sábado, março 24, 2018

Palavras duras de Jesus

      "A outro disse: "Siga-me". Mas o homem respondeu: "Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai". Jesus lhe disse: "Deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos; você, porém, vá e proclame o Reino de Deus"."
Lucas 9.59-60

      ""Não pensem que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Pois vim para fazer que ‘o homem fique contra seu pai, a filha contra sua mãe, a nora contra sua sogra; os inimigos do homem serão os da sua própria família’."
Mateus 10.34-36

      "E ele declarou: "Mestre, a tudo isso tenho obedecido desde a minha adolescência". Jesus olhou para ele e o amou. "Falta-lhe uma coisa", disse ele. "Vá, venda tudo o que você possui e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me". Diante disso ele ficou abatido e afastou-se triste, porque tinha muitas riquezas."
Marcos 10.20-22

      Selecionei três textos onde ouvimos Jesus dando palavras duras aos seus interlocutores. Será que eu e você, como religiosos, aceitaríamos em paz essas três orientações, como viáveis para serem praticadas? E como líderes, como pastores ou como evangelistas, teríamos coragem, sensibilidade espiritual para dar essas palavras para alguém? Como faço aqui na maioria das vezes, darei algumas pinceladas no estudo bíblico.
      O primeiro texto fala de alguém em luto, entenda a seriedade da condição e a tristeza, comum aos que perdem os pais. Jesus foi frio na ordem? Não, foi sábio e profundo, identificou a prioridade da pessoa, que estava acima de obedecer a Deus, revelou a hipocrisia de alguém, como muitos de nós, que diz estar pronto para fazer o que Deus manda quando na verdade está mais interessado em honrar alianças humanas, familiares.
      O segundo texto é muito sério, já refleti sobre ele aqui no blog, chega a ser um texto perigoso de se pregar nos dias de hoje, visto a imaturidade da maioria dos cristãos e a vigilância da agenda nova era querendo achar no cristianismo intolerância e violência contra os não cristãos. Mas Jesus, disse que veio para trazer discórdia entre os homens, mesmo entre parentes. Novamente Jesus põe o dedo na ferida daqueles que querem usar o cristianismo para serem bons cidadãos, estarem bem com todos, comprometidos com homens e não com o evangelho. O evangelho genuíno pede comprometimento, posicionamento, diferença, mesmo que sem usar qualquer forma de violência. Quem não quer isso, será religioso, não cristão verdadeiro.
      Por último, o terceiro texto relata alguém que chegou chamando Jesus de bom, algo que Cristo não aceitou de imediato. Depois a pessoa confirmou que era um religioso judeu fiel a todos os mandamentos de sua religião. Dizer o que a uma pessoa de tal quilate "espiritual"? Muitos líderes atuais se sentiriam intimidados com tal religioso, acreditariam e não diriam mais nada, mesmo porque eu penso que o homem não estava mentindo. Contudo, mais uma vez Jesus vê a verdade, identifica onde estava o coração do tal religioso, não estava em Deus, bem o oposto disso, estava nas riquezas materiais. Na verdade o homem queria ser um bom religioso, contanto que continuasse com os privilégios que seus bens lhe deviam dar.
      "Jesus olhou para ele e o amou", uma das frases mais lindas da Bíblia. A alma do homem era transparente para o Cristo encarnado, que vivia na simplicidade de uma vida de constante oração. Com Jesus não tinha conversa fiada, não tinha status religioso, não havia convenções sociais ou o poder da grana. Jesus não temia o homem e nem tinha compromisso com os sistemas políticos, culturais ou religiosos. Mas tudo isso não lhe dava direito de falar, de olhar, de agir sem amor. Jesus confrontou os falsos e hipócritas, com amor, mas na mais pura, íntegra e legítima autoridade espiritual de Deus.

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