domingo, março 16, 2014

Fazer a vontade de Deus (3a. parte de 14)

2º Viver num constante estado de abnegação também não é necessariamente fazer a vontade de Deus.

Pois quero misericórdia e não sacrifícios; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos.
                                                                                                        Oséias 6.6

Um dos sinais que identificaram a total separação da igreja romana do plano original de Deus para o cristianismo, que revelou que nessa instituição já não havia mais o Espírito Santo mostrando a vontade de Deus, foi o fato do homem começar a dogmatizar ritos e costumes para dar legitimidade a sua fé. Quando o coração está sujo tenta-se vestir o corpo com roupas limpas e brancas para esconder a impureza interior.
(Outro sinal e com certeza o mais significativo que revela o afastamento da igreja católica de Deus é a idolatria, um jeito de buscar conhecer a vontade de Deus estando longe de Deus, nesse caso invocando a chamados “santos”, que na verdade são apenas mulheres e homens mortos que não podem interceder por ninguém, quem se beneficia dessas rezas são os demônios mentirosos e homens inescrupulosos que querem de alguma forma manter um poder sobre os ignorantes).
Tentando livrar-se do pecado por suas próprias forças, o homem inventou formas de se punir e de se manter longe daquilo que o levava a pecar para conseguir, repito, com suas próprias forças, alguma santidade. Outra mentira, em Jesus há perdão, não há necessidade de punir a carne, e mais do que perdão, há forças para se continuar caminhando com vitória sobre o pecado.
Contudo, nessa heresia, estabeleceram-se os conventos e os mosteiros, instituiu-se o celibato, se padronizou os hábitos que padres, monges, freiras e outros tipos de sacerdotes deveriam usar, vestes que cobrem o corpo, que tentam coibir as vaidades, para que as pessoas possam viver uma vida de sacrifícios com o objetivo de se voltar somente a Deus.
Mas isso é a vontade de Deus? Não, mas é uma visão doentia de quem se afastou do Senhor e quer fazer as coisas do seu jeito. Fora de Deus não há liberdade, só há escravidão, seja ela do jeito que for, sob os vícios da carne, ou sob religiosidades desnecessárias.
Não digo que não exista gente sincera fazendo isso, que por um motivo ou outro, falta de informação ou excesso de zelo, se priva assim de forma sincera desejando se guardar do mal, Deus conhece todos os corações. Isso, todavia, é no mínimo desnecessário, bem, desnecessário e impossível, já que o homem não pode sem o Deus verdadeiro viver uma vida para o Deus verdadeiro, não pode castigar a matéria, procurando uma solução que só existe na transformação do espírito.
Essa maneira equivocada de se fazer a vontade de Deus é um caminho que as falsas religiões oferecem em quantidade e para todos os gostos, mas não só as religiões radicalmente diferentes, como as orientais, mas mesmo as cristãs, em primeiro lugar a romana, como já citei, assim como outras evangélicas atuais, dão valor desproporcional a uso e costumes, ao exterior.
Na verdade a religião nem precisa oferecer essa opção diretamente, o coração errado e enfermo psicologicamente, sempre procurará uma maneira de viver uma vida espiritual e santa com suas próprias forças, à sua maneira. Um coração assim adequará qualquer religião, mesmo a cristã mais equilibrada e lúcida, a sua maneira distorcida de ver as coisas.
Gente assim muitas vezes está no nosso meio, entendendo tudo errado, ouvindo uma coisa, a mesma coisa que a gente ouve, mas entendendo e procurando fazer outra. Gente assim parece convertida, consagrada, mas ainda não teve uma experiência real com o Deus da graça, com o Pai de amor, como o Jesus humilde e simples.
Toda tentativa de fazer a vontade de Deus com as próprias forças é uma volta à Lei, à religião mosaica vivida por muitos judeus até hoje. Se os religiosos e legalistas conseguissem ao menos viver os mandamentos de Moisés, ao invés de ficarem inventando novas religiões, é um pacto antigo, mas pelo menos foi de Deus.
Por que a Lei interessa a tantos? Porque é mais fácil, não há necessidade de pensar, de refletir, de entender, apreender e viver através de oração, de diálogo espiritual com Deus. Obedece-se a um conjunto de regras e pronto, regras que podem ser escritas à tinta num papel, regras que podem ser ditas e cobradas por homens, regras sobre as quais não há interpretação subjetiva, é aquilo e pronto.
Isso é conveniente para muita gente, tanto para os que preferem se colocar como uma manada de gado irracional, quanto para aqueles que desejam manipular tal manada a fim de obter lucros, poder e veneração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário