quarta-feira, dezembro 11, 2013

Irresponsabilidade nos púlpitos

Eu não recebo glória da parte dos homens; mas vos conheço bem, e sei que não tendes o amor de Deus em vós.
Eu vim em nome de meu Pai, e não me recebeis; mas, se outro vier em seu próprio nome, a esse recebereis. Como podeis crer, vós que recebeis glória uns dos outros e não buscais a glória que vem do único Deus?
Não penseis que vos acusarei perante o Pai. Há outro que vos acusa, que é Moisés, em quem tendes esperança. Pois se crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque ele escreveu a meu respeito. Mas, se não credes no que está escrito, como crereis nas minhas palavras?
João 5.41-47

É inadmissível que uma igreja que diz que prega Cristo, seu amor, sua misericórdia, trate a questão homossexualidade com falta de respeito. Começo repetindo que não vou nesta reflexão defender qualquer posicionamento, seja o cristão convencional, que diz que a questão pode ser mudada, seja o de outros, que diz que a questão deve ser aceita como é. Chamo atenção é para a incoerência, resultado da superficialidade com que muitos púlpitos tratam a questão. Direciono aos púlpitos porque o alerta é para líderes, que têm como responsabilidade direcionar ovelhas no caminho certo.
Será que quem trata o assunto com legalismo e com total desafeto, quando está pregando na paixão de suas almas e não no poder do Espírito Santo, pensa realmente na possibilidade de ter alguém sentado na igreja, assistindo o culto, estar enfrentando um terrível dilema no que se refere a sua sexualidade? E as ovelhas, realmente teriam coragem de convidar alguém com a questão para ouvir uma palavra assim, displicente e fria? Será que quem diz o que quer no púlpito está ciente de que pode estar machucando pessoas, não com seu posicionamento, repito, seja ele qual for, mas com a total ausência de amor em compartilhá-lo?
Acorda Igreja! Não para a modernidade ou pós-modernidade (termos que alguns usam no púlpito sem ter a mínima ideia do que signifiquem), acorda para viver realmente o amor de Cristo. Amor que confronta, sim, amor que não aceita o pecado, sim, amor que fala de coisas sérias sem temor, sim, mas amor QUE AMA, que respeita! O que é respeito senão sentir na própria pele a dor do outro? Quando experimentamos isso, temos cuidado com o que falamos, não confundimos amor com educação social ou com um carismático sorriso.
Os que falam o que querem nos púlpitos sem se preocupar realmente com o que os outros estão sentindo na verdade são pessoas imaturas, que não se conhecem e nessa condição nunca conhecerão o outro, suas mazelas, suas dificuldades. Quem se olha errado, nunca viu Deus e se equivocará com todos. Quem se acha infalível, exigirá dos outros, perfeição, quem se coloca em cima falará aos outros como menores, pois é assim que se vê tudo de cima. Lembro que essa é a postura almejada por Lúcifer, já que acima de tudo só Deus pode estar.
Enquanto o púlpito é usado por homens, e não por Deus, os lares desses mesmos que usam os púlpitos, são destruídos, filhos, parentes e amigos vivem seus dilemas, como a homossexualidade, na solidão. Não podendo confiar suas vidas aos próximos que se colocam como juízes antes do tempo (se é que o homem pode ser juiz em algum tempo), confiarão, muitas vezes, nas pessoas erradas, e ao invés de virem para o evangelho, abrigar-se-ão debaixo das asas do mundo, da marginalidade, do mal disfarçado de ético, politicamente correto e humanista.
Acorda Igreja para viver realmente o amor, que falemos menos e vivamos mais, e isso não nos púlpitos, buscando plateia e aplausos, mas em nossas intimidades, no meio familiar, entre conhecidos e colegas de trabalho, de estudo, vizinhos de nossas residências. Isso sim é fazer evangelismo, muito mais que empunhar um megafone nos palcos dessa vida. Acorda, senão as pedras clamarão e elas já estão clamando...
  
Pois a pedra clamará da parede, e a trave lhe responderá do madeiramento. Ai daquele que edifica a cidade com sangue e a alicerça com maldade! Acaso não procede do SENHOR dos Exércitos que os povos trabalhem para o fogo e as nações se cansem em vão? Pois, assim como as águas cobrem o mar, a terra se encherá do conhecimento da glória do SENHOR.
Ai daquele que dá de beber ao próximo, adicionando à bebida o seu furor, e o embebeda para ver a sua nudez! Terás fartura de vergonha e não de honra. Bebe tu também e expõe tua incircuncisão; o cálice da mão direita do SENHOR se chegará a ti, e a vergonha cairá sobre a tua glória.”
Habacuque 2.11-16

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