terça-feira, dezembro 18, 2018

Suplementos - Desvendando o verdadeiro mundo espiritual


18. As experiências de Abraão e Ló 
- Anjos Encarnados (suplemento 1)

      O capítulo que segue foi acrescentado depois da conclusão do estudo, penso que se trata de assuntos relevantes para o tema “seres espirituais”, anjos e demônios, que é a encarnação de anjos. Leia com cuidado e ore à respeito.

      “Depois apareceu-lhe o Senhor nos carvalhais de Manre, estando ele assentado à porta da tenda, no calor do dia. E levantou os seus olhos, e olhou, e eis três homens em pé junto a ele. E vendo-os, correu da porta da tenda ao seu encontro e inclinou-se à terra, E disse: Meu Senhor, se agora tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que não passes de teu servo. Que se traga já um pouco de água, e lavai os vossos pés, e recostai-vos debaixo desta árvore; E trarei um bocado de pão, para que esforceis o vosso coração; depois passareis adiante, porquanto por isso chegastes até vosso servo. E disseram: Assim faze como disseste. E Abraão apressou-se em ir ter com Sara à tenda, e disse-lhe: Amassa depressa três medidas de flor de farinha, e faze bolos. E correu Abraão às vacas, e tomou uma vitela tenra e boa, e deu-a ao moço, que se apressou em prepará-la. E tomou manteiga e leite, e a vitela que tinha preparado, e pós tudo diante deles, e ele estava em pé junto a eles debaixo da árvore; e comeram.” 
Gênesis 18.1-8

      “Anjos são seres espirituais, não podem e nem precisam ter funções bilógicas, como alimentação e reprodução através do sexo, aliás, anjos não têm sexo”, bem, esse é um princípio ensinado por muitos. Contudo, vemos no texto acima anjos em forma de homens, com corpos e se alimentando. Sem fazer uma reflexão mais profunda sobre a experiência de Abrão, temos na Bíblia registrada uma passagem que mostra seres espirituais tomando forma humana e exercendo funções biológicas humanas. Contudo, a Bíblia pode relatar mais que anjos ingerindo alimentos.

      “E vieram os dois anjos a Sodoma à tarde, e estava Ló assentado à porta de Sodoma; e vendo-os Ló, levantou-se ao seu encontro e inclinou-se com o rosto à terra; E disse: Eis agora, meus senhores, entrai, peço-vos, em casa de vosso servo, e passai nela a noite, e lavai os vossos pés; e de madrugada vos levantareis e ireis vosso caminho. E eles disseram: Não, antes na rua passaremos a noite. E porfiou com eles muito, e vieram com ele, e entraram em sua casa; e fez-lhes banquete, e cozeu bolos sem levedura, e comeram. E antes que se deitassem, cercaram a casa, os homens daquela cidade, os homens de Sodoma, desde o moço até ao velho; todo o povo de todos os bairros. E chamaram a Ló, e disseram-lhe: Onde estão os homens que a ti vieram nesta noite? Traze-os fora a nós, para que os conheçamos. Então saiu Ló a eles à porta, e fechou a porta atrás de si, E disse: Meus irmãos, rogo-vos que não façais mal; Eis aqui, duas filhas tenho, que ainda não conheceram homens; fora vo-las trarei, e fareis delas como bom for aos vossos olhos; somente nada façais a estes homens, porque por isso vieram à sombra do meu telhado.” 
Gênesis 19.1-8

      A passagem acima mostra os homens de Sodoma tendo, ao que tudo indica, pretensões de relações físicas homosexuais com os anjos, se isso for verdade os anjos antromorfizados se mostraram interessantes aos sodomitas e viáveis para realizarem seus vícios promíscuos e desenfreados. (Quem acompanha o blog “Como o ar que respiro”sabe de seu posicionamento com relação à homoafetividade, que Deus condena não pelo fato de haver relação homoafetiva, mas por haver promiscuidade e vício sexual, assim eu considero o motivo da condenação de Somdoma e Gomorra). Fica a pergunta: podemos ir além desse entendimento, baseados na Bíblia, que se anjos podem tomar forma humana, ingerirem alimentos e serem desejados sexualmente, eles também poderiam se reproduzir através de relação sexual? A próxima passagem bíblica nos dá abertura para isso.

      “E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos. Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama. E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração. E disse o Senhor: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito. Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor.
Gênesis 6.1-8

      A interpretação do que seriam os “filhos de Deus” (e as “filhas dos homens”) pode divergir entre os estudiosos, mas existe uma que diz que “filhos de Deus” seriam anjos em forma humana (e “filhas dos homens” as mulheres humanas). Das relações entre anjos e mulheres foram gerados os “gigantes” ou Nefilins, que parece que sobreviveram ao dilúvio, conforme a citação de Números 13.33, “Também vimos ali gigantes, filhos de Enaque, descendentes dos gigantes; e éramos aos nossos olhos como gafanhotos, e assim também éramos aos seus olhos.”. Isso nos faz pensar sobre vários assuntos tratados em muitos púlpitos talvez  de maneiras equivocadas e nos deixa as perguntas: o dilúvio foi local ou universal? e só Noé, sua família e os animais da arca sobreviveram a ele? 
      Levantar essas dúvidas não é de forma alguma negar a Deus, nem a eficácia da salvação de Cristo, mas é ir além de tradições que são muito mais de homens que verdades incontestáveis do Senhor. Em Deus não há incoerências, mas a Bíblia, interpretada sem idolatria da palavra escrita, mas buscando com todo o coração o ensino do Espírito Santo, sempre nos revelará uma sabedoria atemporal.
      Indo além nesse entendimento e baseados também em textos de livros apócrifos, muitos interpretam os demônios não como anjos caídos, mas como espíritos de Nefilins mortos que ainda não foram condenados ao inferno, mas que habitam uma região espiritual sobre e no planeta terra e que aparecem bastante só no novo testamento. Nesse entendimento, anjos caídos existem, mas são seres muito mais poderosos e que administram legiões e outros coletivos e são diferentes dos inferiores demônios ou espíritos malignos. Como foi dito, isso não aparece nos 66 livros do cânone protestante, mas em apócrifos como o Livro de Enoque e Livro dos Jubileus, mas é uma interpretação contemplada por muitos estudiosos incluindo os da alta magia e ex-satanistas convertidos ao cristianismo. 

19. Como funcionam as coisas no inferno (suplemento 2)

      “É  preciso  principalmente  lembrar-se  bem,  nas  conjurações,  que  os  nomes  de  Satã,  Belzebute, Adrameleque  e  outros,  não  designam  personalidades  espirituais,  mas  sim  legiões  de  espíritos impuros.  Chamo-me  legião,  diz  no  Evangelho  o  espírito  das  trevas,  porque  somos  em  grande número.  No  inferno,  reina  a  anarquia,  e  o  número  que  faz  a  lei  e  o  progresso  aí  se  realiza  em sentido inverso,  isto  é,  que  os  mais  adiantados  em  desenvolvimento  satânico,  os  mais  degradados,  por conseguinte,  são  os  menos  inteligentes  e  os  mais  fracos.  Assim,  uma  lei  fatal  leva  os  demônios  a descerem  quando  crêem  e  querem  subir.  Por  isso,  os  que  se  dizem  chefes  são  os  mais  impotentes  e desprezados  de  todos.  Quanto  à  multidão  dos  espíritos  perversos,  ela  treme  diante  de  um  chefe desconhecido,  invisível,  incompreensível,  caprichoso,  implacável,  que  nunca  explica  suas  leis  e  que tem  sempre  o  braço  armado  para  ferir  os  que  não  puderam  adivinha-lo.  Dão  a  este  fantasma  os nomes  de  Baal,  Júpiter  ou  outros  mais  veneráveis,  e  que  no  inferno  não  são  pronunciados  sem  haver profanação;  mas  este  fantasma  é  simplesmente  a  sombra  e  a  lembrança  de  Deus,  desfiguradas  pela sua  perversidade  voluntária  e  que  ficaram  na  imaginação  deles  como  uma  vingança  da  justiça  e  um remorso da  verdade.
Livro “Dogma e Ritual da Alta Magia” (Éliphas Lévi/1855)

      O texto acima dá uma definição bem interessante do inferno e da hierarquia demoníaca, confere com a doutrina chamada de bíblica pelos teólogos tradicionais? Talvez, ou só em parte, mas penso que nos dá informações para pensarmos, eis alguns pontos que separei:

- legião: muitos nomes que usamos para identificar seres espirituais malignos se referem a muitos seres e não a um ser específico, a magia e o ocultismo reconhecem isso; “Lúcifer”, “Satanás” ou o “Diabo”, como identidades pessoais, podem não possuir diretamente seres humanos, mas os espíritos malignos de nível mais baixo possuem, ou mesmo um grupo (uma legião) deles; os nomes reais desses demônios só sabemos se perguntarmos na autoridade do Espírito Santo, mas os “satanistas” sabem os nomes de seus “espíritos guias” e os guardam com muito cuidado visto que possuem poder em suas práticas; mas isso tudo são assuntos que só teremos certeza na eternidade, a certeza que precisamos ter é a que Jesus tem autoridade seja sobre espécie ou quantidade de seres espirituais do mal que forem;

- anarquia: as coisas no mundo dos espíritos malignos, demônios, diabos e anjos caídos não funcionam de forma ordenada, não totalmente, no inferno reina a anarquia, um sistema político onde não existem autoridades, ou onde as autoridades são negadas;

- sentido inverso: os piores são superiores, porém menos inteligentes, mesmo que mais desprezados;

- os inferiores é que podem ser controlados mais facilmente (?) no ocultismo e práticas mágicas por terem ainda alguma lembrança da autoridade divina.

      Veja que essa é uma visão do “inferno”, um lugar para onde os seres espirituais do mal foram mandados e são mantidos por Deus.

20. Altíssimo Deus (suplemento 3)

      “Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo.” Isaías 14.12-15

      De todos os atributos de Deus, altíssimo é o que mais me toca, isso não é porque remete-nos a ver Deus como inascível ou intocável, o poder único do evangelho está justamente em nos dar acesso por meio de Jesus Cristo a esse Deus altíssimo. Contudo, é preciso entender que o verdadeiro Deus é superior, a tudo e todos, na Terra e nos céus, em todos os céus. Por outro lado, querer de alguma maneira essa posição exclusiva é estratégia do mal desde o início. Há vários textos que falam de Deus como o altíssimo, mas o texto inicial desta reflexão, que a princípio se refere ao rei da Babilônia, pode ser interpretado também como uma descrição da queda de um poderoso diabo, de um príncipe das trevas. 
      Esse caiu justamente porque ousou subir onde não podia, na posição de Deus, querendo ser altíssimo acabou sendo derrubado no mais profundo abismo. O diabo não caiu porque fez cair o homem, nem porque amou o homem e quis dar a ele o conhecimento que Deus não quis, como relata o mito grego do Prometeu, mito que é base do ocultismo, da alta magia e dos santanismos mais baixos. O diabo já era Lúcifer quando se apossou da serpente e fez a tentação original, antes do início dos tempos já havia ocorrido a inssurreição cósmica no mundo espiritual que separou anjos, arcanjos, querubins, serafins e outros seres espirituais do mal de demônios, diabos e seus príncipes de legiões das trevas. 
      Todos nós conhecemos e experimentamos as investidas do mal contra nossas vidas, e os que nascem de novo têm o privilégio de usarem a autoridade do nome de Jesus para repreender, anular e destruir as obras de diabos e demônios. Poucos, contudo, conhecem as investidas do mal, não contra os seres humanos comuns, mas contra líderes importantes, políticos, influenciadores de opinião, presidentes de empresas, responsáveis pelas mídias, pela internet, filósofos, pedagogos e professores (principalmente esses, que influenciam na criação de crianças e jovens). Com esses o mal não joga com valores menores, baixos, não troca almas por prazeres materiais, com esses o mal revela mesmo verdades espirituais ocultas.
      Com certos escolhidos o mal usa um conhecimento secreto para fazer com que pessoas influentes do mundo olhem para o alto, bem alto, acima dos vícios mundanos e das legiões. Esse conhecimento revela os grandes e antigos diabos, que estão acima do mal que a maioria das pessoas se ocupam em suas vidas diárias. O mal faz isso com tanta elaboração, com tanta informação, com tanta sofisticação, que muitos pensam estarem de fato se envolvendo com o mais alto dos conhecimentos. Muitos pensam estarem de fato fitando o altíssimo, quando na verdade olham para o abismo espiritual, para a mais poderosa das trevas.
       Metafísica oriental, hermetismo, alta magia, cabala, conhecimentos ocultos que não estão abertos para todos, ferramentas especiais do mal que revelam que ele tem selecionados (e nem pense alguém em querer entrar nesses “círculos” sem ser pré-selecionado), que ele tem estratégia, que ele tem inteligência, para preparar em ordens secretas (que atualmente nem são assim tão secretas, pelo menos no marketing) não peões, mas líderes, reis e rainhas para reinarão no final dos tempos, no último e pior dos golpes do mal contra Deus. 
      Muitos não têm ideia do que é alta magia, acham que é só um “pai de santo” com mais demônios, mas os envolvidos com ela se guardam e influenciam muito mais as pessoas do que elas acham, incluindo crentes dentro de igrejas. De muitas pessoas, o mal se serve, escraviza, mas algumas, ele serve e pode mesmo ser “controlado” por elas. A maioria dos cristãos não está preparada para combater esses soldados especiais das trevas, ainda que em sua ignorância seja protegida pelo nome de Jesus.
     O Deus Altíssimo foi, é e sempre será superior, mais alto, e por isso, mais poderoso, como conhecê-lo e ter sua proteção? Por Jesus e no Espírito Santo, na simplicidade do conhecimento mostrado na Bíblia, uma coleção de textos escritos por homens de seus tempos, mas ainda assim o que Deus usa de melhor para mostrar sua vontade maior. Entendamos, contudo, que as piores e mais eficientes estratégias do mal estão escondidas, atrás de ideologias de tolerância e proteção do planeta, e têm nos sistemas de ensino e nas tecnologias seus principais meios de atuação. 
      Quando orar, pense no Altíssimo, em sua mente, em seu coração, foque em Deus, no Deus de Abraão, Jacó, José, Moisés, Davi, Salomão, Jeremias, Isaías, Elias, Daniel, João Batista, Pedro, Lucas, João Evangelista, Paulo e de Jesus, o Cristo. Clame perdão e purificação pelo nome de Jesus e autorize o Espírito Santo de Deus, e nenhum outro, a ter comunhão com você. Não mentalize ou evoque diabos, não perca tempo com as Sephiroth (quem sabe entenda), são só anjos caídos, são perda de tempo, são morte, estão abaixo do Altíssimo. Desfrute, antes, do livre acesso que temos ao Deus Altíssimo através de Jesus, no qual temos perdão dos pecados e paz na eternidade.

21. O anjo do Senhor (suplemento 4)

      “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra.” 
      “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito.” 

Salmos 34.7 e 18


      O Salmo 34 é um dos textos mais confortantes da Bíblia, dá ao que busca e teme a Deus a certeza que o Senhor cuida dele de maneira especial. Mas eu queria chamar a atenção para dois versículos, o primeiro é o que cita o termo “anjo do Senhor”, o texto diz que o anjo acampa-se ao redor daquele que confia em Deus e o livra. É importante citar que a palavra anjo (que significa mensageiro) é usada em vários textos bíblicos, mas o termo “anjo do Senhor” pode ser traduzido como algo que vai além de um ser espiritual do bem, pode significar o próprio Deus ou mesmo Jesus antes de sua encarnação. 

      Seja como for, aprendemos com o verso 7 do Salmo 34 que uma presença espiritual enviada por Deus, do bem e poderosa, pode ficar ao redor, isso é, em todos os lados, alturas e posições em relação ao cristão encarnado, protegendo-o de males físicos e espirituais. Mas até que ponto acreditamos na realidade disso? Não somos só seres físicos, somos espirituais também, precisamos de experiências físicas e também de espirituais, isso não é insanidade, é integridade. 

      Crentes de linha pentecostal podem se habituar tanto a acreditar nisso que podem acabar vulgarizando uma experiência tão maravilhosa, por outro lado, crentes de linha tradicional protestante podem racionalizar tanto o cristianismo que acabam simplesmente não crendo nisso. Meus queridos e minhas queridas, é verdade, eu já senti e vi isso com olhos espirituais mais de uma vez em minha vida, protegendo a mim e àqueles que sinto de Deus de colocar sob minha cobertura espiritual de oração e vigília, anjos existem, são gigantes iluminados, que podem portar grandes espadas. 

      Importante: não cabe ao homem de maneira alguma orar diretamente a anjos, ou determinar diretamente a eles que façam isso ou aquilo, devemos pedir a Deus proteção e o Senhor, de acordo com sua vontade, ordena anjos. Mesmo que sintamos a presença de um anjo, que possamos vê-los com olhos espirituais, convém falar em espírito antes com Deus (em espírito o diabo não ouve), e no nome de Jesus expulsar demônios caso estejam presentes e pedir autorização a Deus para responder caso sejamos indagados pelos anjos. 

      Mas mesmo essa experiência é exceção, não regra, a regra é orar diretamente a Deus pelo poderoso nome de Jesus Cristo. Todo cuidado é pouco visto que o diabo é mentiroso e simulador, e mesmo sendo verdadeiro nenhum bem pode trazer ao homem. Contudo, com todos esses cuidados, o Senhor mostra aos que o buscam sua poderosa proteção usando anjos do bem ao redor de seus filhos, e em se tratando de batalha espiritual isso é de suma importância. 

      Guerra espiritual não se vence com armas humanas, intelectuais ou emocionais, mas espirituais, que depois se manifestam em nossos sentimentos e pensamentos. Eu tive que dar relevância também ao versículo 18 nesta reflexão, ele é a chave para o 7, quem tem proteção especial e poderosa de Deus? O humilde, o verdadeiramente contrito de coração, que não o é só de fachada, para exibir espiritualidade (falsa) só por vaidade ou autopiedade, mas que é de fato, diante de Deus, nas madrugadas solitárias da vida, homem e mulher quebrantado diante do Senhor, clamando dele sua atenção.


A redação e a compilação deste texto é original, 
não foi copiado ou transcrito de nenhum outro material.
Fique à vontade para compartilhá-lo, 
mas por favor, cite a fonte.
José Osório de Souza - 30/11/2018

segunda-feira, dezembro 17, 2018

17. Para quem quer conhecer mistérios (Parte 17 de 17)


17. Para quem quer conhecer mistérios

      “Ajuntando-se entretanto muitos milhares de pessoas, de sorte que se atropelavam uns aos outros, começou a dizer aos seus discípulos: Acautelai-vos primeiramente do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido. Porquanto tudo o que em trevas dissestes, à luz será ouvido; e o que falastes ao ouvido no gabinete, sobre os telhados será apregoado. E digo-vos, amigos meus: Não temais os que matam o corpo e, depois, não têm mais que fazer. Mas eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei.” 

Lucas 12.1-5


      O texto de Lucas 12 se refere ao comportamento maligno e invejoso dos fariseus, que no meio da multidão que se une muitas vezes sem consciência do que está havendo, nem do que deseja, mas que está lá só porque muitos outros estão, podiam ter má influência, como fermento na massa do pão. Assim Jesus exortou os seus discípulos, “cuidado, não entrem no papo desses hipócritas, não sejam “maria vai com as outras””. Quando abraçamos uma causa só por modismo, corremos o risco de sermos manipulados por gente mal intencionada, mas também de não entendermos algo importante e com profundidade. Na crucificação de Jesus poucos ficaram ao seu lado, nos perguntamos, onde estava toda a multidão que se acumulava para ver aquele que fazia milagres e colocava em xeque-mate os importantes religiosos da religião judaica? Por algum motivo muitos daquela multidão foram convencidos pelos fariseus, e nem entenderam que as palavras de Jesus se cumpriam, dentre elas a que disse no texto acima que o ódio dos fariseus um dia seria revelado e levaria Cristo à morte física.
      Mas e quanto aos mistérios do mundo espiritual, eles também serão revelados? A Bíblia não é um manual técnico do mundo espiritual ou um livro de regras a serem seguidas para obedecermos a Deus. A Bíblia também não é uma publicação de teologia sistemática com os assuntos separados por temas numa ordem didática. A Bíblia não foi escrita diretamente por Deus, mas por homens que tiveram experiências com Deus e muitos na plenitude do Espírito Santo. O cânone de sessenta e seis livros que temos hoje também não é uma coleção de textos assinados embaixo por Deus, eles foram reunidos à medida que a tradição judaica-cristã caminhou e se estabeleceu. Alguns livros são sagrados para os judeus, outros para a Igreja Católica, outros para os protestantes-evangélicos, e mesmo assim há discordâncias entre as religiões judaica-cristãs. Isso é ruim? Não, é o que pôde ser feito no tempo, registros escritos por homens em seus períodos históricos, entendendo e expressando suas vivências com Deus de acordo com a cultura, moral e espiritualidade de seu momento. 
      Isso é o que pôde ser feito e o que bastou, pelo menos para Deus, e se para ele foi o suficiente devemos acatar, contudo, debaixo da clareza do Espírito Santo, o Espírito Santo é Deus! Assim é preciso cuidado para saber a vontade do Senhor através da Bíblia, é preciso ler ouvindo o Espírito Santo, e praticar em oração, não acreditando em tudo que se fala nos púlpitos. Fique tranquilo, isso não é pecado, Deus te dá esse direito, se exercido com temor a ele e respeito com as autoridades que ele coloca sobre você nas igrejas. Dessa forma, o entendimento sobre o mundo espiritual, anjos, seres espirituais, demônios, diabos, também não é claro, e a verdade é que nem precisa ser. A certeza que temos é que Jesus Cristo nos salva, nos cura e nos liberta de qualquer influência do mal, isso basta, isso nunca mudará. Ainda assim, certas coisas sabem os que desejam saber e pagam o preço por isso, mesmo que na verdade seja melhor saber pouco e ser fiel a isso, que querer conhecer tudo e se perder em teorias impraticáveis. 

Esta é a 17a. parte do estudo “Desvendando o verdadeiro mundo espiritual” 
dividido em 17 partes e publicado aqui entre os dias 1/12/2018 e 17/12/2018

Final

     Com essa parte, encerro o estudo “Desvendando o mundo espiritual”, espero que você tenha entendido este texto, se não entendeu, por favor, procure ler novamente e orar, se não concordou, esteja à vontade para deixar seus comentários, de um diálogo educado e inteligente estou sempre disponível a participar. Leia também outras fontes, como foi dito no início, só não deixe de dar a relevância merecida a assuntos como os tratados aqui, sérios e importantes, para mim, pra você, para nossas famílias, para a igreja e para a salvação da humanidade. O nome de Jesus tem poder sobre todo o mal, espiritual e físico, hoje e sempre, a ele toda a glória, na terra e nos céus, físico e espiritual, amém!

      “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.” 

Apocalipse 20.10

      “E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua lâmpada. E as nações dos salvos andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra. E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite. E a ela trarão a glória e honra das nações.

 Apocalipse 21.23-26



A redação e a compilação deste texto é original, 
não foi copiado ou transcrito de nenhum outro material.
Fique à vontade para compartilhá-lo, 
mas por favor, cite a fonte.
José Osório de Souza - 30/11/2018

domingo, dezembro 16, 2018

16. Pentecostal, tradicional e o mundo espiritual (Parte 16 de 17)


16. Pentecostal, tradicional e o mundo espiritual

      As denominações cristãs protestantes e evangélicas se dividem quanto ao que é legítimo sabermos e vivermos sobre mundo espiritual. Sim, as igrejas protestantes tradicionais expulsam demônios, mas fora disso não se aprofundam no assunto, assim como não creem que dons espirituais são para os dias de hoje. Essa é a principal diferença doutrinária entre as vertentes tradicionais e pentecostais. Pessoalmente, muitas vezes em minha caminhada no evangelho, achei vantagens em ambos os posicionamentos, assim como desvantagens, confesso que esse assunto ainda me intriga assim como ainda não tenho um posicionamento final. Minha pergunta é, o que Deus pensa dessas diferenças? Minha conclusão é que o Senhor não dá a isso, como a muitas outras coisas que nos preocupam tanto, tanta importância. Deus usa a cada um conforme sua disposição e tem o cuidado amoroso de fazer chamadas distintas para que todos possam ser úteis, o Senhor é um pai bondoso.
      As igrejas locais são territórios físicos e espirituais especiais, pela oração dos membros e orientação adequada dos líderes nos templos, podemos ter uma comunhão vivificadora com o Espírito Santo que nos leva a uma adoração plena ao Senhor, assim como a um crescimento espiritual maduro. Uma experiência completa com Deus só pode ser provada com conhecimento do mundo espiritual, assim como das ferramentas para lidarmos com ele, que são os dons espirituais e uma oração de cobertura e batalha espiritual, assim eu creio. Essa é uma benção que Deus tem nos dado, principalmente nos últimos anos, pelo movimento pentecostal, que mesmo com seus erros, inerentes à sua vocação, tem conferido ao povo de Deus uma unção diferenciada para enfrentar o inimigo. Eu não poderia encerrar este estudo sem dar essa relevância, justa e verdadeira.
      Contudo, muitos cristãos protestantes tradicionais, que em outros momentos da história do cristianismo tanto fizeram pelo evangelho, principalmente no evangelismo mundial, não têm aceitado essa renovação. Nem penso que isso é um erro ou um desvio, vejo diferente. Penso que as coisas neste mundo tem início, meio e fim, assim, se Deus usou os tradicionais por um tempo com um objetivo, está usando os pentecostais em outro tempo para outro objetivo, isso para que o homem e suas organizações não se gloriem. Quem tem humildade, aceita o final de uma fase e recebe a nova fase com alegria, os orgulhosos, contudo, ficam presos a uma visão passada e não abrem mão do poder que achavam que tinham, achavam, pois se foram importantes e eficientes num período o foram pela graça de Deus. A Igreja é de Deus, o Espírito Santo é de Deus, a visão, quando genuína, é de Deus, os ministérios, quando legítimos, são de Deus, e nada disso é propriedade de homens, por mais ungidos ou intelectuais que sejam.
      Assim podemos fazer a triste constatação de muitas vezes entrarmos num templo de linha protestante, não em todos, não estou generalizando, mas em muitos casos achar conforto material, conhecimento bíblico, cultura cristã equilibrada e séria, cristãos decentes, contudo, espiritualmente sentirmos a frieza e o vazio de quem não dá liberdade ao Espírito Santo. Em igrejas assim muitos estão bem financeiramente, são fiéis ao cristianismo, contudo, sofrem debaixo de doenças físicas e psicológicas, têm dificuldades para manterem casamentos e principalmente, não conseguem segurar seus filhos nas igrejas. Dessa maneira muitas igrejas protestantes tradicionais estão se tornando igrejas de velhos, sendo que os mais jovens ou caem fora de vez de frequentarem assiduamente as igrejas ou se mudam para igrejas renovadas.
      Me converti e passei muito tempo, no final dos anos 1970 e na década de 1980, numa igreja protestante tradicional não pentecostal, o conhecimento bíblico que tenho hoje devo principalmente a isso, assim como a vida social limpa que tive na juventude. Contudo, o ensinamento, naquele tempo, não me libertou de doenças emocionais, a cura só fui encontrar em igrejas avivadas, assim como o conhecimento de mundo e batalha espiritual que me permite hoje manter minha libertação. Contudo, não pense que Deus não ouve a oração de um reverendo protestante, existe mais autoridade na palavra de muito pastor protestante comedido que no discurso teatral de muito pastor carismático, assim como um conhecimento intelectual profundo, mais em alguns pregadores pentecostais que em alguns mestres do protestantismo tradicional.
      Mas guerra espiritual, repito, se vence com armas espirituais, palavra sem poder é tão ineficiente quanto poder sem palavra, as duas coisas têm que caminhar juntas, assim a igreja equilibrada deveria contemplar tanto o que ensina o tradicionalismo protestante quanto o que ensina o pentecostalismo. “Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.” (Mateus 22.29), foi o texto que iniciou este estudo. Se a salvação é escolhida, o batismo ou plenitude do ou no Espírito Santo também é, Porque o perverso é abominável ao Senhor, mas com os sinceros ele tem intimidade.” (Provérbios 3.32), O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer a sua aliança.” (Salmos 25.14). 
     Contudo, Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.” (João 20.29), e “Melhor é o pouco com o temor do Senhor, do que um grande tesouro onde há inquietação.” (Provérbios 15.16). Equilíbrio, é isso que andar realmente com Deus nós experimentamos, só na obediência do Senhor temos o melhor de dois mundos, do conhecimento da palavra que acredita sem ver e da experiência com o poder de Deus que pode conhecer o mundo espiritual com intimidade. Mas que cada um de nós faça aquilo que Deus quer, conforme a chamada pessoal e intransferível que recebemos dele, não por vaidade ou orgulho, mas por temor a Deus em humildade.

Esta é a 16a. parte do estudo “Desvendando o verdadeiro mundo espiritual” 
dividido em 17 partes e publicado aqui entre os dias 1/12/2018 e 17/12/2018

sábado, dezembro 15, 2018

15. Quem faz cobertura espiritual: liderança espiritual na família (Parte 15 de 17)


15. Quem faz cobertura espiritual: liderança espiritual na família

      “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.” 

João 15.16


       Uma chamada de Deus, é isso que temos, chamada para desempenhar uma missão. Deus não nos salvou para frequentarmos templos confortáveis, cantar belas músicas acompanhados por uma boa equipe de músicos, enquanto somos preparados para dar dízimos e pagarmos o direito de termos prosperidade material. O Senhor não nos escolheu para isso, mas para que caminhemos com Jesus num processo de crescimento espiritual à medida que damos frutos que permaneçam. Quantos de nós damos frutos fracos, que pouco duram, assim pulamos de galho em galho, de igreja em igreja, de casamento em casamento, de emprego em emprego, nem os nossos amigos conseguimos manter por muito tempo, os que andam conosco hoje, daqui a três anos não andarão mais, como somos fúteis. Depois queremos orar e termos nossos pedidos respondidos rapidamente, veja que a promessa de oração respondida, e de todas as orações respondidas, está no final de João 15.16, é consequência de um processo de obediência, de assunção da verdadeira chamada e escolha de Deus.
     Quem deve fazer cobertura espiritual? Quem tem pessoas abaixo de si, principalmente com ligação familiar, mas podemos também fazer cobertura com grupos de irmãos em Cristo, que fazem parte de um mesmo ministério, ou conforme sentir pastor e líderes orientação do Espírito Santo. Repito, cobertura espiritual é mais que orar pelas pessoas, isso podemos e devemos fazer por todos, mas dar cobertura pode ser entrar em batalha espiritual, requer uma interferência maior no reino espiritual e portanto uma aprovação clara do Senhor que isso deve ser feito. Nas igrejas atuais os dois extremos acontecem, em igrejas ditas pentecostais muitos entram em batalha espiritual sem responsabilidade, sem ordem de Deus, simplesmente porque se acham no direito como crentes. Por outro lado, em igrejas protestantes tradicionais, os cristãos simplesmente nem creem no mundo espiritual e se acovardam, não usando da autoridade que Jesus nos concedeu, por isso, nesse meio, tantos enfermos e frios. 
      Quem deve fazer a cobertura espiritual da família, o homem ou a mulher, o pai ou a mãe? Quem acompanha o “Como o ar que respiro” sabe a posição do blog, de que o Espírito Santo dá outro foco à posição de homem e mulher na família, nos tempos atuais. A posição da tradição cristã, seguindo textos como os de Paulo coloca o homem, o marido, como superior à mulher, contudo, isso é visão da sociedade contemporânea do apóstolo, não dá atual. Alguém pode perguntar, “então, está se propondo uma desobediência à palavra?” Neste caso uma interpretação diferente, mas se tivéssemos que seguir literalmente a Bíblia neste caso, a mulher não poderia nem falar nos cultos e deveria estar limitada a trabalhos domésticos e criação de filhos. Isso com certeza não é seguido pelas igrejas cristãs atuais, não pelas verdadeiras, assim já estamos na prática vivendo uma família diferente da descrita na Bíblia. Mas por favor, siga todo o raciocínio da reflexão desta parte do estudo para entender o que o blog entende como sendo a vontade de Deus para a família com relação à cobertura espiritual.
      Vamos a mais fatos da triste realidade social atual, seres humanos adultos mas sem compromisso com família, como pais, mães ou cônjuges, tendo como consequência a criação de famílias aos pedaços, imperfeitas e distantes do ideal de Deus. Infelizmente o que mais se vê são homens despreparados para terem famílias o que faz com que muitas “famílias” sejam lideradas por mulheres sem maridos, que precisam desempenhar o papel de mãe e de pai, trabalhando e criando filhos. Isso quando não são os avós que criam os netos, avós com os filhos ainda insistindo na condição de solteiros, sem responsabilidade com aqueles que geraram, se relacionando com outras pessoas e seguindo em fazer novos filhos. Quando essas “famílias” vêm para o evangelho, sem pais, sem maridos, as mulheres precisam também desempenhar a função de darem cobertura espiritual para os filhos, não tem outro jeito. 
      Contudo, mesmo em famílias ditas “normais”, as mulheres atuais também acumulam tarefas, assim como os homens acumulam. Como elas trabalham fora e têm preparo acadêmico e carreira profissional, eles cuidam de administrar a casa e de cuidarem dos filhos, não existe mais exclusividade de tarefas, o justo e certo de ser feito em amor e os dois ajudarem em tudo para que nada pese pra ninguém. Da mesma maneira, ambos podem dar cobertura espiritual para à família, essa é uma visão em Deus de uma família moderna onde existe igualdade, respeito para com a mulher, ausência de machismo do homem, com Cristo sendo o cabeça sobre todos. Contudo, compartilharei agora uma visão que você não precisa concordar. Em primeiro lugar faço uma pergunta: homem e mulher são realmente iguais? Bem, na inteligência e capacidade profissional, sim, ambos podem exercer qualquer profissão, das fisicamente mais brutas às intelectualmente mais sensíveis. 
      A diferença está justamente na criação de filhos, e nem me refiro às tarefas domésticas, limpar a casa, lavar roupas, fazer as refeições, isso ambos podem fazer. Se não fosse assim ambos poderiam engravidar e gerar filhos, mas existe uma diferença na sexualidade, temos o feminino e o masculino, com funções distintas. Cada um com referências distintas que oferecem tipos diferentes de ensino, juntos formarão um ser humano de caráter e equilibrado. Falar de sexualidade nos tempos atuais ganhou complexidade, impossível refletir a respeito sem citar homossexualidade ou homoafetividade, onde as figuras masculina e feminina podem estar presentes de maneiras distintas em núcleos familiares. A adoção também tira da mulher uma tarefa que a princípio lhe é exclusiva, engravidar e gerar filhos, assim o trabalho que segue com bebê ou criança adotado pode ser desempenhado tanto por um homem quanto por uma mulher. Dessa forma, a diferença de funções entre homem e mulher num compromisso de casamento, na prática nos dias de hoje, pode ser nenhuma.
      Após essas considerações, perguntamos novamente: quem deve fazer a cobertura espiritual? Penso que uma pessoa deve fazer, seja homem ou seja mulher, seja num casamento tradicional ou nem tanto, mas penso que um deve se responsabilizar por isso. Se ambos puderem fazer, então que se deixe o homem fazer, se houver um homem na relação, não porque é melhor ou superior, mas porque isso remete ao plano original (e ideal) de Deus, e não estou aqui diminuindo a mulher, nem desrespeitando homoafetivos. Penso que o plano original de Deus, através do texto (metafórico ou não) de Gênesis, é de um homem e uma mulher, uma figura masculina e uma feminina numa família, e assim teve que ser por um longo período da história humana. O foco deste estudo não é família e sexualidade (e homoafetividade...), mas num núcleo familiar assumido com responsabilidade diante da sociedade e de Deus, acertem-se os líderes e concordem com um responsável por orar pela família dando cobertura espiritual, e se possível um homem.
      Na sociedade atual a mulher está se empoderando? Que bom. O preconceito que colocava toda relação homoafetiva como promíscua é pecaminosa, condenada aos olhos de Deus, está sendo vencido? Que bom. Mulheres têm adquirido respeito e direitos para serem o que querem onde querem, seja no lar ou na profissão? Que bom! Contudo, que o homem heterossexual não se enfraqueça, aprenda que sua dignidade não está em sem impor por força, seja física ou intelectual (ou espiritual) sobre a mulher ou sobre homoafetivos. Que haja um líder espiritual na família, mesmo respeitando todos os respeitos dos outros, e que o homem assuma seu papel como pai, marido e cobertura espiritual de esposa e filhos, com humildade, sabedoria, mas com coragem e autoridade em Deus!

Esta é a 15a. parte do estudo “Desvendando o verdadeiro mundo espiritual” 
dividido em 17 partes e publicado aqui entre os dias 1/12/2018 e 17/12/2018

sexta-feira, dezembro 14, 2018

14. Tudo está sob a autorização de Deus (Parte 14 de 17)


14. Tudo está sob a autorização de Deus

     “E ele mostrou-me o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor. Mas o Senhor disse a Satanás: O Senhor te repreenda, ó Satanás, sim, o Senhor, que escolheu Jerusalém, te repreenda; não é este um tição tirado do fogo? Josué, vestido de vestes sujas, estava diante do anjo.” 
Zacarias 3.1-3

      O texto de Zacarias 3 mostra uma situação semelhante a de Jó 1 e 2 onde Satanás está ao lado do Senhor para se opor ao homem. Nessa passagem o diabo é repreendido de pronto, sim, nessa ocasião não fazia parte do plano do Senhor permitir uma ação maléfica, ou pelo menos não mais. Passemos agora para as revelações que o livro de Jó faz sobre o diabo, aqui chamado de Satanás, nos dois primeiros capítulos do livro, dando continuidade, dentro do estudo “Desvendando o verdadeiro mundo espiritual”, a um rápido estudo sobre o livro de Jó.
      “E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles” (Jó 1.6), como filhos de Deus, neste caso, a Bíblia se refere aos seres espirituais do bem, anjos, arcanjos, querubins, serafins ou outros, ou pelo menos alguns desses, mas entre eles veio o “coisa ruim”, Satanás. Esse aspecto mais o fato descrito em “Então o Senhor disse a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao Senhor, e disse: De rodear a terra, e passear por ela. E disse o Senhor a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó?” (Jó 1.7-8a), mostra que o diabo (ou os diabos, ou alguns deles) tem certa liberdade, pelo menos no tempo presente em que o homem habita na terra, e que terminará no juízo final quando os não salvos serão julgados e os seres espirituais malignos lançados no inferno. Deus autoriza Satanás andar pela Terra e observar os homens, contudo, para tocar de alguma forma os homens, o diabo tem que ter uma permissão especial do Senhor, principalmente no nível em que Jó foi tocado.
      Coisa maravilhosa é saber que Deus de fato nos conhece, muito mais que o entrevado diabo, “Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal” (Jó 1.8b), íntegro, temente a Deus e que se desvia do mal, três pontos importantes. Integridade é ser inteiro, ser coerente, não ser partido ou com intenções antagônicas, mas um só e em Deus. Temente a Deus, o que teme a Deus não vive de maneira irresponsável, fazendo o que quer como que se não precisasse dar satisfações por isso a ninguém, o que teme a Deus sabe que o Senhor tudo vê e tudo sabe, assim como ama a todos, dessa forma anda com cuidado, com sabedoria. Desviar-se do mal é mais que pedir perdão quando se erra, e procurar nem errar, evitando armadilhas, caminhando com calma e em oração.
      “Então respondeu Satanás ao Senhor, e disse: Porventura teme Jó a Deus debalde? Porventura tu não cercaste de sebe, a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste e o seu gado se tem aumentado na terra. Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face.” (Jó 1.9-11), o diabo exibe a malícia maldosa característica dos rebeldes e orgulhosos, que sempre desconfiam da pureza, não acreditam na virtude alheia. Deus entrou no jogo do diabo? Ele precisava ter aceito o desafio do inimigo? Não, não para provar o que quer que fosse para o diabo, eu pelo menos acredito assim, mas sabe-se lá de fato como é a relação de Deus com os anjos caídos. Sob a primeira autorização de Deus Satanás tirou de Jó suas posses e seus filhos, mas o diabo não desistiu, no capítulo 2 ele volta à presença de Deus e novamente duvida da sinceridade de Jó, assim ele tem uma segunda autorização do Senhor, agora para tocar também em sua saúde. 
      “Então saiu Satanás da presença do Senhor, e feriu a Jó de úlceras malignas, desde a planta do pé até ao alto da cabeça. E Jó tomou um caco para se raspar com ele; e estava assentado no meio da cinza. Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre.” (Jó 2.7-9), é nesse momento que a esposa de Jó surge no relato, a última coisa que lhe faltava perder. Algumas vezes estaremos absolutamente sozinhos em meio a uma tempestade de lutas e tragédias, poderemos perder mesmo o apoio das pessoas mais íntimas. Contudo, o filho genuíno de Deus nunca perde a confiança que Deus sabe o que faz, que pode resolver o impossível, e isso do seu jeito e no seu tempo. A permissão de Deus para o diabo permitiu que um homem tivesse uma experiência tão extrema quanto importante, que registrada na Bíblia deixaria para todos nós lições preciosas sobre o poder de Deus, a maldade do diabo, e a necessidade do homem ter muitas vezes de passar por situações difíceis, aparentemente impossíveis pra ele de serem resolvidas, para expandir seu conhecimento sobre Deus e sobre si mesmo.

Esta é a 14a. parte do estudo “Desvendando o verdadeiro mundo espiritual” 
dividido em 17 partes e publicado aqui entre os dias 1/12/2018 e 17/12/2018

quinta-feira, dezembro 13, 2018

13. A experiência de Jó (Parte 13 de 17)


13. A experiência de Jó

      “E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles. Então o Senhor disse a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao Senhor, e disse: De rodear a terra, e passear por ela. E disse o Senhor a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal. Então respondeu Satanás ao Senhor, e disse: Porventura teme Jó a Deus debalde? Porventura tu não cercaste de sebe, a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste e o seu gado se tem aumentado na terra. Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face. E disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do Senhor.”       

      “E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor. Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.” 

Jó 1.6-12, 21-22

      “E, vindo outro dia, em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles, apresentar-se perante o Senhor. Então o Senhor disse a Satanás: Donde vens? E respondeu Satanás ao Senhor, e disse: De rodear a terra, e passear por ela. E disse o Senhor a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal, e que ainda retém a sua sinceridade, havendo-me tu incitado contra ele, para o consumir sem causa. Então Satanás respondeu ao Senhor, e disse: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida. Porém estende a tua mão, e toca-lhe nos ossos, e na carne, e verás se não blasfema contra ti na tua face! E disse o Senhor a Satanás: Eis que ele está na tua mão; porém guarda a sua vida.

      “Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre. Porém ele lhe disse: Como fala qualquer doida, falas tu; receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.

Jó 2.1-6, 9-10


      “Então respondeu Jó ao Senhor, dizendo: Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido. Quem é este, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso relatei o que não entendia; coisas que para mim eram inescrutáveis, e que eu não entendia. Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás. Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos. Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza.”

     “E o Senhor virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o Senhor acrescentou, em dobro, a tudo quanto Jó antes possuía.”

Jó 42.1-6, 10


      Um estudo sobre o mundo espiritual não pode deixar de refletir sobre o relato do livro de Jó, isso por várias razões. A primeira delas é a relevância que o livro tem sob o ponto de vista cronológico dos livros do cânone bíblico, tido por muitos estudiosos como relatando um dos fatos mais antigos da Bíblia, outra razão é que ele fala sobre fé, num tempo que esse conceito não era base religiosa. Jó era um homem rico materialmente e espiritualmente, isso levou um diabo a querer prová-lo. Satanás, contudo, não estava querendo desmerecer o homem justo, mas a própria justiça e a sua eficácia em retornar ao que confia nela uma vida vitoriosa. O diabo na verdade se rebelava, mais uma vez, contra Deus e a sua maneira de agir, mostrando que a fé de Jó era inútil ele queria mostrar que Deus era injusto. A tese do diabo era que Jó era fiel porque recebia coisas de Deus, se elas fossem tiradas de Jó ele deixaria de confiar em Deus. 
      Quem o diabo usou foram justamente os que se diziam amigos de Jó, e como isso ocorre a todos nós, depois de Jó perder tudo, as riquezas, a família e a saúde, os três amigos passaram a questionar a fé de Jó, dizendo que ele não era tão justo e fiel assim, que estava passando por um momento tão ruim como castigo de Deus por ter feito algo errado. A teologia do livro de Jó é atemporal, transcende a velha aliança e a lei, ela toca o cerne do relacionamento do homem com Deus na nova aliança, um relacionamento baseado em fé, fé que acredita mesmo que o presente, a aparência, a realidade se mostrem diferentes. Ela também fala de uma experiência comum a todos nós, sofrimentos que passamos que não sabemos o porquê. Logo no início da provação, após as duas vezes que Satanás tocou sua vida, as palavras de Jó mostram que ele estava preparado em Deus para aquela situação, “em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma” e “em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios”. Mas isso era só o início.
      Durante sua provação Jó chega a desacreditar de si é mesmo, de sua justiça, e daquilo que ele conhecia até então como Deus. Ele começou a pensar que Deus estava errado punindo-o injustamente, mas discordava de Deus como filho, com proximidade dele, diferente dos amigos que criticavam a Deus de longe. O filho de Deus, em sua imaturidade, pode até discordar de Deus, “brigar” com Deus, mas faz isso com respeito e temor, é diferente do ímpio, que diante de uma tragédia nega estar colhendo a consequência de sua vida errada, coloca a culpa em Deus e facilmente buscará as opções do diabo para justificar sua experiência. Na verdade a provação de Jó, como todas aquelas que Deus permite que passemos, estendeu seu conhecimento de Deus. Só é provado como Jó, de forma tão dura mesmo estando fazendo as coisas certas, os que mostram a Deus que podem suportar a perda do material, do físico, do aparente, para crescer mais espiritualmente, no homem interior, naquilo que realmente tem valor para o Senhor.
      No final Jó reconhece, não a simples lei de causa e efeito, de plantação e colheita, que tem sua relevância, no universo e com todos nós. Mas acima disso está um Deus que pode fazer o que quiser porque sabe o que faz e que tudo o que faz sempre glorificará seu nome e abençoará, no tempo certo, o homem que confia nele. Jó aprendeu que Deus é muito mais que um devolvedor de bênçãos físicas para aquele que pratica a justiça, mas Jó também aprendeu algo muito importante sobre o homem, sobre si mesmo. Ser um homem “homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal” e sê-lo em todo o tempo, não só quando as coisas vão bem. E se Deus pedisse a Jó que continuasse fiel mesmo que não restabelecesse nunca mais sua condição de prosperidade inicial, seria que isso colocaria em dúvida a justiça de Deus? Não, Deus é Deus e faz o que quer, mas bênção maravilhosa é que Deus conhece nossos limites e no final sempre nos recompensa, no caso de Jó com o dobro do que tinha inicialmente.
      Interessante o desfecho do livro, “E o Senhor virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigo”, Jó não tinha mais nada, ainda assim quis orar e abençoar alguém, quem lhe restou para isso? Justamente os “mui” amigos dele e foi nesse gesto que Deus viu o amadurecimento de Jó e mudou de vez sua sorte. Que coração tinha Jó, realmente um homem que podia confiar para mostrar ao diabo o engano que comete confiando em sua arrogância, sua maldade, sua rebeldia, pensava ser esperto, pensava estar pegando Deus num descuido, mas acabou sendo desmascarado, como sempre ocorre com ele e com homens falsos e míopes espiritualmente como ele. “E depois disto viveu Jó cento e quarenta anos; e viu a seus filhos, e aos filhos de seus filhos, até à quarta geração. Então morreu Jó, velho e farto de dias.” (Jó 42.16-17), glória a Deus! Veja na próxima parte a conclusão da “Experiência de Jó”, com enfoque na participação de Satanás no relato bíblico.

Esta é a 13a. parte do estudo “Desvendando o verdadeiro mundo espiritual” 
dividido em 17 partes e publicado aqui entre os dias 1/12/2018 e 17/12/2018

quarta-feira, dezembro 12, 2018

12. Provando espíritos: anjos ou demônios? (Parte 12 de 17)


12. Provando espíritos: anjos ou demônios?

       “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.

Gálatas 1.8-9


      Ainda que um anjo anuncie algo diferente do evangelho original, com adições ou subtrações à doutrina, principalmente da principal, aquela que é o centro da Bíblia e diz respeito à salvação exclusiva e total pelo nome de Jesus Cristo, seja maldito. Na tradição judaica-cristã “anátema” é algo muito sério, recortei o texto a seguir:

      “Anátema (do grego antigo ἀνάϑημα, "oferta votiva" e, depois, ἀνάϑεμα, "maldição"; derivadas de ἀνατίϑημι, "dedicar") era, na Grécia Antiga, uma oferenda posta no templo de uma deidade, constituída inicialmente por fruta ou animais e, posteriormente, por armas, estátuas, etc. Seu objetivo era agradecer por uma vitória ou outro evento favorável. 

      No catolicismo, é a maior e a pior sentença de excomunhão da Igreja, onde o anátema, além de ser expulso da igreja com todos seus ritos eucarísticos e todas as atividades voltadas ao fiéis, ainda é considerado como amaldiçoado pelo sacerdote. Os anátemas acontecem em celebrações públicas e são feitas por pontífices maiores, como bispos e cardeais. Em algumas tradições cristãs existem ritos específicos para o anátema. O anátema é o mais severo caso de excomunhão, ocorrendo somente nos piores casos possíveis de heresia contra a fé.

      O célebre caso bíblico é o de Saul que invade os amalequitas, mas acaba (com o apoio do povo ou sob a pressão deste) poupando a vida de Agag e da melhor parte do gado dos amalequitas, ato que Deus condena e informa a Samuel que informa o rei Saul (uma vez que ele mente dizendo que iria sacrificá-los para Deus), sendo rejeitado como rei e abrindo portas para Davi assumir o Reino.

 Fonte Wikipedia


      “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo.”

I João 4.1-3
 
      O texto de I João 4 é uma orientação aos cristãos contemporâneos do apóstolo João com relação a uma heresia específica daquele momento, assim, usar o texto ao pé da letra para identificar todo tipo de desvio doutrinário não é o mais adequado. Pedir para o endemoniado confessar ou perguntar a ele se Jesus veio em carne, pode não servir para saber se ele está possuído, o endemoniado pode responder de forma correta sem nenhum desconforto para o demônio. Quanto mais um pregador herege ou falso profeta, esses podem ensinar isso de forma correta, mas distorcerem a palavra em outros aspectos na prática mais importantes. Aliás, como usamos textos bíblicos para estabelecer regras atemporais e gerais, sem entendermos que muitos deles se referem só à cultura, sociedade e moral do tempo em que foram escritos. Isso é mais que conhecer contexto histórico, como tantos pregadores batem no peito dizendo conhecer, mas isso é conhecer a vontade de Deus para toda a humanidade e sempre.
      O amor de Deus, à santidade e ao homem, é sempre atemporal, quem conseguir entender o equilíbrio desses valores começará a conhecer o coração de Deus. Contudo, aquele que olha só para um deles, errará, ou por considerar a santidade Deus injustamente exigente, ou por desconsiderar a importância do pecado do homem. Olhando certo entenderemos que em tudo que Deus permitiu que ficasse registrado no cânone bíblico de sessenta e seis livros da Bíblia protestante, há um ensino atemporal, que sob a interpretação do vivo e sempre atual Espírito Santo pode nos dar orientações importantes sobre um assunto, seja lá qual for o nosso tempo. No caso do texto de I João 4 a lição é sobre um fundamento da obra redentora de Cristo, ela teve o poder que tem porque o cordeiro de Deus nasceu, viveu, morreu e ressuscitou sem pecado, mesmo que em carne e sujeito a todas as tentações humanas. Se ele tivesse existido em forma espiritual, a salvação não teria funcionado como sacrifício a Deus pelos homens. A verdade é que só em vigilância realmente no altar de Deus, ouvindo o Espírito Santo e buscando em Jesus lucidez para entender sua vontade, podemos discernir as estratégias do mal, muitas vezes disfarçadas de bem, de bíblico, de espiritual.
      Aos que se permitem provar os dons espirituais, que dão liberdade para o Espírito Santo se manifestar através de seus espíritos, almas e corpos, no dom de línguas estranhas, tradução de línguas estranhas, profecia, visão, discernimento, é importante também provar a manifestação. Em primeiro lugar entrando na presença de Deus do jeito certo, como refletimos nas duas primeiras partes deste estudo, em nome de Jesus e santos, em segundo lugar verbalizando isso, assim, “dou autoridade para o Espírito Santo se manifestar com línguas e outros dons, em nome de Jesus”. Muitas vezes começamos a falar em línguas estranhas de forma tão mecânica e nos esquecemos da seriedade e santidade da experiência que estamos tendo, tomemos muito cuidado com isso. Quem manifesta os dons sem estar com a vida acertada com o Deus corre risco de manifestar falso espírito, profetizar na carne, em última instância, ser ferramenta do mal e não do bem. Não me refiro à possessão demoníaca, o salvo selado com o Espírito Santo não fica endemoniado, mas pode falar por si, pela sua alma e não por Deus. Por outro lado, endemoniados e oprimidos podem falsificar os dons, mesmo falar em línguas estranhas, mas pelo diabo, não por Deus.
      Sabiamente, Deus não permitiu que muitos detalhes fossem dados sobre os seres espirituais, sejam os do bem, sejam os do mal, eles são apenas coadjuvantes. Com certeza são administrados diretamente por Deus e não cabe a nós, homens, termos qualquer comunicação ativa com eles. Orar ao “anjo da guarda” pedindo proteção é heresia doutrinária, impossibilidade espiritual e um grande risco de se comunicar com espíritos malignos enganadores. Infelizmente, como tem se levantado adoradores de anjos, que mesmo que sejam esotéricos de butique, que se apegam mais às figuras e imagens romantizadas dos anjos e pouco sabem sobre anjos de fato, ainda assim seguem ao mal e não ao bem. Ordenar a anjos que façam isso ou aquilo, não existe base bíblica para isso, nunca senti tal orientação do Espírito Santo, assim, se for o caso, oremos a Deus pedindo que se for a sua vontade, ele envie os anjos para lutarem espiritualmente por nós e nossos próximos. Sobre anjos, a palavra final é: deixe esse assunto com Deus, o evangelho, a Bíblia, o Espírito Santo não nos autoriza a nos comunicarmos diretamente com eles, em nenhum caso! 
      Tenhamos cuidado também com algumas linhas “pedagógicas” que ensinam às crianças técnicas de relaxamento, levando-as a sentarem-se, fecharem os olhos e mentalizarem locais tranquilos, começa assim, mas logo em seguida são orientadas a chamarem um guia, uma entidade, um anjo protetor. Mesmo que Deus guarde os inocentes e saiba quem os quer conhecer de fato, esse tipo de “meditação a anjos”, objetivamente, não leva à comunhão com Deus por Jesus. Todavia, em médio e longo prazo pode levar à comunicação com demônios, que para as crianças são apresentados como singelos e bucólicos anjos. Falso é o conceito de escola laica, ele proíbe oração cristã, mas incentiva ioga e meditação como a descrita. Isso não significa que Deus não nos envie anjos, para nos proteger e mesmo para nos entregar mensagens especiais, contudo, se em visão ou em sonho um anjo nos visitar, os provemos. Em sonho, geralmente estamos no estado entre dormindo e acordado, e geralmente despertamos com a experiência, mas quando acordarmos e nos lembrarmos do sonho, em voz audível, e não necessariamente alta, expulsemos, caso ele não seja um anjo de Deus, oremos desta maneira, “se você não for um anjo enviado por Deus, eu o expulso em nome de Jesus”. É importante que isso seja feito, o diabo é astuto, mas com os filhos e amigos de Deus, se uma experiência assim ocorre, é realmente de Deus. 
      Qual a diferença entre anjos e demônios? A diferença é antes sentida, contudo, pela fé também vista, o mundo espiritual tem outras referências que não as dimensões percebidas pelo corpo físico, olhos, ouvidos e tato. Assim anjos são altos e definidos, e podemos vê-los ultrapassando a altura da parede do quarto, indo além do teto, eles nos causam um certo temor, pela sua santidade, mas não medo, podemos nos comunicar com eles sem palavras audíveis, orando só em espírito. Demônios, em sua maioria, são pequenos e disformes, nos causam desconforto, medo, e essa sensação não existe para que os temamos, mas para que saibamos que eles são maus e devem ser repreendidos, eles são ratos espirituais que fogem com uma simples e curta palavra de autoridade. Demônios só oprimem e mentem, mas se Deus enviar um anjo a você, suas palavras ficarão marcadas como fogo em sua alma. Contudo, temos a presença de Deus pelo Espírito Santo em nossas vidas em todo o tempo, assim, na nova aliança, o Senhor não tem enviado anjos a homens com frequência, não que tenhamos consciência disso. Convém crermos em Deus e buscarmos intimidade com o Senhor, mas com sabedoria, não só por curiosidade infantil de quem quer ver “coisas diferentes”, mas com a maturidade dos que creem mesmo sem ver. 

Esta é a 12a. parte do estudo “Desvendando o verdadeiro mundo espiritual” 
dividido em 17 partes e publicado aqui entre os dias 1/12/2018 e 17/12/2018