quarta-feira, agosto 15, 2018

Religião

      Uma das críticas mais constantes aqui no “Como o ar que respiro” é sobre religião, eu me considero uma pessoa avessa à religião, e mesmo sendo um cristão convicto, não defendo religião. Denominações religiosas cristãs, ao meu ver, são males necessários, grupos de homens com visões humanas sobre o evangelho que compartilham pontos de vista em comum, mas de maneira alguma, embaixadas oficiais de Cristo na terra. O único embaixador que Jesus deixou no mundo, uma ênfase do blog neste ano de 2018, é o Espírito Santo. Assim, se tenho uma religião, é o Espírito Santo, que ocasionalmente me encaminha para trabalhar com igrejas, denominações ou religiões de homens. Mas o que seria essa religião que tanto critico aqui? 
      Não me refiro ao significado da raiz da palavra, “religare”, em latim, uma busca espiritual do homem querendo se ligar novamente ao Deus que ele se desligou, no cristianismo, através de Cristo. Nesse aspecto, original do termo, religião bate com o verdadeiro cristianismo, com o evangelho, com o que Jesus ensinou e o Espírito Santo continua ensinando. Mas a religião a qual me refiro é a tradição que se formou após o desvio desse cristianismo genuíno e primitivo, dando origem, principalmente, ao catolicismo. A igreja católica representa a essência dessa religião equivocada, não mais fundamentada na verdade de Deus, mas em rituais, costumes, doutrinas de homens desviados que deixaram o verdadeiro “religare” do evangelho e criaram seus meios hereges para tentar convencerem a si mesmos que ainda estão ligados a Deus.
      Mas não pense que o protestantismo ou o pentecostalismo são melhores, podem até serem em relação à doutrina oficial, que seguem o ensino de Martinho Lutero que se propôs a seguir o cristianismo primitivo novamente, nos sessenta e seis livros do cânone bíblico, sem adições ou desvios daquilo que é o centro das escritutas judaicas e dos textos dos apóstolos. Heresia não e só invenção de uma nova doutrina, como fazem os católicos com o celibato obrigatório de sacerdotes, com o purgatório, com a ostia, com o papel intercessório de “santos” e principalmente de Maria, e de tantas outras doutrinas acreacentadas à Bíblia e que tem para a Igreja Católica igual ou até maior valor. Heresia pode ser a interpretação diferente de uma palavra dos sessenta e seis livro bíblicos ou simplesmente tornar como mais importante algo que não é o centro dos textos bíblicos. 
      O centro da Biblia é Jesus, e ele interpretado pelo Espírito Santo, o que passar disso, mesmo que encontrar respaldo em texto bíblico, é no mínimo de pouca um utilidade como vida piedosa e no máximo pode ser heresia. Por exemplo, o respeito ao sábado está na Bíblia, mas não é o centro da nova aliança, se alguém quiser, pode até guarda-lo, eu creio que Deus respeita isso, mas não exija esse que guarda o sábado que todos os cristãos também o guardem, essa exigência seria heresia. Exige-se, sim, de todo cristão, seja do que guarde o sábado ou não, que busque e receba perdão de seus pecados somente por Cristo, e por mais ninguém. Mas talvez o desvio pela interpretação de uma doutrina concenso, seja pior que o de inventar nova doutrina, pois nesse caso cai-se numa subjetividade onde tudo é possível, por isso tantos deixaram de ensinar que devemos seguir o Espírito Santo e passaram a idolatrar o cânone bíblico, dão à palavra escrita mais valor que à revelada.
      A religião criticada aqui, é aquela que as pessoas obedecem por costume, por tradição de família, sem crítica. A religiosidade sem crítica é a cama da heresia na qual se deitam os ociosos intelectuais para servirem aos gananciosos que se dizem espirituais, mas só querem poder e riqueza desde mundo. Assim, mesmo a religião mais pura, pode se tornar falsa religião, se aquele que a segue não exerce crítica. Mas que crítica seria essa? Não, ela não é achar defeitos nas igrejas, ministérios e denominações, tudo isso, como criação humana, têm defeitos intrínsecos, isso precisamos ter a lucidez e a humildade para aceitar. Caso contrário caminharemos sozinhos, nunca achando um grupo bom o suficiente para nossas almas tão exigentes quanto hipócritas. Ninguém é melhor que ninguém, se os outros têm dificuldades para praticar o evangelho, nós também temos, igualmente.
       Crítica não é procurar e promover os defeitos dos outros, mas é averiguar frutos, qualidades, e frutos em nós mesmos que permaneçam, é essa crítica orientada pelo próprio Espírito Santo que me refiro. O evangelho existe para nos tornar homens e mulheres melhores, esse aperfeiçoamento só Deus por Jesus e através do Espírito Santo, pode executar em nossas vidas. Ser crítico em Deus é vigiar o nosso aperfeiçoamento pessoal, se estamos seguindo a Cristo, se o Espírito Santo está de fato tendo liberdade em nós, temos que nos tornar melhores a cada dia. Se a igreja em que estivermos, se a liderança que estiver nos orientando, não estiverem promovendo essa melhora, algo precisa ser feito. É aí que muitas vezes a religião errada atrapalha, muitos fazem essa constatação, mas com medo de serem reprovados pelos homens, pela família, pelo pastor, insistem em ficar num grupo que só os fazem seres humanos piores, e não melhores.
      É preciso coragem para dizer não à religião, quando ela não nos liga mais a Deus, mas só a homens, e homens desviados de Deus, proprietários de religiões. A verdadeira religião não pertence a homem algum, nem ao papa, nem ao bispo, nem aos autodenominados apóstolos atuais, nem a presidente de ministério, nem a pastor ou teólogo algum, a verdadeira religião é Jesus Cristo que nos leva a Deus e nos sela com seu Santo Espírito. A verdadeira religião é leve e viva como o ar que respiro e é revelada no texto lema desde blog, João 17.3"E a vida eterna é esta: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, que enviaste.". A verdadeira religião é conhecer mais e mais a Deus, como amigo, como pai, como Senhor e como único redentor, numa vida eterna que começa quando somos apresentados diretamente ao Senhor pela primeira vez em nossa conversão espiritual, que, necessariamente, nada tem a ver com frequentar uma igreja ou herdar uma religião dos pais.

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