13/08/25

Diabólico poder dos homens (3/8)

      “Ai dos que descem ao Egito a buscar socorro, e se estribam em cavalos; e têm confiança em carros, porque são muitos; e nos cavaleiros, porque são poderosíssimos; e não atentam para o Santo de Israel, e não buscam ao Senhor.Isaías 31.1

      Sem dúvida é mais fácil viver em grupo, o ser humano descobriu isso quando começou a fazer troca de alimentos, vestes e outros bens com outros seres humanos. O motivo é simples: ninguém é igual, cada um tem capacitações e habilidades diferentes, e todos podem ser surpreendidos pela existência neste planeta, pelo clima, por doenças e por acidentes, de maneiras diferentes. Assim o que nos falta num momento pode estar sobrando para outro, que pode pedir em troca pelo que tem algo que temos e que lhe falta. Se para a sobrevivência material viver em sociedade é melhor, também é para se compartilhar crenças e experiências com o sobre-humano, o divino e o plano espiritual. Viver em grupo não é o problema, é solução. 
      Contudo, podemos usar participação em comunidades, agremiações, sociedades e religiões, de forma negativa. A força e a convicção que não temos sozinhos, achamos quando estamos em grupo, vide por exemplo violências praticadas por torcidas de futebol, por gangues de bairros, por defensores de uma determinada ideologia política. Mas o erro pode ser pior quando nos unimos em torno de uma ótica religiosa, já que nesse caso pomos o nome de Deus no meio e o usamos como razão para crermos, falarmos e fazermos determinadas coisas, coisas que podem chegar a negar radicalmente os princípios que uma religião ensinava em seu início puro. Mentira sempre pede mais mentira para seguir existindo. 
      Vende-se porque há quem compre, assim o ser humano percebeu que o ser humano não quer só o que objetivamente supre necessidades reais, mas pode consumir muita coisa por vaidade, para não ser diferente, em busca de aprovação do grupo e assim ser abraçado e protegido por esse grupo. Enfim, o ser humano entendeu que o ser humano gosta de ser enganado e, portanto, de enganar para obter algum lucro. Se isso acontece nos alimentos, quando se bebe uma marca de refrigerante porque está na moda, também ocorre na religião, com o agravante de usar o nome de Deus. Assim cria-se mentiras religiosas para atrair e manter um grupo de pessoas num credo, mas também para conferir poder e riqueza a algumas pessoas. 
      A verdade purifica-se à medida que é conhecida, assim fica mais simples e pode até parecer diminuir, não para restringir, mas para explicar e unir tudo. A mentira aumenta com o tempo, precisa de novas e complicadas mentiras para continuar enganando os que não buscam a verdade na fonte, mas querem barganhar a mentira com os mentirosos. A mentira escraviza, limita, divide, assim leva a embates para que tenha poder, por isso precisa de inimigos claros e fortes. Só se tem uma grande vitória quando se vence um inimigo grande, a qualidade do inimigo engrandece aquele que se opõe a ele e o vence. Fiz essa introdução sobre vida em grupo para entendermos a relevância e a necessidade de existir um diabo. 
      Será que um cristão que se diz seguidor do Cristo precisa do diabo para ser forte? Ou pior, será que Deus precisa de um inimigo oposto e tão poderoso para ser Deus? Jesus e Deus não precisam, mas religiões construídas e mantidas por homens maus precisam, justamente porque essas religiões são mentirosas. O diabo importou para uma Igreja Romana que quis manter controle sobre um ser humano pouco instruído e supersticioso da idade média. O diabo interessa a falsos pastores que exploram crentes pobres e carentes do básico para sobreviverem neste mundo, assim como de algum alento para suas almas cheias de remorsos, mágoas e medos que querem o céu no outro plano. Diabo é mais vendável que Deus, infelizmente. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário