quinta-feira, janeiro 18, 2024

Paz apesar de nós

      “Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa, retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu.Hebreus 10.22-23

      Já refleti sobre alguns aspectos deste tema, mas sinto que há mais a dizer. Nossa conversão ao evangelho não nos transforma instantaneamente, Deus não muda nossa essência num passe de mágica. O novo nascimento em Cristo, que o evangelho cita, ou a conversão, que protestantes valorizam ainda mais que católicos, e até que pentecostais, é um momento no tempo onde adquirimos uma nova consciência, principalmente porque pode ser o instante em que nos abrimos para o Espírito Santo. Assim, sentimos a seriedade de nossa condição de pecador longe de Deus, entendemos a exclusividade e a eficiência do perdão por Jesus, e com efeito experimentamos uma paz diferente de tudo que havíamos sentido até então.  
      Essa experiência não é definitiva, mas só a inauguração de um novo estado de consciência, que só pode ser mantido com trabalho, não só pela fé que inaugurou essa condição. A vivência com Deus é uma experiência espiritual gradativa, que sempre pedirá de nós fé, mas o que transforma moralmente nossa vida objetiva no mundo e entre os homens são perseverantes obras. O ponto que gostaria de enfatizar nesta reflexão tem a ver, não com ações, com sentimentos, é não entendendo isso que muitos desanimam e até desistem de serem amigos de Deus. Isso tem a ver com nossa missão principal neste mundo, com a prova mais difícil e mais importante que temos que vencer para termos direito a uma eternidade em paz.
      Ainda que nos arrependamos muitas vezes e depois consigamos viver por um bom tempo sem cometer os pecados mais graves do início de nossas jornadas, a sombra de todo o mal que fizemos, e mesmo de alguns males até piores que nunca fizemos, mas que sabemos que podemos fazer, essa sombra nos atormentará e até o fim de nossas vidas. Nos enganamos quando achamos que podemos nos livrar de certas dores, mas o desafio que Deus nos faz, é retermos paz, humildade e amor apesar disso. O próprio Deus não pode nos libertar dessa sombra, se o fizesse não conseguiríamos ser aprovados na prova que nos permite passar e que só acabará quando morrermos neste mundo, assim devemos perseverar até o final.

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