09/12/23

Em paz me deito

      “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha justiça; na angústia, tu me deste alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração. Filhos dos homens, até quando vocês vão querer transformar a minha glória em vergonha? Até quando amarão a vaidade e buscarão a mentira? 
      Saibam, porém, que o Senhor distingue para si o piedoso; o Senhor me ouve quando eu clamo por ele. Tremam de medo e não pequem; consultem no travesseiro o coração e sosseguem. Ofereçam sacrifícios de justiça e confiem no Senhor. 
      Há muitos que dizem: "Quem nos dará a conhecer o bem?" Senhor, levanta sobre nós a luz do teu rosto. Mais alegria me puseste no coração do que a alegria deles, quando eles têm fartura de cereal e de vinho. Em paz me deito e logo pego no sono, porque só tu, Senhor, me fazes repousar seguro.” 
Salmos 4 

      Lindíssimo esse salmo, podemos aprender muito sobre paz com ele. Uma versão mais tradicional diz na angústia me deste largueza, no lugar de me deste alívio, quem não se sente claustrofóbico às vezes, apertado, não por fora, mas por dentro? Falta-nos ar, nos sentimos cativos numa cela pequena e mal arejada. Paz é justamente o oposto disso tudo, e isso ainda que nossos corpos estejam de fato aprisionados, a paz maior liberta o espírito e como tal só pode ser entregue por um Deus Espírito, não pela matéria ou pelos homens. O humilde acha a paz pois clama pela misericórdia de Deus, essa o exaltará sobre a injustiça, a mentira, o ceticismo e a falsidade de homens que não amam a Deus.
      O Senhor distingue para si o piedoso, outra versão diz, o Senhor separou para si aquele que é piedoso, se o homem não confia em ninguém, em nada crê, não distingue o bem maior do mal por estar em trevas, Deus distingue. Isso não significa que haja privilegiados, Deus ama a todos igualmente e a todos está pronto para permitir seu melhor se o ser humano quiser, se conectar-se espiritualmente a Deus. Mas isso dá uma certeza ao aflito, que se sente só e incompreendido, Deus o vê e a ele responde, e a primeira resposta que Deus quer dar é a paz. Na paz há santidade e foco, nela podemos começar a obedecer a Deus, fazendo as melhores escolhas, e seguindo corretamente numa vida digna.
      Quem nos dará a conhecer o bem? O Senhor nos dará o bem. Mais alegria me puseste no coração do que a alegria deles, quando eles têm fartura de cereal e de vinho. O bem maior que o Senhor nos dá é paz eterna, não a que é baseada em bens que se acumulam e na aprovação dos homens neste mundo. Em paz me deito e logo pego no sono, porque só tu, Senhor, me fazes repousar seguro. Se há um juiz implacável, esse é o sono, podemos fugir por horas em atividades e prazeres, mas só a paz maior nos permite um bom sono. Bebidas alcoólicas, mesmo as mais caras, e outras drogas, que proporcionam relaxamento intenso e imediato, depois castigarão nossos corpos e os impedirão de dormir.
      Infelizmente nossas mentes são frágeis, mesmo depois de entendermos e experimentarmos a paz de Deus podem estar já muito debilitadas, pelo tempo que passamos neste mundo vivendo erradamente. Assim, a mentira que nós mesmos e muitos nos disseram por anos, na velhice pode se tornar verdade, que não conseguiremos mais nos livrar, ainda que em comunhão com Deus. Doenças emocionais já estarão instaladas em nós e aí só a ajuda de medicação para termos uma simples noite de sono. Mas sejamos humildes, Deus não cura tudo, mas usa tudo, contudo, ele dá paz sempre, assim aceitemos nossos limites e persistamos em buscar o Senhor, a paz sem limites teremos na eternidade.

08/12/23

Em paz permaneço

      “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.Isaías 26.3

      Se tem algo que precisamos antes de tudo, é paz. Muitos têm fê, praticam obras virtuosas, mas não têm paz. Sem paz não podemos nem ser livres, seremos doentes e sofredores a procura de prazer pelos vícios, mas seremos escravos, não libertos. Entretanto, só temos paz quando nos elevamos espiritualmente até Deus e permanecemos nele. Deus é paz, não é julgador ou condenador, nele não há cobrança pelo futuro nem lembrança pelo passado. A paz melhor supera até a satisfação da boa paixão, que experimentamos em experiências espirituais, morais e mesmo religiosas. Paz é desprendida de culpas, ansiedades e expectativas, ocupa todo o nosso ser, mente, emoções e espírito, nos deixa isentos de trevas e repletos de luz.  
      Muitos buscam a paz na satisfação dos prazeres do mundo, outros a buscam focando em meditação e positivismo, outros cansando o corpo em esportes, outros ainda esforçando-se em práticas morais e religiosas, participando de cultos e de filantropismo. Tudo isso é útil, muito disso Deus usa para abençoar outras pessoas, nenhuma boa obra fica sem recompensa. Contudo, a paz maior só obtemos numa comunhão direta e reta com o Deus altíssimo, calando a alma e ouvindo seu Espírito, depois segurando essa posição espiritual em nosso homem interior. Já disse isso muitas vezes aqui, mas preciso repetir a mim mesmo, não adianta fazermos um monte de coisas boas e ainda assim não estarmos em paz com nós mesmos.
      Paz santifica, é só quando a provamos que conseguimos separar as coisas, e nós somos especialistas em acumular dentro de nós coisas inúteis. A opinião dos outros sobre nós é inútil. O passado errado é inútil. O futuro próspero neste mundo é inútil. Trabalhar demais também pode ser inútil. A paz deixa um equilíbrio que nos permiti fazer tudo o que podemos fazer agora, mas sem obsessões, que nos permite ser tudo o que podemos hoje, mas sem vaidades. Em paz nos esforçamos, mas sem cobrança, se erramos nos perdoarmos e seguimos, a paz encontra em Deus sempre uma nova oportunidade e a porta aberta, em paz agradamos a Deus e sabermos que o agradamos nos dá a força que precisamos para ser sempre vitoriosos. 

07/12/23

Melhores conquistas

      “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.II Coríntios 4.16

      As conquistas espirituais que fazemos, aquelas em que superamos fraquezas e alcançamos virtudes morais, jamais são perdidas, uma vez obtidas permanecem em nossos homens interiores para sempre. Isso não significa que não sofreremos mais, que não seremos mais tentados pelas fraquezas e que não sucumbiremos a elas, mas significa que teremos um lugar especial, seguro e confiável para achar paz e nos proteger. Enquanto estivermos neste mundo nossas características sempre estarão conosco, algumas são boas, algumas são ruins, conquistas espirituais não as mudam ou as anulam. Ninguém se frustre por passar a vida lutando com certos problemas, mas faça uso do que já conquistou em Deus, que é teu para sempre.
      É assim porque é dessa forma que Deus nos move em direção ao seu melhor para nós, mas uma vez aprendida uma lição não seremos mais surpreendidos pelo mal, não se não quisermos. Teremos sempre um jeito, uma saída, um escape, uma posição espiritual para nos abrigarmos. São essas posições, conquistadas com muita perseverança, que nos definirão na eternidade, portanto, o céu ou o inferno que provaremos. Só na eternidade fraquezas vencidas serão apagadas de vez de nossos espíritos, ficarão só as conquistas, alcançadas, não só pela fé inicial, mas por muitas e duradouras obras. Fé inicial nos dá o perdão de Deus através de Jesus, esse nos entrega paz, em paz somos fortes para praticarmos obras, eis a ordem das coisas. 
      Fé é o nascimento, mas são as obras que fazem as sementes das virtudes crescerem e darem frutos. Na eternidade seremos avaliados não pelas intenções, as sementes, mas pelas obras, os frutos, esses nos farão cidadãos dignos da melhor eternidade em Deus, o céu. O que temos conquistado neste vida, bens, dinheiro, honra dos homens, status entre nossos familiares, cargos e títulos em igrejas? Tudo isso pode ser efeito de conquistas espirituais, mas não pode ser causa. Mas se você já conquistou algo um dia e está novamente passando uma prova, por uma forte tentação, se a conquista foi verdadeira ela está lá, bem guardada dentro de você. Acalme-se em oração, olhe seu homem interior com os olhos do Espírito Santo e assuma a vitória.

06/12/23

Dentro de nós

      “Ensina-me a fazer a tua vontade, pois és o meu Deus. O teu Espírito é bom; guie-me por terra plana. Vivifica-me, ó Senhor, por amor do teu nome; por amor da tua justiça, tira a minha alma da angústia.Salmos 143.10-11

      Só podemos ser de fato felizes seguindo a voz de Deus, que nos mostra o que podemos ser, contudo, essa felicidade melhor para nós não está fora de nós, está dentro. A quais vozes você tem dado ouvidos para ser feliz, para ser tua melhor versão? À voz de teus pais, de teu pastor, de tua religião? Todos esses podem amá-lo, não se nega isso, mas será que eles de fato sabem o que é melhor para você? Cabe a você descobrir, com coragem, com fé, olhando não para fora, para o mundo, para a aprovação de homens, sejam do teu passado, sejam da tua igreja. Olhe para dentro de você, mas faça isso sob a luz de Deus, só ela poderá te mostrar o que você é e deve assumir para ser feliz. 
      Muitos perdem tempo na vida achando que estão agradando a Deus, enquanto negam a si mesmos. Quem nos fez sabe para que servimos, o que somos, o que podemos fazer, mas se achamos que o a voz do criador está na religião ou em nossos pais, podemos nos equivocar e insistirmos na infelicidade. Não estou incitando ninguém a desobedecer aos pais e a Deus, e falo aqui principalmente não a jovens, sejam na fé ou em suas suas vidas físicas, mas a gente madura, independente financeiramente, que pode e deve andar pelas próprias pernas e seguir seu coração. Mas também não estou incitando ninguém à irresponsabilidade, só nos enxergamos de fato se o fizermos sob a luz de Deus.
      A luz de Deus nos conduz sempre à santidade e ao amor, mas repito, às referências do Espírito Santo dessas virtudes, não de homens, sejam eles quem forem. Assim, a primeira coisa é parar tudo e de fato buscar a Deus, com autonomia e isenção, sem preconceitos ou falsos moralismos, e sem medo de forma alguma de homens. É importante nos libertarmos muitas vezes de uma conexão tóxica com nossos pais, que ainda que mereçam nosso respeito e nosso amor, não são Deus. Se não os enfrentarmos como seres humanos maduros, que dependem em primeiro lugar do amor de Deus, poderemos projetar neles a autoridade que só Deus pode ter sobre nossas vidas. 

05/12/23

O que podemos fazer?

      “Esforçai-vos, e ele fortalecerá o vosso coração, vós todos que esperais no Senhor.Salmos 31.24

      Muitos podem fazer e não fazem, muitos fazem, mas não sabem fazer, outros gostariam de fazer, mas não podem. Há um momento de parar, mas só achamos esse momento depois de termos feito tudo que podíamos e devíamos, e muitas vezes nosso dever nos leva a fazer além do que nossas forças podem. O que acha esse momento em Deus acha o tesouro de uma consciência tranquila que sabe que obedeceu, não aos homens, mas a Deus. Contudo, é preciso chegar nesse momento e permanecer nele em paz, protegido da cobrança dos outros e principalmente de si mesmo, não de Deus. Deus nunca cobra, só orienta com paciência e em amor. 
      Muitos fazem, e muito, querem acumular riquezas, querem alguma tranquilidade no final de suas vidas. Esses são sábios, são esforçados, são proativos em tudo, mas será que fazem aquilo que Deus mais pede deles? Não só para lhes dar vidas dignas neste mundo, mas também para alcançarem uma eternidade como aprovados na missão em que foram enviados ao plano material? Muitos fazem, mas não sabem fazer, e não me refiro às habilidades profissionais e a maneiras de ganhar mais dinheiro e investi-lo, de forma a fazer render ainda mais o que se ganha. Me refiro a entender a relevância espiritual sobre tudo o mais, a fazer o que de fato importa. 
      Outros, entretanto, gostariam de fazer bem mais que o que fazem, mas não podem fazer. Esses sofrem por terem alcançado seus limites e terem sido impedidos de seguir, esses são humilhados pelos fortes, que acham que suas forças nunca os deixarão, que podem tudo e não precisam nem da ajuda de Deus. Aos que querem, sabem do bem que precisa ser feito, sabem de quantos precisam desse bem, assim querem fazer não para si mesmos, mas para os outros, esses que adquiriram consciência, ainda que em corpos e mentes limitados, resta-lhes a humildade. Esses podem depender de Deus e a ele e somente a ele darem glória, esses podem viver por fé. 

04/12/23

A voz do Senhor

      “A voz do Senhor ouve-se sobre as suas águas; o Deus da glória troveja; o Senhor está sobre as muitas águas. A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é cheia de majestade.” “A voz do Senhor separa as labaredas do fogo. A voz do Senhor faz tremer o deserto; o Senhor faz tremer o deserto de Cades.” “O Senhor se assentou sobre o dilúvio; o Senhor se assenta como Rei, perpetuamente. O Senhor dará força ao seu povo; o Senhor abençoará o seu povo com paz.Salmos 29.3-4, 7-8, 10-11

      O que guia tua vida, que voz maior você ouve e te faz sentir-se bem, a da tua mente, da tua religião, uma voz misteriosa que você não sabe de onde vem, mas na qual você confia, ou você ouve com clareza a voz de Deus, sabe que é sua voz e a segue? Há um vício ao qual todos podemos sucumbir, aquele pelo som de nossa própria voz. Chega um momento nas vidas de todos nós, que parecemos saber tudo, termos todas as respostas, assim não ouvimos mais ninguém, nos satisfazemos com o que dizemos a nós mesmos. Em si isso não está errado, é efeito de um processo de amadurecimento onde adquirimos certa independência, imprescindível para fazermos escolhas por nós mesmos e sobrevivermos fisicamente no mundo.
      Contudo, se demos autorização para que um Deus espiritual esteja mais próximo de nossa história devemos separar nossa experiência de vida da palavra final do Altíssimo, ainda que saibamos bem o que fazer, precisamos falar com Deus e só efetivamente fazer se ele autorizar. Orgulhosos não agem assim, podem até começar a caminhar com Deus, quando se acham fracos, mas quando se consideram fortalecidos esquecem o Pai a agem só por si, se distanciam de Deus e Deus, assim, se distancia deles. Muitos citam Deus, se dizem religiosos, até assistem cultos, mas estão longe de Deus, não param para ouvir a voz do Senhor pois sua própria voz se tornou seu deus, a ela ouvem a aos seus egos glorificam por isso. 
      É bem certo que esse não seja o teu caso, se você busca espaços como este é porque quer ouvir a voz de Deus, mas muitos precisariam ser honestamente questionados assim: Deus te fala, você ouve sua voz, o que ele fala a você? Muitos frequentam certas igrejas porque lá ouvem homens que se dizem representantes de Deus dizendo aquilo que eles querem ouvir, todavia, dentro deles, sabem, Deus está dizendo outra coisa, pedindo-lhes outra coisa. Ainda assim seguem teimosos, domingo após domingo, sentando-se nos bancos dos templos e tentando convencerem-se que agradam a Deus e estão em paz. A verdadeira religião é ouvir e obedecer a voz do verdadeiro Deus e ser feliz, quem achou isso, achou o tesouro mais precioso. 

03/12/23

O justo e o ímpio

      “O desejo dos justos é tão somente para o bem, mas a esperança dos ímpios é criar contrariedades.Provérbios 11.23

      Será que basta, dividir a humanidade entre salvos e condenados? Entendendo como salvos cristãos batizados e assíduos em cultos e missas, que aceitaram Jesus como salvador, e colocando como condenados seres humanos de níveis intelectuais e financeiros diferentes, de todas as nações e culturas, muitos fiéis em religiões não cristãs? Essa compreensão é suficiente para entendermos a razão de ser no mundo e o lugar onde estará no outro mundo? Isso explica as vidas de todos os seres humanos no planeta Terra, não só hoje, mas em todos os tempos, suas dores e lutas? Isso explica a existência, o propósito, e a identidade de Deus? Isso é suficiente para separar a humanidade entre justos e ímpios, para rotular todos? 
      Depende da fé de cada um, e se Deus não quer que ninguém se perca de seu caminho escandalizando-se em crença que não cabe em sua cabeça, não serei eu que direi o contrário. Cada um fique na religião em que achou paz em Deus, mas que ninguém condene quem crê diferentemente de si. A Bíblia, contudo, nos dá alguns critérios para diferenciarmos as pessoas, não pelo que falam ou creem, mas pelo que fazem. “E quebrarei todas as forças dos ímpios, mas as forças dos justos serão exaltadas” (Salmos 75.10). O ímpio não terá forças para se manter em paz até o fim, indiferente da fé ou da religião que tem ou não tem. O universo é justo, não mantém de pé trevas, mentira e arrogância, verá isso quem tiver paciência. 
      Entendamos uma coisa, a grande maioria das pessoas tem fé em alguma coisa, anda com confiança numa crença, ainda que seja para fazer explicitamente o mal, raríssimas as pessoas que estão perdidas, sem noção de nada. Assim a questão não é ter ou não fé, mas onde essa fé leva e persiste até o final da caminhada aqui. O ser humano de bem ainda que caia não fica caído, ainda que erre, se arrepende, ainda que esteja perdido, se encontra. Os muitos desacertos do justo o tornam humilde, tranquilo, amoroso, isso lhe trará saúde física e emocional. Mas o ímpio pode até ser bom cidadão, honesto, culto, mas seu fim será de conflito, com os outros, consigo mesmo, com Deus, não achará saúde dentro de si. 

02/12/23

Rótulo tem validade

      “Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: ao Deus desconhecido. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio.Atos 17.23

      “E chamou Adão o nome de sua mulher Eva; porquanto era a mãe de todos os viventes.” 
Gênesis 3.20
      “E, quando o menino já era grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a qual o adotou; e chamou-lhe Moisés, e disse: Porque das águas o tenho tirado.” 
Êxodo 2.10
      “E sucedeu que, passado algum tempo, Ana concebeu, e deu à luz um filho, ao qual chamou Samuel; porque, dizia ela, o tenho pedido ao Senhor.” 
I Samuel 1.20

      O que o homem põe rótulo tem data de validade, assim, se quisermos que algo dure mais, não rotulemos. Vamos entender essa afirmação. Quando pegamos um animal para cuidar diz-se que só aliamos afeto a ele depois de dar-lhe um nome, assim, se precisamos cuidar só temporariamente de um bicho, dizem que não devemos dar a ele um nome. Bem, todos merecem e precisam de afeto, indiferente se é por um pouco de tempo ou por muito tempo, se é animal ou se é gente. Esse exemplo parece se opor ao que afirmamos no início, já que sem nome, teremos o bicho por menos temos conosco, mas nesse caso o que dura mais sem rótulo é a ausência de sofrimento. 
      Já quem dá nome e fica com o bicho, ainda que a existência do animal de estimação em sua vida seja por mais tempo, o bicho um dia irá morrer, e nisso o que terá data de validade será nossa felicidade de viver com o animal. Quem não dá nome, não vê o amor acabar e não sofre, mas também não ama. Citei o exemplo de bicho de estimação para dizer que dar nome não é só ter uma palavra, um som, para usar para chamar alguém, é definir algo. A um cão damos o nome que nos parece mais representá-lo, de acordo com características físicas que vemos nele, assim como por valores subjetivos que nos passa, e muitas vezes de forma exclusiva, que só nós percebemos. 
      Cônjuges costumam dar apelidos um ao outro, com significados que outros podem não entender, mas um sabe o que chamou atenção no outro para denominá-lo de um jeito íntimo e afetuoso. Por outro lado, neste mundo atual, muitos falam de relação sem rótulo, só para usufruir prazer e algum afeto, mas sem compromisso, dizem que assim é melhor porque pode acabar a qualquer momento e não faz sofrer. O que de fato prova quem quer experiência assim? Não é amor, ninguém ama uma taça de sorvete, só usufrui dela, prova prazer físico e larga-a vazia. Será que é correto restringirmos intimidades com seres humanos a isso, relações casuais, sem rótulo, só por sexo?
      O homem é assim desde o início dos tempos, e deu nome também a eventos da natureza, associando causas que desconhecia cientificamente a identidades espirituais, dessa forma surgiram nomes de deuses e de mitos. Atualmente não temos esse costume, não todos, mas nomes dados a pessoas não eram só fonemas, mas frases, com significados, vemos isso na Bíblia em tantos personagens, citamos exemplos nos textos bíblicos inicias. Nomes eram profecias, promessas, que pareciam ditar não só como, onde ou porque alguém veio ao mundo, mas o que seria e faria no decorrer de sua vida. Dizem que nomes dos filhos são soprados por anjos nos ouvidos dos pais, será? 
      Será que conceitos como “diabo”, “satanás”, “demônios”, significam reais entidades espirituais do mal? Será que “céu” e “inferno” são de fato o que eram nas cabeças dos primeiros homens que pensaram nesses conceitos e lhes deram nomes? Dizer que sim é afirmar que o homem do passado é igual ao homem do presente, e que o do presente será o mesmo no futuro. Deus sempre é o mesmo, o homem não, assim muitas ideias que o homem tinha no passado podem não ser as mais verdadeiras. Um ser humano que aliava relâmpagos, trovões, ventos, mudança de temperatura, a ações de deuses desconhecidos e espirituais não pôde dar com exatidão muitos nomes e rótulos. 
      Rótulos usados em meios religiosos, incluindo nos de tradição judaica-cristã, perderam a validade e isso há algum tempo, mas ainda assim muitos católicos, protestantes e evangélicos insistem em usá-los hoje como se fossem verdades absolutas e eternas. Creio que o plano espiritual e Deus, sob o ponto de vista Cristo, tenham uma excelência exclusiva que não há sob outros pontos de vista. Ainda que outras religiões conheçam e compartilhem verdades sobre o Deus verdadeiro, e cristãos não duvidem disso, Jesus sempre será diferente e único. Mas muitas coisas na doutrina cristã precisam ser reavaliadas, principalmente as relacionadas com sexualidade e penas eternas. 
      Criar dogmas é rotular Deus, rotulá-lo é limita-lo, Deus é espírito e esse não pode ser aprisionado. Isso não significa abrir mãos de valores morais elevados, de amor, de santidade, de justiça, ainda que mesmo esses já tenham sido relativizados no passado. Hoje dizemos que todos devem ser respeitados e possuírem direitos iguais aos outros, mas antigamente não se pensava isso de escravos e mesmo de mulheres, e isso na Bíblia. Se o conceito de direitos humanos abrangeu-se, por que não outros? Ou achamos que a Bíblia, ainda que mostrando experiências reais com o Deus verdadeiro, não é só textos históricos antigos? Libertemo-nos de rótulos, o Deus genuíno ainda é desconhecido. 

01/12/23

Por que não ser amigo de Deus?

      “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.I Coríntios 2.14-1

      Por que algumas pessoas não querem ser amigas de Deus? Não me refiro a não quererem frequentar uma igreja, estudar algum texto sagrado ou espiritualista, aceitar alguma moral religiosa, não é isso. Me refiro a uma certa revolta, mesmo repulsa que alguns demonstram só por citarmos o nome de Deus, falarmos em oração, nos referirmos à fé, parece que qualquer coisa referente ao plano espiritual são inaceitáveis para eles, impossibilidades práticas. Tenho achado gente assim, e não entre brutos ou sem estudo, mas justamente entre pessoas bem formadas, mestres e doutores, gente refinada e entupida de conhecimento científico. Por que alguns parecem vir ao mundo como inimigos de um Deus de amor?
      Podemos responder dizendo que muitas pessoas foram mal educadas religiosamente, que lhes passaram referências erradas sobre Deus, isso fez com que elas se tornassem céticas. Mas por outro lado os que são amigos de Deus o são em qualquer religião, e toda religião é imperfeita, e é porque isso não importa para Deus, não por enquanto, Deus responde e abençoa as pessoas não pelas religiões, mas apesar delas. Mas os “inimigos” de Deus não veem as coisas assim, eles veem só as religiões imperfeitas e dizem para nós que Deus é imperfeito. Na verdade esses creem nas religiões, só não gostam delas. A libertação desses ocorrerá quando verem Deus acima das religiões, enquanto isso devemos amá-los e esperar, pacientemente. 

30/11/23

Céu é nosso reino (11/11)

      “Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas.Filipenses 3.20-21

      Uma diferença entre quem tem experiência com Deus e quem não tem é aquilo que é considerado o reino, o lugar onde a pessoa se sente mais satisfeita, onde seu propósito maior de prosperidade pode ser realizado. Muitos, ainda que usando fé e religiosidade, querem um reino neste mundo, assim transferem o entendimento de reino de Deus, que a Bíblia cita, para este planeta. Ainda que muitos creiam em vida além e que merecem o céu por crerem no Cristo, importa-lhes mais serem honrados no plano material, não no espiritual. Importante dizer que não ter interesse por este mundo, desprezar valores materiais, isso por si só pode ser algum tipo de doença mental, não espiritualidade genuína que ama o celestial reino de Deus. 
      Conciliar as coisas é difícil, lutar para se ter uma vida digna no mundo, estudar, trabalhar, administrar família, saúde, o planeta, dar à ciência a devida relevância, e ainda assim ser santo, amoroso, ter vida de oração que conhece a Deus, não é fácil. Muitos, querendo Deus, mas não abrindo mão do materialismo, interpretam a Bíblia errado, querem um reino de Deus na Terra, assim veem inimigos nos homens, não em si mesmos. Mas esta é a provação que passamos na vida, termos os pés firmes no chão e o espírito elevado, sem extremismos, sem misticismos, vendo a vida encarnada como oportunidade para aperfeiçoar nosso homem interior, não só enriquecer o exterior, sabendo que do alto viemos e para ele voltaremos. 

29/11/23

Morte é nosso prêmio (10/11)

      “Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.Filipenses 3.14

      A morte pode ser um prêmio, mas como tal só é conquistada após se participar de uma competição e ganhá-la. A competição é a passagem por este mundo, nós somos os competidores, mas nossos rivais, os outros concorrentes, são nós mesmos. As piores versões nossas deveriam perder a competição saindo vencedora nossa melhor versão. Contudo, só Deus pode mostrar o que é nossa melhor versão, de acordo com virtudes morais, não é o mundo que estabelece isso nem os homens, de acordo com valores materiais e mesmo intelectuais. O que queremos vencer para termos direito à morte como prêmio, não como derrota, quem queremos ser de melhor no plano físico para sermos premiados no plano espiritual? 
      Muitos estão correndo com esforço, até se prepararam bem para isso, diante dos homens estão bem colocados na competição. Pensam estar vencendo versões ruins deles mesmos, que foram humilhadas pelos pares, por suas famílias, pelo mundo, e à medida que o fim se aproxima se veem no primeiro lugar. Contudo, não correm a corrida de Deus, não aquela que é para suas vidas, pode até ser para as vidas dos outros homens, mas a competição em que estão não dará prêmio a seus homens interiores na eternidade. A verdade é que diante do mundo, para vencermos a competição de Deus, muitas vezes precisaremos chegar em último lugar, nele seremos humildes, santos e amorosos, mas será nossa melhor versão.

28/11/23

Obediência é nosso trabalho (9/11)

      “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera.Isaías 64.4

      A rebeldia tem várias faces, na definição de rebelde podem haver dois significados, teimoso e opositor, ambos não representam necessariamente coisas ruins. Para obedecermos a Deus podemos ter que nos opor insistentemente aos homens, mas para desobedecê-lo podemos teimar em agradar os homens, assim sermos rebeldes com Deus. O ponto é não confundirmos aparentes boas ações com obediência, ainda que Deus use todas as boas ações, originem-se das intenções que forem, para abençoar outros, só as boas ações com intenções corretas abençoarão quem as faz. No grande sistema do universo tudo acaba em bem em algum momento, Deus não desperdiça nada, transforma tudo em vida, luz e virtudes eternas. 
      Mas há muitas pessoas fazendo muita coisa, que com certeza é útil nas mãos de Deus, mas que não é aquilo que Deus pede delas. Mas se é útil e elas não fizerem não fará falta? Não, Deus levantará outras pessoas para fazerem, que talvez tenham que fazer e não façam porque outras pessoas estão fazendo. Isso parece complicar o simples, mas não é, não se entendermos que cada pessoa precisa ser trabalhada por Deus de forma diferente para ser melhor, e muitos fazem um monte de coisas boas para não terem que ser humildes. Fazem em trabalho físico, para não fazerem no moral, enriquecem no material, mas são pobres em virtudes. O melhor trabalho é obedecer a Deus, esse honra a Deus e abençoa todos. 

27/11/23

Tempo é nosso aliado (8/11)

      “Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.Salmos 23.6

      O paciente ama o imperfeito pois crê no aperfeiçoamento desse no tempo. O paciente é feliz porque usufrui promessa de felicidade como cumprida. O paciente acha cura pois descansa pensamentos e sentimentos e fica em paz. O paciente encontra a honra pois não tem pressa de recebê-la. O paciente não padece no tempo, mas descobre vida eterna nele. O paciente usa os anos como asas que o levam ao alto, não faz deles peso que o prendem ao chão. O paciente aprende a ter paciência no tempo, abrindo mão do que olhos veem, do que ouvidos ouvem e do que mãos tocam, o paciente tem fé porque tem no tempo um aliado, não um opositor. O paciente é amigo da serenidade porque é amigo do Senhor do tempo, Deus. 
      Viver no mundo, existir preso a um invólucro carnal, caminhar na Terra é administrar fraquezas no tempo. Não fujamos de nosso tempo aqui, não desprezemos sua eficácia, não tentemos paralisa-lo ou adianta-lo, vive bem quem se harmoniza com o tempo. Espírito iluminado não se prende ao tempo, não sofre pelo que fez, nem pelo que não fez, livra-se de remorso e ansiedade, mas passa pelo seu tempo probatório no mundo ligado a um Deus espiritual para o qual tempo não existe. O paciente está satisfeito e faz tudo de bom agora como se não houvesse amanhã, não por pressa ou obsessão, mas sereno, experimentando num plano preso a tempo o que viverá na melhor eternidade de Deus onde tempo não há. 

26/11/23

Silêncio é nosso ensinador (7/11)

      “Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor.Lamentações 3.26

      Um divisor de águas em nossa vida espiritual é quando entendemos que coisas mais profundas o Espírito Santo só nos fala depois que calamos nossas almas. Entenda certo o que estou dizendo, um diálogo sadio e eficiente com Deus tem vários momentos, cada um interagindo, curando, consolando e ensinando uma área de nosso ser. Num primeiro momento precisamos desabafar emocionalmente, e o pai de amor respeita isso e nos recebe. Cabe nesse momento muitas palavras, muita emoção, mesmo lágrimas, para nos arrependermos, perdoarmos, pedirmos e agradecermos pelo que recebemos. Esse período pode acabar quando estivermos em paz com relação às nossas necessidades primárias, vida familiar e profissional. 
      Num segundo momento, mais calmos, passamos a verificar racionalmente o diálogo, falamos com mais controle sobre os tempos, o que houve, o que desejamos que aconteça, nesse já podemos ouvir orientações mais profundas de Deus, não só ensinos básicos. Esse período deve encerrar-se com uma paz mais profunda, contudo, é só depois dele, permanecendo nós na presença de Deus em silêncio, que algo mais pode-nos ser entregue. Aprendermos a vigiar no silêncio, já curados das ansiedades iniciais, mas crentes que Deus quer falar-nos mais, nos dará acesso a uma palavra mais elevada, que nos fortalecerá muito mais, que diz respeito à nossa missão espiritual no mundo, aquilo pelo qual seremos avaliados na eternidade. 

25/11/23

Santidade é nosso prazer (6/11)

      “Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado. Por isso, todo aquele que é santo orará a ti, a tempo de te poder achar; até no transbordar de muitas águas, estas não lhe chegarão. Tu és o lugar em que me escondo; tu me preservas da angústia; tu me cinges de alegres cantos de livramento.Salmos 32.5-7

      Muitas vezes nos perdemos nos apetites do corpo, nas obras da carne, porque nos sentimos vazios e sofridos e queremos algum prazer. Não é fácil e rápido entendermos que o vazio maior é de alma, não do corpo, assim como o prazer maior é do espírito, não de comida, bebida e sexo. Quando achamos na santidade, não obrigação religiosa, não lei de doutrina e igreja, não vaidade que faz com que nos sintamos mais espirituais que os outros, mas um prazer, entendemos nossa eterna existência. O propósito principal do prazer espiritual verdadeiro não é egoísta ou meramente humano, mas sentir que agrada a Deus. Ter prazer porque se sabe que se agrada ao Altíssimo, eis a maior felicidade, a paz mais profunda e duradoura. 
      Entretanto, muitos não vivem esse prazer porque entendem errado o que é vida com Deus, o que é espiritualidade. Limitam-se à religião, a ser assíduos em cultos, a falar e se vestir como evangélicos, a entender intelectualmente de Bíblia e de doutrina, relegam o principal, o Santo Espírito. Provar o Espírito Santo, os dons espirituais, o conhecimento que essa experiência entrega, é sentir o prazer que teremos na melhor eternidade com Deus, o céu, pelo menos o tanto quanto existência corpórea nos permite experimentar isso. Que gozos há em ter um período de oração íntima com Deus, quanta iluminação e quanto livramento recebemos quando tocamos o altar do Santíssimo, isso faz-nos querer ser mais santos. 

24/11/23

Verdade é nossa proteção (5/11)

      “Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas te confiarás; a sua verdade será o teu escudo e broquel.Salmos 91.4

      O motivo principal de mentirmos é querermos nos proteger ou mostrar para os outros que somos melhores que o que achamos que somos. Mentira é proteção, falsa, vã, mas proteção, porém os que confiam nela serão alcançados pela verdade bem depressa, como se diz, mentira tem pernas curtas. Quando isso ocorrer serão humilhados, muito mais que seriam se simplesmente tivessem sido verdadeiros. A verdadeira proteção é a verdade, ainda que usá-la exija humildade e fé. Humildade porque a curto prazo podemos não ser respeitados pelos homens, fé porque usar a verdade muitas vezes é confiar em algo que não somos, mas seremos, assim nos mostramos como somos hoje, fracos, mas confiantes que seremos fortes depois.
      Só perdemos o medo da verdade quando temos uma experiência profunda com Deus, o Senhor de toda verdade. A verdade de todos os seres humanos é que todos estão no mundo em construção, ninguém é perfeito nem precisa ser, assim mentir é negar nosso propósito aqui, melhorarmos. Quem mente para se exaltar de alguma forma, se acha construído, assim seguirá incompleto, para ser tratado em hospital deve-se admitir doença e se internar. Todos somos mentirosos, e muito mais que admitimos, ser verdadeiro é luta constante, mas como Deus abençoa o que ama a verdade, como o protege. O que usa a verdade autoriza Deus a agir com liberdade em sua vida, nisso há luz, paz, amor e toda sorte de bênção, aqui e no céu. 

23/11/23

Justiça é nossa amiga (4/11)

      “O que ama a pureza de coração, e é amável de lábios, será amigo do rei.Provérbios 22.11

      Quem faz justiça é Deus, só ele permitirá bens ao bom e males ao mau. Quando dizemos Deus nos referimos à arquitetura eterna do universo que o criador fez, onde impera a lei maior de causa e efeito, assim, ninguém se engane com os falsas lisonjas de homens, com os convenientes presentes que o mundo dá tentando comprar a justiça. Só a obra feita por coração humilde e que glorifica a Deus recompensará quem a fez, o que fez sem pureza de intenção até poderá beneficiar outros, mas não terá retorno para si, Deus usa todos para abençoar todos, mesmo os falsos, incrédulos e arrogantes. Mas o temente a Deus tem sempre a justiça como sua amiga, pois ele é amigo do Senhor dela, assim pode andar em paz até o fim. 
      Muitas vezes andamos clamando pela presença da misericórdia de Deus, essa protege de frutos amargos mesmo o que plantou semente ruim, desde que ele tenha se arrependido. Mas o melhor caminho é aquele que persiste nas obras do bem, que ainda que não faça tudo, faz tudo que pode, esse no final será mantido pelo Senhor com dignidade, que é justo e sabe quem se esforçou em seu máximo para fazer a coisa certa. Ainda que homens não vejam, Deus vê, ainda que homens cobrem o que não podemos ser e fazer, Deus é justo, avalia na medida, julga com retidão, recompensa com exatidão. O humilde, contudo, sempre sentirá que recebe muito mais que merece, não verá justiça de Deus como inimiga, mas como terna amiga. 

22/11/23

Luz nos atrai (3/11)

      “Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí.Jeremias 31.3

      Como os pequenos insetos são atraídos pelo pequeno facho de luz num quarto escuro, assim são aqueles que amam o bem, querem a Deus acima de qualquer coisa. O mundo jaz em trevas, não é fácil achar luz espiritual no plano material, é preciso fé e persistência, mas quem tem a luz dentro de si só será feliz conectando-se ao Altíssimo. Muitos até sabem que a luz é boa, mas não querem enfrentá-la em toda sua plenitude, teriam que pagar preços, perder algumas coisas, assim constróem moradas num meio termo. Nesse lugar podem ter contato educado com os das trevas e com os da luz, contudo, não se pode ser amigo do mal e do bem ao mesmo tempo, um dia tem que se decidir. 
      Os amigos de Deus amam sua luz, assim não aceitam meio termo nunca, nem em igrejas cristãs, por isso podem ser acusados de chatos, idealistas, utópicos. Um Deus perfeito não pede de seus amigos menos que perfeição, um Deus de amor não chama para amar alguns, mas todos, um Deus de paz não abre exceções, mesmo a justiça maior deve ser conquistada do jeito espiritual, e se não aqui, na eternidade, nada é desculpa para violência. Um Deus de luz clareia nosso homem interior e revela tudo, se somos humildes reconhecemos nossas imperfeições e lutamos até o fim para vencê-las, desejamos a luz e a mostramos, não nos conformamos com qualquer ponto de escuridão, por nada. 

21/11/23

Paz nos acha (2/11)

      “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.Isaías 26.3

      Ainda que a princípio eu não a queira, que não a ache, a paz me acha, me abraça e fica comigo. Não sejamos falsos, temos a tendência de nos irarmos, de usarmos meios violentos para prevalecermos nossos direitos, mesmo quando esses direitos passam por cima dos direitos dos outros. Contudo, Deus conhece nosso coração, o que esse mais deseja, pelo que esse luta, o que esse sofre para ser melhor e pacificador. Essa intenção é o Espírito de Deus dentro de nós, e quem ama o Senhor mais que a si mesmo ouvirá sua voz, terá prazer maior nela, persistirá em acatá-la. Quem quer a paz não se alegra com qualquer forma de conflito, sofre com ele, se arrepende, pede perdão, busca sempre reconciliação.
      É um mistério certas coisas, que parecem ter vindo conosco quando passamos a existir neste mundo, ainda que tenhamos muita dificuldade no tempo para sermos seres humanos de bem, essas coisas puxam-nos à luz com uma força insistente que não podemos explicar. Sabemos que somos maus, egoístas, vaidosos, mesquinhos, mas ainda assim não queremos ser tudo isso e buscamos a Deus justamente para que ele nos auxilie na mudança. Na persistência humilde que assume responsabilidade por erros pessoais e não joga a culpa nos outros, nem desiste alegando que há outras coisas mais importantes a fazer, o que teme a Deus acha a paz, fica nela, encontra nela lugar melhor, a aprovação de Deus. 

20/11/23

Fé crê em nós (1/11)

      “Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido.Romanos 10.11

      Eu não tenho uma crença, é a crença que me tem. Eu não possuo fé, é a fé que me possui. Tentei através dessas afirmativas explicar como o mistério da fé é simples para os que o têm, a pessoa que acredita não precisa fazer força para isso, é algo natural, que parece ter vindo ao mundo com ela. Àqueles em quem Deus confia é permitido confiar em Deus, o movimento é de cima para baixo, os humildes entendem o mistério, sem maiores esforços, e são gratos por ele. Para eles o invisível é visível, o intocável pode ser ouvido, do mundo espiritual o véu é retirado e eles podem compreender, não só a matéria vã, mas o espiritual eterno. Para os humildes fé é abrir olhos e ouvidos e perceber a verdade. 
      Por isso ninguém pode ser obrigado a acreditar, não podemos convencer ninguém para crer nisso ou naquilo, quem não acredita sempre achará motivo para não crer, quem crê não precisa de provas. Obviamente assim como há utilidades em ser cético, há armadilhas em ser crente, principalmente se usamos ceticismo e crença para fins egoístas e vaidosos. Mas o crente humilde que deseja Deus, não outros “espíritos”, duvidará para crer melhor, para aprimorar o foco, para ir mais fundo na verdade. Já o cético crerá na mentira com facilidade e duvidará da verdade na sua cara, seja ela material ou espiritual. A luz não está na fé, na ciência, mas em Deus que acredita em nós e a nós se revela em amor. 

19/11/23

7º passo para Deus: Amor (7/7)

      “Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.I João 4.8

      O Pai de todas as almas está presente em todos os passos que damos para ele, é seu amor que nos atrai à santidade, à fé, a Jesus, à Bíblia, à adoração e aos dons do Espírito Santo. Mas o propósito maior de Deus não é nos fazer só bons religiosos e bons cristãos, é nos tornar seus amigos, todas as criaturas humanas são filhas dele, em todas as religiões e fora delas, mas amigos são só os que querem ser. Deus ou amor, são títulos adequados para este sétimos passo, conhecer mais a Deus é compreender de fato seu amor. Amor vai além de mitos e dogmas, que por tentarem conservar muitos se acham cristãos melhores. Deus não exige santidade, atrai-nos a ela por amor, e por amor abrimos mão de vaidades e egoísmos para sermos santos. 
      Você conhece o amor de Deus? Muitos estão há anos em igrejas cristãs e na verdade provam só uma parte do amor do Senhor, consequentemente não podem expressar pleno amor pelos outros. Esses tentam viver a obrigação de vidas morais e civis corretas, cumprirem deveres na sociedade e nos templos, mas dentro deles há corações endurecidos, por isso são legalistas e hipócritas. Falta de amor dificulta experiência de perdão, não se recebe e não se dá, assim muitos seguem pesados, culpando a si mesmos e aos outros. Sem amor não há novas oportunidades, só obsessão para nunca errar. Não existe evangelho genuíno sem amor, algo que tantos cristãos hoje teimam em não aceitar, por isso inferno e diabo são empoderados, mais que céu e Deus. 

“Sete passos para Deus”,
leia as sete postagens
para melhor entendimento.
José Osório de Souza 29/04/22

18/11/23

6º passo para Deus: o Espírito (6/7)

      “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.João 4.23-24 

     O Espírito Santo é a ação contínua de Deus em todos os passos que damos para ele, mas aqui me refiro a experiência com dons espirituais. O início dessa experiência é a adoração, muitos até manifestam os dons, mas estacionam na infância pensando ser a maturidade, usufruem dos efeitos emocionais deles encerrando aí a jornada. O catolicismo tirou a liberdade do Espírito Santo dos cultos, teve medo que ovelhas soubessem mais que pastores, mesmo o pentecostalismo atual experimenta dons, mas de forma muitas vezes supersticiosa. Dons são só a porta do mistério aberta, e quando ela se abre vemos coisas que nos transbordam de gozo, mas é passando por ela que o melhor começa, reconhecimento racional do mistério.
      Já falei muito desse assunto aqui, muitas vezes tenho enfatizado o Espírito Santo sobre doutrinas e textos sacros, porque o Espírito de Deus é a palavra viva e ativa de Deus sempre. Entrar em comunicação com o mundo espiritual tem riscos? Sim, há muito mais entre a linha horizontal dos seres humanos na Terra e Deus na linha vertical espiritual mais alta, que muitos protestantes e evangélicos acham haver. A proteção está em focar em Deus através de Jesus, se isso existe o Espírito Santo ensina e guarda, e nada alimenta e fortalece mais nossas almas que a palavra direta do Espírito de Deus. Muitos têm se desviado, enfraquecido e até adoecido mentalmente, porque não provam um Deus espiritual do jeito certo, pelo seu Santo Espírito. 

“Sete passos para Deus”,
leia as sete postagens
para melhor entendimento.
José Osório de Souza 29/04/22

17/11/23

5º passo para Deus: Adoração (5/7)

      “Porém tu és santo, tu que habitas entre os louvores de Israel.Salmos 22.3

      Servos de Deus o adoram, não só pelo que ele dá, mas pelo que ele é. Contudo, amigos descobrem o propósito mais profundo da adoração, nos colocar em íntima comunhão com o Senhor, transportando-nos às elevadas posições espirituais onde Jesus nos abre a porta para o Altíssimo. Louvor através da música tem uma função importante, liberar-nos emocionalmente, isso é coisa com que empedernecidos têm dificuldade, há mesmo pastor que até canta, mas não se deixa envolver emocionalmente, acha que isso é mostrar fraqueza. Não precisamos nos exibir sem limites em qualquer lugar e a qualquer um, nada há de errado em ser reservado, mas que isso não seja desculpa para nos mantermos orgulhosos e longe da amizade de Deus. 
      Adoração começa de baixo para cima, é assim que deve ser, mas pouco a pouco eleva o adorador, rasga o véu, abre a porta, o põe face à glória de Deus. Ela nos gratifica, amadurece nossa fé, mas nos expõe ao Santíssimo e faz-nos querer ser santos. Perdem muito no amadurecimento espiritual os que se negam a envolvimento emocional no louvor, até podem conhecer profundamente as teorias expostas na Bíblia, mas não sentem na prática a unção que escritores bíblicos sentiram antes de registrarem o cânone bíblico. Deus permite-nos equilíbrio entre razão e intuição, é querendo entender que sentimos para depois entendermos o que sentimos, na Bíblia há entendimento, mas é o sentimento do louvor que nos faz ir além da razão. 

“Sete passos para Deus”,
leia as sete postagens
para melhor entendimento.
José Osório de Souza 29/04/22

16/11/23

4º passo para Deus: Bíblia (4/7)

      “disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos. Então abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras.Lucas 24.44-45

      Veja que conhecimento bíblico está como o quarto passo para Deus, ainda que muitos ouçam ou leiam um simples versículo e tenham suas vidas transformadas. Mas nesse caso é porque havia intenção de santidade, fé pura e consciência da importância do Cristo como sendo o centro da Bíblia. Ainda que a Bíblia deva ser estudada com cuidado, principalmente onde se refere a costumes sociais de sociedades antigas, com temor a Deus e bom senso todo o cânone sagrado é bênção e é em todos os dias de nossas vidas. Mesmo que tenhamos lido um texto várias vezes, ele sempre trará algo novo, que consolará nossas almas. A Bíblia sempre será o texto sagrado mais relevante que a humanidade recebeu do Espírito de Deus.
      É nesse quarto passo que igrejas são relevantes, ensinando a Bíblia. Ao novo na fé convém procurar, achar e ficar em igreja que ensine a Bíblia, e acreditem, bons pastores mestres, mais professores que pregadores, mais eruditos que carismáticos, são ferramentas eficientes de Deus nisso. Muitos iniciam suas caminhadas e ficam presos a pastores que falam bonito, com vozes empolgantes, com brilhos encantadores nos rostos, sim, Deus pode e usa esses, mas um conhecimento bíblico correto pode ser mais aprendido de líderes que dedicaram tempo a estudo acadêmico da Bíblia, em faculdades e seminários sérios. Ainda que teologia tradicional tenha seus equívocos, como tanto exortamos aqui, ela é fundamento imprescindível. 

“Sete passos para Deus”,
leia as sete postagens
para melhor entendimento.
José Osório de Souza 29/04/22

15/11/23

3º passo para Deus: Jesus (3/7)

      “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.João 1.1-4

      Eu creio que esteja onde estiver o ser humano, se tiver a intenção melhor, limpeza moral e a ferramenta certa, uma fé pura, entenderá a relevância de Jesus como enviado do Deus verdadeiro para ser como homem o início e em espírito o fim. Ainda que existam algumas diferenças de doutrina, como há na igreja católica em relação às protestantes, e mesmo em espiritismos e religiosidades orientais, o exemplo de vida simples, santa e de amor do Cristo eleva-se aos olhos do que de fato quer se aproximar de Deus. Ninguém precisa aceitar doutrinas e costumes de igreja nenhuma, basta ler os evangelhos, conhecer a vida do Cristo, fazer uma oração em seu nome e receber o perdão que dá a paz que fortalece para seguir rumo a Deus. 
      Ainda que o cristianismo tenha usado referências de religiões e de um cânone bíblico construído por interesses humanos, a luz do Cristo brilha forte nele. Passaram muitos profetas, escritores de textos sacros, fundadores de religiões e filósofos espiritualistas relevantes por este mundo, mas Jesus é único. Seu nascimento, sua vida, sua morte, sua ressurreição, suas palavras e suas ações, atravessam séculos ensinando a espiritualidade mais elevada e ainda assim simples. Ninguém precisa ser teólogo erudito ou monge isolado, basta ser ser humano comum, pisando a Terra para ganhar o pão, constituindo família, e foi isso que Jesus mostrou, como ser diferente sendo normal, com humildade, mas em santidade e com amor. 

“Sete passos para Deus”,
leia as sete postagens
para melhor entendimento.
José Osório de Souza 29/04/22

14/11/23

2º passo para Deus: Fé (2/7)

      “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.Hebreus 11.6

      Crer no que não se vê, esperar o que ainda não existe, ouvir o intocável, dialogar com Deus e ser seu amigo, isso tudo não se consegue só com conhecimento, nem bíblico, mesmo com disciplina e com boa intenção. É preciso acreditar, exercendo não só convicção emocional e foco racional, mas fé espiritual dada por Deus àqueles que o buscam. Fé é um mistério, muitos não dão importância para ela e a possuem, outros a idolatram e ainda não entenderam o que ela é, nem a receberam do alto. Fé se conquista com tempo e com muitas decepções, que vão fazendo ruir ilusões e vaidades e construir em nós uma conexão profunda com Deus. Fé não se compra, se recebe com a humildade que confia que alguém maior ouve e responde. 
      Todos têm algum tipo de fé, todos acreditam em algo, ateus e materialistas são crentes ferrenhos, ainda que no conhecimento científico e em si mesmos, e isso não está errado, aliás, muitos crentes cristãos deveriam crer mais na ciência e neles mesmos. Quem diz que não tem fé em Deus tem a mais dolorida das fés, que opõe-se a seu homem interior. Mas a fé melhor e mais alta contempla o que está acima de tudo, dos homens, do mundo e de toda riqueza material e intelectual, e confia no que está lá no alto, de uma maneira que nem pode entender direito ou explicar, mas que sente e persiste em sentir. Fé não se explica, nem se julga, se experimenta e pronto, conduz ao que há de eterno no ser humano, livrando-o da segunda morte. 

“Sete passos para Deus”,
leia as sete postagens
para melhor entendimento.
José Osório de Souza 29/04/22

13/11/23

1º passo para Deus: Santidade (1/7)

     “Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. Este receberá a bênção do Senhor e a justiça do Deus da sua salvação.” Salmos 24.3-5

      O primeiro passo para se achar Deus é desejar uma vida moral limpa. Alguns podem dizer, “mas santidade é só o fruto final que colhemos depois de andarmos muito com Deus”, sim, isso é verdade, mas aqueles que buscam religiões, sejam elas quais forem, cristãs ou não, por outro motivo que não seja vencer obras da carne e apetites do corpo, não acharão o melhor de Deus, nem em igrejas evangélicas. Muitos até querem exercer fé, mas para receber bens materiais, casamento, honra entre os homens, outros querem conhecer o plano espiritual, mas só por curiosidade, e alguns querem até manipular “espíritos”. Contudo, só o que deseja ser santo tocará o coração do Santíssimo e será encontrado por esse, esteja onde estiver.
      Busca de Deus é busca do melhor para si mesmo, encontro de paz interior, de libertação de vícios, de vida equilibrada e coerente, sem hipocrisia ou manipulação. Acha Deus quem de fato procura Deus e não outras coisas que religiões possuem ou podem dar, assim o que realmente teme a Deus, ainda que em religiões imperfeitas, e todas são imperfeitas, saberá separar trigo de joio, mundo do céu, senhores do Senhor. Persistirá até achar o que busca, não o seu corpo ou o seu intelecto, mas o seu espírito, com a melhor intenção e com as mais verdadeiras obras. Nesse processo pode não se achar o procurado no primeiro lugar, mas o que quer achar não se acomodará a zonas de conforto, seguirá até ter santidade e paz. 

“Sete passos para Deus”,
leia as sete postagens
para melhor entendimento.
José Osório de Souza 29/04/22

12/11/23

O que é certo? O que é errado? (2/2)

      “Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados. Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra.” Tito 1.15-16

      O que é certo e o que é errado num mundo pretendendo viver uma era pós cristianismo-religião-oficial de muitas nações que proibia outras crenças? Muita coisa que a moralidade cristã tradicional diz que é pecado, não é mais, e ainda que Deus nos avalie pelas nossas consciências, nós não devemos julgar os outros por elas, o que é errado para um pode ser certo para outro. Cada um constrói suas referências de certo e errado sobre muitas variáveis, criação familiar, formação religiosa, cultura social, graduação intelectual, possibilidade financeira, temperamento, preferências estéticas, idade, características sexuais, ainda assim podemos ter coisas comuns com outros e sermos diferentes deles, fazendo escolhas distintas na vida.
      Um cristianismo ainda algemado a legalismos, materialismos e antropomorfismos do antigo testamento, tem dificuldades para entender a santidade que agrada a Deus no século XXI. Ainda que muitos se achem cristãos mais santos por serem conservadores, são só museólogos ou pior, coveiros, guardando doutrinas religiosas e espiritualidades de seres humanos do passado e mortas. Mas a humanidade não está caminhando para a perdição, para as trevas, Deus está no controle, o ser humano caminha para a luz. O coletivo perde lugar para o individualismo, não são mais os seres humanos que devem se encaixar em óticas criadas e lideradas por uns poucos homens, o que era confortável e fácil ainda que limitado. 
      O ser humano chegou num momento de sua história em que poder fazer escolhas pessoais, de acordo com especificações individuais, não precisa mais se formatar em alguns poucos padrões, hoje cada ser humano é único e tem direito de sê-lo. Essa é a verdade que muitos cristãos não entendem, e que muitos não cristãos entendem, ainda que queiram liberdade sem o Deus verdadeiro. É claro que muitos no planeta ainda estão longe de poderem usufruir desse direito e dessa liberdade, opressão e preconceito resistem fortes em muitos lugares. Mas quem disse que o caminho para Deus é curto e rápido? Não é, ainda que achem que seja muitos cristãos que pensam que o mundo esteja para acabar e que Jesus está voltando. 
      O que todos precisam saber é que Deus tem sempre as portas abertas, seu amor move o universo e atrai todos para o alto. O que nos limita, nos prende, nos atrasa, são nossas consciências machucadas e sujas por quebras de alianças afetivas, por vida profissional e financeira desonesta e ociosa, por mentes transtornadas e sentimentos pesados por iras, invejas e falta de dar e receber perdão. Tem muita coisa que o cristianismo legislou como pecado, mas para que Deus não dá assim tanta importância, contudo, muita coisa sempre deixará o ser humano sem paz, por independer de espaço e tempo, mas estar ligada a valores espirituais eternos, que vieram conosco da eternidade e que devemos levar de volta ainda mais aperfeiçoados. 
      Muitos cristãos vivem uma utopia e não têm noção disso, se acham melhores, salvos, dignos do céu, e se revoltam com muita coisa que consideram perdição do mundo. Se consideram virtuosos paladinos lutando pela moralidade da tradição judaica-cristã. Meus queridos irmãos evangélicos, quem sabe da luta que cada um passa para ser melhor, ainda que olhando do lado de fora os achemos ruins? Mas os outros também nos olham e nos julgam, e muitos veem em muitos cristãos assíduos em templos e se postando como diferentes, só hipócritas sem noção, quando falam e falam de Bíblia, mas muitas vezes não conseguem dar pequenos testemunhos de misericórdia e justiça no ambiente de serviço e entre familiares.
      A verdade é que o momento atual pede ainda mais cuidado, mais silêncio, menos pregação de Bíblia em praça pública, e mais oração solitária nos lares. Deus está conduzindo a humanidade a uma busca pessoal, já que se o direito de todos serem tudo for manifestado levará o planeta ao caos e a guerras. Sim, podemos mudar o mundo e devemos, mas de dentro para fora, individualmente, não coletivamente, com discrição e silêncio, deixando que obras de santidade e amor falem mais alto que palanques, púlpitos e palcos, sejam físicos ou virtuais na internet. É tempo de vencer a vaidade de querer ganhar discussões ideológicas, sejam de política, de sexualidade, do que for, de ouvir Deus, não religiões, dizer o que é certo e o que é errado. 

Leia na postagem de ontem
a 1ª parte desta reflexão

11/11/23

Nele o sim, por meio dele o amém (1/2)

      “Porque todas as promessas de Deus têm nele o "sim". Por isso, também por meio dele se diz o "amém" para glória de Deus, por meio de nós. Mas aquele que nos confirma juntamente com vocês em Cristo e que nos ungiu é Deus, que também pôs o seu selo em nós e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração.II Coríntios 1.20-22

      Não há palavra de acusação, de reprovação, de negação no Espírito de Deus, só palavra de iluminação, de aprovação e de afirmação. Posto essa afirmativa vamos entendê-la melhor. Se um cruel assassino, um ladrão, um ser humano sem respeito à vida alheia, que faz qualquer coisa para ter um desejo seu satisfeito, se esse parar e buscar ouvir a palavra de Deus, o que Deus lhe dirá? O Espírito Santo não dirá você é um assassino, mas dirá você pode não ser um assassino, o Espírito Santo não dirá você será condenado por roubar, mas o Espírito Santo dirá se você trabalhar honestamente poderá ter o que precisa, o Espírito de Deus não dirá você é mal e merece o tormento, mas você pode ser um homem de bem e gozar paz e honra.
      Isso não significa que Deus seja irresponsável com o mal cometido pelos homens, que esqueça dos pecados e livre os homens das consequências de seus erros. Isso significa que Deus sempre vai direto ao ponto com o ser humano, mostra-lhe uma saída para o acerto, uma oportunidade para ser melhor, uma chance de fazer diferente e mudar de vida. Na iluminação do Altíssimo, se for aceita com humildade, o homem saberá que terá que arcar com as consequências dos erros que cometeu no mundo dos homens, mas será fortalecido para seguir pela paz do perdão de Deus, ainda que outros, mesmo depois que o tempo passar e o homem tiver pago os preços, o cobrem, o acusem, não se esqueçam do mal que cometido dia.
      A ideia que muitos fazem de Deus, e que foi calcada em nossas mentes pelo cristianismo do mundo, é de um Deus bipolar, que dá com uma mão e tira com a outra, que abençoa com um olho e amaldiçoa com o outro, que ama com uma parte de seu coração e se ira com a outra parte. Nós podemos nos esquizofrenizar, somos seres partidos e em conflito, mas o Deus espírito da luz mais alta não pode, ele é uma coisa só e sempre. Vou repetir o que tanto digo aqui: o homem se afasta de Deus quando não quer viver a verdade e nesse afastamento se pune, Deus não toma a iniciativa de punir ninguém. Se a ira de Deus, se seu juízo, se a condenação do Senhor parecem enormes, é porque nós mantemos isso em nós. 
      A afirmação feita nesta reflexão pode não ser entendida por dois tipos opostos de pessoas. Muitos não cristãos dizem que o Deus de amor a ninguém julga ou condena e dá direito a todos de serem e fazerem o que querem. Muitos cristãos vão usar um argumento, muito usado atualmente por eles, que utilizar o amor de Deus como desculpa para se sentir aprovado fazendo coisas erradas é blasfêmia. Não é uma coisa nem outra. Os cristãos erram achando que o amor de Deus abre mão de santidade, ao contrário, ele atrai o ser humano para ela, confronta-o com a luz moral mais alta, sem aceitar e querer praticar a santidade de Deus não se pode provar seu amor. Os não cristãos erram por não conhecerem a Deus e dizerem que conhecem. 
      Mas existe um efeito muito ruim no equívoco cometido pelos dois lados, cristãos afastam não cristãos do verdadeiro Cristo. Quando a falsa moralidade de uns e a imoralidade de outros se confrontam, usando o nome de Deus em vão, quem deixa de ser mostrado é o Deus verdadeiro. Ainda que os cristãos tenham experiências inequívocas com o verdadeiro Cristo, a maneira imatura como eles compartilham esse Cristo faz com que não cristãos creiam num falso Cristo. Todos buscam a Deus e ao plano espiritual, de alguma maneira, mas só acham o Altíssimo os que querem, se não quiserem suas buscas serão limitadas a “espíritos” mais baixos, e esses costumam identificar-se mentirosamente, para terem atenção e glória. 
      Não provamos amor de Deus sem santidade, se alguns dizem que provam e não vivem e persistem na santidade, provam o “afeto” de outro espírito, não de Deus. Ninguém se engane achando que engana os outros, quem vive moralmente errado e se diz aprovado pelo amor do evangelho, dentro de seu coração sabe se de fato possui uma conexão íntima com o Espírito Santo do Altíssimo. Ainda que a mídia e os poderes desse mundo digam que Deus está em toda religião e espiritualidade, os frutos que cada um dá e que permanecem no tempo, provam se isso é ou não verdade. Por outro lado, cristãos, Deus ouve a todos e em todas as religiões, mas só o que de fato obedece a Deus prova de seu amor e tem um coração limpo. 

Leia na postagem de amanhã
a 2ª parte desta reflexão

10/11/23

Ao limite e além?

      “Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.II Coríntios 12.10

      “Não há limites para os teus sonhos, corra atrás deles e se realizarão”. É por acreditar em afirmações como essas que muitos jovens estão doentes atualmente, deprimidos e infelizes, ainda que com boas formações acadêmicas e até bem remunerados profissionalmente. O que ocorre é que muitos atingem seus limites e não querem parar, assim tentam seguir numa jornada impossível. No desperdício de energia podem perder o que tinham conquistado até então, e ao invés de se manterem na boa posição conquistada, retrocedem a posições mais baixas, humilhados e desfalecidos. Aceitar limites não é covardia de fraco, é decisão inteligente do forte, e é preciso ser muito forte para assumir diante de outros homens um limite. 
      Por várias vezes já refleti aqui na passagem sobre o espinho na carne de Paulo, registrada em II Coríntios 12, não farei isso novamente, mas vou frisar uma frase desse texto, sinto prazer nas fraquezas. Isso é dizer “não estou deprimido porque tenho barreiras, porque nem tudo que sonhei se realizou, mas sou feliz por reconhecer e respeitar meus limites”. Mas é ainda mais que isso, é sentir prazer nas fraquezas, isso não é masoquismo ou alguma doença emocional, é efeito de quem prova a segunda parte do mistério. Quem assume sua fraqueza depende da fortaleza de Deus, e nessa parceria pode-se ser feliz, útil, vencedor, não só na área material, mas na moral, a que constrói o céu no homem interior e leva o espírito a superar limites. 
      Que fique claro, achar o limite pode não ser fácil e rápido, precisamos tentar muito, trabalhar bastante, nos esforçar o máximo, para termos certeza que fizemos tudo que podíamos. Ainda assim alcançar o limite não é parar, é só conhecer o que se é e ser, em paz, sem a ganância e a vaidade de querer fazer o que não se é para fazer. Deus vai conosco até nosso limite, respeita-nos e nos protege, mas depois somos nós que temos que ir com ele, priorizando vida espiritual sobre a material. Muitos, contudo, não querendo assumir seus limites, largam Deus e seguem sozinhos, perdem o melhor da vida, a amizade do Altíssimo. É preciso ser humilde para saber quando ir e quando parar, e assim provar um Deus de luz e paz sempre por perto.
      Limite não é restrição, é proteção, entender isso é crescer no melhor plano de Deus. O Senhor não precisa de nossas capacidades para nos usar e nos ensinar, precisa de nós, obedientes e simples. Pela visão material dos homens, muitos acham que estão melhor preparados para serem mais eficientes tendo mais informação, mais experiência, mais bens, mais amigos, mas muitas vezes o mais atrapalha, não ajuda, exalta o ego e afasta o ser do Espírito de Deus. O propósito mais alto de Deus é nos aproximar dele, não das riquezas do mundo ou da aprovação de homens. Limites nos protegem de nós, criam delimitadores para que não nos percamos e foquemos no que importa. Assumir limites é ir direto ao ponto, a glória de Deus. 

09/11/23

Paixão, bom ou ruim?

      “Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra; não na paixão da concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus.I Tessalonicenses 4.4-5

      Quando eu era jovem, tentando viver um evangelho utópico em igreja protestante tradicional, achava que espiritualidade era vencer as paixões e viver sem elas, mas só pensava assim porque estava apaixonado por uma utopia. Depois, quando amadureci um pouco, bem casado e com filhos, achava que ser maduro era manter paixões vivas, descobrir novas e manter as antigas, isso coincidiu com minha fase pentecostal. Se tem algo que pentecostal prova é emoção, na adoração e nas manifestações dos dons, vendo no êxtase das primeiras experiências com dons a espiritualidade maior e mais madura, e não só mais uma paixão.
      Contudo, finalmente, mais velho, e após ter experiências passionais em muitas áreas, percebo que a verdadeira maturidade espiritual é estar em paz e ser santo ainda que não se esteja apaixonado. Não porque não existam coisas e gente pelas quais podemos nos apaixonar, mas porque nossa alma não se apaixona mais, pelo menos não com a mesma extensão de tempo e de intensidade. Paixão é bom ou é ruim? É bom, claro que é, e podemos, sim, nos apaixonar sempre. O que não podemos é confiar na paixão, ela é efeito emocional de algo, não causa racional para nos manter sendo e fazendo algo. Paixão sempre termina. 
      Não percebemos, ou percebemos e não admitimos, mas somos viciados em paixão. O lado bom disso é que somos levados a começar algo novo e acreditar que será melhor, mas o lado ruim é que podemos ver a paixão como fim em si mesma. Muitos querem se apaixonar, não importa pelo que ou por quem, não importa os preços pagos, os corações machucados, o dinheiro perdido. Amadurecer é poder dizer não a uma nova e vã paixão para manter uma antiga e madura, e não é fácil negar prazer novo e fácil. Na força da paixão adquirimos super poderes, mas o que parece construir no início depois se mostra frio destruidor.
      Mas preciso confessar algumas coisas. Estou casado há mais de vinte e cinco anos e sou apaixonado pela minha esposa tanto quanto era no início, nunca foi assim com alguém. Contudo, minha paixão maior sempre é Deus, desde que tenho noção que existo há algo que me instiga para ver o invisível e ouvir os mistérios do Espírito Santo. Buscar a Deus para receber dele uma palavra nova é meu principal motivo de vida, aventurar-me em oração é apaixonante, nunca é igual e é sempre melhor. Meu corpo envelheceu, meus sentimentos não são mais tão impressionáveis, mas meu espírito ainda sente algo único pelo Senhor.