quarta-feira, fevereiro 23, 2022

Até onde fomos por amor? (24/90)

      “E tu, Cafarnaum, que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje. Eu vos digo, porém, que haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juízo, do que para ti. Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos.” 
Mateus 11.23-25

      Falarmos sobre amor, mais e mais, é de suma importância numa reflexão sobre eternidade. No mundo, o céu se constrói com amor e o inferno com ausência dele, na eternidade irão ao céu os que estiverem prontos para serem atraídos pelo amor de Deus, no inferno estarão os que dizem não a esse amor. O céu, o melhor de Deus, é o próprio amor do Altíssimo, cada espaço, cada construção, cada palácio que imaginamos ser o céu, cada jardim, cada árvore, cada flor, cada rio, é a luz mais alta emanada do amor de Deus, no qual não há culpa, dor, tristeza, mágoa, saudade que dói, mas um olhar firme e convicto para o alto, para o melhor que somos no amor de Deus. Inferno não é um lugar sem o amor de Deus, o amor de Deus atrai todos em todos os lugares, Deus não cria lugares para sofrimento, só o homem pode criar o inferno, dentro dele quando nega o amor de Deus pelo livre arbítrio.  
      Para entendermos o amor de Deus em primeiro lugar precisamos entender e assumir o nosso amor, o que temos por nós e pelos outros, para depois avaliarmos ambos e não confundirmos as coisas. Julgarmos a Deus por nós, tendo nós mesmos como referência, é um tipo de idolatria, a egolatria, que pode ser um engano, uma insanidade, mas também entrega de legalidade de atuação a espíritos malignos. Ocultismos e satanismos dizem que nós seres humanos somos deuses, que o ser que deve ser adorado somos nós, os homens. Enganam-se os que acham que certas linhas espiritualistas são só adoradores do diabo, não é bem isso. Alguns usam rituais e protocolos mágicos para estabelecerem contato com seres espirituais do mal e terem controle sobre esses, eles querem usar o diabo. O que ocorre então é o contrário? Quem usa quem? Comunhão espiritual pode estabelecer uma relação simbiótica. 
      Diz um ditado, “aquele que estuda o mal é estudado pelo mal”. Seja como for, muitos não respeitam e não conhecem um Deus maior e do bem pois seus deuses são eles mesmos. Isso, contudo, é equívoco que mesmo inconscientemente cristãos podem cometer, quando limitam as virtudes de Deus às suas próprias, por isso a importância de entendermos melhor o nosso amor e o amor do Altíssimo. Como funciona o nosso amor, amamos só quem nos ama? Declaramos amor só para termos direito à intimidade sexual? Achamos que sexo é amor? Amamos só aqueles que frequentam a mesma igreja que a gente, pois só consideramos esses como irmãos espirituais dignos de receberem nosso amor? Nosso amor termina quando alguém nos machuca? Amamos só a família, num afeto que beira à idolatria, enquanto não nos vemos na obrigação de amar desconhecidos, que Deus põe em nossos caminhos? 
      Se como indivíduos nós não entendemos o que é o amor de Deus, é como cristianismo coletivo que esse equívoco é potencializado, ainda que isso não seja assumido. Como percebemos isso? Quando chamamos de pecado condenado à perdição estilos de vida que vão contra a definição de moralidade do cristianismo tradicional, principalmente nas áreas da sexualidade e da família. Meus queridos, que vergonha muitos que se acham cristãos passarão na eternidade por causa disso. Quantas vezes já não ouvimos de púlpitos, e alguns famosos, que todo homoafetivo vai para o inferno, sem direito ao amor de Deus? Quantos são excluídos e desprezados para sempre pelos “irmãos” por quebrarem alianças de matrimônios? Sem chance de tratamento de amor que acompanha com paciência, conhece a doença moral e às vezes até psiquiátrica, para recuperar para o amor de Deus, não para abandonar num inferno? 
      Ah, o meu amor e o seu amor são fracos demais, convenientes demais, egoístas demais, e não estou dizendo que devemos simplesmente passar a mão na cabeça do errado, quem ama confronta com a verdade. Sim, o errado deve sentir profundamente a consequência do seu erro, mas sob disciplina de amor, não de vingança, não como se os que o punissem fossem braços e mãos privilegiados do todo-poderoso para fazerem justiça. De fato muitos serão surpreendidos na eternidade, e logo de cara, no primeiro momento que os olhos físicos se fecharem e os espirituais forem totalmente abertos. Será surpresa de alegria ou de dor? De paz ou de perturbação? De segurança ou de constrangimento? Muitos se sentirão profundamente envergonhados pelo falso cristianismo que viveram no mundo, anos em igrejas, assiduidade em cultos, mas sem prática do amor de Deus, isso meus queridos, é um inferno.  
      Todo tipo de promiscuidade é pecado, vício em sexo, como qualquer vício que controla o homem, é pecado, não importa se essa promiscuidade, se esse vício, faz uso de relações físicas íntimas com o mesmo sexo, com sexo oposto, com uma pessoa, com um grupo, com animais, ou com algum tipo de objeto, artifício ou fetiche, que tem como objetivo só saciar de forma desenfreada apetites carnais, sem respeitar aliança de fidelidade com um companheiro por amor e para toda a vida. Nessas palavras tentei definir o que é sexualidade como pecado, diferenciando de relação íntima que ocorre em casamento santo e em amor entre dois seres, sejam do sexo que forem. Sodoma e Gomorra foram condenadas por causa de promiscuidade e de vício sexual, não por causa de relação homoafetiva, essa é minha posição diante de Deus! Condenar homoafetivo, só por sê-lo, isso sim é pecado sujo.
      Até onde você foi por amor? Não me refiro a suportar casamento tóxico, a não ter amor próprio e por isso pagar preço desnecessário por um falso amor que Deus não pede de ninguém. Me refiro a amigos, a irmãos de igreja, a familiares, a seres humanos que estejam precisando urgentemente de uma atitude verdadeira de amor, pelos quais precisamos persistir, orar, aguardando pacientemente o momento certo para que a palavra certa seja dita de modo a erguer o que está caído. Você, que condena um homossexual, já foi com ele até as últimas consequências do amor? Acompanhou-o, às vezes, por anos, ouvindo-o, conhecendo-o, respeitando-o? Verificou se aquilo que podem ter ensinado a você sobre homossexualidade procede, se ela pode ser curada, ou se é só característica com a qual a pessoa tem que viver para sempre, e que não a impedirá de habitar o céu, muito menos de receber o amor de Deus? 

Esta é a 24ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021

Nenhum comentário:

Postar um comentário