sábado, agosto 25, 2018

Harmonizados com Deus

      Como músico, acostumei-me a trabalhar com harmonia, a harmonia é um protocolo para construções estéticas musicais, quando a seguimos, várias notas, tocadas por um instrumento ou por vários, se combinam numa textura onde elementos individuais contribuem de forma organizada para que o coletivo funcione de maneira íntegra e coesa. Quando há harmonia, o indivíduo é valorizado, mas sem prejudicar o coletivo, que fica ainda mais rico, na harmonia há beleza estética, há emoção que se reveza entre a tensão e a resolução dessa tensão.
      Obviamente estética também é relativa, o que pode agradar a uns, não agrada outros, o que toca emocionalmente uns, não toca outros, e em se tratando de estética musical modernista, a beleza é uma desorganização que para os mais tradicionais nem pode ser considerada estética. Nesse caso é uma beleza, porém com mais liberdade criativa, digamos assim, que não obedece as regras da diatonicidade convencional, trabalha com dodecafonia, assim como com fórmulas de compasso diferentes e não as múltiplas de quatro ou três tempos. 
      Termos técnicos a par, que você talvez precise de algumas consultas ao Google para entender, permita-me chegar ao ponto: o ser humano só pode de fato harmonizar-se com Deus, nele, por ele e com ele compomos uma linda e singular canção, mesmo que obedeça regras morais e espirituais claras e milenares. Há estética fora de Deus? Sim, há, na descrença de Deus ou na crença no diabo, o que são as mesmas coisas, o homem pode se sentir satisfeito por uma harmonia estranha, que dá a ilusão de estética, mas que nunca será a estética divina, o homem nunca terá paz nessa desarmonia. 
      Como toda metáfora humana, essa que estou fazendo também não é perfeita, só Jesus, em suas parábolas, pôde criar metáforas perfeitas, assim não confundamos características pessoais, identidade, com harmonia ruim. Cada um de nós é um ser exclusivo, que toca uma música única, e com certeza nem todos vão se agradar ou concordar com a sua música, mas tenha certeza, seja ela qual for, Deus respeita e quer harmoniza-la com ele.
      Em nome de Jesus, o diabo é expulso de uma relação mais próxima, perigosa e de controle sobre nós, depois disso, andando com Cristo e deixando o Espírito Santo ter liberdade em nossos corpos, almas e espíritos, aprendemos a querer, gostar e viver aquilo que é bom, que é da luz, que agrada a Deus e que abençoa as pessoas. Assim, nossa harmonia espiritual adquire estética do Senhor, mesmo que mantenha, e repito, Deus respeita isso porque é nisso que Deus vai nos usar, a nossa identidade especial como indivíduos.
      Nosso andar com Deus começa numa música simples, mas à medida que amadurecemos, Deus pode harmonizar uma sinfonia inteira com as nossas vidas, usando-nos no mundo de forma espetacular, mesmo que vivendo vidas simples e que buscam a glória de Deus, não a nossa. Como eu tenho andado, em harmonia com Deus, ou ainda toco notas fora do acorde, da escala, fazendo com que os outros se sintam desconfortáveis com minha dissonância? 
      O mundo nunca vai nos amar ou nos aceitar, pelo menos ele não verbalizará aprovação, sua estética diabólica nunca entrará em concordância conosco, mas acredite, harmonizados com Deus produzimos uma música espetacular que deixará o mundo ciente, mesmo que não admita, que ouviu a estética divina. Harmonizados com Deus, as coisas acontecem milagrosamente de forma natural, e se esses conceitos parecem antagônicos, não são, não para quem anda no Espírito. Os que são de fato espirituais experimentam milagres naturalmente.
      Nessa harmonia estamos sincronizados com o Senhor passo a passo, tudo o que nos acontece tem um sentido, e mesmo ladeados pelo vale da morte, seguimos firmes num caminho reto e seguro, mantidos com honra pelas provisões do altíssimo. Só para encerrar citando a metáfora musical, harmonizados com Deus saberemos quando usar uma sétima maior para encerrar com graça uma frase muisical e quando usar uma sétima menor para criar uma tensão que se resolverá num novo começo, de uma nova frase musical. Com Deus sabemos quando parar e quando continuar, sempre numa música harmoniosa de estética divina.

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