“Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. Na verdade, na verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo, e andavas por onde querias; mas, quando já fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá, e te levará para onde tu não queiras.” João 21.17-18
Uma vez na vida, Deus faz a seguinte pergunta para cristão, para o novo nascido em Cristo: “você quer me seguir?” A resposta de todo cristão é “sim, eu quero segui-lo, Senhor”. Então, Deus faz a segunda pergunta, logo em seguida, “como deseja me seguir?” Muitos respondem, mesmo que não em palavras, mas no coração, “com uma certa distância, eu não sou tão forte ou tão consagrado que consiguir segui-lo de perto”. Repito, muitos respondem assim mesmo inconscientemente, guardando isso no coração, e às vezes até dizendo para as pessoas diferente, que seguem a Jesus de perto. Esses são cristãos, são salvos, são gente de bem, mas sempre serão ovelhas, nunca pastores. Contudo, alguns respondem diferentemente, dizem de pronto, “quero segui-lo de perto Senhor”, sim esses dão a resposta de Pedro. A segunda pergunta Deus repete mais algumas vezes e quando vê que existe sinceridade na resposta começa então a trabalhar na vida do decidido.
A primeira coisa que precisamos entender, é que seguir ao Senhor de perto tem consequências diferentes para pessoas diferentes, Deus aceita a todos na intenção de proximidade, de mais que servo, de amigo, mas nessa aliança Deus respeita principalmente os limites de cada um. Então, chego ao ponto dessa reflexão: você se sente injustiçado, sem oportunidades, que seu trabalho é menos reconhecido que os dos outros? Pois bem, se você estiver com a vida certa, limpo, fiel, e tiver convicção de que quer seguir ao Senhor de perto, saiba que muita coisa não acontece a você porque se acontecesse você se perderia. O que precisamos entender é que seguir a Deus de perto é glorificar o nome dele, é fazer a vontade dele, é compartilhar a palavra dele, não é mais o nosso nome, a nossa vontade e a nossa palavra que devem prevalecer. Assim, nesse caso, muita coisa não nos acontece porque Deus não permiti e assim o faz para que ele, não nós, apareçamos no caminho que nós mesmos escolhemos, uma vida perto de Deus para servi-lo e honrá-lo, custe o que custar.
Por que estou compartilhando essa reflexão? Porque eu vivo essa experiência, e não tem sido fácil pra mim aceitar, no final das contas, uma decisão que tenho feito durante toda a vida, mesmo com meus limites e fraquezas. Deus não faz nada em nossas vidas sem nossas autorizações, ainda que ele nos conduza de uma maneira que entendamos que a melhor escolha de vida que podemos fazer é aquela em que faremos a sua vontade, pessoal e intransferível. Mas entendamos de uma vez por todas, servir a Deus é perder para ganhar, é morrer para viver, é calar para convencer, é se dar para ganhar na eternidade, não aqui. Ou é isso ou é fingir que é servo, fazer de conta que é líder, viver um personagem de espiritual, de pregador, simplesmente por gostar de ouvir o som da própria voz ao espelho ou, pior, atrás de um púlpito com um microfone na mão. Finalizando, a pergunta que eu faço a você e a mim é aquela, que Deus nos fez: queremos seguir o Senhor de perto ou não? Se sim, paguemos o preço e respeitemos nossos limites, assim Deus será mostrado em nossas vidas, não nossos egos.
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