terça-feira, junho 26, 2018

O “deus” espinheiro

      “E a que caiu entre espinhos, esses são os que ouviram e, indo pordiante, são sufocados com os cuidados e riquezas e deleites da vida, e não dão fruto com perfeição” Lucas 8.14 
      “E outra caiu entre espinhos e, crescendo os espinhos, a sufocaram e não deu fruto” Marcos 4.7
      “E o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera” Mateus 13.22

      Esforçar-se, trabalhar, construir a vida, pode ser só um enfado sem fim. O que pra muitos é o jeito mais difícil e que lhes dá legitimidade para se sentirem úteis e ativos, pode ser simplesmente o jeito errado. Assim, tantos passam a vida, gastam seus tempos no tempo, e não chegam a lugar algum, só envelhecem, vazios e amargos. O jeito certo é o jeito de Deus, mas pra experimentarmos isso, temos que ter a humildade de confiar no Deus verdadeiro e no seu jeito de trabalhar. Infelizmente, alguns começam até que bem, caminhando com Jesus, contudo, novas escolhas são apresentadas nesse caminho, para que cresçamos e conheçamos mais ao Senhor. A pessoa, então, pensa, analiza, verifica o que consquistou até o momento, olha para o que os outros conquistaram, e escolhe errado, porque acha que o jeito de Deus não funcionou.
      Escolhe por meios ilegais, desonestos de se obter as coisas? Não necessariamente, não a princípio, mas faz escolhas que a deixarão mais longe do plano inicial que Deus tinha para sua vida. Esse caminho de desvio pode distanciar-se mais e mais de Deus, até que leve a pessoa a criar sua própria religião, seu próprio cristianismo, mentiras e ilusões que tentam ajuda-la a seguir fazendo as coisas do seu jeito, mesmo que acredite que ainda segue com Jesus. A palavra desta reflexão não é para o ímpio, nem para o amigo de Deus, mas para aquele que começou como amigo e depois foi seduzido pela honra e pelas riquezas do mundo, esta palavra é para aqueles que decidiram que seus jeitos de administrarem a vida são melhores que o jeito Deus.
      Na parábola do semeador (leia Lucas 8, Marcos 4 e Mateus 13 na íntegra para detalhes), Jesus nos ensina, com uma metáfora perfeita, sobre quatro comportamentos diferentes de pessoas que ouvem a sua palavra de salvação, segue um resumo sobre os três primeiros comportamentos, os errados. A semente que cai ao pé do caminho diz respeito ao que não ouve a palavra de pronto, escolhe pelo diabo desde o início, não dá a si mesmo a chance de refletir mais profundamente no que ouviu. A semente que cai entre pedras nos ensina sobre o que ouve e recebe a palavra com certa facilidade, mas de uma maneira superficial, não se dá ao trabalho de andar mais com Jesus e receber dele a cura, assim, na primeira prova se afasta com a mesma facilidade com que se aproximou. A semente que cai entre espinhos diz respeito à está reflexão, esse tipo de pessoa até caminha um pouco mais com Jesus, mas os espinhos, os assuntos mal resolvidos do passado, ilusões que não foram vencidas na vida com Deus, que podiam até parecer vencidas, mas estavam só adormecidas, reaparecem, e mais fortes, ganham o coração que se desvia.
      Se as relevâncias do passado sem Cristo não forem anuladas, se as dores pela falta daquilo que era importante antes de caminharmos com Jesus, e que agora como novos nascidos em Cristo, não é mais, não forem curadas, os espinhos continuarão lá, fortes e altos. Enquanto a planta é peqnena, os espinhos não incomodam, mas se quisermos crescer e amadurecer em Jesus, os espinhos nos impedirão pois eles crescem, mesmo que em silêncio, nesse ponto, para fugir da dor, podemos escolher outro jeito, que não seguir crescendo pela semente da palavra. Nesse desvio, escolheremos fazer as coisas do nosso jeito, tendo como referência, não a vontade de Deus, mas o espinheiro. Quem não anula os espinhos em Cristo, faz do espinheiro seu deus, e seguirá vivendo para ele, ao invés de destrui-lo pelo poder do nome de Jesus.
      No orgulho, na desobediência, muitos passam a vida repetindo pra si mesmos que são cristãos, podem até ir a igrejas e mesmo liderar ministérios, mas só fazem agradar ao espinheiro, pois acabam desistindo de supera-lo e o encorparam como uma parte doentia de suas existências. Pra esses a vida será um enfado, trabalho sem fim que nunca leva a lugar algum, longe de Deus, mesmo que se achem perto. No final serão a imagem daquilo que adoram, pois nos tornamos aquilo que mais adoramos, se a Deus, crentes, justos e misericordiosos, se aos espinhos, amargos, insensíveis, cruéis, incrédulos, escravos de vícios e doenças.
      Mas enquanto há vida, há oportunidade, se existir boa vontade, humildade e coragem, para abrir mão daquilo que o “deus” dos espinhos dá, as riquezas deste mundo, a honra dos homens, e voltar a seguir a Jesus para fazer a vontade de Deus. Debaixo do espinheiro há um desconforto eterno, mesmo que se tenha riquezas e honras mundanas, mas se permitirmos que a semente da palavra de Deus cresça, há liberdade, consolo, refrigério e paz. O jeito de Deus é o jeito do salmista, no Salmo 23.1-3: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas. Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome.”

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