terça-feira, março 15, 2022

Dano da segunda morte (44/90)

      “O que vencer não receberá o dano da segunda morte.
Apocalipse 2:11b

      Esse ensino é mais fácil de entender pela tradição cristã, apoiado pelos evangelhos e pelas epístolas (João 3.18 e Romanos 6.23). O texto não diz “não receberá a segunda morte”, mas “não receberá o dano da segunda morte”. A segunda morte vale para os que não creem em Cristo como salvador, ainda que estejam vivos neste mundo. Os que possuem capacidade intelectual e moral para escolherem pecar ou não, que não são inocentes, como crianças e portadores de certas deficiências mentais, e que não estão ligados a Deus pelo Espírito, provam a segunda morte, diz o cristianismo (Efésios 2.5). 
      No mundo, contudo, ninguém prova plenamente o dano da segunda morte, porque até que a primeira morte, a do corpo, ocorra, há oportunidade para se livrar da segunda morte e do seu mais terrível e duradouro dano. O que vence não sofre o dano da segunda morte, assim podemos entender que o dano é a condenação a uma danação duradoura, que só ocorrerá na eternidade, depois da primeira morte. Morte espiritual nos separa de Deus, nela não existe em nós o Espírito Santo, que nos dá vida eterna, nos permite conexão ativa com Deus e recebimento de consequentes direitos morais. 
      Mas será que não provamos o dano dessa segunda morte aqui? Nós cristãos, principalmente quando experimentamos conversão em Cristo muito cedo, nos acostumamos tanto a andar com Deus, mesmo a trancos e barrancos (principalmente no início, quando somos jovens e fazendo más escolhas), que acabamos nos esquecendo de como é andar longe do Senhor. Mesmo que pequemos, corremos para Deus, nos humilhamos e ficamos em paz. Mas como deve ser negar a Deus o tempo todo, tentar se convencer que Deus não existe e que cristianismo é coisa de gente doida ou ignorante? 
      Volto a dizer, para não cometermos o engano de achar que alguém não anda com Deus, só porque não é um cristão no padrão das igrejas evangélicas. Não erremos, a coisa não funciona assim, não no amor de Deus. Mas existem pessoas, sim, que ainda que sejam boas cidadãs, seres humanos que contribuem positivamente no planeta, fogem de Deus como o diabo foge da cruz. Para essas a vida é um inferno e ainda no mundo, antes de provarem a segunda morte. Podemos concluir que inferno é estar longe de Deus, da luz mais alta, do amor que a todos atrai, e quanto sofrimento há nele. 
      Muitos se acostumam a viver na segunda morte, constróem universos nela, se habituam às trevas. Nas trevas não se vê nada, mas pode-se imaginar muitas coisas, mecanismo usado por espíritos enganadores confortáveis com o ambiente sem luz, para enganar os que se sintonizam em suas baixas regiões espirituais. Essa disposição é perigosa, pode conduzir a transtornos psiquiátricos, que mesmo controlados com algum esforço, persistem dentro das pessoas, pessoas cansadas emocionalmente, por viverem vidas duplas, que tentam achar felicidade material ainda que mortas espiritualmente. 
      Podemos não saber se alguém ainda está na segunda morte, mas não é difícil ver se alguém sofre algum dano dela. As pessoas podem enganar por um tempo, parecerem controladas, mas um dia explodem, vindo à tona uma realidade de perturbação. Tenhamos cuidado, não deixemos que se instale o inferno em nós, sejamos humildes ainda que tenhamos dificuldades para crermos no Deus das religiões, ainda que tenhamos tido exemplos ruins do cristianismo dos homens. Nos aproximemos de Deus como estamos, Deus sempre responde ao que o busca e o livra da segunda morte e de seu dano. 

Esta é a 44ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021

Nenhum comentário:

Postar um comentário