sexta-feira, maio 03, 2019

Crer, fazer e adorar

       “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” 
João 3.16
      “Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.
Tiago 2.26
      “Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração
Efésios 5.19

     A religião verdadeira de Deus permite ao homem agir em três harmoniosas instâncias: fé, obras e adoração. Entra-se na comunhão com Deus pela fé no nome de Jesus como único intercessor entre Deus e os homens. Crer não é um pulo no escuro que nos faz cair num abismo, sim, a princípio pode até ser um pulo no escuro, mas não para nada, alcançamos um lugar espiritual de luz através da verdadeira fé. O que busca de todo o coração e com todo o pensamento acha pela fé a paz, a cura, uma vida eterna. Agir de uma forma nova, melhor, depois de uma experiência assim, é consequência natural, essa é a diferença do evangelho em relação a qualquer outra religião, ele nos transforma de dentro para fora e opera doces frutos de justiça e misericórdia em nós. Quem diz que crê mas não mostra obras, mente, mas quem pratica, mesmo as melhores obras, mas não o faz em Deus e para Deus, pode ser um bom cidadão, mas ainda não nasceu de novo pela genuína fé em Jesus Cristo. 
      Contudo, o terceiro ponto desta reflexão é o que mostra se alguém de fato tem uma vida de fé e obras no Deus verdadeiro, o homem perdoado adora a Deus, ele é levado pelo Espírito Santo a isso, sente necessidade disso, e tem um prazer único adorando a Deus. Um dia alguém me disse, creio em Jesus e pratico boas obras, mas não o adoro, a pessoa que me disse isso considerava um rebaixamento adorar a Deus. Essa pessoa não era convertida, mas infelizmente muitos cristãos, e muitos convertidos, que se limitam a uma experiência mais intelectual com Deus, se privam da bênção poderosamente libertadora que existe na adoração a Deus, uma experiência que nos cura emocional e fisicamente, além de nos colocar numa ligação íntima e plena com o Altíssimo através de seu Santo Espírito. Quem quiser receber dons espirituais, precisa em primeiro lugar se liberar emocionalmente diante de Deus em uma adoração completa, aliás, a manifestação de dons espirituais é antes de tudo uma libertação emocional, já que os dons estão espiritualmente implícitos em nós a partir do momento que nos convertemos e recebemos o selo do Espírito Santo. 
      Por que alguns demoram anos para, nas palavras dos pentecostais, serem “batizados” nos Espírito Santo? Porque não se soltam, não se mostram, não se entregam emocionalmente na presença de Deus. Por isso penso ser sábio a igreja liberar manifestação de dons espirituais, via de regra, em reuniões mais íntimas, onde estão presentes os membros e os que estão buscando a “plenitude”, para usar um termo da igreja tradicional, do Espírito Santo. Agindo assim não se corre o risco de escandalizar os que ainda não buscam ou não entendem essa preciosa experiência, como visitantes não convertidos que precisam ser evangelizados, antes de qualquer coisa. Mas depois de crer e praticar, adorar a Deus é o que nos aproxima definitivamente do Senhor e nos mostra como será nossa vida na eternidade, perto de Deus, em espírito, adorando para sempre seu nome. A verdadeira adoração nos aproxima da santidade do Senhor e esse confronto nos leva a querer uma vida mais consagrada, assim ninguém ache isso uma opção de vida, é a vocação natural de quem é filho de Deus.
      Gostaria de abrir parênteses, por ser uma experiência que se manifesta emocionalmente, mais que intelectualmente, como pode ser a fé, muitas vezes uma convicção poderosa, mas silenciosa e íntima, ninguém precisa se sentir à vontade para adorar com total liberdade em todo lugar e diante de qualquer um. Dessa forma não julguemos ninguém como menos espiritual ou menos adorador por ser mais contido nos gestos corporais e nas palavras, quando adorando coletivamente, eu mesmo me sinto mais à vontade em casa, sozinho, que no templo. Pessoalmente penso que o momento de adoração nos templos devem ser momentos de liberdade, democracia e respeito, levanta as mãos quem quer, bate palmas quem quer, dança quem quer. Outra coisa é que liberdade demais em público pode gerar alguma desordem e dificuldade para entender às vezes a voz de Deus por meio de um profeta, então, como em tudo que envolve expressão emocional, sejamos sábios, temos tanto direito à unção como temos autocontrole para para usá-la com equilíbrio, fecho parênteses. 

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