sábado, junho 29, 2019

Conheça a Deus, não o difame

      Considero está reflexão muito séria, muitos não a entenderão, se você for um novo convertido eu aconselho que busque a ajuda de seu pastor sobre o assunto, mas leia o texto. Talvez não o entenda ou concorde com ele hoje, mas um dia, depois de viver um pouco com Jesus e de avaliar com honestidade a vida e o cristianismo ensinado em muitas igrejas poderá entender, quiçá concordar. Que fique claro, eu, com 43 anos de caminhada no evangelho e com 60 de vida, amo ao Senhor, provo sua realidade todos os dias e algumas vezes de maneira fantástica, andar com ele é o que dá sentido a tudo, glória ao Altíssimo Deus para sempre. 
José Osório de Souza, 6/03/2019

      “O que adquire entendimento ama a sua alma; o que cultiva a inteligência achará o bem.” Provérbios 19.8

      A maioria dos cristãos, para não generalizar, acredita numa mentira, vive uma grande incoerência, dia após dia, aprende e ensina ilusões e não exerce qualquer crítica sobre isso, não avalia e não chega a conclusões porque não pensa, e não pensa porque não quer a realidade, mas repito, quer a ilusão. Dessa forma, essa maioria torna o cristianismo uma ideologia como qualquer outra, um vício religioso para colocar no lugar de outros vícios, mais danosos às suas saúdes físicas e emocionais. Essa ideologia acha, por exemplo, que pelo mundo estar nas mãos de Deus, quem sofre sofre porque merece. Veja que muitos crentes podem não assumir isso conscientemente, mas na prática, de seus costumes, é o que vivem.
      Enquanto isso crianças inocentes passam fome, gente é injustiçada sem que tenha feito qualquer coisa para merecer tal injustiça. Ainda assim, mesmo sem ter resposta às suas preces, muitos cristãos, depois de orarem muito só por si mesmos, como que com algum remorso, lembram-se de orar por aqueles que não têm quem os ajude e que nem sabem orar, e continuam dizendo que Deus tem tudo em suas mãos e que só não são abençoados os que não querem, os que não buscam a Deus. Mas que culpa têm tantos injustiçados de receberem injustiças, repito, principalmente crianças, nas Américas, na África, na Ásia, que nunca fizeram mal à ninguém? 
      Deus é mal? Deus é seletivo? São os cristãos que não oram direito ou o suficiente? Ou são os cristãos que têm uma visão errada sobre o que é Deus? E mais, ou é a maior parte dos cristãos que não entende, e se entende não age, que é só o homem quem pode ajudar o homem, admitindo ou não esse homem que exerce essa ajuda pela graça de Deus? Se o que pensam a maioria dos cristãos sobre Deus fosse verdade, bastaria a oração de um justo para que inocentes de todo o mundo não sofrecem mais, mas não é assim que acontece. Quando nós cristãos vamos abrir a mente e entender que muita coisa que ouvimos e falamos nas igrejas é pura teoria, pregações e orações apaixonadas que nos dão alguma espécie de prazer dentro dos templos, mas que não refletem a realidade, não mudam absolutamente nada?
      Então eu devo deixar de ser cristão? Devo abandonar a fé? Não, o que nós precisamos é conhecer melhor o Deus verdadeiro, um Deus que mesmo que as pessoas não o entendam direito, que não o busquem do jeito e pelos motivos mais íntegros, as abençoa, a todos os que desejam estar em sintonia com ele, que querem sincronizar-se com seu Santo Espírito, e isso só através de Cristo Jesus. A verdade é que o planeta, a humanidade, a natureza foram dados ao ser humano para serem administrados, estando esse ser humano ou não ligados a Deus pela verdade redentora do evangelho, Jesus salva o espírito humano individual, mas só a humano pode salvar a Terra. 
      Se você pensa diferentemente, me desculpe, mas é porque você na verdade não pensa, não com clareza, se o Deus verdadeiro fosse esse pregado na maioria dos púlpitos, inocente não sofreria no mundo, não ocorreria tantas injustiças com tantos que nunca fizeram nada para merecer tanto sofrimento. Talvez a culpa de tantos cristãos terem sobre esse assunto um entendimento incorreto, seja, novamente, o “veo-testamento-centrismo” na teologia das igrejas, que classifica o mundo entre nações que temem a Deus e recebem dele proteção, e nações que não o temem e são punidas por isso. Mas essa visão não se aplica mais ao mundo, não depois que Jesus fez sua obra de redenção. 
      Nós também não podemos simplesmente dizer que os que são da Igreja espiritual, os cristãos novos nascidos e convertidos, são abençoados, sejam eles das nações que forem, e todo o resto sofre na perdição. Jesus não disse isso, mas nos orientou a sair pelo mundo pregando o evangelho, nesse ponto podemos fazer outro questionamento, que Tiago em sua carta chama tanto a atenção: o que é evangelizar, é compartilhar a boa nova espiritual do evangelho ou fazer obras materiais de caridade, dando comida, roupa, casa, saúde, ensino e direitos, a quem não tem? Os cristãos se tornaram teóricos demais, falam e não vivem, cantam, mas não adoram, oram e não praticam paz e misericórdia, enquanto o mundo padece.
      O mínimo que devemos ter é coerência, ganhamos isso pondo em prática tudo o que falamos ou falando menos, tendo mais cuidado com aquilo que dizemos que devemos fazer, mas principalmente tendo muito mais cuidado com o que dizemos que Deus é e faz. Senão estaremos promovendo no mundo difamações contra Deus, sim, é isso o que muitos fazem. Isso só serve de desculpa para muitos se afastarem mais ainda do cristianismo. Muitos cristãos pensando sinceramente que estão proclamando as virtudes do altíssimo, insanamente só difamam ao Senhor, pois jogam sobre ele a responsabilidade de fazer coisas que ele nunca disse que faria, pelo menos não nos dias atuais, pelo menos não do jeito que dizem que ele faz. 
      O que Deus faz? Ele nos perdoa, ele nos salva, ele nos cura emocionalmente num processo longo e que dura uma vida. Enquanto isso devemos ajudar a todos, em primeiro lugar os que recebem o evangelho, depois os próximos que se deixam ser ajudados, e então, os mais enfraquecidos e injustiçados do mundo, mesmo que não tenham recebido o evangelho e mesmo que estejam distantes. Não percamos tempo com soberbos e mentirosos de barrigas cheias, nem com vagabundos irresponsáveis, contudo, tenhamos consciência de que o mundo é responsabilidade nossa, que não devemos usar igrejas e religião como fuga do mundo, e que o templo de Deus que deve abençoar as pessoas são as nossas vidas.

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