sábado, junho 16, 2018

Espírito Santo: consciência e equilíbrio (2)

      “E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas, porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos.” “O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja. E eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação.” I Coríntios 14.4-5, 32-33

       Interessante que o texto diz que são os espíritos dos profetas que precisam de controle, não o Espírito Santo. O Espírito Santo não precisa e não pode ser controlado, mas nossos espíritos humanos, mesmo na unção do Espírito Santo, precisam. O ensino, nesse caso, é que o Espírito Santo comunica-se conosco através do nosso espírito, que depois passa a mensagem, seja de entendimento, de visão, de sentimento, etc, para a nossa alma, nossa razão e nossa emoção, que então a expressa através de nosso corpo, nossa boca, por palavras, aquilo que entendeu. 
      Deus pode falar a mesma coisa para pessoas diferentes, que expressarão essa palavra de maneiras diferentes, porque permitiram que seus espíritos interagissem com suas almas e corpos de maneiras diferentes. Assim, é preciso equilíbrio para não distorcermos a palavra revelada de Deus, seja para mais, seja para menos. É preciso que controlemos nossas tendências pessoais para que o Espírito Santo seja refletido tão fielmente quanto possível. O simples fato do Espírito Santo nos habitar e ter liberdade para nos falar, não legitimiza falarmos de qualquer jeito, em qualquer lugar ou pra qualquer um.
     Diferentemente da experiência espiritual com demônios, que possuem o espírito humano e o domina, o Espírito Santo não nos possui. Seguindo a maneira de como Deus sempre age, ele é educado, pede nossa permissão para se manifetar e o faz de maneira elegante, se nós tivermos uma atitude equilibrada para compartilha-lo. De mais é tão inapropriado como de menos, quem se acha muito ungido e se descontrola, se jogando ao chão, movimentando-se e falando sem controle, pode estar pecando, tanto quanto o que tentando se controlar demais, não permite que o Espírito Santo o batize, encha seu coração, e lhe revele coisas que vão além, contudo, misteriosamente sem se oporem, à palavra escrita interpretada intelectualmente. 
      O Espírito Santo sempre nos conduz ao equilíbrio, não que não possamos ter experiências mais livres, isso pode acontecer, primeiro de maneira privada, senão em casa, em reuniões de oração mais limitadas. Contudo, nestes tempos de celular filmando tudo pra postar em rede social, experiências assim devem permanecer na privacidade, e não serem mostrada para todo mundo, simplesmente como vaidade. Em segundo lugar, experiências mais liberadas emocionalmente, também podem acontecer com jovens na fé, mas esses devem ser ensinados sobre a maturidade de se ter equilíbrio entre expressar sentimentos e dar liberdade para que o Espírito Santo ensine, console e cure. 
      Enfim, só permitindo que o Espírito Santo aja em nós de maneira equilibrada, teremos consciência do que é pecado, do que é justiça, do que é juízo, senão poderemos ser dominados pelo pecado, seja nas devassidões da carne, na frieza da arrogância intelectual ou na heresia e insanidade do descontrole emocional. Na verdade, andar em Espírito é um desafio, uma lição a ser aprendida numa vida inteira, e não em um mês de jejum e consagração.
      O Espírito Santo é Deus, imutável, nossa alma, contudo, muda o tempo todo, se perde, se acha, envelhece, se entedia, se ilude, ela está sempre a procura de paz, de alegria. O homem realmente temente a Deus terá no Santo Espírito um amigo, e aprenderá a reconhecer sua voz, não na tempestade, mas no vento calmo que sopra dentro dele, mesmo que lá fora tudo esteja voando aos pedaços num temporal descontrolado de seja lá o que for.

Nenhum comentário:

Postar um comentário