21/12/22

Coração limpo (5/7)

      “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Provérbios 4.23
      “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; e isto para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações.” Jeremias 17.9-10

      Entendamos coração como nosso centro emocional. Se podemos manter pecados por muito tempo na mente, de forma racional, também podemos manter nossas emoções excitadas pelo pecado, nesse nível de interação o pecado apropria-se de nós com muito mais intensidade. Pecados carregados de paixão nos cegam, nos fazem perder a razoabilidade, a capacidade de medir as consequências. Nisso todos os nossos membros são comandados para realizarem o erro no mundo externo e com outras pessoas, sem que nossa mente examine melhor. Adultério, ira, gula, muitos são seus tristes frutos.
      Mas chama que queima forte apaga depressa, assim, pecados do coração rapidamente cometemos e depressa nos arrependemos deles, isso é bom, mas pode se tornar vício. Se pecados mentais precisam de decisões racionais para serem executados, onde causas e efeitos são avaliados, assim pode-se decidir quando cometê-los e quando não cometê-los, pecados do coração nos controlam e são mais constantes. Esses, talvez mais que os outros, só são vencidos com experiências reais e permanentes com o Espírito Santo, só a emoção santa da unção de Deus para controlar paixões do coração..

20/12/22

Mente limpa (4/7)

      “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.” Isaías 26.3
      “Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.” I Coríntios 2.16

      Pecado da mente, vamos colocar nesse quesito aquilo que planejamos sabendo que é errado, que racionalmente administramos, antes que os outros membros de nossos corpos, objetivamente ou acidentalmente, sigam interagindo com o mundo. Muitos pecados cometemos sem pensar, sem noção, com sangue quente, mas outros fazemos com sangue frio, esses são bem sérios. Se líderes, pastores e pregadores também estão sujeitos a pecados comuns a todos os seres humanos, pior é quando eles planejam algo errado e executam, muitas vezes cobiça emocional é menos perigosa que estratégia mental. 
      Por exemplo, produzir cultos e usar palavras para incentivar as pessoas a darem dinheiro nas igrejas, para usar isso em benefício próprio, é pecado pensado. Pecado assim já teve tempo de ser confrontado pelo Espírito Santo e ainda assim persistiu em permanecer na mente, existir e se concretizar, não houve arrependimento e mudança de atitude. Esse pecado tem ação direta de demônios, justamente no lugar que deveria ser o mais santo, que usamos para estabelecer comunhão com Deus, nossas mentes. A vida é mental, tudo começa e acaba na mente, principalmente relação com o mundo espiritual.

19/12/22

Mãos e boca limpas (3/7)

      “Assim que retribuiu-me o Senhor conforme a minha justiça, conforme a pureza de minhas mãos perante os seus olhos.” Salmos 18.24
      “Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia.” Tiago 3.5

      Se pés podem pisar e ouvidos ouvir, muitas vezes o que não querem, mas que precisam para que nos movamos pelo mundo, mãos tocam e boca fala, na maior parte das vezes, o que escolhemos por vontade. Vou chamar de pecado de mãos e boca os apetites do corpo, comer, beber, relacionar-se sexualmente assim como reagir verbalmente, que levam nossos membros, principalmente mãos e boca, a relacionarem-se com o mundo externo de maneira errada. Limpar mãos e boca é limparmos nossas ações objetivas e concretizadas, não só intenções, mas o que pegamos, manuseamos e falamos. 
      As mesmas mãos e bocas que louvam a Deus, que se levantam para adorar, que entregam dízimos e ofertas, que elogiam e acarinham filhos e cônjuges, que ministram e tocam instrumentos no louvor, que leem e folheiam a Bíblia, que abençoam os outros, devem ser limpas. Isso se faz com oração, mas também com ações de higiene física, filhos de Deus não devem só ser limpos, devem parecer limpos, interiormente, que é o mais importante, mas também exteriormente. O interior deve estar refletido no exterior, não necessariamente com luxo e ostentação, mas com asseio e ordem. 

18/12/22

Pés e ouvidos limpos (2/7)

      “E se em qualquer cidade vos não receberem, saindo vós dali, sacudi o pó dos vossos pés, em testemunho contra eles.Lucas 9.5
       “Levantou-se da ceia, tirou as vestes, e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.” “Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo.João 13.4-5, 10a

     Andamos pelo mundo, temos que fazer isso, estudando, trabalhando, casando, criando filhos. Mesmo fazendo evangelismo andamos no mundo e nos expomos, pisamos lugares e ouvimos muitas coisas. É natural que nessa interação sujemos pés e ouvidos, às vezes sem querermos, às vezes sem sabermos. Não exageremos, não estou dizendo que devemos demonizar tudo, mas uma oração simples e direta, pedindo que mal desconhecido seja retirado de nós, pode bastar para lavarmos pés e ouvidos morais, que representam nosso contato muitas vezes acidental com o pecado.
      Algo importante a saber é que em casa e nos templos, os espaços são protegidos por cobertura de oração e consagração, são locais guardados por anjos enviados pelo Altíssimo, contudo, ruas e lugares públicos são “terra de ninguém”, neles espíritos das trevas têm mais liberdade para agir. É sábio orarmos para nos limparmos não só de pecados objetivos, mas também de más influências que podem “grudar” em nós e nos acompanhar das ruas para nossas casas. Contudo, nossos lares e nossas igrejas são protegidos enquanto há vigilância, se não houver, podem virar também “terra de ninguém”. 

17/12/22

Intenções limpas (1/7)

      “Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos seus santos. Então entenderás a justiça, o juízo, a equidade e todas as boas veredas.Provérbios 2.6-9

      Ninguém se engane, quem deseja de fato o Deus verdadeiro o quer para ser alguém melhor, não por outro motivo. Querer Deus com a melhor intenção é desejá-lo para ser um ser humano mais calmo, mais honesto, mais produtivo, mais misericordioso, mais limpo. Quem busca religião com outra intenção, para ter vantagens materiais, para ter um grupo social, mesmo para se vingar de alguém ou por pura curiosidade sobre o mundo espiritual, poderá achar seres espirituais e homens enganadores, não Deus, por isso não ficará em religião por muito tempo. 
      Santidade inteligente e equilibrada, que não é só abstinência de apetites físicos, de comer, de beber, de fumar e de se relacionar sexualmente, é imprescindível no íntimo de quem de fato quer conhecer e ser abençoado pelo Senhor. Isso é encontrar a sabedoria mais alta e entender as boas veredas, nesse caminho há escudo e proteção, há revelação de mistérios aos que buscam vidas limpas em comunhão com Deus. Se alguém não consegue entender ou viver isso, mas deseja, peça a Deus que o ajude, mas peça com fé e persevere nessa busca, Deus é real e fiel. 

16/12/22

Vencendo o mal na origem

      “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiaisEfésios 6.12

      Por mais de uma vez aqui no blog, me coloquei contra uma interpretação rasa de Efésios 6.12, que tenta jogar no “diabo” a culpa por livre arbítrio humano mal usado. Quem escolhe pecar somos nós sempre, ainda que existam seres malignos espirituais que nos deem sugestões para isso e que tenham algum prazer em nos tentar e em nos ver cair em tentação. Mas será que no texto bíblico inicial Paulo se refere à luta trivial que todos os seres humanos travam com suas fraquezas básicas, com as quais demônios menores vibram em simpatia? Ou será que fala de algo mais?
      Os termos principados, potestades, príncipes das trevas, hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais, são muito fortes, não se referem a demônios “comuns”, ele fala de líderes malignos. Paulo podia receber ataque no nível de seu quilate espiritual, não só como um indivíduo tentando andar certo no mundo, mas como fundador de igrejas, portanto, se colocando, não como “soldado”, mas como “oficial”, em guerra contra as trevas. Mas não é assim com todos nós, nem poderíamos e nem precisamos enfrentar opositores do nível dos citados no texto bíblico inicial.
      O que vou compartilhar talvez não seja o teu problema, mas é o meu, e penso que de muitas pessoas. Tenho uma mente bem “sensível”, com isso não quero dizer que sou elegante como deveria ser com os outros, sensibilidade não é amor ou educação social. Levei muito tempo para entender que ferramentas mais precisas necessitam de manuseio mais cuidadoso. Quando compreendi que Deus pedia de mim consagração e oração constantes, o Senhor me ensinou coisas maravilhosas, tive vitórias pessoais que busquei por anos, pude ser mais útil aos outros. 
      Essa “sensibilidade”, que quando é permitida por Deus é coerente com todo o nosso ser, todas as nossas especificações, no corpo, na mente, no emocional e no espírito, se harmonizam para usá-la, nos leva a entender a existência de uma maneira mais espiritualizada. Isso não nos faz melhores, mas com certeza exige de nós mais responsabilidades, assim vemos não só a vida de um ponto de vista material e imediato, mas espiritual e eterno. Isso também nos leva a guerras mais direcionadas, nessa ótica sabemos que nossos principais inimigos não são homens no mundo.
      Muitas enfermidades mentais podem ser essa “sensibilidade” espiritual mal administrada (e como sempre digo, não sou profissional de área psiquiátrica). Isso é ferramenta negligenciada voltando-se contra seu dono. O importante de se discernir isso é usar arma certa para inimigo certo, vencendo guerra espiritual na origem, nossa mente. Ambiente mental sujo e desorganizado é propício para instalação de demônios e doenças, manter-nos limpos, humildes e cheios do Espírito Santo, nos fortalece para que impeçamos que setas mentais do mal se tornem ações e palavras. 
      Citei três coisas relevantes para sermos fortes, mas penso que humildade pode ser até mais importante que santidade e unção, porque muitos se achando santos e ungidos o suficiente, se acham poderosos espiritualmente, podendo assim perderem a lucidez e até a sanidade. É a humildade que nos dá respeito, pelos nossos limites, com temor a Deus e em amor que serve ao próximo, não às nossas vaidades. A humildade sempre deve vigiar nossos conhecimentos e experiências, para que eles não nos afastem de Deus e nos aproximem de quem ama o orgulho, o diabo.
      A carta de Tiago dá muitas orientações sobre a “língua”, sobre o que falamos, contudo, nossos ouvidos devem ser tratados com igual cuidado. Muitas coisas não temos como não ouvir, mas podemos caminhar neste mundo de tal maneira vigilantes, que o que entra pelos nossos ouvidos não permaneça e ache em nossas mentes espaço e tempo para gerar coisas ruins. “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos” (Efésios 6.18), mantenhamos a mente cheia das coisas certas. 

15/12/22

Amemos com paciência

      “Melhor é o fim das coisas do que o princípio delas; melhor é o paciente de espírito do que o altivo de espírito.Eclesiastes 7.8

      Alguns não precisam nem de elogio, nem de condenação, só precisam ser deixados sozinhos. Mas talvez a dificuldade maior nisso, não seja do outro fazer uma escolha, mas de nós, que vemos e amamos alguém, que gostaríamos muito de agir no auxílio de alguém, respeitar a escolha do outro. Deus tem me falado muito nos últimos tempos sobre paciência, tenho feito várias reflexões sobre isso, mas além de ser atitude mansa que vence a ansiedade e confia em Deus, é disposição essencial para exercermos amor no tempo. 
      Amar não é fácil, esperar para demonstrar amor é ainda mais difícil, mas isso demonstra respeito pela escolha do outro. Amar também é respeitar, ainda que seja uma escolha que deixa claro que alguém quer distância e não quer ser ajudado. Não paramos de amar por causa disso, mas esperamos, esperançosos que a pessoa esteja pronta para ser ajudada, isso nem precisa ser feito por nós. Amar é orar para que o outro queira auxílio e seja ajudado, querendo o bem do outro, não o prevalecer do que achamos ser esse bem.
      Pode haver desejo de vingança escondido por trás de intenção de ajudar o outro, que leva-nos a pensar assim, “não falei que você estava errado e que ia se dar mal? agora tomou jeito, fez o que eu disse que você deveria fazer”, isso não é amor. Esse falso amor quer dominar o outro para satisfazer a vaidade de ver seu ponto de vista prevalecer. Quem ama não se impõe, mas chora pelo que erra e se alegra quando ele acerta, com humildade e discrição. Vigiemos em amor pela oração para que alguém se acerte em seu tempo certo. 
      Melhor é o fim das coisas do que o princípio delas, no início há ansiedade, medo que algo dê errado, mas o que sabe amar sempre esperará o melhor, de si, dos outros, de Deus. Melhor é o paciente de espírito do que o altivo de espírito, o altivo acha ter controle sobre as coisas, mas está só com seu ego, não se quebranta para Deus e não confia naquele que pode abençoar os homens. Com paciência passemos por esse mundo, por essa existência, pelas vidas das pessoas, pacientemente amemos, isso é viver o céu na Terra.