“Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?” João 11.40
Se analisarmos a história da humanidade veremos que a trajetória da concepção que o ser humano faz do diabo moveu-se do distante e genérico para o próximo e específico. Um mal que causava catástrofes sobre a Terra, tornou-se o deus estranho de uma nação inimiga, depois o diabo que trazia pestes e fomes para a sociedade, e finalmente um demônio pessoal que atua sobre o indivíduo. Seja como for, algo há para que o mal seja aliado a um ser espiritual, fé, essa está intrinsecamente ligada a duas coisas, imaginação e evocação. São conceitos espirituais que cristãos usam, ainda que não saibam, mas que ocultistas e esótericos manipulam mais objetivamente, ainda que de forma perigosa e nem sempre bem intencionada.
O que tem o diabo com isso? Não usamos fé só para nos ligarmos a Deus e pedir-lhe coisas, e quando fazemos isso imaginamos o que queremos receber, e que ainda não existe, e evocamos a existência disso com palavras pela oração. Mas mesmo inconscientemente geramos um mal e um diabo dentro de nós, que pode mais prejudicar que beneficiar. Também fazemos isso deixando a imaginação correr solta e verbalizando essa fantasia, assim o formato do diabo é ensinado e passado de geração para geração. Nada mais confortável que um mal legitimado por instituição religiosa para receber todo o medo e toda a responsabilidade pelo mal que há em nós. O diabo que há é o diabo que cremos. Em que diabo você crê?
“Questões sobre o diabo”,
reflexão em dez partes
José Osório de Souza, 19/06/2022
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