sábado, abril 27, 2019

Deus usa até a víbora pra revelar a verdade

      “E, havendo escapado, então souberam que a ilha se chamava Malta. E os bárbaros usaram conosco de não pouca humanidade; porque, acendendo uma grande fogueira, nos recolheram a todos por causa da chuva que caía, e por causa do frio. E, havendo Paulo ajuntado uma quantidade de vides, e pondo-as no fogo, uma víbora, fugindo do calor, lhe acometeu a mão. E os bárbaros, vendo-lhe a víbora pendurada na mão, diziam uns aos outros: Certamente este homem é homicida, visto como, escapando do mar, a justiça não o deixa viver. Mas, sacudindo ele a víbora no fogo, não sofreu nenhum mal. E eles esperavam que viesse a inchar ou a cair morto de repente; mas tendo esperado já muito, e vendo que nenhum incômodo lhe sobrevinha, mudando de parecer, diziam que era um deus.Atos 28.1-6

      O texto inicial descreve uma passagem que ocorreu depois que o navio que levava Paulo, açoitado por uma tempestade, tinha sido destroçado levando os tripulantes a se lançarem ao mar para salvar suas vidas. Assim, Paulo chegou a uma ilha, onde desconhecidos o ajudaram, acendendo uma fogueira para que ele e outros sobreviventes do acidente se aquentassem. Contudo, aquilo que parecia o final de uma história ruim, que parecia uma solução, a qual Paulo recebeu de bom coração e até ajudava a manter acesa, a fogueira, dela justamente saiu algo que escondido que pegou o apóstolo de surpresa. 
      Sim, uma “víbora”, que pode ser metáfora para muitas coisas, pode estar escondida mesmo dentro de algo que a princípio nos parece bênção, descanso que tanto precisamos depois de uma grande provação. Como se diz, o final só chega realmente no fim, não devemos nos apressar, relaxar a vigilância, desistir antes do tempo, mesmo que estejamos precisando legitimamente de um fim tranquilo. Na fogueira ainda havia uma cobra, mas mesmo ela não atingiu o servo de Deus, quando o fiel não tem mais forças para fazer o possível, Deus faz o impossível, e Deus fez, um milagre, o veneno da víbora não atingiu Paulo.
      O mais importante é que o propósito de Deus foi alcançado com isso, os bárbaros, que a princípio ajudaram Paulo por cortesia, por gentileza, por educação, digamos assim, mesmo que no fundo ainda o julgassem alguém que devia estar com algum débito cármico, visto que disseram quando viram a cobra presa a sua mão, “certamente este homem é homicida, visto como, escapando do mar, a justiça não o deixa viver”, esses bárbaros diante do milagre provado por Paulo, enfim reconheceram de que calibre de homem espiritual Paulo era. A propósito, as pessoas podem esconder muito bem suas verdadeiras opiniões.
      Os bárbaros viram um estranho vindo de um acidente no mar, um fugitivo, fragilizado e abandonado, se transformar, nas palavras deles, em um “deus”, essa era a interpretação de pessoas que não conheciam o Deus verdadeiro, mas foi o necessário para que Paulo fosse honrado. Talvez reste a você mais uma provação, depois do acidente do navio no mar, uma última, que até poderá pega-ló de surpresa, mas que será usada por Deus para mostrar às pessoas o tipo de homem ou de mulher que você é, não um estranho machucado, mas alguém que Deus ama, usa e protege de uma maneira muito especial.
      Assim, não se apresse tentando convencer “bárbaros” que você é um servo de Deus, siga humilde e grato pela atenção que estão te dando, mesmo que saiba que em seus corações pensem diferentemente. Na hora certa Deus mostrará a todos quem é você. A cobra, que parecia ter sido uma surpresa ruim, uma arma do diabo, algo que Paulo não merecia, depois de tudo o que passou, teve dupla intenção nas mãos de Deus, mostrou que os bárbaros não eram tão bons assim e que Paulo era muito melhor que o que o bárbaros achavam que era. Nas mãos de Deus, até uma víbora é ferramenta de bênção e de verdade. 

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