sexta-feira, fevereiro 18, 2022

Princípios eternos (19/90)

      “Mandaram-lhe, pois, suas irmãs dizer: Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas. E Jesus, ouvindo isto, disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela.” “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?
  João 11.3-4, 25-26

      A existência no mundo é uma internação hospitalar! Na Terra somos todos enfermos precisando de tratamento, se não fosse assim não estaríamos aqui. Negar isso é negar a encarnação, é negar a doença, é negar a cura, é negar a vida. Muitos estão neste mundo achando-se sadios, apoiados por ideologias que pregam que não existem doenças, não neles, mas nos outros, e que por isso têm condições de militarem por causas de todos. Essa doutrinação, talvez a principal estratégia do mal atual justamente por se disfarçar de bem, entrega poder ao indivíduo, principalmente a indivíduos desrespeitados por preconceitos históricos, coloca muitas vezes Deus fora da equação. Por isso, não pela falta de legitimidade das causas, muitos morrem, não se assumem doentes, não buscam cura, e se consideram médicos aptos para cuidar dos outros. 
      Vida eterna não tem nas virtudes a causa, vida e virtudes são efeitos de Deus! Virtudes, negando Deus, são morte, o homem só pode adquirir vida caminhando para Deus, para o alto onde as virtudes estão. Longe de Deus não existe vida, ainda que se tenha boas intenções, que se lute por justiça, que se respeite a razoabilidade e a ciência. Para conquistar o mundo e a eternidade nossa essência espiritual usa como ferramenta a inteligência humana, mas a inteligência não pode usar o espírito. Infelizmente, após séculos achando que Deus se encontra num cristianismo de homens, muitos se convenceram que fé e ciência são opositores, dessa forma hoje muitos pensam que espiritualidade é ignorância, que não há conciliação entre um homem racional e lúcido e um ser humano crédulo em Deus e com moralidade evangélica. 
      Nossa condição de morte neste mundo não é para a condenação, mas para a salvação! Todos nós podemos ser salvos, Jesus mostrou o caminho quando se encarnou e continua mostrando pelo Espírito Santo. O texto inicial dá ensinos reveladores que vão muito além da interpretação que a tradição cristã dá a ele, principalmente sobre a ressurreição. “Todo aquele que vive e crê em mim, nunca morrerá”, cremos nisso? De verdade? O que é a morte senão escolha de distanciamento de Deus? E nessa posição não existe necessariamente coisas ruins, muitos estão longe de Deus e desfrutam, não só de prosperidade material, fruto de seu trabalho honesto, como paz para lutarem por causas nobres. Mas esses têm paz interior? Não, porque não existe paz longe de Deus, por isso estão em trevas, ainda que se considerem iluminados. 
      O inferno aloja-se naturalmente em quem não adora a Deus! Inferno não é um lugar só para fascínoras, abusadores, viciados, gente má e perdida, entretanto, adorar a Deus é muito mais que cantar hinos, ser assíduo em missas e cultos, mesmo orar em nome do Cristo. Adorar é estar em íntima comunhão com Deus pelo Espírito Santo, não é uma condição estática de contemplação, ainda que isso possa ser o primeiro passo. A maioria dos cristãos, contudo, para aí, acha que o fim da espiritualidade seja justamente aquilo que é só o início, por isso acaba presa de dogmas, superstições e medos do desconhecido. Muitos provarão “infernos” após a morte do corpo, ainda que estivessem certos, em seus últimos momentos encarnados, sobre seus direitos ao “céu”, porque só tinham fria certeza intelectual, não convicção espiritual viva. 
      Disse Jesus, “sou a ressurreição e a vida, quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá”! “Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas”, eu, você, todos estamos enfermos, e todos somos sempre amados por Deus, “crês tu isto?” Muitos cristãos não creem, ainda que confiem em dogmas, já que isso não é necessariamente fé que salva, mesmo que tais dogmas tenham sido narrativas relevantes para homens do passado. Eis dois princípios eternos: livre arbítrio, que permite ao ser humano escolher sempre, e amor divino, que permite a Jesus salvar sempre. Quando ambos se cruzam a eternidade interior é alterada, esteja o homem onde estiver. Leve o dogma à presença de Deus e peça que ele te mostre a verdade, se fizer isso com fé e sem medo, entenderá um desconhecido sobre o qual até agora você só pôs um olhar supersticioso. 

Esta é a 19ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021

Nenhum comentário:

Postar um comentário