos 3.24). A lição é que quando em meio a essa situação devemos agir, não com a emoção, mas com a razão, e uma razão baseada na palavra de Deus.
Em meio a um espírito de confusão, o que mais é desestabilizado é a nosso emocional, veja que Jesus tentava se alimentar, numa casa cheia de gente, repreendido pelos parentes, e envergonhado na frente de seus principais inimigos, os escribas, que o atacavam cruelmente. Mas ele foi à raiz do problema, para aquele que estava recebendo a honra final naquela situação, o Diabo. Ele não se confrontou com as pessoas, não começou um conflito com os poderosos, mas desmascarou Satanás.
      Se o Diabo é espírito, para desmascara-lo não é preciso escândalo, na verdade, as pessoas nem precisam ficar sabendo. Uma atitude sábia é se retirar, buscar alguma privacidade, mesmo que seja num banheiro, e verbalizar uma oração em voz alta, não necessariamente aos berros. Repreenda os demônios não só em pensamento, mas em voz audível, para que eles ouçam, mas repito, para que eles ouçam, não as pessoas. 
      Uma oração simples e convicta repreenderá  os espíritos malignos, estabilizará o emocional daquele que ora para que tenha forças para enfrentar o ambiente social e humano confuso. Se tiver que responder às pessoas, fale pouco, não tente convencê-las e nem compre suas construções fantasiosas. Não argumente com a confusão, fique em paz e confie em Deus.
Contudo, no final do texto, Jesus faz uma exortação importante, na verdade uma aparente exceção a toda a regra do Evangelho que diz que o perdão está acessível a todas as pessoas através de seu nome: “Em verdade vos digo: Todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, bem como todas as blasfêmias que proferirem, mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca mais terá perdão; mas será culpado de pecado eterno. Pois diziam: Ele está possuído por um espírito impuro.” (Marcos 3.28-30).
Aquele que pecar contra o Espírito Santo, aquele que disser que é do Diabo algo que é de Deus, esse nunca terá perdão. Isso deixa bem claro que só existe salvação por meio de Jesus, salvação completa e eterna, e que se isso for negado, nenhuma salvação é possível. Tudo o que nega essa salvação, é blasfêmia contra o Espírito Santo. Quantas religiões, filosofias e princípios não oferecem ao homem outras maneiras de evolução e de purificação que não através do nome de Jesus? Pois bem, tudo isso é blasfêmia imperdoável.
Mas acredito que a maior das blasfêmias é dizer que Deus é o culpado pelos sofrimentos da humanidade, é dizer que Deus é injusto, que Ele não existe ou que se faz de indiferente diante de toda a dor e injustiça que os homens sofrem. A pior blasfêmia é jogar em Deus uma culpa que é nossa.
Concluindo, para se livrar do espírito de confusão, a primeira coisa é agir com calma, não se deixar levar pela confusão, agir racionalmente através da palavra de Deus. A segunda coisa é confiar no poder do nome de Jesus, para perdoar e transformar a natureza humana, assim como para calar, expulsar e destruir a atuação do Diabo.
É importante discernir a presença do espírito de confusão rapidamente, porque quando ele ocorre podemos ficar entorpecidos por ele, sem saber o que está acontecendo, presos numa rede emocional e espiritual por tempo demais. É preciso identificá-lo, tão depressa quanto possível, e então destruí-lo, pela palavra de Deus, através do nome de Jesus em uma disposição emocional lúcida e objetiva.


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Adendos

      Esta reflexão foi postada originalmente em 3 de outubro de 2012, é uma das postagens mais acessadas do blog. Talvez porque trate de dois assuntos muito sérios: espírito de confusão e pecado sem perdão ou o pecado contra o Espírito Santo. Gostaria, inicialmente, de fazer uma complementação ao assunto pecado sem perdão.
      Em primeiro lugar é preciso aceitar que isso está na Bíblia e foi dito por Jesus, não é invenção ou elucubração do dono do blog. Em segundo lugar, como sempre devemos fazer com a interpretação do cânone bíblico, estejamos abertos às aparentes exceções, mas prontos a buscar e aceitar a coerência e a coesão das doutrinas baseadas na Bíblia. Se um texto em particular parecer ir para um caminho diferente em termos de doutrina, daquele que vai a maioria, senão todos os outros textos, é preciso cuidado e sabedoria. 
      Com relação a perdão, a doutrina do evangelho nos ensina que todo pecado pode ser perdoado no nome de Jesus, enquanto estivermos vivos. A doutrina consensada pelos cristãos evangélicos e protestante, e aqui não incluímos católicos e ortodoxos, é que depois de mortos não temos oportunidade de redenção e perdão, assim não existe reencarnação, como é inútil interceder pelos mortos.
      Então, como entender as palavras de Cristo sobre pecado contra o Espírito Santo? Em oração, respeitando cada caso e sempre pedindo discernimento a Deus. Mas eu entendo que pecado sem perdão é algo que é feito de forma definitiva, sem arrependimento, é negar-se ouvir e obedecer uma orientação direta de Deus. Se Jesus disse isso em relação aos que o acusavam, é porque sabia que eles não voltariam mais atrás de seus posicionamentos hereges e maus. Jesus sabia que eles tinham pecado contra o Espírito Santo.
      É importante que entendamos também que Jesus precisava deixar bem claro para os apóstolos e discípulos, que ele cumpriria a obra de salvação, morreria, ressuscitaria e subiria ao céu espiritual, mas mandaria o Espírito Santo que teria a mesma sabedoria e autoridade que ele para ensinar as coisas concernentes ao Reino de Deus. Quem ouve a voz do Espírito Santo, e não de homens ou de religiões, é salvo, quem não ouvi, já está condenado.

      Para finalizar, para agir com responsabilidade, preciso também fazer uma complementação ao assunto espírito de confusão. Os seres humanos podem experimentar uma situação que também pode gerar um sentimento de se estar perdido, confuso, impotente, situação que pode estar ligada a enfermidades psiquiátricas. Depressão e outros transtornos emocionais podem nos levar a ter dificuldades para conviver com a realidade e com a sociedade.
      Bem, se a doença psicológica é causa ou consequência de ações espirituais do mal ou de falta de sabedoria do ser humano para enfrentar seus limites e viver com equilíbrio, o que eu posso dizer é que é um pouco de tudo. Mas se nós, cristãos sinceros, e mesmo pastores e líderes que servem a Deus com esforço, estivermos doentes, o melhor é parar e descansar, procurando obviamente ajuda de bom profissional da área médica, primeiro um psiquiatra depois um psicólogo, nessa ordem. Cristão mentalmente doente tentando estabelecer guerras espirituais só verá sua doença piorar. 
      Tenhamos humildade, procuremos ajuda e descansemos em Deus, colocar no Diabo a culpa por uma enfermidade nossa, principalmente na área psicológica, é dar vitória ao Diabo. Assim, se a confusão estiver grande demais e descontrolada, o problema pode não estar nas pessoas, no ambiente, na igreja ou mesmo no Diabo, mas em nossas cabeças. Essas cabeças poderão, nesse caso, serem restabelecidas muito mais com descanso, medicação e terapia, que com expulsão de espíritos malignos.
      Espírito de confusão não é exclusividade do meio pentecostal, mais avivado ou que busca e usa dons espirituais. Infelizmente, a depressão que tem sido um mal do nosso tempo, tem aprisionado muitos cristãos, principalmente pastores e reverendos de igrejas tradicionais como batistas e presbiterianas. Enquanto o erro na busca de uma interação só emocional com Deus tem alienado e infantilizado pentecostais, o erro de uma interação só intelectual, esfriando o Espírito Santo, tem levado tradicionais à depressão.
      Equilíbrio é sempre a melhor escolha para nos livrar de todo tipo de confusão e pecado contra o Espírito Santo.

José Osório de Souza, 2/02/2018

09/02/18

Carnaval: nenhum bem tem

      Desculpe-me se você pensa diferente, se já tem opinião oposta formada, se acha que demonizar o carnaval é extremismo, nem perca tempo com este texto. Eu estou convicto que o carnaval nenhum bem tem, por quê? Porque em primeiro lugar é uma mentira divulgada pela mídia, principalmente pela Rede Globo, obviamente para ter lucros financeiros e manipular o povo. Nem caiam no engodo dessa campanha que estão fazendo neste ano, que diz que tem que haver respeito com o não das mulheres, senão é assédio e estupro. Eles só estão tentando dar alguma legitimidade para a promiscuidade, administra-la.
      Em momento algum é "dado nomes aos bois", pecado é chamado pelo nome ou é instado a ser deixado, a realidade do carnaval é outra. Prova disso é que campanha de uso de preservativo é feita nessa época, não para que sexo casual não seja feito, mas para que seja feito com toda a liberalidade, porém com proteção. Proteção pra quê? Para o corpo, não para a alma e o espírito. Carnaval não é alegria, não é festa familiar, não é sob nenhuma circunstância do bem. A ideia é liberdade para prazeres carnais, para ser bem objetivo, sexo, álcool e drogas, e nem venham argumentar que gera emprego, crime, guerra e prostituição também geram emprego.
      É de conhecimento geral que as escolas de samba do Rio de Janeiro têm ligação com jogos ilícitos e tráfico de drogas, mas não é só lá. Em outros lugares do Brasil essa falsa festa tem ligação promíscua com o crime. Carnaval só envergonha o Brasil para o resto do mundo que liga o povo brasileiro com falta de decoro e depravação. O turismo de sexo infantil é altamente divulgado nesse período, doentes e criminosos principalmente da Europa e EUA vêm ao Brasil violentar nossas crianças.
      O que fazer? Comece não dando qualquer espécie de apoio ao carnaval. Não vá às ruas, muito menos a clubes, mas principalmente, não assista a TV Globo e Rede Bandeirantes, emissoras que mais promovem esse evento, nesses quatro dias, aliás, o melhor seria evitar a Globo o ano inteiro. Guarde seus olhos e seus ouvidos, então, sua mente e seu coração, estarão mais protegidos. Gostaria mesmo de fazer a você um desafio: não assista esses canais de forma alguma, entre 6a. feira à noite e a próxima 4a. feira à tarde, nem zapeie pela Globo e Bandeirantes. Será que você consegue, cinco dias num ano sem TV Globo?
      Você já pensou em por que as redes de televisão investem tanto em carnaval, por que colocam tantos repórteres nas transmissões, transmitem eventos carnavalescos quase que 24 horas por dia no período? Quem gosta de carnaval com certeza não fica em casa assistindo, principalmente à noite e na madrugada. Esses saem e participam incansavelmente de blocos e clubes. O carnaval na TV é para "converter" os que não gostam de carnaval, que ficam em casa. Falando de maneira bem clara, a ótica principalmente erótica da carnaval, é apresentada como uma genuína tentação do mal. O carnaval na TV é pra pegar os crentes, que muitas vezes na privacidade do lar são seduzidos por essa "festa da carne" * .
      Eu sou um cristão bem aberto, talvez, liberal demais para alguns, mas minha liberdade passo pelo crivo do Espírito Santo. Não sou falso moralista, nem hipócrita, contudo, carnaval, definitivamente, não tem nada de bom. Mesmo pra quem quer beber algo, sociabilizar e ouvir música secular, ambiente de carnaval não é recomendado. Você pode ouvir uma música melhor, num ambiente mais confortável, onde se pode ouvir o que as pessoas têm a dizer, sem o som ensurdecedor e hipnótico do carnaval atual, que se já não era muito bom no passado, hoje é absolutamente horroroso.
      Algumas igrejas tinham, nem sei se ainda têm, o costume de fazer um bloco ou trio elétrico cristão. Saíam nesse período pelas ruas, cantando música gospel, tentando fazer evangelismo. Eu, pessoalmente, acho essa atitude sem sabedoria, lícita? Mas inconveniente, quem quer ser evangelizado estando no frenesi da adrenalina carnavalesca? Infelizmente e realisticamente, ninguém. As terríveis consequências de escolhas feitas num período onde os demônios têm total legalidade para agir, serão colhidas depois. O ideal são os retiros, e nem precisa ser os explicitamente religiosos, mas ir pra zona rural e buscar descanso no campo. Fuja do carnaval, meu querido e minha querida!
      Outra coisa triste, que precisa ser dita, é que oficialmente a igreja católica não se posiciona contra essa festividade do capeta. Sim, muitos jovens e casais católicos também participam de retiros, nesse período, graças a Deus. Mas uma denominação cristã poderosa como a Igreja Católica podia usar sua influência para desconstruir essa terrível tradição do povo brasileiro. Aliás, essa concessão à carne e ao mal, é só mais uma das barganhas que a igreja romana faz com a carne e com o inimigo, com o objetivo de agradar o mundo e não perder fiéis. O cristianismo verdadeiro não faz trocas com o diabo, sob hipótese alguma.
      Agora, pra finalizar, uma orientação de sabedoria aos cristãos genuínos, convertidos, novos nascidos por Cristo e que buscam viver em todo o tempo com as lâmpadas cheias do óleo santo: não fiquem de bobeira nesse período, nem em cima do muro. Se nossa vigilância urge em todo o tempo, muito mais no carnaval quando um grande número de pessoas estão por aí alcoolizadas, drogadas, sensualizadas. Cuidado com o trânsito, cuidado com o mundo, cuidado com os espíritos malignos, estejamos em oração e não entremos na mentira da mídia, não é um período de vida, mas pra muitos, de morte, tenhamos muito cuidado. Todavia, não sejamos extremistas estúpidos, ainda assim, com tudo que foi dito nesta reflexão, respeitemos quem escolhe ver relevância no carnaval.

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*Origens do Carnaval

      Ele é uma herança de várias comemorações realizadas na Antiguidade por povos como os egípcios, hebreus, gregos e romanos. Esses festejos pagãos serviam para celebrar grandes colheitas e principalmente louvar divindades. É provável que as mais importantes festas ancestrais do Carnaval tenham sido as “saturnais”, realizadas na Roma antiga em exaltação a Saturno, deus da agricultura. Na época dessa celebração, as escolas fechavam, os escravos eram soltos e os romanos dançavam pelas ruas. Havia até mesmo uma espécie de “bisavô” dos atuais carros alegóricos. Eles levavam homens e mulheres nus e eram chamados de carrum navalis, algo como “carro naval”, pois tinham formato semelhante a navios. Alguns pesquisadores enxergam aí a origem da palavra “carnaval”. A maior parte dos especialistas, porém, acha que o termo vem de outra expressão latina: carnem levare, que significa “retirar ou ficar livre da carne”.
      Isso porque, já na Idade Média, essas velhas festividades pagãs foram incorporadas pela Igreja Católica, passando a marcar os últimos dias de “liberdade” antes das restrições impostas pela quaresma. Nesse período de penitência para os cristãos (durante os 40 dias antes da Páscoa), o consumo de carne era proibido. A variação da data do Carnaval no calendário se deve justamente à ligação direta com a Páscoa – que, no Hemisfério Sul, sempre acontece no primeiro domingo após a primeira Lua Cheia do outono. Determinada a data do feriado cristão, basta retroceder 46 dias no calendário (40 da Quaresma mais seis da Semana Santa) para se chegar à Quarta-Feira de Cinzas. A comemoração do Carnaval adquiriu diferentes formas nos países católicos que mantiveram a celebração. No Brasil, foi grande a influência do “entrudo”, uma folia feita em Portugal, onde eram comuns as brincadeiras com água.

08/02/18

Meteoro ou Sol?

      A vida é mercado de portas abertas com boas ofertas para consumirmos à vontade quando quisermos? Se acreditarmos e trabalharmos, tudo é possível? Oportunidades aparecerão e nossos sonhos se realizarão? Sinceramente? Penso que não. Algumas oportunidades, as melhores, aquelas que mostrarão ao maior número de pessoas o nosso melhor, acontecem uma, no máximo duas vezes na vida. Se por uma coincidência cósmica, uma providência divina, uma sorte, estivermos atentos e formos diligentes, seremos estrelas brilhantes sobre a terra. Contudo, a maior parte de nós é meteoro, não percebe o sincronismo, perde a chance, brilha fugazmente depois passa o resto da vida na mediocridade, escrevendo textos de arrependimento. Mas se a vida é isso para a maioria, isso que é a vida, meteórica, não solar, assim, aceitemos a verdade com humildade e sigamos em paz.

      Desculpe pela reflexão secular que usei como introdução, entenda-a como um texto no estilo filosófico de Salomão, autor do livro de Eclesiastes. Mas se a achou negativa demais, amarga demais, segue um consolo do Espírito Santo no Salmo 37.5: "Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele o fará.".
      Sim, Deus recebe a nossa vida e toma conta dela da melhor maneira possível para que nós não nos percamos com algo que não poderíamos administrar. Assim, longe de Deus, alguns chegam a ser Sol, mas pagarão um preço trágico por isso. Outros longe de Deus são meteoros por não tomarem posse do melhor que Deus tinha pra eles. 
      A conclusão é: ser Sol ou ser meteoro, não importa. Importa é seguir com Deus, contudo, a verdade é que nossa existência encarnada é meteórica, mesmo o maior e mais brilhante dos astros, será lançado na terra pela morte. Importa é o que guardamos de bom para a eternidade, lá sim, com Deus seremos luzes eternas, ou trevas eternas, sem ele.

07/02/18

Crítica e elogio

      "Dá instrução ao sábio e ele se fará mais sábio, ensina o justo e ele aumentará em entendimento." Provérbios 9.9

      Às vezes, é preciso coragem para se fazer uma crítica, com muito jeito e no momento certo, ela pode ser útil. Contudo, não há tempo específico para um elogio, ele é sempre bem-vindo. Por mais simples que pareça, se for sincero, pode ser o toque de carinho que alguém precisa para seguir em frente e não desistir. Tenha sabedoria e muito amor para exortar e ensinar, mas não seja tímido para motivar com um incentivo.

06/02/18

Calma, novidade está por vir

      "Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa. Porventura diria ele e não o faria? Ou falaria e não o confirmaria?" Números 23.19

      Você colocou sua vida e a de sua família em ordem? É fiel com suas alianças? No seu casamento? Honesto em sua profissão, nos seus negócios? Esforçado e sincero? Você tem pago o tempo do plantio, em excelência e com paciência? Você tem feito sua parte e confiado que Deus pode, quer e fará a dele? Pois então fique em paz, não sofra nem desista de temer a Deus. 
      A falta de perspectivas, para o cristão fiel e humilde, não é o fim de tudo, mas somente o final de uma fase, de um tempo. Novidades estão por vir, antes do que você pensa, a colheita será colhida e em abundância, a alegria de acordar pela manhã e enfrentar a realidade será renovada. Deus cumprirá o que prometeu, você experimentará um novo momento e adorará ao Senhor com novidade de vida.

05/02/18

O tempo e o tédio

      "São estas as palavras do Sábio, que era filho de Davi e rei em Jerusalém. É ilusão, é ilusão, diz o Sábio. Tudo é ilusão. A gente gasta a vida trabalhando, se esforçando e afinal que vantagem leva em tudo isso? Pessoas nascem, pessoas morrem, mas o mundo continua sempre o mesmo. 
      O sol continua a nascer, e a se pôr, e volta ao seu lugar para começar tudo outra vez. O vento sopra para o sul, depois para o norte, dá voltas e mais voltas e acaba no mesmo lugar. Todos os rios correm para o mar, porém o mar não fica cheio. A água volta para onde nascem os rios, e tudo começa outra vez. 
      Todas as coisas levam a gente ao cansaço — um cansaço tão grande, que nem dá para contar. Os nossos olhos não se cansam de ver, nem os nossos ouvidos, de ouvir. O que aconteceu antes vai acontecer outra vez. O que foi feito antes será feito novamente. Não há nada de novo neste mundo.
      Será que existe alguma coisa de que a gente possa dizer: “Veja! Isto nunca aconteceu no mundo”? Não! Tudo já aconteceu antes, bem antes de nós nascermos. Ninguém lembra do que aconteceu no passado; quem vier depois das coisas que vão acontecer no futuro também não vai lembrar delas.
Eclesiastes 1.1-11 (Versão Bíblia NTLH)

      Ao principal questionamento do texto acima, se há algo novo no mundo, alguém poderia responder, "vivemos num mundo globalizado e ligado, o tempo todo coisas novas acontecem e todos sabem em tempo real a respeito, sim, no mundo contemporâneo existem novidades, esse texto bíblico não confere". Então, eu poderia replicar, se existem novidades, elas têm bastado? O homem se satisfaz com elas? Sente-se renovado?
      Talvez os jovens se iludam por um pouco de tempo com as novidades, se encantem com elas. Mas não é justamente na juventude atual onde vemos mais insatisfação, mais busca desenfreada por prazer? E os mais velhos, quando se diz que os 40 anos são os novos 30, que os 50 são os novos 40 e que os 60 são os novos 50, não se está dizendo que as pessoas se negam a envelhecer, que querem ser jovens para sempre? Por quê? Porque não querem aceitar que o tédio é inevitável, e o tempo, inexorável. O tal cansaço de viver, que Salomão se refere no texto, é tédio.
      Tempo e tédio, são os maiores inimigos do homem, a solidão, é consequência disso. O Espírito Santo nos dá um consolo para enfrentar esses inimigos, mas nem ele pode aniquila-los de vez, não nessa vida. Por que é assim? Para que o homem seja mais humilde e aceite um destino que ele mesmo escolheu, quando pecou. Não existe vitória plena e duradoura na carne, perdão sim. Vitória completa só na eternidade, e a existência neste mundo, não a levemos tão a sério.
       Quanto antes aceitarmos isso, antes deixaremos de buscar na heresia, falsos poderes para sermos pretensos super espirituais, ou no mundo e nos demônios, hormônios, aditivos e ilusões para sermos pretenciosamente sempre jovens, bonitos e saudáveis. Aos mais velhos ou/e mais maduros eu digo, aceitem o tédio que o tempo traz com humildade, com sobriedade, com serenidade, não lutem contra ele. Se lutarmos, gastaremos ainda mais as poucas forças que nos restaram depois que o tempo começou a diminuir nossas energias físicas e emocionais.
      Contudo, descansemos em Deus, busquemos mais e mais olhar, ouvir e sentir o universo através do Espírito Santo, o Espírito de Deus sempre se renova. Sim, cuidemos do corpo, uma das prioridades do homem contemporâneo, mas não nos iludamos, nem isso anulará de vez o tédio ou a diminuição de expectativas, nem compensará a ausência de forças, o cansaço ao qual Salomão se refere, nem trará de volta a fé que tínhamos para crer no impossível na nossa juventude de novos nascidos. Mas se tua fé for do tamanho de um minúsculo grão de mostarda já basta, não foi isso que Jesus disse?
      Como sempre digo aqui, você não vai achar no blog "Como o ar que respiro" a famosa e atual palavra de milagre fácil, de tudo é possível ao que crê, não meus queridos, diferentemente do que muitos púlpitos estão dizendo, essa palavra de manipulação emocional e de prosperidade e triunfalismo não é a palavra profética que prepara a Igreja para o arrebatamento, não sinto isso de Deus. A palavra que prepara é: Igreja seja humilde para viver uma santidade que agrada a Deus, não para ter crédito para receber, principalmente coisas materiais, de Deus. Aceite a morte intrínseca desta vida, com simplicidade, Salomão que era sábio aceitou, mas confie no Cristo que ressuscita mortos físicos e espirituais.

04/02/18

Clichê, dogma, doutrina e costume

      Como eu sempre digo aqui no blog, não receba minhas palavras como clichês, como dogmas, como doutrinas nem como costumes. São apenas a opinião de um filho de Deus, sobre o mundo, o homem, a vida com Deus e com o universo espiritual. Você não tem que concordar e eu estou aberto a um diálogo franco e respeitoso. Na dúvida, procure seus líderes, que são aqueles que darão satisfação a Deus pelo seu crescimento espiritual (desde que você conceda a eles esse direito). Mas o caminho mais maduro é ler a Bíblia e então orar a Deus, o Senhor de todos os mistérios e pai de todas as respostas.

      "Hoje Deus vai fazer milagres", isso é um clichê*, usado principalmente pelos pentecostais, aliás, pentecostais "adoram" clichês. Clichês são frases do meio religioso contemporâneo, que por causarem uma resposta emocional eficiente nos crentes daquele momento, tornam-se modismos. Muito cuidado com clichês! De tanto os ouvirmos, podem acabar parecendo relevantes, ungidos, bíblicos, mas na sua maioria são só marketing usado por pregadores superficiais, ociosos e mal intencionados. Sobre o exemplo inicial, nem sempre Deus faz milagres, pelo menos não do jeito que muitos acham.

      "A Bíblia não se contradiz", isso é um dogma, a própria Bíblia não diz isso, mesmo que ela seja uma seleção de livros feita por homens. Inspirados pelo Espírito Santo? Autodenominados assim, mas quem pode dizer que são de fato? Só Deus. Eu podia usar exemplos de dogmas católicos, como "infalibilidade papal", mas usei um bem comum no meio protestante tradicional, aliás, depois dos católicos, os protestantes tradicionais (como presbiterianos e batistas) são os que mais amam dogmas. Dogmas são doutrinas tidas como verdades indiscutíveis e que não fazem necessariamente parte do cânone bíblico. Sobre o exemplo inicial, lida com orientação real do Espírito Santo, a Bíblia é coesa, mas no contexto histórico, cultural e moral temos óticas de Deus e comportamentos do povo chamado de Deus distintos. Tentar usar a Bíblia como um livro de regras sociais e morais atemporal e ao pé da letra constitui uma heresia.

      "Jesus é o único intercessor entre Deus e os homens", isso é uma doutrina, que não é na prática para os católicos que redividem a intercessão de Cristo sempre que um novo santo é canonizado. Doutrina é uma verdade que é consenso para a maioria dos cristãos evangélicos e protestantes, imprescindível de obediência para os que desejam salvação e/ou comunhão com Deus. Doutrina é um ensino que não é opcional para o novo nascido em Cristo, constitui o centro da Bíblia. Em poucas palavras é Jesus Cristo, seu nascimento, sua vida, sua morte, sua ressurreição e sua volta ao pai e depois à terra. Jesus é o centro da Bíblia, meio de salvação, exemplo de vida e promessa de eternidade.

      "Mulheres devem usar véus nos cultos", isso é um costume, mais comuns em certas denominações e menos comuns em outras. Na prática não deveria ser usado como critério de avaliação de espiritualidade, santidade ou maturidade espiritual. Contudo, infelizmente, muitos ainda creem que os que obedecem certos costumes estão mais próximos de Deus que outros. Um exemplo da hipocrisia de muitos e de costume que é quase tido como dogma, é "cristão não bebe (bebida alcoólica)", algo sempre pregado e quase nunca vivido. "Sexo antes do casamento não é permitido" segue pelo mesmo caminho... (muitos tecnicamente até seguem como doutrina, mas como dito, só "tecnicamente").

      Os quatro conceitos podem se cruzar, assim como um pode migrar para o outro, e é claro, são subjetivos, variam conforme a interpretação humana. Um clichê, irresponsavelmente, pode ser usado como dogma. Um dogma pode ser confundido com doutrina, se interpretarmos dogma como verdade de homens, de denominações ou igrejas, não como orientação genuína do Espírito Santo. Uma doutrina pode ser razamente  vista como mero costume, menosprezando uma séria orientação de Deus. Alguns, equivocadamente, enxergam costume como doutrina, essa, por sua vez, sempre é clichezada.

      * Clichê: no sentido figurado, é uma ideia já muito batida, uma fórmula muito repetida de falar ou escrever, um chavão. Etimologicamente, a palavra clichê tem origem no francês cliché. São sinônimos da palavra clichê: lugar-comum, repetido, chavão, comum, previsível e repetido. www.significados.com.br

03/02/18

O maior dos profetas

      "Depois que os mensageiros de João foram embora, Jesus começou a falar à multidão a respeito de João: 
      "O que vocês foram ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Ou, o que foram ver? Um homem vestido de roupas finas? Ora, os que vestem roupas esplêndidas e se entregam ao luxo estão nos palácios. Afinal, o que foram ver? Um profeta? Sim, eu lhes digo, e mais que profeta.
      Este é aquele a respeito de quem está escrito: ‘Enviarei o meu mensageiro à tua frente; ele preparará o teu caminho diante de ti’. Eu lhes digo que entre os que nasceram de mulher não há ninguém maior do que João; todavia, o menor no Reino de Deus é maior do que ele"." Lucas 7.24-28

      Quem teve ou tem ouvidos pra essa palavra? Quem a entendeu de fato? Quantos líderes e pastores vivendo atualmente um ministério, uma vida, opostos do exemplo de João Batista? Mas a cobrança se torna muito maior quando o próprio Cristo, mesmo reconhecendo a originalidade, a verdade, a integridade, o preço pago por alguém que serviu a Deus e não se comprometeu com os prazeres do mundo ou com a vaidade dos religiosos, ensina que no reino de Deus as pessoas poderiam ser melhores que João Batista.
      O reino de Deus, citado por Jesus, é o novo tempo, com salvação em seu nome e comunhão, pelo presença do Espírito Santo nos salvos, que ele inauguraria após sua morte e ressurreição. Através do evangelho podemos ser mais espirituais, mais servos, mais fiéis mesmo que João Batista, é o que Jesus disse. A pergunta é: somos? Em algum momento da história da Igreja Cristã, os convertidos, em uma parte significativa, tiveram idoneidade igual ou melhor que a de Batista?
      Talvez no início da história, na igreja primitiva dos dois, três primeiros séculos, tenha havido cristãos desse naipe, mas depois, no paganismo do catolicismo, na conveniência do protestantismo, na manipulação do pentecostalismo e por fim na heresia e ganância generalizadas dos cristãos atuais, dificilmente vemos cristãos nos moldes de João Batista. Sim, Deus contemplou os sinceros em toda a história, e usou católicos, protestantes, pentecostais e hereges gananciosos para mostrar alguma luz ao mundo, não duvido disso.
      Todavia, talvez a verdade seja uma só: Joãos Batistas sempre existiram, e existem mesmo hoje. Mas são discretos, enquanto corajosos, são humildes, enquanto eficientes, são desconhecidos, enquanto fiéis a Deus, cumprindo suas chamadas de iluminar o mundo e as igrejas pagando altos preços, mesmo que poucos os conheçam, os honrem, os valorizem. João Batista nasce para viver no deserto, tocado pelo vento do Espírito, executando a mais bela das melodias, a voz verdadeira e afinada de Deus, como um caniço agitado pelo vento.

02/02/18

Temor do Senhor: satisfação e proteção

      "O temor do Senhor encaminha para a vida, aquele que o tem ficará satisfeito e não o visitará mal nenhum." Provérbios 19.23

      Simples assim, temor do Senhor nos conduz a uma vida satisfeita e protegida. O satisfeito alegra-se com o que tem, mesmo que pareça pouco. O insatisfeito estará sempre infeliz, mesmo que tenha muito.
     Mas o temor do Senhor também protege, já que agir com temor é não julgar, não fazer inimigos, fugir de toda aparência do mal, não entrar em discussões tolas que têm o objetivo vaidoso de só polemizar.
      Viver com temor do Senhor é sentir o tempo todo a sua presença, assim sabemos que Deus sabe quando andamos pela cidade e passamos pelas pessoas, Deus sabe o que vemos, ouvimos e com o que interagimos na internet.
      Mas temor do Senhor não é agir assim por medo de uma força julgadora maior e superior, isso seria uma disposição infantil e superficial. O temor nos leva a agradar ao Senhor por amor a ele, por respeito, buscando uma santidade sincera, verdadeira e profunda.

01/02/18

O pouco com temor de Deus é melhor

    "Melhor é o pouco com o temor do Senhor, do que um grande tesouro onde há inquietação." Provérbios 15.16

      Eis um entendimento que o Espírito Santo nos dá repetidas vezes, para explicar porque Deus não nos concede certas coisas, certas posições, certos bens, certas alianças. Mesmo com toda a fé do universo, com toda a boa vontade, com todo esforço, muitas vezes só o pouco, que sempre é o suficiente, nos é oferecido legitimamente por Deus, autorizado pelo Senhor. Se alguns insistirem, até podem conquistar mais, mas aí experimentarão o gosto amargo de ter ou ser algo além do plano de paz, sabedoria e amor do sustentador do universo. 
      Sem humildade não se prova a verdadeira vontade de Deus, e muitos, na rebeldia de quererem ser e ter mais, chamam a sã doutrina de heresia e a heresia de doutrina. Não aceitando o que o Senhor quer pra eles, buscam falsos profetas e pastores da mentira que digam a eles o que eles querem ouvir. Mas mesmo pra quem se desvia da heresia, que aceita racionalmente que o pouco com temor do Senhor é o melhor caminho, às vezes é difícil aceitar emocionalmente esse entendimento. 
      Acalmemos nossos corações, nos esforcemos, sim, trabalhemos, sim, estudemos mais e nos preparemos intelectualmente para nossas vidas profissionais, sim, e acima de tudo, tenhamos fé. Saibamos, contudo, o momento, não de parar, mas de descansar no Senhor, confiantes que dentro de seu plano, talvez não sejamos aos olhos do homem e do mundo, os maiores. Todavia, poderemos ser com certeza felizes já que nesse entendimento não perderemos o temor de Deus, o maior bem que o homem pode ter nessa vida e na eternidade.
      Muitos acham que o maior desafio da vida é conquistar e manter bens e status, mesmo cargos e honras dentro de ministérios e igrejas. Enganam-se, o sentido da vida e da vida eterna é achar e guardar o temor de Deus. Muitos enriquecem e mesmo obtêm reconhecimento no meio religioso, mas perdem o temor de Deus, o trocam por cargos políticos, por valores deste mundo. Paguemos o preço, muitas vezes da solidão, da clandestinidade, mas mantenhamos guardado em nossos corações o temor de Deus.

31/01/18

Adolescência vai até os 24 anos?

      Matéria da BBC Brasil em 19/01/18:

      "Adolescência agora vai até os 24 anos de idade, e não só até os 19, defendem cientistas. Aquela fase odiada pela maioria das pessoas, a adolescência, ganhou uma sobrevida de cinco anos. Em vez de terminar aos 19, idade considerada na maioria dos países, um grupo de cientistas defende que a adolescência se estende dos 10 até os 24 anos.
      O fato de jovens estarem optando por estudar por um período de tempo mais longo, não só até a faculdade, assim como a decisão cada vez mais frequente de adiar casamento e maternidade / paternidade, estariam mudando a percepção das pessoas de quando a vida adulta começa, dizem pesquisadores australianos em um artigo publicado nesta semana na revista científica Lancet Child & Adolescent Health. 
      Para eles, a redefinição da duração da adolescência seria essencial para assegurar que as leis que dizem respeito a esses jovens continuassem sendo asseguradas. Outros especialistas, no entanto, dizem que postergar o fim da adolescência pode mais adiante infantilizar os jovens. "
Confira toda a matéria no link

      Seria isso, novamente, a "agenda Nova Era" aumentando os direitos do ser humano ser livre para ter o prazer que escolher sem ter que dar satisfação por isso? Pensemos nas implicações sociais e econômicas dessa extensão da adolescência, como independência financeira, assunção legal de crimes, maturidade para ter e criar filhos, enfim, responsabilidade pelas escolhas. Como sempre, essa avaliação se refere aos "jovens" mais ricos, que podem ser sustentados pelos pais até idade mais adulta (senão "pra sempre"), que recebem um estudo com mais qualidade e portanto podem ter vidas profissionais com retornos financeiros maiores.
      A realidade da maioria das pessoas, principalmente no Brasil e países pobres, vai em direção oposta. Pessoas com menor poder aquisitivo têm filhos mais cedo e precisam de independência econômica com menos idade, mesmo despreparadas para terem vidas profissionais de qualidade. Os "jovens" mais ricos são sustentados pelos pais e podem usar seus bons salários para outras coisas, que não sustentar novas famílias. Para estudar mais e melhorarem suas posições profissionais? Sim, mas muito mais para diversão, lazer, cuidados com vaidades e aparência física, enfim, prazer e prazer egocêntrico. É claro que esses terão um nível emocional adolescente por mais tempo, por conveniência ou como consequência das vidas mimadas que recebem. 
      "Agenda Nova Era" (ou Nova Ordem ou New Age), foi o termo que usei no início, já falei a respeito aqui (confira no link), resumindo, é a ótica de que algumas coisas não estão acontecendo no mundo por coincidência ou de forma aleatória. São direcionamentos premeditados da mídia e de organizações nacionais e internacionais com o objetivo de desacreditar o cristianismo, chamado por eles de parte da "velha ordem", e desconstruir a família tradicional, chamando o certo de errado e o errado de certo. Você não tem que aceitar essa interpretação que ao meu ver prepara o mundo para os últimos tempos, mas peço, por favor, que você analise a realidade e pense a respeito.

      "Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te." II Timóteo 3.1-5

30/01/18

Jesus era espiritual?

      Jesus encarnado negava o estereótipo de espiritualidade que a maioria das religiões, senão todas, pregam. Muitos, principalmente católicos e esotéricos, mas mesmo evangélicos protestantes, acham que ser espiritual é anular desejos e inclinações carnais.
      Outros pensam que é controle de ira, de inveja, de ciúmes, de autoafirmações, ou seja, estar sempre sereno e passivo, não reagindo com qualquer espécie de violência, nem agindo como manifestação de qualquer tipo de vaidade ou egoísmo.
      Assim a mídia quando quer divulgar exemplo de espiritualidade cita monges budistas, hindus ou mesmo celibatários católicos. Jesus, quando citado por esses que se consideram no direito de a todos julgar, mas que não conhecem de fato o evangelho, é descrito com esses valores de filosofias e religiões orientais.
      A despeito de todos esses equívocos, Jesus não era violento, vaidoso, irado, ciumento, invejoso, não se autoafirmava nem se deixava dominar pelos instintos carnais mais básicos. Jesus vivia como homem comum no meio da sociedade, não se isolava pra fugir do pecado ou pra obter algum poder sobrenatural como fim em si mesmo. Jesus era solidário, caridoso, médico e professor.
      Qual a diferença de sua prática de vida e do estereótipo pregado por tantos? A diferença está na verdade exclusiva do evangelho: encarnado, Cristo não era um homem querendo viver pra Deus, na melhor das intenções e mesmo com consequências práticas verdadeiras, Jesus era um homem que permitia que Deus vivesse nele.
      Sem essa verdade não existe espiritualidade, mas carnalidade, mesmo que os fins sejam bons, sim, porque pra Deus, os meios não justificam os fins. O objetivo final da espiritualidade verdadeira é glorificar a Deus, assim, se o homem "conseguir" ser espiritual pelas próprias forças, a glória será dele, não de Deus. Mas a verdade é que só Deus é espiritual, nem os diabos mais altos, antigos e fortes, podem, quem diria o homem.
      Assim espiritualidade é algo que vem de Deus e volta pra Deus, o homem é apenas o meio. Quem quer ser espiritual para ter uma vida de mais qualidade, física, psíquica, poderá ser um ser humano civilizado e com boa saúde, material, intelectual e afetiva, mas não glorificará a Deus nem será realmente espiritual.
      A falsa espiritualidade é vaidade, como qualquer outras coisas, a diferença da verdadeira espiritualidade, vivida em sua plenitude pelo Cristo encarnado, é a busca sincera de uma existência sem vaidade. Isso é o que mais me encanta no cristianismo, na Bíblia, no evangelho, o que me mantém amando esse caminho mesmo vendo tanta coisa errada nas igrejas e no povo chamado cristão.
      Jesus era leve e forte, tolerante mas decisivo, aparentemente casual mas com uma meta que seguiu para alcançar um fim terrível, para ele como homem, sua humilhação e seu sacrifício. Jesus estava onde precisava estar, para falar para quem precisava ouvir, mas sempre sem forçar nenhuma barra, sem humilhar ninguém, sem falar demais, muitas vezes não falava nada.
      Penso que muitos que hoje dão a Jesus um valor, mas que não o conhecem de fato e por isso o igualam a outros fundadores de religiões, se conhecessem Jesus no tempo de sua caminhada como homem, não o teriam considerado um homem espiritual. Acho que o teriam tratado como os fariseus, autoridades da religião dos judeus da época, trataram, com uma descrença desconfortável de quem sabe que está diante de alguém muito especial, mas não admite.
      E para os cristãos, conhecer a Jesus de verdade não é possível só lendo a Bíblia ou assistindo cultos, só pelo intelecto não se chega a Cristo. Só se conhece a Jesus permitindo que ele viva em nosso coração e só assim pode-se entender e ser o que é realmente espiritual.

29/01/18

Amigos, meta pra vida

      "Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer." João 15.15

      Fazer amigos, devia ser a meta principal de nossas vidas. Trabalho, colegas convivendo sob a bandeira de uma mesma marca? Pra quê? Pra ganhar um salário e dar lucro pros patrões? Rede social de músicos, profissionais mostrando suas performances, seus conhecimentos, pra quê? Pra mostrar que temos competência tocando os instrumentos e conquistar espaços nos palcos, bares, clubes e teatros? E no meio evangélico, desempenhar ministérios, participar de cultos? Pra quê? Pra servir a visões de líderes que prosperam enquanto gastamos corpos e corações sem receber uma palavra de elogio, que ainda é tida como vaidade se a solicitarmos? 
      Tudo isso pode ser legítimo, sincero, mas se nesses caminhos não fizermos amigos que sobrevivam a tudo isso, que estão além de tudo isso, do que vale tudo isso? Se deixarmos uma empresa, o Facebook ou uma igreja e não levarmos amigos no coração, pra que tudo isso? Isso tudo não levaremos pra eternidade, mas levaremos o carinho de amigos verdadeiros e deixaremos neles o nosso mais puro e sincero afeto, mais nada. Fazer média para conquistar cargos ou títulos, isso pode nos dar dinheiro e status quo, não amigos, mesmo nas igrejas. Façamos amigos, demo-nos ao trabalho de faze-los para então alegremente descobrirmos que manter amigos verdadeiros não dá trabalho, pois nada de bom que se guarda no coração pesa.

28/01/18

Banalização da Fé

      "O justo viverá pela fé", "sem fé é impossível agradar a Deus", "somos salvos pela fé": o conceito fé é porta de entrada para o mundo espiritual, mundo que não pode ser visto, ouvido ou tocado pelos sentidos físicos. Como coisa subjetiva é relativa, não pode ser medida ou qualificada materialmente, seu objeto varia conforme o ser humano que a usa. Cada um pode colocar fé no que quer, quando quer e com a intensidade que deseja.
      Já refleti aqui no blog sobre os dois tipos de fé, vou recordar. Um primeiro tipo de fé constitui uma força, uma convicção, uma energia humana, física e emocional, que leva o homem a ser positivo (no sentido de ativo, não necessariamente de benigno). Essa fé pode até curar doenças, como pode ser usada para desejar o mal de alguém, por exemplo no satanismo.
      Contudo, apesar de poder até colocar o homem em contato com o mundo espiritual das trevas, diabos e demônios, não pode conduzir o homem à salvação. Sim, pode levar a Deus, mas para que o homem seja salvo, Deus precisa dar ao homem o segundo tipo de fé, aquele que é um dom espiritual. Como dom não pode ser comprado, trocado ou negociado por qualquer valor, material, intelectual, emocional ou espiritual. Deus, em seus mistérios, contempla a sinceridade de um coração e a dá, gratuitamente.
      É claro que de posse da fé dom de Deus, o homem pode sincroniza-la com o primeiro tipo de fé. Aliás, a fé dom de Deus, que salva, potencializa o primeiro tipo de fé e abençoa o homem de uma forma plena. Todavia, mesmo novos nascidos em Cristo podem usar só o primeiro tipo de fé, num pedido de oração, e receber algum tipo de cura física, cura que mesmo não convertidos podem receber.
      O ponto desta reflexão é um questionamento: até que ponto a fé é superestimada? Entenda que no contexto histórico do novo testamento, o conceito subjetivo da fé precisava ser ensinado a um povo, pelo menos em primeiro lugar, o povo judeu, que tinha uma religião baseada em obras. O perdão era recebido e o louvor era oferecido através do sacrifício de animais. O templo era físico, e não o subjetivo coração humano. O pecado punido era o vivido na vida real, como o adultério, o homicídio, etc.
      Foi Jesus quem chamou a atenção sobre o pecado conhecido por Deus pela simples existência na mente e no coração do homem, mesmo que não tenha sido manifestado fisicamente. Assim, a ênfase do apóstolo Paulo em explicar a salvação a todos pela fé era condição sine qua non para que recebessem um Cristo ressuscitado como salvador de suas vidas um povo acostumados com obras.
      Mas no século XXI, após séculos de existência de cristianismo e mesmo do aparecimento de religiões esotéricas que também usam subjetividade para se comunicarem com o divino, o conceito fé acabou sendo banalizado. Talvez o clichê religioso mais usado hoje seja "o importante é ter fé" ou "importa crer e não no que se crê", assim vivemos um momento que, permitam-me o exagero, existe fé demais no mundo. O que os livros de autoajuda e os palestrantes motivacionais mais pregam é "creia em você e seus sonhos se realizarão".
      A fé acabou sendo superestimada, muitos acabaram achando que te-la legitimiza qualquer desejo. Sim, sei que como cristão, novo nascido em Cristo, eu dependo de fé para me reerguer todos os dias e seguir perdoado e com esperança. Necessito crer para enxergar um futuro melhor, pra mim, pra minha família, para o Brasil.
      Mas temos que parar de vez em quando, principalmente nós cristãos já com algum tempo de caminhada por Jesus, e avaliar o que somos de fato, na maior parte do tempo, em comparação com aquilo que desejamos ser, que acreditamos que seremos. Se não fizermos uma análise fria e honesta, podemos acabar vivendo uma mentira, ou no mínimo, uma imaturidade sem fim. Nossa fé tem que achar, em algum momento, espaço na realidade, ela tem que se realizar.
      Assim, uma hora, ser tem que importar mais que crer, o que somos é nossa essência adquirida no tempo, e como novo nascidos, adquirida em Cristo. Por isso muitos ateus são mais felizes que crentes, e tantos crentes passam a vida sem entender de fato o cristianismo, banalizando a fé. Jesus, naturalmente, o tempo todo, sem hipocrisia ou egoísmo, era fé, em sua essência. Ele não a usava só como uma ferramenta externa para fins infantis e limitados e depois a deixava, ele a encarnava. 

27/01/18

Fé sem obras é morta

      "Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem. Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?
      Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada. E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus. Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé."
Tiago 2.17-24

      A hipocrisia do viciado em teorias é revelada com um convite para se fazer algo simples, nenhum sacrifício, só algo objetivo. A verdade virá à tona quando se constata que a despeito de tantas argumentações intelectuais, sua prática de vida é morta. Muitos projetam, prometem e sonham, são audazes nas palavras, mas na prática, são covardes inúteis, escondendo-se atrás de sofismas e discursos. Infelizmente, os que mais vendem fé são desse tipo de gente, mas fé sem obras é morta, como bem ensina Tiago! No final das contas, o que somos de fato é o que fazemos, não as nossas intenções ou crenças.

26/01/18

Que a inveja não nos cegue

      Que a inveja não nos cegue a ponto de acharmos que o outro está errado só porque está numa fase melhor que a nossa. A vida é longa e todos estamos sujeitos a surpresas desagradáveis. Isso não é um destino injusto, nem Deus se esquecendo de nós, é apenas a existência debaixo do sol para todos os seres humanos. 
      Abramos os olhos e deixemos que a humildade nos mostre o melhor caminho, de silêncio de alma, enquanto esperamos trabalhando, de respeito pela prosperidade alheia, enquanto confiamos num Deus que nos ama tanto quanto ama os outros.
      Se a fase ruim não nos fizer homens e mulheres melhores, ela será apenas uma fase ruim, que por nossa arrogância pode ser maior que deveria ser. Aprenda e deixe que Deus te ensine, se teus olhos mudarem, todo o resto será diferente e quiçá, melhor.

25/01/18

Triste realidade do Brasil atual

      Capítulo 28 do livro de Provérbios, texto maravilhosamente sábio da Bíblia que descreve a realidade social e política do Brasil atual de maneira surpreendente, vou trazer à tona algumas ênfases que me chamaram a atenção:

      "O ímpio foge, embora ninguém o persiga, mas os justos são corajosos como o leão."

      O culpado tem medo, por isso se esconde da luz, mesmo que ninguém queira confronta-lo com seus temores. Quem não deve, não teme, por isso, se não dever nada não precisa fugir. Se estamos perdoados por Cristo, não precisamos temer a ninguém.

      "Os pecados de uma nação fazem mudar sempre os seus governantes, mas a ordem se mantém com um líder sábio e sensato."

      É claro que num sistema democrático republicano presidencialista, um governante não fica no cargo para sempre, contudo, se há impeachment, ou a necessidade de mais de um em um período de governo, é sinal que a nação, antes que o governante, está andando em caminhos errados, longe de Deus. Não, a culpa não é da Dilma, do Lula ou do Temer, é antes do povo brasileiro que escolhe governantes conforme seu coração errado.

      "O pobre que se torna poderoso e oprime os pobres é como a tempestade súbita que destrói toda a plantação. Os que abandonam a lei elogiam os ímpios, mas os que obedecem à lei lutam contra eles. Os homens maus não entendem a justiça, mas os que buscam ao Senhor a entendem plenamente.
      Melhor é o pobre íntegro em sua conduta do que o rico perverso em seus caminhos. Quem obedece à lei é filho sábio, mas o companheiro dos glutões envergonha o pai. Quem aumenta sua riqueza com juros exorbitantes ajunta para algum outro, que será bondoso com os pobres.
      Se alguém se recusa a ouvir a lei, até suas orações serão detestáveis. Quem leva o homem direito pelo mau caminho cairá ele mesmo na armadilha que preparou, mas o que não se deixa corromper terá boa recompensa. O rico pode até se julgar sábio, mas o pobre que tem discernimento o conhece a fundo."

      Do que adianta culparmos os maus governantes e os ricos, se nós, povo e muitas vezes pobre, também desobedecemos leis e roubamos o próximo? E povo de Deus, do que valem orações, jejuns, sacrifícios, congressos e cultos, se nós também desobedecemos leis, somos desonestos nos negócios, não pagamos impostos e pirateamos serviços? Deus não ouve oração de ladrão não arrependido e com vida não mudada.

      "Quando os justos triunfam, há prosperidade geral, mas, quando os ímpios sobem ao poder, os homens tratam de esconder-se. Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia. Como é feliz o homem constante no temor do Senhor! Mas quem endurece o coração cairá na desgraça.
       Como um leão que ruge ou um urso feroz é o ímpio que governa um povo necessitado. O governante sem discernimento aumenta as opressões, mas os que odeiam o ganho desonesto prolongarão o seu governo. O assassino atormentado pela culpa será fugitivo até a morte; que ninguém o proteja!
      Quem procede com integridade viverá seguro, mas quem procede com perversidade de repente cairá. Quem lavra sua terra terá comida com fartura, mas quem persegue fantasias se fartará de miséria. O fiel será ricamente abençoado, mas quem tenta enriquecer-se depressa não ficará sem castigo."

      Como se aplica este texto à terrível realidade social e econômica do Brasil que tem como consequência, não causa, a qualidade dos governantes, líderes corruptos que têm saqueado nosso país. Repito, a culpa inicial não é dos governantes ruins, mas de um povo longe de Deus que os elege. E povo cristão, não se exima de culpa, se representamos uma faixa tão significativa de brasileiros, por que então o Brasil está nessa situação?
      Será que o povo que tem enchido os templos evangélicos que tanto têm crescido em número em nosso país é tão espiritual, tão adorador como gosta de dizer que é? Ou apenas estamos experimentando clímaxes emocionais entre quatro paredes que não refletem uma prática de vida de justiça, misericórdia e verdade na sociedade? Infelizmente, o que vemos em muitas igrejas, é gente querendo enriquecimento rapido através da heresia da teologia da prosperidade.

      "Agir com parcialidade não é bom; pois até por um pedaço de pão o homem se dispõe a fazer o mal. O invejoso é ávido por riquezas, e não percebe que a pobreza o aguarda. Quem repreende o próximo obterá por fim mais favor do que aquele que só sabe bajular."

      Profetas genuínos de Deus são chamados de acusadores do diabo, por um chamado povo de Deus que não quer ser repreendido. Assim os falsos pastores hereges e gananciosos enchem templos e se enriquecem dizendo apenas o que esse povo mimado e imaturo gosta de ouvir. Profetas bajuladores, que enquanto privam o povo da verdadeira doutrina o saqueiam.

      "Quem rouba seu pai ou sua mãe e diz: "Não é errado" é amigo de quem destrói. O ganancioso provoca brigas, mas quem confia no Senhor prosperará. Quem confia em si mesmo é insensato, mas quem anda segundo a sabedoria não corre perigo.  Quem dá aos pobres não passará necessidade, mas quem fecha os olhos para não vê-los sofrerá muitas maldições. Quando os ímpios sobem ao poder, o povo se esconde; mas, quando eles sucumbem, os justos florescem."

      Em 2018, povo brasileiro, sejamos melhores, honestos, trabalhadores e responsáveis com famílias, cônjuges e filhos e saibamos escolher nossos governantes nas eleições. Mas povo evangélico e protestante, somos chamados para ser muito mais que bons cidadãos, levemos o verdadeiro e original evangelho de Jesus Cristo ao mundo, mas coloquemos antes nossas casas em ordem. Em primeiro lugar nossa casa familiar, mas depois nossas igrejas locais. Saibamos escolher novos líderes políticos, mas também digamos não aos falsos pastores, ociosos na obra de Deus, ocupados muito mais com seus próprios interesses que com as ovelhas de Cristo. 

24/01/18

Espera em Deus

      "Eu, porém, esperarei no Senhor; esperarei no Deus da minha salvação: o meu Deus me ouvirá." Miquéias 7.7

      Espera em Deus, penso que é a orientação que a Bíblia e o Espírito Santo mais nos dão. Talvez porque sejamos todos seres ansiosos que não sabem esperar. Ansiedade com certeza é um sentimento causador de muitas enfermidades, tanto psicológicas quanto físicas. 
      Mas a cura não está só em saber esperar, mas em esperar em Deus, na força espiritual do Espírito Santo, a única que pode fortalecer tanto a nossa alma quanto o nosso corpo. 
      A injustiça dos homens está te fazendo sofrer? Espera em Deus. A resposta está demorando? Espera em Deus. O problema é complicado demais para ser resolvido, mesmo entendido? Espera em Deus e Deus te dará forças para esperar.

      "O Senhor empobrece e enriquece; abaixa e também exalta." I Samuel 2.7

23/01/18

Ser cristão é muito bom

      "Mas buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça e todas essas coisas vos serão acrescentadas." Mateus 6.33

      Não sou cristão porque sou otário enganado por falsos pastores gananciosos, também não o sou por ser fanático religioso que se acha dono da verdade. 
      Sou cristão porque experimento o tempo todo, palavras de sabedoria como as do texto acima, que têm levado a mim e a minha família a caminhos de vida, paz e estabilidade material, mesmo que prosperidade neste mundo não seja meu primeiro objetivo ao buscar a Deus.
      Ser cristão é a melhor experiência da existência humana e mesmo com as decepções óbvias de homens e religiões, com a injustiça dos que não veem Deus mas só homens e religiões, vale a pena porque o cristianismo é muito mais que homens e religiões. 
      O serei para sempre, ensinarei esposa, filhas e amigos que me permitirem, que mesmo respeitando todos os outros caminhos, esse é o melhor caminho.

22/01/18

Firme-se de pé e siga em frente!

      "E tu, ó filho do homem, não os temas, nem temas as suas palavras; ainda que estejam contigo sarças e espinhos, e tu habites entre escorpiões, não temas as suas palavras, nem te assustes com os seus semblantes, porque são casa rebelde. Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes." Ezequiel 2.6-7

      Cansados da caminhada, quando uma nova etapa se apresenta, podemos hesitar e parar. Se não for para usufruir de um descanso justo e legítimo, não é sábio parar. Sempre estamos sujeitos a quedas, causadas pela nossa pressa ou por falta de cuidado com as armadilhas que nos montam o inimigo e o homem invejoso. Contudo, parados por medo, por falta de fé, é quando mais podemos sofrer um empurrão do mal, talvez como sua última tentativa de nos fazer desistir.
      Contudo, um último empurrão para tentar nos derrubar, pode ser o incentivo que precisávamos para nos firmar de pé e decididos seguirmos em frente. O inimigo e o invejoso podem até pensar que têm algum poder sobre a vida do justificado em Cristo, mas mesmo suas armadilhas são usadas por Deus para nos dar um chacoalhão e nos acordar. Despertos, olhamos para Deus e o seguimos. Não tema, ponha-se firme de pé e siga em frente, Deus tem coisas boas para seus filhos.

21/01/18

Você será arrebatado?

      "Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. 
      Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória."
I Coríntios 15.51-54

      Uma doutrina do cristianismo evangélico e protestante, com uma interpretação literal, dramática, definitiva e séria, diz respeito ao arrebatamento da Igreja espiritual, o corpo de Cristo. Essa Igreja poderâ conter homens e mulheres de denominações cristãs diferentes, de religiões diferentes, mesmo não cristãs, e mesmo de pessoas sem religiões oficiais ou declaradas. 
      O arrebatamento, conforme consenso da maioria dos evangélicos e protestantes, diferente mesmo da interpretação católica, será o tomada, rápida e simultânea, de pessoas em todo o mundo para o céu espiritual. Convertidos mortos durante toda a história da humanidade, também serão ressuscitados no arrebatamento e subirão com os vivos arrebatados para as bodas do cordeiro. 
      Se isso acontecerá antes do período chamado de grande tribulação, no meio dele ou no final, a interpretação teológica está dividida. Mas é certo que um número significativo de cristãos numa situação especial de comunhão com Deus, será livrado do pior período que o planeta terra vai viver e que antecederá a volta de Cristo como rei para reinar no mundo durante o milênio. Só depois do milênio é que acontecerá o julgamento final dos não convertidos. 
      É importante que saibamos que oportunidade de salvação haverá até o julgamento final, tanto para os que não foram arrebatados quanto para os que viverem o milênio com corpos carnais e não transformados como os arrebatados ou que morreram convertidos antes da volta de Cristo à terra. A eternidade no céu, na nova Jerusalém só acontecerá depois do trono branco, o julgamento final, para todos os salvos, arrebatados ou convertidos depois do arrebatamento.

    "Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor." I Tessalonicenses 4.16-17

      Essa rápida passada pela escatologia foi apenas a introdução da reflexão, o ponto aqui é um questionamento: quem será arrebatado? Você vai ser? Tem certeza disso? Nesse tema as opiniões também se diferem, vou compartilhar algumas.

      "E as loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam. Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós, ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós. 
      E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. E depois chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos. 
      E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir."
Mateus 25.8-13

      Em primeiro lugar é importante que saibamos que alguns nem creem que o arrebatamento literal acontecerá, pensam que será uma mudança de mente, de vida, espiritual, e todos continuarão encarnados neste planeta. Veja que não estou aqui falando sobre a interpretação de não cristãos sobre arrebatamento, como espíritas cardecistas ou outras religiões orientais ou esotéricas.
      Alguns creem que somente membros de uma determinada denominação, religião cristã ou seita cristã, subirão no arrebatamento. Entendo aqui como seitas, igrejas que não seguem a doutrina principal que é tida como consenso pela maioria dos evangélicos e protestantes.
      Outros acreditam que todos os convertidos serão arrebatados. Aqui lembramos a metáfora do joio e do trigo, muitos que fazem parte das igrejas cristãs parecem trigo, mas são joio. O joio não será arrebatado. Crianças e outros inocentes como pessoas com certas deficiências mentais, são trigo essencialmente.
      Muitos creem que somente os selados com o Espírito Santo serão arrebatados, obviamente indiferentemente da religião. Esse seria o diferencial do trigo em relação ao joio, possuir o Espírito Santo? Assim muitos estão convencidos que são salvos, são religiosos, mesmo bons cidadãos, mas na verdade nunca nasceram de novo.
      Poderíamos interpretar também o grupo especial de cristãos que subirão no arrebatamento como amigos íntimos de Deus, homens e mulheres que realmente seguiram a Jesus, santos e ungidos que mantiveram os vasos cheios do óleo espiritual de Deus até o último instante. Enfim, cristãos que oram e vigiam de fato sempre.
      Eu penso que é um pouco de tudo, que os arrebatados de fato só Deus sabe quem são. Penso também que muitos se surpreenderão ao constatarem que candidatos que achavam certos para o arrebatamento não foram arrebatados, assim como muitos que pareciam não terem perfis de eleitos, subiram no arrebatamento. Contudo, não abro mão de acreditar que os arrebatados terão o espírito do profeta Elias e de João o Batista, servos de Deus que não se contaminaram não só com o mundo, mas com a heresia e a vaidade dos falsos pastores. E você, o que pensa?

      "Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. Eis que eu vo-lo tenho predito. Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto, não saiais. Eis que ele está no interior da casa; não acrediteis. 
      Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem. Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão as águias.  E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. 
      Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus."
Mateus 24.24-31

20/01/18

Confie em Deus, não no celeiro

      "Porventura há ainda semente no celeiro? Além disso a videira, a figueira, a romeira, a oliveira, não têm dado os seus frutos; mas desde este dia vos abençoarei." Ageu 2.19

      Às vezes temos colheitas constantes e duradouras que nos fornecem o suficiente para passarmos muito tempo com uma vida boa. Podemos continuar plantando sabendo que se nossas forças diminuírem, teremos um bom tempo para retomarmos o fôlego, cientes que ainda há muito fruto para ser colhido e armazenar num celeiro já abarrotado.
      Contudo, a vida tem seus tempos, a existência, suas estações, e nós seres humanos vemos num determinado momento nossas forças diminuírem. Então, parece que o que plantamos só nos retorna uma colheita para nos sustentar por um dia. Plantamos de manhã, colhemos à tarde para nos alimentarmos à noite. Na manhã seguinte o celeiro está vazio novamente e todo o processo precisa ser retomado. 
      Não se assuste se estiver num momento assim, aliás se formos aplicar essa metáfora às áreas profissional e financeira, no Brasil atual, a grande maioria experimenta um tempo de colheitas pequenas e de plantios constantes. Trabalha-se muito para se colher pouco. Mas para que somos chamados no evangelho, senão para seguir a Jesus pela fé? A fé do justo não confia no celeiro cheio, mas em Deus, não depende das variáveis deste mundo, mas das constantes espirituais do Senhor do universo.
      Sim, parece muito mais seguro termos uma visão para nossas vidas de médio ou longo prazo, olharmos para o celeiro e o vermos cheio, para os campos e contemplar os frutos prontos para a colheita. A realidade, todavia, é uma só: conhecer a Deus é viver pela fé enquanto andamos num caminho estreito que se estreita mais, à medida que amadurecemos. Tenhamos esperança em nossa caminhada, paz em nossa chamada, gratidão a cada manhã. Trabalhemos, dentro de nossas forças, Deus sustenta seu povo a cada dia.

19/01/18

Perdoe pela fé

      "Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também." Colossenses 3.13

      Sentimentos, somos caçadores de sentimentos. Sentindo, a vida fica mais fácil, e muitas vezes nem importa que seja um sentimento de felicidade. Por quê? Porque pior que o pior dos sentimentos é o vazio, a ausência de alegria, mas também de sofrimento. Muitas vezes sobrevivemos nos alimentando de energia ruim, de culpas, de mágoas, de ódios, isso pode nos dar um motivo pra existir, um motivo tenebroso, diabólico. Contudo, quando o ser humano chega no ponto do vazio, gasto de tanto fazer sofrer e de sofrer, ele morre em vida, desprovido de sensibilidade. 
      O perdão mais fácil, ou menos difícil, é o que é dado após uma busca trabalhosa de troca de sentimentos. Permuta-se a dor de ter sido injustamente machucado pelo amor que vê no agressor alguém que precisa de mais cuidado que a vítima. Perdoar é acima de tudo gesto de humildade, de alguém que reconhece que ser vítima não lhe dá o direito de não perdoar. O humilde entende que a necessidade do outro importa mais que a sua, mesmo que o outro seja o seu agressor precisando de um perdão que às vezes nem pediu e nunca pedirá.
      Esse é o ponto deste texto, perdoar quem por anos nos agrediu, que nunca nos pediu perdão e que muitas vezes teve uma interpretação até trocada dos papéis. É muito difícil achar no fundo do coração sentimentos para perdoar quem nos agrediu e ainda assim se fez de vítima e nos acusou de agressores. É impossível achar lágrimas para perdoar quem nos fez chorar por toda uma vida.
      Não há mais sentimentos? As lágrimas secaram? Então não sofra mais, nem tente sentir o impossível, simplesmente perdoe, pela fé. Verbalize esse perdão em oração, sozinho mesmo, não porque o outro pediu, não porque você sente, mas porque essa é a boa, perfeita e agradável vontade de Deus, esse é o único caminho de paz. Perdoe, pela fé, faça isso agora.

18/01/18

Segure a língua

      "A língua tem poder sobre a vida e sobre a morte; os que gostam de usá-la comerão do seu fruto." Provérbios 18.21

      Algumas coisas nós teríamos o direito de exigir pelas palavras porque são justas, diante dos homens, e mesmo diante de Deus. Contudo, se orarmos antes e pedirmos a orientação de Deus, o Espírito Santo nos dirá, "fique quieto, não fale nada, não vale a pena". 
      Quando fazemos "justiça" com as próprias mãos, tomamos o lugar de juiz, assim, Deus não toma esse lugar, educada e elegantemente ele se retira. Todavia, as consequências dessa nossa pressa em fazer justiça do nosso jeito, não são boas. 
      Quem acaba ganhando com isso é o injusto, já que ele acaba pagando o nosso preço, não o de Deus. Se nós o punimos, Deus não o punirá, não em curto prazo. Além disso, de vítima, passamos para o lugar de agressor.
      Dessa maneira, muitas vezes, mesmo estando nós em nossos direitos, o melhor é segurar a língua. Deixemos que Deus faça justiça, do seu jeito e no seu tempo. Ele nos ama tanto quanto ao injusto e fará justiça com amor, não por mera vingança.

17/01/18

Não corra atrás de milagres

      "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois assim dá ele aos seus amados o sono." Salmos 127.1-2

      Não corra atrás de milagres, antes trabalhe e tema a Deus. Se viver assim, como cristão espiritual e maduro, os milagres virão até você, e acontecerão de forma natural e maravilhosa. Não viva pelos milagres, seja o milagre nas mãos de Deus, sirva-o e nada te faltará.
      Servir a Deus, todavia, é segui-lo e obedece-lo, não necessariamente passando a maior parte do tempo de sua vida dentro de templos de igreja, assistindo cultos ou trabalhando em ministérios. Seja antes um bom esposo, um bom pai, um bom filho, um bom estudante e um bom profissional. O mundo precisa de luz mais que a religião e suas liturgias.

16/01/18

Desvie-se da heresia

      Atualmente, ser chamado de desviado por hereges, é estar no caminho certo, desviar-se de seitas te coloca na igreja legítima, mesmo que ela só exista espiritualmente. Não demos tanta importância a denominações ditas oficiais e tradicionais, sim, há povo de Deus e bons pastores do Senhor em muitos lugares.
      Contudo, aproxima-se o fim, multiplica-se a maldade no mundo e os falsos profetas nas igrejas. Sirva a Deus com temor e santidade, se possível dentro de uma igreja evangélica/protestante, mas esteja sempre livre para seguir a Cristo.
      Aliás, Jesus disse que aqueles que o seguissem teriam os mesmos direitos que ele, tanto das honras quanto das perseguições. Assim, se Jesus foi chamado de servo do diabo por autoridades religiosas de sua época, por que não seríamos nós também?

      "Mas os fariseus, ouvindo isto, diziam: Este não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios." Mateus 12.24 (leia todo o capítulo 12 para um melhor entendimento).

15/01/18

Vítima ou insano?

      Por favor, me permitam refletir nesta postagem sobre um tema que considero sério, é com muito cuidado que falarei a respeito. Como é do estilo do blog, levantarei algumas questões rápidas, e mesmo que não sejam aprofundadas têm o meu respeito.

      Quando uma doença psiquiátrica existe de fato, constatada por um profissional da área médica, como proceder? Se fazer de vítima ou dar uma de maluco? O que se faz de vitima deita-se na enfermidade e desiste de viver. O insano ou é não pela existência legítima de uma enfermidade, mas por não admitir a doença e sair fazendo insanidades.
      Equilíbrio é achar a média entre não superavaliar a doença para achar um álibi para estacionar ociosamente, nem depreciar a doença para encontrar uma desculpa para seguir irresponsavelmente. No final das contas, lucidez não está na ausência de enfermidade psiquiátrica, mas na humilde consciência de limites.

      "Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo" I Pedro 1.13

14/01/18

Alma perdida

      "Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?" Mateus 16.26

      O que é perder a alma? Perdem a alma só os que não aceitam a Jesus como salvador e estão condenados a uma eternidade longe de Deus? Perdem a alma os que nesta vida dão prioridade aos prazeres carnais, que se viciam em drogas, sexo, bebida ou comida? Sim, em todas essas situações a alma, os valores mais virtuosos da mente, do coração e os bons valores espirituais, podem ser renegados até que sejam perdidos. Esses que perdem a alma assim, baixam o nível da existência humana a algo animalesco, ou pior que isso, visto que os animais não estão perdidos. Perder a alma é comparar-se a demônios longe de Deus tentando administrar corpos físicos.
      Mas gostaria de refletir sobre um aspecto mais sutil de alma perdida, aliás, um aspecto, infelizmente, bem comum nos dias atuais. Alma se gasta e gasta perde a habilidade de sentir prazer na vida. Com vida me refiro a todos os aspectos dela, físico, emocional, intelectual e espiritual. Sexo do jeito certo não é menos importante que ler um bom livro ou orar a Deus pedindo perdão. Somos corpo, alma e espírito, o equilíbrio entre essas áreas é que nos faz experimentar o melhor de nossa humanidade. A alma é algo intermediário, que liga matéria com espírito, que interpreta os sentidos do corpo e os contatos com o universo espiritual.
      Nossa alma é nossa identidade, o corpo material poderá ser desfeito, mas a identidade Maria ou José é eterna e indestrutível. Nosso espírito é o que faz contato com Deus de uma forma duradoura quando o Espírito Santo faz morada nele através de nossa redenção por Cristo. Mas é a alma que faz a interface, quando falamos em línguas espirituais estranhas, é o nosso espírito quem fala. Mas é nossa alma que recebe do Espírito Santo a tradução e faz com que nossa mente entenda intelectualmente e nossa boca fale de forma a que todos compreendam. Por isso o equilíbrio é importante ser buscado, para que não só nosso interior seja abençoado e entendido, mas também as pessoas ao nosso redor. O cristão maduro busca equilíbrio.
      Mas voltemos ao ponto: perder sutilmente a alma. Na verdade é natural que corpo e alma percam o prazer com o tempo, isso é algo inerente à natureza humana. Contudo, o espírito nunca perde o frescor, a luz, a vida, visto que é nele onde mora o Espírito Santo, se a pessoa experimentou o novo nascimento em Cristo. Assim o segredo é nos atermos mais e mais às coisas espirituais, principalmente à medida que envelhecemos. Se quisermos segurar no corpo os prazeres da juventude, provaremos a perdição da alma, o vazio que o homem sente e que só aumenta com o tempo. Não se iluda com a vida encarnada, ela se conduz inexoravelmente à morte.
      Infelizmente, nos dias atuais, o edonismo impera, todos querem prazer sempre, ninguém quer sentir dor. Sim, dor é necessária, é consequência de culpa, de pecado, mostra que a alma ainda está sensível, que o espírito vive. Quem erra machuca a si mesmo, aos outros e ao Espírito Santo de Deus. Mas quem quer crescer provará a dor proveniente de sua própria teimosia tentando permanecer em uma zona de conforto. Essa é uma dor positiva, construtiva, imprescindível ao que deseja evoluir, principalmente, espiritualmente.
      Mas se existe dor, existe prazer, na mesma proporção, só depende do ponto de vista. Se há prazer a alma ainda não se perdeu. Mas os que querem segurar o prazer só mantendo o corpo e a alma saudáveis, se perderão. O culto ao corpo nas academias e nos regimes alimentares, a "espiritualização" pela ioga e técnicas de relaxamento, não tocam o espírito de forma efetiva, só iludem a alma e o corpo. Aqui é importante entender que só a presença de Deus por Jesus é que vivifica o espírito humano. Religiões, meditações, privações e outros rituais, podem tocar a alma, mas não agem positivamente no espírito. O diabo e suas mentiras não têm a capacidade de vivificar o espírito, repito, conforme a ótica do Evangelho, só enganam a alma.
      Está se sentindo vazio, mesmo com corpo, intelecto e emocional saudáveis? Aceite que tua alma está se perdendo. Do que adianta ter acumulado riquezas, cultura e sabedoria e perder a alma? A resposta não está na alma, está no Espírito Santo. Olhe pra cima, olhe pra Deus, pense nas coisas do alto, sinta e viva coisas superiores. Nível superior só em Deus, através de Jesus Cristo pelo Espírito Santo no teu espírito. Alma perdida é alma sem repertório, mas tem que ser repertório de qualidade, não do corpo. O corpo para na alma, mas o espírito vem para a alma que beneficia o corpo de uma maneira maravilhosa.