É
costume nas igrejas consagrar-se os instrumentos musicais que são adquiridos
que sendo assim só poderão ser usados dentro dos templos, para tocar música
religiosa. Esse procedimento visa, obviamente, a santificação das coisas e das
pessoas, um foco na adoração exclusiva a Deus. A intenção é boa, mas eu
gostaria de refletir sobre isso.
Dois
pontos, gostaria de salientar, como músico profissional e levita músico que
sou, como profissional quero dizer que ganho dinheiro para sobreviver com música,
como levita me refiro ao fato de ter uma chamada espiritual para usar a
ferramenta da música na adoração a Deus dentro de sua casa.
O
primeiro ponto é que como ferramenta de trabalho, um instrumento musical, seja
uma guitarra ou um teclado, são bênçãos na vida do homem, honrados diante de
Deus, como é um lápis na mão de um engenheiro, uma pá na mão de um pedreiro ou
um computador nas mãos de tantos outros profissionais. É claro que música, por
ser usada também em ambientes de lazer e diversão, assume uma conotação que
outras ferramentas não têm, não diretamente. Sendo assim se alia a uma guitarra
muitas vezes algo “errado”, enquanto não se alia isso a uma pá de pedreiro.
Mas
será que isso tem importância para o profissional que está usando a guitarra? Para
ele não é um serviço como outro qualquer? E quem trabalha numa fábrica de papel,
papel esse que será vendido para uma fábrica que produz cigarros, esse trabalho
não está de alguma maneira contribuindo para um “pecado” tanto quanto um músico
que toca num clube?
Como
músico profissional já experimentei muito a misericórdia e a providência de
Deus, Deus me poupou, quando eu agi com temor e obediência, dos ambientes
piores, e me permitiu pagar minhas contas com dinheiro vindo do jeito mais
limpo, pelo menos do jeito limpo possível nesse mundo.
Pergunto
se o instrumento que se usa nesse trabalho, se foi um trabalho feito debaixo
dos olhos do Senhor, por que esse instrumento é menos consagrado que aquele que
é usado somente dentro do templo? Alguns podem argumentar usando os vasos,
castiçais, garfos, mesas e outros objetos que eram como outros, mas consagrados
especialmente para serem utilizados na tenda ou no templo onde os israelitas
experimentavam sua religião. Mas, lembro que isso é velho testamento, nossa
religião não é mais centrada num lugar físico, com ritos e objetos especiais, a
religião que Cristo fundou é executada nos corações, é espiritual.
Chego
à conclusão dessa reflexão: se consagre não os objetos, o teclado, mas o
tecladista, seu coração. Esse sim deve ser santo, quer tocando no mundo, como
trabalho, como profissão, assim como na igreja, como ministério, como adoração.
O segundo ponto que saliento é que não é o fato de se tocar dentro da igreja, músicas
evangélicas, que faz com que a experiência seja santa. Tem muito músico tocando
em igrejas, músicas cristãs, mas com o coração sujo, cheio de vaidades, de “homocentricidade”,
fazendo uma música que não agrada de maneira alguma o coração de Deus.
Bem, isso é só mais uma reflexão, tire você as conclusões que achar melhor, diante de si mesmo, dos homens e de Deus.
Bem, isso é só mais uma reflexão, tire você as conclusões que achar melhor, diante de si mesmo, dos homens e de Deus.
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