10/05/19

Vem pra graça você também

      “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça. Pois que? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum. Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça? Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.” Romanos 6.14-18

      Alguns cristãos têm muita dificuldade para entender que foram chamados para viver debaixo da graça de Deus, não da Lei. Debaixo da Lei é impossível de se viver, a Lei não existiu para salvar, mas para evidenciar ainda mais o pecado e a incompetência espiritual humana para salvar somente pela obediência a uma coleção de regras morais e religiosas. Ainda assim, muitos cristãos transformam o evangelho em leis, desprezando o poder do Espírito Santo, distanciando-se da misericórdia de Deus, não entendendo e não se privilegiando da graça do Senhor. Contudo, o que de fato significa a graça de Deus só podem entender e praticar cristãos realmente maduros e espirituais, do contrário ou serão crianças libertinas ou infantes hipócritas, andando como escravos de homens e não na liberdade de Deus. 
      Graça de Deus e a verdadeira liberdade são conceitos intrinsecamente relacionados, se existe um, existe o outro, um não é possível sem o outro, o contrário disso é lei e servidão, e servidão não a regras excelentes, mas à hipocrisia de quem não obedece e nega isso. A carta aos Romanos, provavelmente escrita por Paulo, é O tratado do novo testamento sobre a graça em Cristo substituindo a Lei mosaica, não só para Israel, mas para todos os homens. O texto inicial começa com a afirmação “porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça”, ele deixa claro que a Lei não liberta, antes, prende. Só debaixo da graça há liberdade, não porque não se peça, mas porque temos não somente perdão pleno de pecados mas também forças pelo Espírito Santo para não pecar.
      Respeito todas as verdentes religiosas cristãs, não tenho dúvidas que Deus enxerga filhos sinceros e deles cuida em muitos caminhos religiosos, mesmo em não cristãos, ninguém se engane com relação a isso. Contudo, quantos vivem debaixo de leis e não da graça, não só perdendo tempo com isso, exigindo deles mesmos o que Deus não exige, mas também, muitos deles, achando-se melhores que outros por obedecerem leis que os outros não obedecem. Isso acontecia no primeiro século com os judeus convertidos e acontece hoje em dia com aqueles que têm costumes de roupas e aparência física, corte de cabelo etc, que guardam sábados e outros ritos e dias, leis acrescentadas, migradas ou não da velha aliança judaica, que se não são erradas, são desnecessárias. 
      Viver na graça, contudo, não é ser liberal na área sexual, na bebida e na comida, usufruir prazeres físicos e terrenos em detrimento de busca de virtudes espirituais eternas, como foi dito, graça e liberdade só entendem e vivem os realmente maduros espiritualmente. Caminho para se experimentar a graça, uma maneira de se saber se estamos debaixo da graça ou de leis, é averiguar até que ponto nos importamos com a opinião de homens, e me refiro aqui a homens cristãos, principalmente líderes. Homens não podem usar a vedadeira graça para dominarem sobre outros homens, mas podem usar leis. Já o que obedece leis o faz para ser aprovado por homens, assim como faz porque é mais fácil, leis basta ler e tentar praticar, já a graça se conhece com intimidade com Deus, isso exige consagração e oração.
      Quem decide seguir a Deus e não a homens religiosos será liberto das leis e começará a entender a graça de Deus. Na graça há perdão sempre, há segundas oportunidades sempre, há respeito a individualidades, enquanto que sob a lei homens nivelam todos igualmente e criam manadas que não pensam e não têm vontade própria por serem mais fáceis de serem manipuladas. A graça não separa, mas une, não nos prende em templos e grupos, mas nos faz evangelistas no amor que vivem no mundo para ilumina-lo, mesmo que não façam parte dele. A graça busca mudança interior, e não uniformização exterior, a graça nos faz amigos de Deus, não escravos ou soldados, a graça nos revela um Jesus Deus que se fez homem para que homens pudessem viver em Deus e por Deus uma vida de real liberdade.

09/05/19

“Eu sabia mas não vivia”

      “Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem.” Mateus 24.27

      “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai. Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo.Marcos 13.32-33

      “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.” I Tessalonicenses 4.16-17

      Temo que muitos depois que o arrebatamento tiver ocorrido farão está triste constatação, “eu sabia, mas não vivia”, cristãos, frequentadores de igrejas ou desviados brigados com Deus, mas também muitos pastores e teólogos, estudiosos e entendidos da Bíblia. Quem de fato será arrebatado? Tenho certeza que os inocentes serão, crianças e deficientes intelectuais, por exemplo, mas quanto aos demais só sabe Deus o pai. O arrebatamento não é o fechamento do céu, digamos, assim, mas é um livramento inicial de uma situação terrível que todo o planeta Terra passará para os que realmente precisam ser livrados ou merecem ser livrados. Haverá salvação após o arrebatamento, mas o preço para isso será muito alto. 
      Sábio, contudo, é estarmos o melhor preparados sempre, não basta ser noiva e virgem, como diz a parábola das dez virgens em Mateus 25, é preciso também estar com a lâmpada cheia de azeite, eis a chave do grande mistério sobre quem será arrebatado. O que representa o azeite? Uns dizem que é unção, outros que é o batismo no Espírito Santo ou os dons espirituais, outros ainda podem dizer que é o verdadeiro conhecimento da verdade de Deus. Eu penso que é uma sincera e profunda intimidade com o Altíssimo, uma amizade com Deus, como a de Enoque ou Abraão. Os arrebatados não participarão das bodas do cordeiro? Quem convidamos para uma festa especial senão aqueles que são nossos amigos mais íntimos?
      Assim, mesmo que os dias estejam difíceis, ainda que os homens te desapontem, mesmo que as igrejas se percam em hipocrisias e heresias, e ainda que o mundo e os anjos caídos te ofereçam os mais deliciosos manjares, as melhores explicações, as maiores honras, busque Deus. No silêncio de seu quarto, na sala, enquanto a família dorme, clame ao Senhor. Arrependa-se, tome posse de perdão, perdoe e adore a Deus, com todo o teu coração e com todo o teu entendimento. Derrame-se diante do pai que cuida de ti, que te compreende, que nunca te abandonou, que sempre foi teu amigo, não desista da fé pura e simples do evangelho, achegue-se a Deus mais e mais, ele é fiel e te livrará de todo o mal. 

      “Porém tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem elegi descendência de Abraão, meu amigo; Tu a quem tomei desde os fins da terra, e te chamei dentre os seus mais excelentes, e te disse: Tu és o meu servo, a ti escolhi e nunca te rejeitei. Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça.Isaías 41.8-10

08/05/19

Mais sobre gostar e amar

      Outra palavra que sempre repito aqui, porque a repito sempre para mim mesmo, às vezes a solução não está em insistir em gostar de alguém , por mais que isso pareça espiritual. Às vezes a solução que cura é assumir de forma clara que não gostamos, Deus não exige de nós que gostemos de todos, amar, sim, mas isso é diferente de gostar. Assim não nos sintamos obrigados a gostar de alguns, principalmente familiares. Um não gostar honesto é muito melhor, principalmente para a nossa saúde emocional, que um falso amar. Amar é abençoar a pessoa espiritualmente, orar pela pessoa, desejar o bem para ela. Gostar é concordar com a pessoa, apreciar seu modo de vida, suas palavras, principalmente sentirmo-nos bem com o jeito como a pessoa nos trata. Contudo, é principalmente de familiares mais próximos, que nos sentimos obrigados a gostar, e isso é certo e normal, a Bíblia nos orienta a respeitar e honrar a família, principalmente pais. 
      Mas nem sempre, infelizmente, isso é possível, alguns familiares se fazem piores inimigos que estranhos que nenhum laço de sangue têm conosco, dessa forma assumir diante de Deus que não gostamos de certas pessoas é libertador, o Senhor nos permite isso, aprova isso. Deus nos conhece, sabe de nossos limites, tentar parecer espiritual dizendo certas coisas não leva a nada. Um não gosto sincero, todavia, é um um caminho reto e melhor para um amor genuíno, já que começamos com a verdade, não tem nada que o Senhor mais ame, que seja melhor terreno para cultivo e nascimento de virtudes, que a verdade. Muitos de nós sofremos por muito tempo, no desejo sincero de sermos espirituais e obedientes a Deus, tentando sentir o que não conseguimos, ser o que não somos, cristãos puros e fortes que podem amar a todos e não guardar mágoas de ninguém.
      Isso às vezes é só uma vaidade “espiritual”, por mais antagônico que isso pareça, não queremos admitir para nós mesmos que não somos cristãos suficientes para amar a todos, ou que alguém não é importante o suficiente para que não consigamos amá-lo. Nessa disposição adoecemos e não achamos paz, simplesmente porque tentamos fazer algo legítimo, mas do jeito errado, do nosso jeito, sozinhos. Só tem cura quem admite doença, só é internado no hospital quem se interna, só tem alta os que se sujeitaram ao tratamento adequado administrado por profissionais competentes. Depois que assumimos o que de fato sentimos e somos, achamos consolo em Deus, Deus só é autorizado a trabalhar em nossas vidas depois que permitimos. 
      O primeiro passo é dizer não gosto desta pessoa, mas depois disso, o cristão espiritual terá o coração aberto para que Deus o fortaleça para amar. Amor só nasce na paz, paz estabelece-se com a verdade. De alguns, todavia, mesmo que façamos tudo certo, nunca conseguiremos gostar, e isso acontece porque não depende de nós, isso acontece porque alguns não gostam de nós e muito menos nos amam, e não nos amam porque não se amam e nem a Deus, mesmo que não admitam, mesmo que sejam ou se digam ser cristãos. Desses convém nos distanciarmos, entregarmos suas vidas nas mãos de Deus e entendermos que são problemas que não nos pertencem e que nada podemos fazer para resolver. Deus entende isso, sabe quando um filho seu foi ao seu limite, por isso dá forças para que ele siga em paz, bem longe do que na verdade não ama e não quer ser amado.

07/05/19

Deus nos toma para si

      “E andou Enoque com Deus, depois que gerou a Matusalém, trezentos anos, e gerou filhos e filhas. E foram todos os dias de Enoque trezentos e sessenta e cinco anos. E andou Enoque com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus para si o tomou.” Gênesis 5.22.24
       “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.I Coríntios 2.14-16

      O que têm em comum essas duas passagens bíblicas? O que tem Enoque em comum com o salvo em Jesus Cristo, selado com o Espírito Santo? Enoque é um mistério, andou com Deus e sumiu pois Deus o tomou, o que exatamente significa isso? Os cristãos interpretam como alguém que foi arrebatado ainda encarnado, ainda em vida material, para o céu espiritual. Deus o tomou antes da morte porque ele, ao que parece, tinha alcançado neste mundo tudo o que podia em termos espirituais e assim ganhou direito, antes do tempo da maioria, de estar eternamente com o Senhor no céu. 
      Para os esotéricos, ocultistas, cabalistas, Enoque é um personagem singular, que alcançou uma evolução espiritual diferenciada entre os humanos, que pôde ter recebido conhecimentos sobre mistérios do universo, dos seres espirituais. O livro apócrifo atribuído a ele contém ensinamentos que não se encontram no cânone de 66 livros da Bíblia protestante, e entre outras coisas fala de anjos e arcanjos com informações que vão além das conhecidas pela maioria dos cristãos, se é verdade ou não, se é do Enoque bíblico do livro de Gênesis ou não, não se tem certeza. 
      Na primeira carta de Paulo à igreja de Corinto o apóstolo-teólogo diferencia o homem natural, não convertido, do homem espiritual, convertido e na plenitude do Espírito Santo. Paulo diz que o homen natural não pode compreender as coisas espirituais, assim entendemos que o não convertido, o não restaurando pelo sangue de Cristo e que portanto não possui a ótica do Espírito Santo, esse ser humano pode ler a palavra de Deus registrada na Bíblia, pode até gostar dela e respeitá-la, pode mesmo se esforçar e praticar muitos dos ensinos morais do evangelho, pode ser um religioso praticante e sincero de uma igreja cristã, mas na verdade não entende de fato a relevância das palavras de Jesus. 
      O homem natural, por mais que considere o cristianismo, sempre o achará só mais uma religião, não verá nele a exclusividade de entregar ao homem salvação e comunhão com Deus, o homem natural nem acha que precisa ser salvo, muito menos que haja necessidade de existir um salvador. Já o salvo e selado com o Espírito Santo tem a mente de Jesus, entende o mistério da redenção, e leva uma vida, luta por valores, faz escolhas que para o homem natural parecem loucura, visto que esse não pode entender o homem espiritual. O homem espiritual quer agradar a Deus, deseja estar sempre limpo diante do Senhor, por isso se arrepende e sofre com o pecado, o pecado já não é algo natural para ele, como é para o homem natural.
      O ponto em comum que o cristão verdadeiro tem com Enoque é que ainda que o cristão ande fisicamente no mundo, ainda que caminhe entre os homens em carne e osso, existe como se não existisse. O cristão não é deste mundo, não mais, mesmo que seja conhecido, não pode ser entendido, é um homem espiritual, e é assim que tem que ser. Ainda que como novos nascidos em Cristo tenhamos direito a vidas dignas, com o conforto material necessário para uma existência feliz, e que para isso possamos nos sair bem nas escolas, nas universidades, nas empresas, na vida secular, não devemos e não precisamos levar tão a sério este mundo, suas vaidades, suas ilusões, seus prazeres. 
      O Senhor nos arrebatou espiritualmente no momento em que nascemos de novo, e nossos corpos são templos de Deus, aguardando a eternidade onde estaremos para sempre junto do Senhor. Cada um de nós será um tijolo de matéria transformada que formará um imenso e infinito templo de Deus. Assim, nunca nos coloquemos debaixo do mesmo jugo que o homem natural, se pecarmos, somo perdoados por Deus e o homem natural que não entende isso não tem o direito de nos julgar ou culpar, se fomos perdoados por Deus, andemos seguros, com o desejo de não pecar mais, mas em paz. O homem natural vai nos entender? Não, e é assim que tem que ser se fomos, a exemplo de Enoque, tomados por Deus para com ele vivermos, como que invisíveis para o mal, a falsidade e as mentiras deste mundo.

06/05/19

Misericórdia quero!

      “Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes.Mateus 12.7

      Não sei quanto a você, mas eis acima um versículo que preciso ler sempre, como eu tenho a tendência de julgar mal as pessoas, de condená-las, de ser duro, de procurar culpados, tratar os outros da mesma maneira como eu me senti tratado. Veja que eu disse “me senti”, pois além de querer dar um retorno ruim, muitas vezes quero fazer isso tendo como justificativa eu achar ter sido tratado de maneira ruim, sem que isso seja de fato verdade. Muitas vezes me coloco como vítima sendo que na verdade o inocente é o outro, que está sendo injustiçado por mim. Fiz questão de colocar esse início de reflexão na primeira pessoa, assim se este texto não servir pra você, que bom, mas ao menos serviu para mim, eis algo que precisamos fazer mais, usar enxada ao invés de pá, trazer a exortação para nós e não a jogá-la nos outros.
      Sei que já disse isto aqui, mas preciso repetir, misericórdia muitas vezes nem abençoa objetivamente o outro, pois muitas vezes ele nem fica sabendo que está precisando de misericórdia ou que nós estamos dando isso a ele. Misericórdia abençoa em primeiro lugar e principalmente o misericordioso, uma unção gostosa de humildade, de generosidade, de bondade, desce ao coração do que vê o outro com misericórdia, trazendo cura, deixando paz, libertando de mágoa, de vingança, deixando a alma leve e limpa. Assim, sejamos misericordiosos, sejamos misericordiosos, sejamos mais misericordiosos, que eu seja mais misericordioso, dando o que quero receber, tomando a iniciativa da comunhão, do diálogo, sempre que for possível no Espírito Santo. 
      O texto inicial é de um evangelho, palavra de Jesus, mas é citado também em Oseias no antigo testamento, e ele deixa claro, principalmente para o povo de Israel que tem na lei e nos sacrifícios da velha aliança a base de sua religiosidade, que misericórdia é mais importante que sacrifício. Repito, quantos sacrifícios fazemos para simplesmente não exercer misericórdia, sacrifícios que não têm valor pra Deus, principalmente quando o que Deus deseja de nós não são sacrifícios, mas somente que tenhamos misericórdia de alguém, a mesma misericórdia que também queremos e necessitamos receber. Não nos esqueçamos disso, nos lembremos sempre, sejamos misericordiosos, vencendo o medo, o rancor, agindo com misericórdia.

05/05/19

Casar e seguir casado hoje

      “E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.Lucas 10.27

      Casar em Deus e depois manter o casamento em Deus é muitas vezes difícil, principalmente nos dias de hoje de tanta infantilidade de gente que não quer crescer e só pensa no próprio prazer, apoiada por uma mídia que empodera o indivíduo, desrespeita a família para manipular e caluniar a tradição judaica cristã. Muitos, mesmo dentro de igrejas evangélicas, casam errado e na maior parte das vezes porque se apressam, e infelizmente incentivados por pais e pastores que preferem casar imaturos que dar lugar para vida sexual fora do casamento. Depois acontecem os divórcios, situação que muitas igrejas também não administram de forma correta, piorando ainda mais uma situação que começou errada. 
      Mas os que conseguem amadurecer em Deus e casarem-se certo, têm então o desafio de manter esse casamento, uma manutenção duradoura só é possível à luz do evangelho. O Espírito Santo ensina ao homem e à mulher atuais que um casamento é a harmonia de duas partes inteiras, não é a união de duas metades, e, repito, no Espírito Santo, isso é possível, dois seres humanos inteiros chegarem a um entendimento pra viverem juntos, criarem filhos e serem felizes. Isso é viável sem que nenhuma parte seja reprimida ou domine sobre a outra, achando na autoridade maior do altíssimo humildade e respeito para que todos sirvam sem que ninguém seja senhor além do Senhor Deus.
      Sim, abre-se mão, mas não de identidade, de individualidade, mas de egoísmos, num casamento feliz o prazer é compartilhado junto, assim como sonhos e dificuldades. Num casamento em Deus o diálogo é sempre aberto, honesto, mas chegando sempre a um entendimento, através de perdão e decisão de transformação. Nesse aspecto que reafirmo que casamento não é a aliança de duas metades, mas de dois inteiros, e isso funciona com mudança de ambos, com deixar de ser o que se foi numa criação familiar anterior errada, numa vida de solteiro mimada, para melhorar e fazer feliz o outro. Nisso se acha no homem e na mulher diferenças maravilhosas, sem que um se considere com mais direitos que o outro. 
      Casamento é o lugar onde mais Deus trabalha em nossas vidas para nos amadurecer, nos ensinando a dividir obrigações, dentro e fora do lar, em partes iguais. Quem conquista um casamento feliz e estável será um profissional melhor, uma ovelha melhor, um amigo melhor, e mesmo um filho e irmão melhor, já que um bom presente melhora até nossos relacionamentos familiares do passado. Casar é bom e fazer um casamento continuar bom no tempo é melhor ainda, isso é real, é a vontade de Deus, e é objetivo de vida de homem e mulher de bem que têm caráter e que querem ser mais que crianças, que adolescentes, que jovens, que namorados, que filhos, mas esposo, esposa, pai e mãe, felizes e agradáveis ao Senhor. 
      No início deste texto poderíamos usar várias passagens bíblicas para ilustrar o tema, passagens que se referem diretamente a casamento, contudo, foi usado um texto sobre o amor, cujo princípio abraça grande parte dos mandamentos mosaicos. Por que isso? Porque o cristão moderno entende um pouco mais a vontade de Deus para o casamento, para o homem e para a mulher, assim essa passagem está mais de acordo com o plano do Senhor que muitas, contidas na Bíblia, mas que se referem a um contexto histórico e sociológico diferente, onde o ser humano, mesmo cristão, ainda via de forma equivocada muitos ensinamentos de Deus. Deus não muda, o homem sim, os realmente espirituais compreenderão isso. 
      Hoje podemos entender que homem não deve dominar sobre mulher, que mulher não é inferior ao homem, que a liderança do casamento é compartilhada, e que ambos têm obrigações financeiras e domésticas iguais, tanto dentro de casa como no mundo. Assim a orientação mais adequada para um casamento feliz não é tomar ao pé da letra textos como I Timóteo 2.11-12, “mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio”, mas os que ensinam sobre um amor igualmente recíproco entre seres humanos, seja entre homens, entre mulheres, entre homens e mulheres, dentro ou fora de casamento.

04/05/19

Objetivo diabólico maior

      “Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome. Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão. E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.Mateus 24.9-13

      Não nos enganemos, o principal objetivo do diabo não é ser mal, pior que Deus, mas melhor que Ele, mais sábio, mais liberal, mais tolerante, mais moderno, mais amoroso. Os mitos de várias religiões registram isso há milhares de anos, como por exemplo o mito grego de Prometeu, que já falamos aqui no blog. Seja em um Titã dando ao homem o fogo, ou em Lúcifer dando o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal à humanidade, o mistério que nos revelam essas metáforas é que o diabo pretende dar ao homem o que Deus não quer dar, a ciência, que permitiu o desenvolvimento do ser humano no planeta Terra. Bem, essa pela menos é a interpretação que o diabo faz desses eventos mitológicos, é a maneira como ele quer ser conhecido pelos que o buscam através da alta magia, do esoterismo mais elevado, é sua estratégia mais profunda.
       O ponto, contudo, nesta reflexão, é entender que no final dos tempos o diabo não se levantará contra Deus com perseguições violentas e explicitamente físicas, como fez nos primeiros séculos no império romano, no coliseu, nas chacinas terríveis de cristãos, não, não será assim. Se bem que o mesmo império que perseguiu, acabou abraçando e adaptando o cristianismo ao seu paganismo, no final, contudo, não será assim, aliás, essa estratégia já tem acontecido há algum tempo, iniciou-se no século XIX com o renascimento da magia e do ocultismo, o nascimento da pregação da “nova era”. Muitos cristãos, insensíveis a esse entendimento, têm interpretado o final dos tempos de forma equivocada, ensinados por pastores e pseudo teólogos que não buscam um entendimento no Espírito Santo, mas uma ótica conveniente às suas vaidades e desvios. Assim, enquanto se preparam para uma perseguição que não ocorrerá, estão totalmente despreparados para a realidade, que já bate nas posrtas das igrejas cristãs. 
      O diabo alegra-se com isso, isso facilita seu trabalho, na confusão criada pela mentira, a luz se apaga e as trevas ganham espaço. É tão verdade que a estratégia do diabo tem ficado mais sofisticada que aquilo que era escondido em ordens secretas e de conhecimento exclusivo de “iniciados”, hoje é compartilhado em livros acessíveis a qualquer um, e mais ainda, em PDFs gratuítos disponíveis para download na internet. Definitivamente o diabo não esconde mais sua religião maior, baseada no Hermetismo e nos esoterismos oriental, o Hinduísmo, e ocidental, a Cabala judaica, fundamentos de toda bruxaria. A igreja católica inquisidora não existe mais para queimar magos, cabalistas e ocultistas, e a igreja protestante não tem força política para fazer isso, mesmo que seja uma enorme estupidez. Perseguições violentas e extremas só fazem criar mártires, isso aconteceu com o cristianismo e também com membros de ordens secretas, vide “cavaleiros templários”, o diabo não usará está arma novamente.
      Contudo, enquanto os adoradores de arcanjos têm aprimorado seus conhecimentos, aprofundado suas experiências, muitos cristãos têm se tornado mais infantis, superficiais e até pagãos, à medida que adoram a forma, e não a força, a aparência, e não o interior, a matéria, e não o espírito, seja nos santos dos católicos ou nas ideologias materialistas e humanistas dos protestantes evangélicos. Ainda assim, crianças espirituais se acham ungidas e prontas para a volta de Jesus, só porque falam mais em línguas estranhas ou porque conhecem mais a fundo a Bíblia. A perseguição que se iniciará no arrebatamento, o primeiro evento do final, pegará a muitos de surpresa, muitos que esperavam um coisa e veio outra, uma perseguição que já estabeleceu suas bases nos poderes desse mundo e muitos ainda não entenderam. Tantos cristãos preocupados em não terem a “marca da besta” em seus corpos, quando já foram marcados ideologicamente em suas mentes, mesmo que se achem crentes corretos. 

      Quem de fato terá direito ao arrebatamento, a primeira leva, digamos assim, dos escolhidos por Deus para ser livrada do final terrível do planeta? Os verdadeiramente inocentes? Sim, com certeza, crianças, doentes mentais e muitos que mesmo doutrinariamente equivocados o são na ignorância, dentro de seus limites de entendimento espiritual, emocional e intelectual, e que ainda assim vivem com temor a Deus, e existem muitos nessa condição, talvez a maioria, os pequeninos de Deus, guardados pelo altíssimo com muito amor. Cuidem-se os que sabem mais, principalmente pregadores, desses será cobrado mais, coerência entre o que falam e o que vivem, mas mais ainda entre o que pregam para os outros viverem. Contudo, os verdadeiros profetas de Deus, não esses estereótipos do antigo testamento, que na maior parte das vezes são mais pessoas com transtornos psiquiátricos que profetas, eles existem nos tempos atuais, perseguidos por igrejas protestantes evangélicas oficiais, seguem solitários exortando os cristãos sobre a verdade. 
      O segredo por trás de o que será o fim, como será a perseguição e quem será perseguido, está em entender o texto “sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome”, o que é de fato não negar o nome de Jesus, o que é o nome de Jesus, para mim e para você, de verdade? Para muitos defender o nome de Jesus é ser assíduo em templos, para outros é ter cargos em igrejas, para uma grande parte é interpretar a Bíblia ao pé da letra e crer no que muitos pastores dizem ser a vontade de Deus. Para muitos é lutar contra o pecado, é não consumir bebidas alcoólicas, é condenar divórcio e homossexualidade, para outros é se vestir de maneira diferenciada, não compartilhar arte secular, é ter uma identidade cultural diferente da do “mundo”. Muitos dos que pensam e agem assim são os inocentes citados acima, são respeitados por Deus e colherão bons frutos de sua sinceridade realmente pura, não nos enganemos, Deus conhece o que eatá na profundidade do coração humano.
      Muitos até têm posições que achamos extremas, mas eles as têm para si mesmos, dentro de templos, e não incomodam quem pensa diferentemente, nessa humildade há sabedoria. A questão é não julgarmos, existem outros que têm a cabeça mais aberta, enxergam a espiritualidade de uma maneira mais ampla, veem pontos em comum do cristianismo com outras religiões. Mas também têm o coração mais aberto, entendem que Deus pode achar “filhos de Abraão” mesmo em quem não vive no centro da doutrina comum e principal das religiões cristãs. Muitos sabem que Deus salvará e até arrebatará pessoas que aparentemente estão totalmente fora do arquétipo de evangélico ou protestante atuais. Que ninguém, contudo, ninguém se considere melhor que ninguém, mais espiritual, no direito de gritar isso ou aquilo, antes, o que pensa conhecer a Deus que mostre na prática de vida obras realmente dignas de seres humanos arrependidos e perdoados por Jesus. 
      Tenhamos cuidado, nos tempos atuais o indivíduo tem prioridade, as pessoas não são consideradas só por fazerem partes de coletivos, de bandos, tendo poucas e definidas escolhas de vida para fazer e nas quais serem felizes, a diversidade é a nova lei, lei que o “diabo”, ou o que pensamos ser ele, sabe usar a seu favor. Assim, mesmo entre os salvos, o que é ser odiado pelo nome de Jesus para um pode ser diferente do que é para outro, para alguns algo fácil de suportar pode ser muito duro para outros. Eu sei o que o nome de Jesus é para mim, andando com ele por mais de quarenta anos, posso dizer que o sigo, naquilo que é principal, não por fé, mas por conhecimento, já experimentei a ação do Senhor de forma clara e incontestável vezes demais para depender só de uma fé básica. Mas sim, para continuar caminhando com Jesus, crescendo, enfrentando novos desafios, sigo por fé, uma fé que sei que não será desconsiderada por Deus, nisso aprendi a conhecer a estratégia do diabo além do óbvio e a me preparar para o final. 

03/05/19

Crer, fazer e adorar

       “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” 
João 3.16
      “Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.
Tiago 2.26
      “Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração
Efésios 5.19

     A religião verdadeira de Deus permite ao homem agir em três harmoniosas instâncias: fé, obras e adoração. Entra-se na comunhão com Deus pela fé no nome de Jesus como único intercessor entre Deus e os homens. Crer não é um pulo no escuro que nos faz cair num abismo, sim, a princípio pode até ser um pulo no escuro, mas não para nada, alcançamos um lugar espiritual de luz através da verdadeira fé. O que busca de todo o coração e com todo o pensamento acha pela fé a paz, a cura, uma vida eterna. Agir de uma forma nova, melhor, depois de uma experiência assim, é consequência natural, essa é a diferença do evangelho em relação a qualquer outra religião, ele nos transforma de dentro para fora e opera doces frutos de justiça e misericórdia em nós. Quem diz que crê mas não mostra obras, mente, mas quem pratica, mesmo as melhores obras, mas não o faz em Deus e para Deus, pode ser um bom cidadão, mas ainda não nasceu de novo pela genuína fé em Jesus Cristo. 
      Contudo, o terceiro ponto desta reflexão é o que mostra se alguém de fato tem uma vida de fé e obras no Deus verdadeiro, o homem perdoado adora a Deus, ele é levado pelo Espírito Santo a isso, sente necessidade disso, e tem um prazer único adorando a Deus. Um dia alguém me disse, creio em Jesus e pratico boas obras, mas não o adoro, a pessoa que me disse isso considerava um rebaixamento adorar a Deus. Essa pessoa não era convertida, mas infelizmente muitos cristãos, e muitos convertidos, que se limitam a uma experiência mais intelectual com Deus, se privam da bênção poderosamente libertadora que existe na adoração a Deus, uma experiência que nos cura emocional e fisicamente, além de nos colocar numa ligação íntima e plena com o Altíssimo através de seu Santo Espírito. Quem quiser receber dons espirituais, precisa em primeiro lugar se liberar emocionalmente diante de Deus em uma adoração completa, aliás, a manifestação de dons espirituais é antes de tudo uma libertação emocional, já que os dons estão espiritualmente implícitos em nós a partir do momento que nos convertemos e recebemos o selo do Espírito Santo. 
      Por que alguns demoram anos para, nas palavras dos pentecostais, serem “batizados” nos Espírito Santo? Porque não se soltam, não se mostram, não se entregam emocionalmente na presença de Deus. Por isso penso ser sábio a igreja liberar manifestação de dons espirituais, via de regra, em reuniões mais íntimas, onde estão presentes os membros e os que estão buscando a “plenitude”, para usar um termo da igreja tradicional, do Espírito Santo. Agindo assim não se corre o risco de escandalizar os que ainda não buscam ou não entendem essa preciosa experiência, como visitantes não convertidos que precisam ser evangelizados, antes de qualquer coisa. Mas depois de crer e praticar, adorar a Deus é o que nos aproxima definitivamente do Senhor e nos mostra como será nossa vida na eternidade, perto de Deus, em espírito, adorando para sempre seu nome. A verdadeira adoração nos aproxima da santidade do Senhor e esse confronto nos leva a querer uma vida mais consagrada, assim ninguém ache isso uma opção de vida, é a vocação natural de quem é filho de Deus.
      Gostaria de abrir parênteses, por ser uma experiência que se manifesta emocionalmente, mais que intelectualmente, como pode ser a fé, muitas vezes uma convicção poderosa, mas silenciosa e íntima, ninguém precisa se sentir à vontade para adorar com total liberdade em todo lugar e diante de qualquer um. Dessa forma não julguemos ninguém como menos espiritual ou menos adorador por ser mais contido nos gestos corporais e nas palavras, quando adorando coletivamente, eu mesmo me sinto mais à vontade em casa, sozinho, que no templo. Pessoalmente penso que o momento de adoração nos templos devem ser momentos de liberdade, democracia e respeito, levanta as mãos quem quer, bate palmas quem quer, dança quem quer. Outra coisa é que liberdade demais em público pode gerar alguma desordem e dificuldade para entender às vezes a voz de Deus por meio de um profeta, então, como em tudo que envolve expressão emocional, sejamos sábios, temos tanto direito à unção como temos autocontrole para para usá-la com equilíbrio, fecho parênteses. 

02/05/19

O sim, o não e o nada

      “Como as águas profundas é o conselho no coração do homem; mas o homem de inteligência o trará para fora.Provérbios 20.5

      As pessoas podem ser ferramentas de Deus em nossos vidas em três diferentes situações: em uma são usadas para que recebamos algo, um sim, em outra são usadas para sermos privados de algo, um não, e numa terceira situação não são usadas para nada, sim, para nada, e entenda, nada também é alguma coisa, que pode nos ensinar algo, não sobre o que recebemos ou deixamos de receber, mas sobre nós mesmos assim como sobre as pessoas. 
      Se alguém de alguma maneira é usado para nós abrir uma porta, sobre essa pessoa é fácil pensarmos o melhor, gostarmos, assim como receber e fazer a vontade do Senhor. Se alguém é usado para fechar uma porta para nós e se temos certeza que mesmo que não seja o que esperávamos é o que o Senhor tem, com certeza é mais difícil simpatizar-nos com a pessoa, mas fazer o quê, se é a vontade de Deus cremos que ela foi ferramenta do Senhor. 
      Contudo, temos uma terceira situação, e com essa é preciso cuidado para discernir e interagir, talvez seja necessário um pouco mais de oração e de consagração. Para algumas pessoas a princípio até olhamos achando que Deus nos responderá através delas, mas o posicionamento delas é para ser desconsiderado por nós, o sim ou o não delas não devem nos incomodar de nenhum jeito, elas não representam nada como ferramenta do Senhor, seja para abrir, seja para fechar portas. O maior perigo, todavia, é perdermos tempo sofrendo desnecessariamente em um lugar e com gente que podem até falar e acontecer, mas que não nos dizem respeito.
      Não que Deus não possa nos mandar estar nesses lugares e com essas pessoas, mas esse tempo é justamente para isso, aprendermos a manter a tranquilidade, a confiança em Deus, diante de certas coisas, não nos incomodarmos, mas apenas aguardarmos, parados e em silêncio, até que o sim ou o não de Deus seja manifestado de maneira clara. Sim, o nada também pode nos ensinar, nos ensina a continuarmos nos sentindo úteis, honrados por Deus, mesmo diante do vazio, do nada, não nosso, nós temos o Santo Espírito de vida dentre de nós, mas dos outros. 

01/05/19

Seres apaixonáveis

      “Porque nunca haverá mais lembrança do sábio do que do tolo; porquanto de tudo, nos dias futuros, total esquecimento haverá. E como morre o sábio, assim morre o tolo!” Eclesiastes 2.16

      O que move o ser humano? A paixão. Seja em que área for, física, intelectual ou espiritual. O prazer emocional que algo nos dá nos faz agir, mesmo que impulsivamente, mesmo desacatando a razão, mesmo sem aceitar que uma paixão só começa quando outra termina, outra que não durou muito, mas que tem que acabar para que outra se inicie. Paixão é essencialmente passageira tanto quanto o ser humano é viciado em criar novas paixões, para quê? Para manter-se vivo. A morte que todos os homens herdaram, após o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal ser provado, só pode ser ludibriada com paixão, paixão é uma gota de vida que pinga em nossos corações, de vez em quando, mas que nos faz acreditar que felicidade existe e que vale a pena continuar vivendo.
      Não pense os que se acham “espirituais”, seja lá o que isso signifique, que eles não são movidos por paixão, são sim, por quê? Porque o espírito, “ungido” ou não pelo Santo Espírito, não se manifesta no mundo material diretamente, ele precisa de um corpo físico, e esse só é movido pela energia de uma alma apaixonada. As revelações mais santas e profundas de Deus, a música mais tocante ou a pessoa mais interessante, despertam em nós um sentimento que reflete paixão em nossas almas. O que é unção? É paixão santa, digamos assim, e isso na melhor das circunstâncias, sob o ponto de vista espiritual. O olhar puro de um filho, a sabedoria sincera e benigna de um pai, a beleza estética da arte, o consolo de Deus, tudo isso nos desperta paixão.
      O que tem de errado com isso? Nada, se tivermos a clareza de entender a impotência humana de reter qualquer espécie de virtude, mesmo a mais alta e espiritual. Um casamento feliz e duradouro acontece quando se consegue manter paixão, quando ela pode ser renovada de tempos em tempos pela mesma pessoa, e creia, isso é possível, se nos casamos certo. Uma palavra tem poder num púlpito quando o pregador a diz com paixão, quem sente convence que vive, mesmo sem viver. Mas esse é o grande engodo da paixão, ela pode expressar teoria que nunca se transforma em prática, mesmo que o teórico, no ímpeto da paixão, acredite de todo o coração que vive o que diz ou que poderá um dia viver. Mas se o pregador se reapaixonar por Deus conseguirá praticar o que prega por mais tempo, o tempo da paixão.
      O melhor que se pode fazer, então, é se reapaixonar pelas mesmas coisas, aos que estão do lado de fora parecerá que somos fiéis a alianças e que não nos rendemos a vãs paixões, mesmo que só estejamos renovando paixão pelas mesmas coisas. Não nos iludamos, o que nos move não é nenhum poder sobrenatural espiritual, o homem é fraco demais, egoista demais, pecador demais, para ser canal direto de Deus, o máximo que ele consegue é ser espelho, e nem é um espelho perfeito, limpo, cristalino. O reflexo limitado do Espírito Santo na alma humana exagera algumas coisas, desvaloriza outras, mas, felizmente para todos nós, consegue compartilhar algo da pura essência da emanação do Altíssimo, suficiente para alimentar as almas humanas, sedentas de alguma paixão para seguirem vivendo. 

      “Porque toda a carne é como a erva, e toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor; mas a palavra do Senhor permanece para sempre.” I Pedro 1.24-25

30/04/19

Cumpra tua missão

      “Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.Atos 20.24

      Eu acredito que em Deus todos temos uma missão, pessoal e intransferível, cada missão é importante para cada um de nós, nem todas serão missões conhecidas ou reconhecidas por muitas pessoas, algumas serão absolutamente privadas, mesmo secretas, mas todas são importantes. Têm relevância para Deus porque em suas mãos mesmo a missão aparentemente mais insignificante pode contribuir para desencadear algo grande, no tempo e no sistema do mundo, tem relevância para nós porque só cumprindo essa missão, a nossa missão, não a de outra pessoa, acharemos realização nesta existência. 
      No processo de cumprirmos cada um de nós a missão que nos foi entregue, somos tentados a comparar nossa missão com a dos outros, assim, entender a importância de nossa missão para Deus e para nós é um segredo de felicidade. Quem aceita isso com humildade tem uma vida mais fácil, ainda que comprometido em cumprir bem sua missão, que não aceita verá projeto pessoal atrás de projeto pessoal cair por terra, frustrado, por um motivo ou por outro. Missão não se compara, não se reclama, mas se entende, profundamente, e sem cumpre, até o fim, com todo o nosso possível de melhor.
      É preciso que entendamos certo o que é a missão de um cristão, usando o princípio e não uma interpretação ao pé da letra de textos que falam, por exemplo no usado no início desta reflexão, da vida diária de um missionário e teólogo em tempo integral do primeiro século, Paulo, e não de seres humanos comuns como eu você no século XXI. Nem todos somos chamados para pastores e missionários em tempo integral, e ao meu ver, correndo o risco de não ser entendido por muitos, penso que ninguém é, já compartilhei aqui no blog mais de uma vez minha visão sobre pastor ser totalmente depende de recursos financeiros de igrejas e ministérios. 
      Dessa forma, a missão de Deus para nós não é, necessariamente, pregar a palavra o dia todo, a maioria de nós paga sua sobrevivência com trabalho secular, assim usa a maior parte de seu tempo trabalhando, estudando. Qual é então nossa missão neste mundo enquanto usamos a maior parte de nossa existência para sustentar necessidades materiais? Nossa missão é, de um jeito ou de outro, testemunhar sobre Deus e sobre sua ação em nossas vidas. Não existe um jeito mais pratico e real de mostrar aos homens a vida que Deus tem para eles que vivendo uma vida comum com Deus, nesse aspecto os sacerdotes católicos perdem muito no testemunho, sendo privados de casamento e família.
      Já vi muito cristão talentoso e útil nos trabalhos dentro de templos perderem boas oportunidades profissionais seculares, que os fariam seres humanos melhores, que dariam melhores condições de vida a eles e às suas famílias, porque acharam que se seguissem tais oportunidades teriam menos tempo para servirem a Deus nas igrejas. Que engano, quem fica feliz com isso são os maus líderes que usam mão de obra não remunerada de muitos bons crentes para manter ministérios dos quais só eles, os líderes, terão retorno financeiro. Cumprir a missão é seguir a Jesus, não a igrejas e pastores, para isso precisamos ter coragem para obedecer a Deus.
      O ponto desta reflexão, todavia, é: cumpra tua missão e não ligue pro resto. Não fique incomodado se alguém, seja na empresa ou na igreja, parece receber mais oportunidade e honra que você, não tente ganhar holofotes no grito, não se apresse em fazer, em mostrar, mas busque a Deus, entenda o que tem que fazer e faça, para Deus e em Deus. Só na obediência há paz, e essa paz é a única coisa que nos amadurece, amadurecer em Deus é colocar os pés sobre uma rocha e sentir que nada mais nos incomoda, que não precisamos provar mais nada a ninguém e que temos uma confiança inabalável em Deus, que nos chama e nos guarda. 

29/04/19

Ouçamos a verdade de Deus

      “Escutarei o que Deus, o Senhor, falar; porque falará de paz ao seu povo, e aos santos, para que não voltem à loucura. Certamente que a salvação está perto daqueles que o temem, para que a glória habite na nossa terra. A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram. A verdade brotará da terra, e a justiça olhará desde os céus.” Salmos 85.8-11


      O engano procura os que querem ser enganados, pra eles faz a cama, com eles se deita e deles vampiriza a vida ainda que se achem em núpcias. A verdade se esconde dos falsos, mas é vista com clareza pelos simples, ainda que seja difícil de ser materializada, compreentendida e mantida, mesmo que seja dura e amarga em curto prazo. 

      Nossa verdade espiritual é Jesus, caminho direto, sem ziguezaguear em anjos e arcanjos, ao santos dos santos onde o altíssimo se manifesta de maneira mais plena. 

      Nossa verdade humana é nosso caráter e as virtudes que nele residem, aquilo de bom que insiste e persiste mesmo que o homem mau nos tente em desistir. 

      Nossa verdade social é a fidelidade que mantemos nas alianças que fazemos por escolha de amor, com esposa, com filhos, com patrões, com a civilidade. 

      Nossas verdades continuarão conosco, mesmo depois que o corpo cessar de funcionar, elas resistirão ao fogo da justiça de Deus e revelarão para os poderes e potestades deste mundo e do outro mundo o que somos de fato. Enganados e manipulados por homens e demônios? Não! Verdadeiros filhos do Deus altíssimo onde reside toda a verdade. 

28/04/19

Antes que se rompa o cordão de prata

      “Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento” “Antes que se rompa o cordão de prata, e se quebre o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se quebre a roda junto ao poço, e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.” Eclesiastes 12.1, 6-7

      Sei que os mais jovens não vão entender isso e não podem entender porque não podem sentir, e é assim que tem que ser. Pessoas saudáveis não pensam na morte, não acham e nem querem morrer, ao contrário, fazem de tudo para permanecerem vivas. A ilusão da paixão, seja ela usada para criar e manter seja lá o que for, faz com que nos sintamos eternos, e mesmo que doa viver, doa amar, doa conviver com outros seres humanos, o prazer de tantas coisas, prazer passageiro, sempre nos leva a querer viver um novo dia, sempre nos dá a certeza que as coisas serão melhores depois que a noite passar e o sol nascer.
      Mas você que é jovem, pergunte a alguém mais velho sobre a vida, se ele for alguém saudável, equilibrado, que pôde viver cada fase da existência com sabor, que sabe agora que envelhecer é preciso, e envelhecer bem é bênção, que não se pode, nem se deve querer ser jovem para sempre, se perguntar a um velho feliz ele responderá: a vida passa muito rapidamente, parece tão curta. O conselho que se dá, considerando isso, é o conhecido, se é curta, aproveite-a, mas a questão é justamente essa, aproveite-a do jeito certo. 
      Uma vida equilibrada se vive com os pés neste mundo, mas com a cabeça no outro, respeitando os limites e a realidade inexorável da carne, mas sabendo que o espírito viverá eternamente com os efeitos do que o corpo causou. É importante que os tempos de nossa existência sejam resolvidos, principalmente os tempos da infância e da adolescência, quando somos passivos inocentes. Quem não se resolve como criança estará fadado a querer ser criança para sempre, mas também quem não se resolve como jovem desejará sê-lo, mesmo na velhice do corpo.
      Nos dias atuais a saúde tem sido mais valorizada, vários recursos estão disponíveis para que o corpo envelheça melhor, contudo, viver mais não é necessariamente envelhecer melhor. Que estejamos com boa saúde, mas sem trocar fases emocionais, deixando de usufruir o que a maturidade e a velhice tem de bom para tentar repetir os prazeres da juventude. O ser humano maduro evoluirá em seus gostos, em seus objetivos, mesmo em seus prazeres, ainda que mantenha seu corpo, através de bons hábitos alimentares e exercício físico, jovem por mais tempo, e fará tudo isso a tempo, “antes que se rompa o cordão de prata”.
      O que mais nos amadurece do jeito certo é ser família, deixar de ser filho e ser pai, deixar de ser namorado e ser esposo, deixar de ser singular e ser plural. Isso leva a troca de busca de prazeres egoistas, por uso produtivo do tempo fofando em harmonia e dignidade dos outros, de filhos e cônjuges. Quem busca os melhores valores envelhecerá bem, mas desconfie de quem busca manter juventude, mas continua vivendo só para si mesmo, isso é negar a essência da vida física. A essência da vida física é a morte, começamos a morrer no momento em que nascemos, contudo, nos tornamos eternos quando morremos. 
      Amadurecer é parar de sofrer por si e sofrer pelos outros, não por imposição, não por masoquismo, mas por escolha de amor. Essa boa dor, digamos assim, é o que envelhece bem, quem foge dela ou a nega não cresce, quem não cresce não está preparado para a morte. Seja como for, num determinado momento de nossas existências, a cabeça para e entendemos, a vida é rápida, passou muito depressa, ainda ontem eu fazia isso, pensava aquilo, andava com aquela gente, e hoje estou mais perto do fim que do início, será que fiz o possível para valer a pena? 

27/04/19

Deus usa até a víbora pra revelar a verdade

      “E, havendo escapado, então souberam que a ilha se chamava Malta. E os bárbaros usaram conosco de não pouca humanidade; porque, acendendo uma grande fogueira, nos recolheram a todos por causa da chuva que caía, e por causa do frio. E, havendo Paulo ajuntado uma quantidade de vides, e pondo-as no fogo, uma víbora, fugindo do calor, lhe acometeu a mão. E os bárbaros, vendo-lhe a víbora pendurada na mão, diziam uns aos outros: Certamente este homem é homicida, visto como, escapando do mar, a justiça não o deixa viver. Mas, sacudindo ele a víbora no fogo, não sofreu nenhum mal. E eles esperavam que viesse a inchar ou a cair morto de repente; mas tendo esperado já muito, e vendo que nenhum incômodo lhe sobrevinha, mudando de parecer, diziam que era um deus.Atos 28.1-6

      O texto inicial descreve uma passagem que ocorreu depois que o navio que levava Paulo, açoitado por uma tempestade, tinha sido destroçado levando os tripulantes a se lançarem ao mar para salvar suas vidas. Assim, Paulo chegou a uma ilha, onde desconhecidos o ajudaram, acendendo uma fogueira para que ele e outros sobreviventes do acidente se aquentassem. Contudo, aquilo que parecia o final de uma história ruim, que parecia uma solução, a qual Paulo recebeu de bom coração e até ajudava a manter acesa, a fogueira, dela justamente saiu algo que escondido que pegou o apóstolo de surpresa. 
      Sim, uma “víbora”, que pode ser metáfora para muitas coisas, pode estar escondida mesmo dentro de algo que a princípio nos parece bênção, descanso que tanto precisamos depois de uma grande provação. Como se diz, o final só chega realmente no fim, não devemos nos apressar, relaxar a vigilância, desistir antes do tempo, mesmo que estejamos precisando legitimamente de um fim tranquilo. Na fogueira ainda havia uma cobra, mas mesmo ela não atingiu o servo de Deus, quando o fiel não tem mais forças para fazer o possível, Deus faz o impossível, e Deus fez, um milagre, o veneno da víbora não atingiu Paulo.
      O mais importante é que o propósito de Deus foi alcançado com isso, os bárbaros, que a princípio ajudaram Paulo por cortesia, por gentileza, por educação, digamos assim, mesmo que no fundo ainda o julgassem alguém que devia estar com algum débito cármico, visto que disseram quando viram a cobra presa a sua mão, “certamente este homem é homicida, visto como, escapando do mar, a justiça não o deixa viver”, esses bárbaros diante do milagre provado por Paulo, enfim reconheceram de que calibre de homem espiritual Paulo era. A propósito, as pessoas podem esconder muito bem suas verdadeiras opiniões.
      Os bárbaros viram um estranho vindo de um acidente no mar, um fugitivo, fragilizado e abandonado, se transformar, nas palavras deles, em um “deus”, essa era a interpretação de pessoas que não conheciam o Deus verdadeiro, mas foi o necessário para que Paulo fosse honrado. Talvez reste a você mais uma provação, depois do acidente do navio no mar, uma última, que até poderá pega-ló de surpresa, mas que será usada por Deus para mostrar às pessoas o tipo de homem ou de mulher que você é, não um estranho machucado, mas alguém que Deus ama, usa e protege de uma maneira muito especial.
      Assim, não se apresse tentando convencer “bárbaros” que você é um servo de Deus, siga humilde e grato pela atenção que estão te dando, mesmo que saiba que em seus corações pensem diferentemente. Na hora certa Deus mostrará a todos quem é você. A cobra, que parecia ter sido uma surpresa ruim, uma arma do diabo, algo que Paulo não merecia, depois de tudo o que passou, teve dupla intenção nas mãos de Deus, mostrou que os bárbaros não eram tão bons assim e que Paulo era muito melhor que o que o bárbaros achavam que era. Nas mãos de Deus, até uma víbora é ferramenta de bênção e de verdade. 

26/04/19

O bom, o mau e o mal

      “E, estando ele em Jerusalém pela páscoa, durante a festa, muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu nome. Mas o mesmo Jesus não confiava neles, porque a todos conhecia; E não necessitava de que alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem.” João 2.23-25

      Quem não se incomoda com o mal ou é muito bom ou é mau!

      Quem se incomoda não é nenhuma dessas coisas, ainda que não se venda para fazer alianças com os maus, não é bom o suficiente para se por acima do mal, não em todo o tempo. Existe, dessa forma, uma diferença, algumas pessoas são más, outras são o próprio mal. O diabo não é um ser mau, ele é o mal, a própria maldade, a essência, a iniciativa primordial que cria o mal e influencia o universo. Alguns homens são semelhantes (ou querem ser), não são apenas maus, mas influenciam os outros com a maldade, manipulam os outros, mesmo através de coisas aparentemente boas. Esses são os que querem mais que dinheiro, eles querem poder, e poder vicia, quem o tem nunca está satisfeito e sempre quer mais. 
      Essa tentação tem os artistas, os políticos e mesmo os líderes religiosos. Artistas porque fazem arte para apresentá-la a outros, se esses os aplaudem, a missão artística foi bem sucedida, e nisso nada de errado existe, contudo, alguns podem ficar viciados em aplausos, e podem querer receber isso mesmo sem merecimento, só pelo simples fato de serem artistas. É nesse momento que artistas vendem a alma e tentam comprar as almas dos outros para serem adorados, quem quer adoração não quer bens, quer poder, o poder de ser um deus. Querer ser deus sem sê-lo é algo diabólico, é pura maldade mesmo que faça, repito, coisas boas para ter esse poder. 
      Políticos são parecidos com os artistas, precisam de aprovação popular para fazerem seus trabalhos, a princípio para serem eleitos, esse retorno deveria ser algo natural, quando políticos trabalham de forma correta, servindo o povo que o elegeu, usando de forma adequada recursos recebidos dos eleitores pelo estado. Contudo, muitos, para que possam roubar dinheiro que não é deles, enganam os eleitores, e mesmo depois de terem roubado bastante, continuando enganando para serem reeleitos. Isso é mais que ganância, é obsessão por poder, é querer um lugar de deus, é o mal, e como nosso país tem sido afligido por essa maldade.
      O mais terrível, contudo, é pastores caírem na tentação e tentarem ser o próprio mal, e repito, não necessariamente fazendo coisas más, não todas. Muitos pregando bênção, milagre, vitória, cura, o fazem para manterem poder sobre as pessoas, para terem templos cheios, para arrecadarem mais dinheiro, mas também, numa queda moral e espiritual finais, para serem adorados. Fazem isso por vaidade, para serem maiores que outros pastores, por insegurança emocional e por desvio do verdadeiro propósito de Deus para suas vidas, mas fazendo isso se tornam mais que homens maus, se tornam mini diabos, o próprio mal.
      Mas todos nós, em alguma instância, podemos cair na tentação de querer ser o mal, chamado de “complexo de lúcifer”, basta que achemos um prazer maior na admiração das pessoas, que achemos que fama, como fim em si mesma, é mais importante que ser e fazer o bem, que aparência é mais importante que essência e que quantidade é melhor que qualidade. Assim, quem não se incomoda com o mal ou é muito bom ou é mal, porque o mal usa de qualquer coisa, sem escrúpulos, para alcançar seu objetivo, ele é frio e carrega o mal em seu coração. 
      Bom, contudo, a ponto de estar acima de todo o mal, só Jesus, a quem seguimos e persistimos em conhecer mais e mais. O texto inicial revela uma situação que Jesus viveu bastante e que era uma tentação para que o adorassem antes do tempo, sim, porque Jesus podia exigir tratamento de Deus, ser adorado como tal, porque mesmo encarnado ele era Deus. Mas ele sabia que não era o momento, que mesmo muitos daqueles que o buscavam por milagres e o admiravam por isso, o crucificariam no final. Jesus não caiu na tentação de ser o mal, pois mesmo pra ele, ser adorado antes do tempo seria um erro, não sucumbiu à vaidade, nem precisava de qualquer espécie de auto-afirmação.
      Mas Jesus também conhecia o coração humano, quem busca ser o mal, quem se fia na adoração humana, cairá numa armadilha, se o homem é infiel em adorar a Deus, que é sempre fiel, é muito mais infiel em adorar homens, que nunca poderão suprir de fato suas necessidades como falsos deuses que podem ser. O adorador de falsos deuses é volúvel e facilmente é seduzido por um novo engano, por um outro falso deus, deixando o primeiro só e frustrado. O diabo sabe disso, por isso está sempre inventando novos deuses, novas modas, novos engodos para aprisionar os tolos que trocam a glória do Deus altíssimo pelo brilho falso e menor dos falsos deuses. Honremos os bons, evitemos os maus, fujamos do mal, mas adoremos só a Deus, o próprio bem. 

25/04/19

Sejamos sábios nos testemunhos

      “Tu, ó Deus, bem conheces a minha estultice; e os meus pecados não te são encobertos. Não sejam envergonhados por minha causa aqueles que esperam em ti, ó Senhor, Deus dos Exércitos; não sejam confundidos por minha causa aqueles que te buscam, ó Deus de Israel.Salmos 69.5-6

      Na versão bíblica que pesquisei, aparecem seis passagens com o termo “envergonhados” no livro de Salmos, dessas, cinco são pedidos a Deus do salmista para que o Senhor envergonhe seus inimigos, somente a passagem acima mostra uma preocupação diferente. Mesmo que legitimamente Davi, sendo ele o escritor, tinha motivos para se sentir vítima, ele não se põe como vítima que precisava de vingança de Deus, mas ele pensa nos outros. 
      O salmista começa admitindo sua condição de pecador, a própria estultícia, estulto é aquele que é insensato, néscio, estúpido não no sentido de grosso no trato, mas de limitado intelectual e emocionalmente. Enfim, Davi sabia que Deus o conhecia, ele não se escondia do Senhor nem tentava se defender, ele joga uma suposta culpa de ainda não estar sendo honrado por Deus nele mesmo, não em Deus ou em seus agressores.
      Mas mais que isso, Davi mostra preocupação com os outros, que poderiam estar confiando em Deus por causa da vida dele, de suas palavras, de suas promessas de um reinado de vitória. Davi se preocupava com o enfraquecimento na fé dos que o viam sendo perseguido e humilhado, assim pedia que Deus ouvisse sua oração e o abençoasse para que os outros não fossem escandalizados, não vissem suas confianças em Deus frustradas.
      Temos responsabilidade sobre aqueles para os quais dizemos que nossas vidas estão entregues nas mãos de Deus e que Deus nos dará um bom fim, principalmente se são mais novos ou fracos na fé, assim devemos ter cuidado com alguns testemunhos. Às vezes é mais sábio não testemunhar, mas esperar que a fé se realize em resposta concreta de Deus. Muitos, na pura vaidade de se exibirem como espirituais diante de homens, dizem que Deus disse quando nunca disse, escandalizando o evangelho.
      Mas a preocupação do salmista, com um bom testemunho de Deus diante dos outros, mostra o caráter de Davi, caráter de um rei que governa em Deus e para o povo, não por si e para si. Que diferença de tantos governantes e políticos brasileiros atuais, que tanto têm escandalizado o povo, envergonhado a justiça, alguns mesmo se dizendo evangélicos, trazendo confusão às igrejas cristãs diante de um mundo já tão avesso a Deus.

24/04/19

Esforce-se para ser bom

      “Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.Gálatas 6.8-9

      Não, não é fácil, o mundo luta contra, os “diabos”, internos e externos, lutam contra, nosso passado luta contra, mas precisamos, principalmente como cristãos, nos esforçarmos para sermos melhores, para sermos homens e mulheres realmente do bem. A principal arma que temos para isso é o perdão, pois nossos erros reincidentes originados de nossas fraquezas insipientes, sempre buscarão no conformismo, nos cansarem de pedir perdão, dizendo a nós que é mais fácil aceitar a nós e aos outros como pessoas não tão boas. 
      Isso não é luta de um tempo, de um momento de paixão pelo evangelho, mas é condição para toda a nossa caminhada com Cristo, é preciso orar a Deus e repetir isso a nós mesmos, no Espírito Santo, todos os dias, devo me esforçar para ser bom. Os amargos não nos ajudarão, os religiosos não nos ajudarão, familiares, que nos conhecem mais de perto, muitos deles não nos ajudarão, mas esse é o caminho estreito do evangelho e se é vontade de Deus, Deus sempre nos ajudará. 
      Mas precisamos nos esforçar, andar uma milha a mais com o que nos desrespeita, dizer uma palavra de carinho ao que nos trata com displicência, guardar com boa preferência no coração aquele que sempre se distancia de nós. Ser bom inicia-se mantendo um bom coração, mesmo depois de errar tantas vezes em ações estúpidas, o perdão de Jesus renova nosso coração e nos revela que ser bom é possível. Depois do coração estar curado e de fato bem intencionado, nos coloquemos a por em prática a bondade.
      O grande mistério por trás de uma atitude bondosa é que ela nos abençoa, antes de abençoar os outros, ela restaura o que busca ser bom, antes do que aquele que recebe a bondade, o bondoso nunca se sente saqueado de alguma forma, seja de atenção ou de honra, bondade nos faz ver o lado do outro. O realmente bondoso se vê como devedor, não comprar cobrador, e na bondade acha a solução de Deus para equilibrar todas as necessidades afetivas, pondo-se como instrumento de amor nas mãos de Deus. 
      O homem bom se parece com Jesus encarnado, tem um sorriso puro, uma palavra sempre adequada, compartilha paz verdadeira, e encontra misericórdia de Deus para suas fraquezas, a bondade encobre pecados. Dessa forma, nos esforcemos, a cada dia, a cada luta, com todos os que Deus nos mandar, e com os outros, mesmo nos mantendo mais longe, sejamos bons também, queiramos a bondade para todos, abençoemos, sempre, ser bom é bom demais e deixa a vida mais leve. 

23/04/19

Pessoas são diferentes

      A afirmação parece simples, óbvia, as pessoas são diferentes, mas na prática não pensamos assim, e o pior é que nos pomos geralmente como referência para os outros, seja para o bem, seja para o mal. O que é pecado para um pode não ser para outro, e não me refiro a pecados básicos e convencionais, digamos assim, não sempre, aqui os de fato espirituais entenderão. O que algumas pessoas fazem corretamente com facilidade, outras têm dificuldades para fazer, o que não representa tentação para alguém, pode ser uma tentação terrível para outro. O que pode ser uma porta para um abismo profundo para alguém, por exemplo uma taça de vinho para um viciado em drogas e álcool, pode ser só um momento de relaxamento sem maiores consequências para outro.
      O importante é não julgar, achar que porque é fácil para nós, tem que ser fácil para o outro, ou por outro lado, não projetar no outro um defeito de caráter nosso, por exemplo taxar o outro de orgulhoso, quando os orgulhosos somos nós. Pessoas são diferentes, muitas bem melhores que nós e algumas até piores, mas a referência é Jesus, ele é a luz para todos, enquanto nós só devemos ter misericórdia uns dos outros, generosos uns para com os outros, não nos achando deuses que sabem tudo e que conhecem os corações. Só Deus conhece, e ele sempre dá novas oportunidades para que as pessoas acertem assim como espera sempre que estejam fazendo o melhor.
      “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria”, o capítulo 9 de II Coríntios se refere a coleta de ofertas materiais, aliás um texto bíblico que as igrejas evangélicas devem seguir como ensinamento para o tema e não textos do antigo testamento como Malaquias 3.10-11. Contudo, o verso 2 citado, pode ser usado como princípio para muitas coisas, incluindo as idiossincrasias humanas que fazem com que cada oferta, cada entrega, cada trabalho, cada ministério e mesmo cada dom espiritual, seja diferente.
      “Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar. Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.”, Romanos 14.4-5 também nos faz uma exortação séria sobre julgar um servo que não é meu, nem seu, mas de Deus. Paulo, o possível escritor da carta aos Romanos, trata no texto sobre a conversão de alguns judeus ao evangelho, que diferentemente dos não judeus, pensavam que mesmo convertidos deveriam continuar obedecendo às leis da antiga aliança. 
      O autor não julga, nem proíbe essa atitude, antes ressalta que aquilo que alguém faz para Deus os outros não devem condenar, mesmo que discordem e mesmo que não façam. Na verdade, muitas coisas, mesmo morais, fazer ou não fazer não fazem diferença, não para Deus, mas se alguém acha importante que faça. Mas o que faz não condene o que não faz, nem o que não faz não se ache mais espiritual que o que faz, as pessoas são diferentes, Deus é senhor de pessoas diferentes, mas a todos trata com igual amor e dá iguais oportunidades e honra.
      “Mas, qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar”, atentemo-nos, contudo, a Mateus 18.6, devemos tomar cuidado com aquilo que para nós é liberdade, que isso não escandalize outro cristão que não tem essa liberdade. Esse cuidado devem ter principalmente os que servem nas igrejas, os com ministérios, os que pisam o que é chamado de “altar” (mesmo que no novo testamento esse conceito se refira ao coração e não ao palco e púlpito dos templos). Que minha diferença não faça mal a ninguém e seja aprovada pelo Senhor. 

22/04/19

O amor desconcerta

      “E os fariseus, tendo saído, formaram conselho contra ele, para o matarem. Jesus, sabendo isso, retirou-se dali, e acompanharam-no grandes multidões, e ele curou a todas. E recomendava-lhes rigorosamente que o não descobrissemMateus 12.14-16

      A lucidez, o equilíbrio, desconcertam os que vêm em nossa direção armados com rancor, com inveja, com ódio. Os mal intencionados se calam diante da sabedoria genuína que muitas vezes reage com o silêncio, com o distanciamento, com nenhum argumento. Quem vence a vaidade de querer ganhar no grito, que não precisa se convencer e muito menos aos outros, quem olha nos olhos e consegue discernir quem quer construir e merece atenção de quem quer só se manter como vítima e dono da verdade, esse não será entendido pelas trevas, a luz desconcerta as trevas. O amor, todavia, é o que mais desarma, mas mesmo ele não deve ser usado com quem absolutamente não quer ser amado. Os arrogantes complicarão tudo, deixarão o perdão para amanhã, alegando que foram feridos demais, mas os humildes acharão facilmente a paz, verão o lado do outro, e terão de Deus a mesma misericórdia que derão aos seus semelhantes. O amor conserta os bons, mas desconcerta os maus. 

21/04/19

Bíblia do jeito certo (Estudo na Íntegra)

      “No princípio criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro. 
      E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas. E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi. E chamou Deus à expansão Céus, e foi a tarde e a manhã, o dia segundo.
Gênesis 1.1-8

      A maioria dos evangélicos que lê a Bíblia não faz ideia dos mistérios existentes só nesses primeiros oito versículos de Gênesis, no que foi criado nos dois primeiros “dias divinos”, a extensão dessas “eras”, e o que de fato é abismo, trevas, águas, luz e céu. Se soubessem os evangélicos, não demonizariam a ciência como fazem muitos, e por outro lado, se soubesse a ciência, não menosprezariam os cientistas, muitos deles pelo menos, aos cristãos. Deus nunca erra, o homem, sim, engana-se sempre, traído pela vaidade e pela má vontade de conhecer de fato os grandes mistérios e a si mesmo, o homem está mais interessado no que vai comer ao meio-dia e com quem vai dormir à meia-noite. O homem não entende a criação do universo, não entende a criação da natureza, não entende a criação dele mesmo, não entende o que é a árvore do conhecimento do bem e do mal, não entende a própria queda... antropomorfiza tudo, paganiza tudo, vê só a serpente, não o arcanjo, não o querubim, não os Elohim... assim está fadado a cair de novo, e de novo...

      “E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.” 
      “ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” 
      “Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado.”
Gênesis 2.9, 16-17, 22-23

      Para quem usa a afirmação “Deus criou só homem e mulher”, baseada numa interpretação equivocada do livro de Gênesis, para defender sexualidade, vai uma conclusão lógica: então, de acordo com essa ótica, se “Deus criou só homem e mulher”, além de não ter criado originalmente homossexuais e seres humanos com outras disposições sexuais, Deus também não criou doentes mentais, esquizofrênicos, deficientes físicos e tantos outros homens e mulheres que nascem com enfermidades, deformidades físicas, transtornos psicológicos, ou que adquirem essas características durante a vida por esse ou aquele motivo, como diabetes, depressão, impotência masculina, esterilidade feminina etc. Entendam que não estou comparando, generalizando ou diminuindo nenhuma dessas características, apenas citando peculiaridades.
      Pergunto aos que interpretam a Bíblia ao pé da letra, sem levar em conta o contexto histórico e cultural, e sem aprender o que a Bíblia ensina de melhor, os princípios de moral, respeito e liberdade, e não as leis sociais de povos de lugares e tempos específicos: vocês também tomam como regra aquilo que o antigo testamento ensina sobre mulheres estéreis, por exemplo, como elas eram consideradas por suas dificuldades em gerar filhos? Pois se condenam ao inferno de maneira genérica homoafetivos, deveriam também desprezar tudo o que foge desse modelo utópico e enganoso que vocês pensam que seja o ser humano adequado para Deus, seja sexualmente, emocionalmente ou fisicamente, mesmo que numa época fossem desconsiderados socialmente até por Israel, o chamado povo de Deus, como as mulheres estéreis.
      Os princípios da Bíblia podem ser atemporais, se os entendermos pelo Espírito Santo, e não como leis fechadas. Os ociosos espiritualmente, que não buscam a Deus, mas acham numa interpretação tradicional um jeito fácil de parecerem espirituais e cristãos, interpretam ou deveriam interpretar I Coríntios 14.34-35, “As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja.”, como uma regra que proíbe mulheres de falarem nas igrejas e de serem submissas a seus maridos, quase que como escravas, uma realidade social da época em que Paulo escreveu o texto.
      Não, meus queridos e queridas, eu preciso repetir e repetir essa verdade, os evangélicos, e principalmente e em primeiro lugar os pastores, precisam parar de pregar nos púlpitos aquilo que nem eles vivem, e não vivem não por serem pecadores em desobediência à palavra de Deus, mas porque na prática e no evangelho não funciona mais mesmo. Ainda assim pregadores têm medo de dizer que a Bíblia está totalmente certa quando entendida seus princípios, mas que ela não pode ser olhada como livro de regras e que muitas das leis que os cristãos tiram da Bíblia, principalmente nas áreas sexual, familiar e social, não devem ser obedecidas hoje.
      Por que isso, será porque Deus mudou? Por que o pecado está invadindo as igrejas e a Bíblia está sendo desvirtuada? Porque é o final da tempos? Não, não é por nenhum desses motivos, e os que pensam que é, só dão mais lugar ao diabo, pregam um evangelho falso, e criam mais álibis para tantos odiarem o cristianismo e não fazerem parte de igrejas cristãs. É porque a Bíblia é o início de nosso aprendizado sobre Deus, não o fim, é porque a palavra de Deus é o Espírito Santo, não um conjunto de normas tiradas do cânone bíblico, é porque o ser humano do século XXI já está maduro o suficiente para entender a vontade de Deus de forma mais abrangente, coisa que não estava nos tempos de Moisés ou de Paulo. 
      Mas se a igreja evangélica protestante insistir em tradições ultrapassadas, crendo numa palavra escrita morta e não na palavra viva do Espírito Santo, só estará repetindo o que a Igreja Católica faz há mais de 1.600 anos, dominando e controlado pela ignorância, pela falsa moralidade e pela hipocrisia de quem matou o Espírito em seus corações e ficou à mercê de heresias e paganismo. A igreja evangélica protestante atual, pelo menos em sua maioria, ainda não caiu no paganismo, o Espírito Santo, principalmente nas pentecostais, ainda é presente, misericordioso e vivo, mas não abusem, a distância não é grande entre a heresia, mais leve que seja, e o paganismo da idolatria e de ritualismos. 
      Acima de tudo é preciso nos dias atuais termos uma vida de oração realmente no Espírito Santo que nos conduza à intimidade de Deus, que nos permita ouvir a palavra genuína do Senhor, que leve a conhecer de fato a vontade do Altíssimo, mas isso é para os que querem e têm coragem de seguir a Deus, não aos homens religiosos. Esses conhecerão mistérios escondidos na Bíblia e entenderão que ela na verdade nunca esteve errada, nunca foi superficial, nunca foi contra a verdadeira ciência nem nunca se limitou a um conjunto de leis morais ultrapassadas.

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      “E levantaram-se aqueles homens dali, e olharam para o lado de Sodoma; e Abraão ia com eles, acompanhando-os. E disse o Senhor: Ocultarei eu a Abraão o que faço, Visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra?” 
Gênesis 18.16-18

      “E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus.” 
Tiago 2.23

      “E disse o Senhor: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito. Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor.” 
Gênesis 6.7-8

      “E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem. Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos. Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do homem se há de manifestar.” 
Lucas 17.26-30

      Meus queridos, sei que muitos não querem entender isso, sei que outros até concordam, mas seriam incapazes de verbalizar, principalmente ministrando estudos bíblicos e pregando, mas precisamos de uma vez por todas entender certo o que Deus quer nos ensinar com os textos que são certamente os mais polêmicos da Bíblia, todos localizados em Gênesis: a criação e a queda do homem (capítulos 1 ao 3), o dilúvio (capítulos 6 ao 8) e o pecado em Sodoma e Gomorra (capítulos 18 ao 19), por favor, leia os textos bíblicos na íntegra para melhor entendimento. 
      Sobre Sodoma e Gomorra, o pecado não era a homossexualidade em si, mas a promiscuidade, e mesmo considerando a homossexualidade, lembremos de outros assuntos que eram considerados pelos textos bíblicos de maneira bem diferente que consideramos hoje. Naquela época pessoas feitas escravas eram consideradas posse de outras pessoas, como se fossem coisas e não gente, e isso não era pecado para o povo de Deus. Mesmo as mulheres, como já dissemos, não tinham o respeito que hoje têm, e isso, o considerado povo de Deus não recriminava. 
      As coisas mudaram, mesmo recentemente, há cento e poucos anos atrás dizer que mulher podia votar, fazer faculdade e ter certas liberdades, era considerado pecado pela sociedade em geral e por igrejas cristãs. Sodoma e Gomorra foram condenadas pela promiscuidade que inclui pecados sexuais contra pessoas do mesmo sexo, além de outros perversidades e devassidões, mas o texto não pode ser usado nos dias de hoje para demonizar todo tipo de expressão homoafetiva. Precisamos, como cristãos sérios e santos, assumirmos isso nos púlpitos, já que no dia a dia muitos já assumem, e pararmos de dar lugar ao diabo insistindo em legalismos que nada têm a ver com o ensinamento do Espírito Santo. 
      O dilúvio, se analisarmos o fato descrito por Moisés em Gênesis ipsis litteris, veremos que cientificamente é impossível, tendo em vista o que continuou no planeta Terra, no reino animal e na diversidade de raças humanas, a despeito dos limites do que foi preservado na arca. O dilúvio existiu, o princípio no registro bíblico nos ensina muito sobre a vontade de Deus, e mais, o texto pode conter mistérios que nem a ciência ainda descobriu, mas não tomemos o texto ao pé da letra, pode ter sido um dilúvio regional que ocorreu simultaneamente com outros em regiões diferentes da Terra. 
      O evento descrito em Gênesis foi o ocorrido com um patriarca da nação de Israel, a nação escolhida por Deus para testemunhar sua vontade ao mundo pela velha aliança e da qual sairia Jesus, a nova e eterna aliança entre Deus e todos os homens, ele foi resgistrado para que chegasse à civilização ocidental através da tradição judaica-cristã, mesmo que existam registros de dilúvios em outras partes do mundo por outras tradições religiosas. Abrindo parênteses, um assunto bíblico não resolvido aparece em Gênesis 6.4, os gigantes que viviam na terra antes do dilúvio, gigantes também aparecem em II Samuel 21, se são a mesma espécie de gigantes não sabemos, mas se são, teriam sobrevivido ao dilúvio, fechando parênteses.
      Mas o texto com certeza mais enigmático da Bíblia, que talvez seja justamente por ser o mais metafórico, são os três primeiros capítulos da Bíblia, e é assim que tem que ser, porque a maneira como foi registrado, que nunca teve a intenção de ser científica, foi a melhor maneira, ao meu parecer achada pelo Espírito Santo, de relatar fatos tão importantes, quanto grandiosos e misteriosos. Se hoje, a ciência ainda não conseguiu explicar muitas coisas sobre o universo e a vida, muito menos entendia ou poderia entender o homem na época da saída do povo de Israel do Egito, ou antes, por aqueles que passaram as histórias de Gênesis por tradição oral até que Moisés ouvisse e escrevesse a Torá (o nosso pentateuco, os cinco primeiros livros do antigo testamento).
      Princípios de temor a Deus estão em textos como os compartilhados no início desta reflexão, Abraão era amigo de Deus e Noé achou graça aos olhos do Senhor, esses foram poupados de juízos de Deus que são tão certos quanto terríveis sobre aqueles que negam o vontade do Altíssimo para a vida, para o planeta, para a eternidade. Assim, entendamos certo o que é pecado, o que é abominação, o que é justiça e o que é misericórdia, muitos serão salvos, desses religiosos viciados em igrejas, mas serão surpreendidos ao verem pessoas que eles lançaram no inferno estarem também no céu, e muitos que eles tinham certeza que estariam no céu, estarem no inferno. 

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        “Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração.” Êxodo 3.13-15

      O ensino correto de Gênesis sobre a criação através da evolução acompanhada pela vontade soberana de Deus deveria ser feito pelos pastores, o que acabaria de vez com essa batalha que na verdade não existe, entre fé e ciência, entre criação e evolução, o embate que existe é entre desinformados, dos dois lados, que julgam sem conhecer. Se temos fé para crer que Deus pôde criar tudo em sete dias de vinte e quatro horas, por que não termos fé para crer que Deus pode criar tudo em sete eras de milhões de anos através da evolução? Deus age e existe da mesma forma, só que assim haveria mais coerência com a ciência que também é fruto da inteligência do homem, uma criação de Deus. Eu creio da segunda maneira, mas se quer saber, isso não faz a menor diferença, nem diminui, sob nenhum aspecto, Deus. “Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.” (II Pedro 3.8).
      O melhor jeito de entender certos textos bíblicos é entender que Deus pode tudo, mas não manifesta tudo do jeito que achamos, ele pode, mas não faz, não fez e nunca vai fazer, porque não é assim que Deus funciona, que as coisas funcionam, que o homem funciona. Cristãos, se se consideram assim, genuínos e crentes, então usem a fé para crescerem no conhecimento de Deus, em sua sabedoria e em seu poder, não para limita-lo. Quem tem mais fé, o que crê que Deus criou o mundo, a natureza e o homem em sete dias de vinte e quatro horas, ou o que crê que Deus manifestou a matéria nos astros, nos planetas, nos satélites, no nosso mundo, na água, na luz, na terra, no reino animal, no reino vegetal, no homem e na mulher, através de milhões de anos de evolução? 
      Quem limita Deus a sete dias de vinte e quatro horas, antropomorfiza Deus, isso é tão equivocado quanto achar que Deus é um homem velho de barbas brancas, o conceito de macho e fêmea é inerente à matéria, Deus é espírito, está muito além disso. Deus também não envelhece, nem precisa de mãos pra tomar, pés para andar, boca para falar, ouvidos para ouvir, nem olhos para ver. Se queremos saber sobre a aparência e a essência de Deus estudemos mais a passagem de Êxodo capítulo 3, onde uma manifestação de “Deus” (o “Anjo” do Senhor na sarça que ardia mas não queimava) revela seu nome, o “Eu Sou o que Sou”, o grande “Eu Sou”, quanta verdade entregue sobre o maior dos mistérios, mas só aos que têm ouvidos para ouvir e olhos para ver, olhos e ouvidos espirituais, não físicos, e que sem medo de agradar a homens escolhem o solitário caminho do verdadeiro conhecimento espiritual. 
      Antropomorfismo, que é colocar Deus em formas físicas e com reações emocionais humanas, é uma maneira da alma humana interpretar visões e reações de Deus em suas mentes e corações. Por exemplo, o texto de Salmos 5.4-5, “Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniqüidade, nem contigo habitará o mal. Os loucos não pararão à tua vista; odeias a todos os que praticam a maldade.”, foi registrado pelo salmista dizendo que Deus odeia, mas será que isso é verdade? Deus pode odiar, ou melhor, Deus precisa odiar? Sim, existe uma reação terrível para os que se afastam de Deus, isso pode ser interpretado como sofrer um enorme desagrado de Deus. Contudo, a palavra odiar, a reação humana de ódio, uma ira descontrolada e movida pelo mal, não é o termo mais adequado para definir a reação de um Deus infinito, todo poderoso, santíssimo, onipresente, justíssimo mas misericordioso se o buscamos debaixo do perdão que há em Jesus. 
      A Bíblia está repleta de antropomorfismos, e eles são úteis, mas são ferramentas para ensinamento de crianças espirituais, homens maduros deveriam ir além disso. Aliás, a presença desses antropomorfismos nos revela uma das “chaves mágicas” (me perdoem o uso do termo, mas ele é muito adequado) para entendemos não do que a Bíblia fala, mas como ela fala e quem na verdade fala através dela e a escreveu. Os apressados dirão, “a Bíblia foi escrita pelo Espírito Santo”, aos quais responderei, correndo com certeza o risco de ser mal interpretado, “não, a Bíblia não foi escrita pelo Espírito Santo, pelo simples fato do Espírito Santo não ter mãos”. Parece uma resposta tola? Mas não é. 
      Com certeza o Espírito Santo falou aos escritores bíblicos e de uma maneira pra lá de especial e exclusiva, começando por Moisés e chegando a João o evangelista, mas entre o espírito humano “ouvir” a voz do Espírito de Deus até as mãos humanas registrarem o texto através da escrita num antigo pergaminho, muitos “ruídos” interferiram nessa comunicação. Não tinha como ser de outra maneira, o ser humano encarnado é absolutamente limitado para ter uma comunhão perfeita com Deus, assimilamos esboços, rascunhos, subjetivos e superficiais, e o lado positivo disso é que homens diferentes, com doenças emocionais distintas acham curas variadas numa única e completa manifestação de Deus.
      A mesma palavra de Deus transmitida pelo Espírito Santo a homens diferentes terá registros finais diferentes, e não se apressem os inimigos de Deus e da Bíblia tentando achar nisso desculpas para tirar do cânone bíblico coesão espiritual. Ainda assim, com tantos “ruídos” na comunicação, a Bíblia mantém-se coesa e coerente, mas somente para os que a interpretam debaixo do Espírito Santo. Só quem inspirou os escritores originais pode fornecer o melhor entendimento sobre o texto, ou sobre a intenção que tinha no momento da inspiração do texto. A verdade é que palavras espirituais só se entendem com ouvidos espirituais, assim, ler a Bíblia do jeito certo implica em lê-la em oração, em intimidade com Deus, de outro jeito só será uma coleção de leis morais de contextos históricos, culturais, sociais, que nada mais têm a ver com a contemporaneidade. 
      A revelação mais clara sobre quem é Deus foi feita por João no capítulo 1 de seu evangelho, versículos 1 ao 4, “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.”. Quer saber quem é Deus? Deus é Jesus, que encarnado nos ensina o que de melhor podemos ser como filhos de Deus neste mundo. Como será que Jesus encarnado reagiria a certos entendimentos preguiçosos e egoistas que tantas cristãos têm hoje em dia sobre tantas coisas? Como Jesus entenderia o livro de Gênesis? 
      Sabe como? De um jeito que ainda hoje muitos não estão prontos a entender, assim que achem que Deus fez o mundo e o homem em sete dias de vinte e quatro horas e que evolucionismo é um sacrilégio, isso não é verdade, mas pelo menos mantém as pessoas crentes num Deus que tudo pode, mesmo que não faça tudo do jeito que as pessoas pensam que faz. Mas eu sinto que até o final dos tempos, o final mesmo, não esse que muitos acham que é, eu penso que só os que encarrarem a verdade de Deus de maneira madura e de fato espiritual, terão forças para suportar a tentação que virá sobre o mundo. As trevas serão grandes e mui ardilosas, só a luz pura de Jesus livrará os salvos de terem que pagar com a própria vida por aquilo que de fato acreditam.

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      “E Neemias, que era o governador, e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus, então não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei. Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos entristeçais; porque a alegria do SENHOR é a vossa força. E os levitas fizeram calar a todo o povo, dizendo: Calai-vos; porque este dia é santo; por isso não vos entristeçais.” Neemias 8.9-11

      Como é bom entristecer-se diante da consciência de que pecamos contra Deus e precisamos mudar de vida, esse é o único tipo de tristeza que conduz à alegria, a felicidade de ser recebido por Deus, como o pai recebe ao filho pródigo, de ser perdoado por ele e então ser novamente honrado pelo Senhor. O ser humano, contudo, é um contumaz equivocado, da mesma maneira que teima em se alegrar quando o momento é de tristeza, que insiste em cantar louvores de festa, quando o momento é de pranto, de arrependimento, ele também pode insistir na tristeza quando já é tempo de celebração, aprovada e permitida pelo Senhor. Assim, se já se consertou com Deus, fique em paz e não se sinta abatido, a alegria do Senhor e a tua força, uma alegria que não vem de você, que não é humana, carnal, mas espiritual, conquistada por Jesus na cruz. 
      Mas o texto inicial tem outra lição a nos ensinar. Para o tempo do acontecimento narrado, sua interpretação é ao pé da letra, “comei as gorduras e bebei as doçuras e enviai porções aos que não têm nada preparado para si”, que é: usufruam de banquetes, de comidas e bebidas, de salgados e doces, à vontade, o momento é de alegria. Do jeito que o mundo vai, talvez alguns se escandalizem com o texto, e se não hoje, daqui a um tempo alguns podem chegar a dizer que as orientações que Neemias deu ao povo são inadequadas a uma vida saudável. Gorduras e doçuras? Isso faz mais à saúde, devemos tomar cuidado com o colesterol ruim e com exagero no açúcar. Você acha que estou exagerando? Pois não estou, não em relação a tantas coisas que hoje as pessoas já consideram fora de contexto, sejam culturais ou sociais, nos textos bíblicos originais, que dizem ser politicamente incorretas. 
      Como temos dito aqui, com a Bíblia se aprende os princípios, e eles são atemporais, não as interpretações ao pé da letra do antigo e do novo testamento. O princípio, indiferente se se comemora com gorduras e doçuras ou com alimentação vegana e adoçante artificial, é alegre-se na presença de Deus, não pela comida ou pela bebida, mas porque nossos pecados são perdoados, porque o Senhor nos aceita como filhos, cuida de nós e nos orienta em vitória. Que aprendamos a discernir os princípios de Deus em toda a Bíblia, ao invés de só obedecermos preguiçosamente leis ao pé da letra, a lei mata, mas o princípio é do Espírito Santo e esse é vida eterna. 

José Osório de Souza, 18/04/2019