segunda-feira, outubro 14, 2019

Pode até não doer, mas faz mal do mesmo jeito

      “E, estando ele ainda falando, rogou-lhe um fariseu que fosse jantar com ele; e, entrando, assentou-se à mesa. Mas o fariseu admirou-se, vendo que não se lavara antes de jantar. E o Senhor lhe disse: Agora vós, os fariseus, limpais o exterior do copo e do prato; mas o vosso interior está cheio de rapina e maldade. Loucos! Quem fez o exterior não fez também o interior?Lucas 11.37-40

      Dente com canal tratado não dói, mas pode cariar do mesmo jeito e ser perdido. O processo todo começa aos poucos, um dente é exposto à sujeira e não é cuidado, então a cárie se instala e na insistência do descuido a cárie se aprofunda até que atinge o nervo. O dente está lá, exteriormente, mas por dentro está comido pela sujeira, isso dói e muito. A dor extrema sempre nos leva a buscar solução, assim no caso da cárie procuramos um dentista que consegue resolver o problema, ele faz tratamento de canal, retira o nervo que dói e fecha o dente. 
      Contudo, se continuarmos descuidando do dente a sujeira volta e pode trazer cáries mais sérias, essas poderão destruir totalmente o dente. Essa segunda parte do processo, todavia, não dói, o dente não tem mais o nervo. Alguns pode até achar que isso é vantagem, mas não é, o dente será perdido de vez sem que dor seja sentida. Na verdade, depois do tratamento de canal o dente já está praticamente morto por dentro, só lhe resta uma aparência externa. O final é a perda total do dente, que ainda que seja substituído por um implante, é artificial, nunca mais a pessoa terá um dente verdadeiro. 
      Essa metáfora é tão boa que nem precisa de muita explicação, uma simbologia bem clara sobre uma convivência com o pecado sem busca de uma solução total e permanente. A metáfora do dente sem nervo é real na vida de muitos que de tanto errar acabam não sentindo mais culpa, culpa é o nervo moral que todo ser humano tem. Sua maior sensibilidade está diretamente ligada à nossa prontidão em não nos acomodarmos com o erro, mas em nos arrependermos, buscarmos perdão e fazermos uma aliança com Deus para não errarmos mais (e se errarmos buscarmos perdão de novo). 
      Muitos até buscam uma solução inicial quando dói muito, quando ainda têm o “nervo da culpa”, mas retirar o nervo não é solução, quem tem essa experiência já perdeu uma parte importante de sua alma, deveria, a partir disso, ter um racional muito mais cuidadoso para não pecar, visto que emocionalmente já está cauterizado. Infelizmente, a vida não é fácil, e muitos, por um motivo ou outro, acabam perdendo a sensibilidade à dor do pecado, assim se isso ocorre devemos nos guardar mais ainda, buscar mais a Deus, ouvir mais o Espírito Santo, que ainda que sempre nos fala. 
      O conselho é, se cuide, se limpe, higienize alma e espírito, e limpeza total só através do sangue de Jesus, quem não sente culpa ou está limpo, ou tão sujo que já fez morrer o “nervo da culpa”. Como tem pessoas vivendo de aparência, como os fariseus do texto inicial que só se importam com aparência exterior, com o dente lindo por fora, mas sem vida por dentro, ou pior, com dentes artificiais, implantados em sua natureza. Contudo, o mais maravilhoso é que em se tratando de espírito, através da conversão a Jesus, podemos ganhar “dentes novos e com nervos”, completos, vivos, lindos e limpos. 

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