quinta-feira, fevereiro 24, 2022

Amar santifica (25/90)

      “Se me amais, guardai os meus mandamentos.” 
João 14.15

      Temos a tendência de ver a palavra de Deus como uma lista de regras, acreditamos que são mandamentos de Deus, mas tentamos obedecer essas regras com a disposição errada. Por isso muitas vezes não conseguimos obedecer a Deus e pecamos, nos sentindo tão frustrados. Para entendermos nossa aliança com Deus analisemos nossas alianças com as pessoas, nas relações de amizade e de casamento. Quando convivemos com uma pessoa, conversamos com ela, nos confidenciamos com ela, temos cumplicidade com ela em várias áreas, dividimos gastos, moradia, dores e alegrias. Isso pode ser só amizade, mas se também temos vida física íntima e afetiva com uma pessoa, isso é parte de uma aliança chamada casamento. 
      Como assim, só uma parte? Sim, porque a outra parte de um casamento é a fidelidade, ter as experiências citadas com alguém, mas isso de forma exclusiva. Quem tem todas as proximidades e intimidades citadas é porque ama, ninguém consegue praticar um “casamento”, não por muito tempo, se não amar. Quem ama é fiel e não só para obedecer uma lei de forma fria, o amor naturalmente nos faz querer estar mais próximos de alguém, assim como não partilharmos certas coisas com outras pessoas. Amor de casamento estabelece uma aliança naturalmente monogâmica, ainda que amizades genuínas e mais próximas também compartilhem coisas exclusivas, que não são compartilhadas com outros amigos. 
      Conceitos têm surgido, casamento aberto, uniões poligâmicas, poli-amor, ainda que poligamia não seja novidade têm aparecido novas formas desse antigo costume. Mas mesmo que alguns vejam essas modernidades como casamento, não creio que representem o melhor de Deus, mesmo que muitos insistam que sejam expressões válidas de liberdade. São ligações mais baseadas em liberalidade para prática de sexo por prazer, que de fato casamento, buscam muito mais usufruto pessoal que famílias maduras, tanto que essas uniões não duram muito tempo. O ser humano, contudo, é altamente adaptável, e sua moralidade, elástica, sabe-se lá o que a humanidade futura nos reserva de ruim antes que Deus exerça algum juízo. 
      Sobre casamento tenho uma ótica tradicional, ainda que meu entendimento em Deus sobre sexualidade não seja o do cristianismo tradicional. Vejo como casamento adequado e prático aquele entre dois seres humanos, com fidelidade e fazendo todo o possível para que comece certo e dure até o final de suas vidas no mundo. Se viver com uma pessoa de forma plena e verdadeira já é difícil e caro no mundo atual, imagine com mais de uma? O ponto dessa reflexão, contudo, é: amar santifica! Quem ama vive junto, não trai e naturalmente é santo. Um bom casamento, equilibrado, com cumplicidade em todas as áreas, é um castelo forte e resistente contra muitas ciladas do mal. Busquemos isso em Deus, não abramos mãos disso! 
      O erro que podemos cometer é tentarmos ser fiéis sem amarmos de fato, se não há amor o coração está vago e disponível para amar, isso ocorre com amigos, com cônjuges e com Deus. Mas muitos podem dizer com relação a casamento, “mas eu amo, não traio, ajudo minha família nas despesas financeiras, faço lazer com ela, levo minha esposa e meus filhos à igreja”, mas será que isso é feito com amor ou por pura obrigação? Com Deus é semelhante, alguns podem dizer, “mas eu amo a Deus, não falto a cultos, dou meu dízimo, dou bom testemunho no serviço, leio a Bíblia”. A esses a mesma pergunta deve ser feita: você é um bom religioso por amor a Deus ou por medo do inferno e do diabo? No amor não há nenhum medo.  
      Nós seres humanos preferimos fazer um monte de coisas para não amarmos, sacrifícios para não sermos misericordiosos, exibirmos aparências externas ao invés de buscarmos uma vida íntima de devoção a Deus através do amor. Só o amor nos permite ser fortes para sermos fiéis e consequentemente sermos santos, santidade nada mais é que guardar alianças. Tenha uma experiência em amor e não haverá espaço em teu coração para quebrar alianças. Amar nos alimenta de dentro para fora, nos evolui. Quem você será na eternidade? Seu homem interior terá a extensão do amor que você aprendeu a viver e a reter, no céu ele te fará mais bonito e mais forte porque te fará brilhar mais e estar mais próximo da luz e do Altíssimo. 

Esta é a 25ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021

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